O equilíbrio depende da integração de informações de quatro regiões do corpo: audição, visão, pele e músculos. A audição fornece informações sobre a movimentação do corpo através do labirinto. A visão situa a posição do corpo no espaço. A pele indica qual parte do corpo está em contato com outras superfícies. E os músculos e articulações controlam os movimentos do corpo.
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fisiologia vet
Título original
Os receptores do equilíbrio O equilíbrio depende do sistema nervoso central
O equilíbrio depende da integração de informações de quatro regiões do corpo: audição, visão, pele e músculos. A audição fornece informações sobre a movimentação do corpo através do labirinto. A visão situa a posição do corpo no espaço. A pele indica qual parte do corpo está em contato com outras superfícies. E os músculos e articulações controlam os movimentos do corpo.
O equilíbrio depende da integração de informações de quatro regiões do corpo: audição, visão, pele e músculos. A audição fornece informações sobre a movimentação do corpo através do labirinto. A visão situa a posição do corpo no espaço. A pele indica qual parte do corpo está em contato com outras superfícies. E os músculos e articulações controlam os movimentos do corpo.
Os receptores do equilíbrio O equilíbrio depende do sistema nervoso central, que
necessita receber informações precisas sobre a posição de cada membro do corpo do
animal e essas informações são recebidas de um lado por receptores sensitivos que se localizam na pele e nas articulações e proporcionam ao encéfalo através dos nervos existentes as informações referentes ao corpo no espaço e a posição relativa de todas as partes do corpo. Do outro lado a visão serve para dar uma ideia mais ampla da situação geral e de obstáculos de grande importância. Por último, entra então o aparelho vestibular do ouvido interno para informar a posição e os movimentos da cabeça. Toda a informação chega de forma constante ao encéfalo, principalmente aos centros nervosos que se encontram no tronco cerebral e no cerebelo, onde o que chega é analisado automaticamente para que consequentemente sejam delimitadas ordens para os diversos músculos corporais informando-os se devem relaxar ou contrair variando conforme as circunstancias. No aparelho vestibular do ouvido interno encontra-se uma série de estruturas ricas em células sensoriais especializadas que trabalham em conjunto na detecção constante da posição da cabeça em estado de repouso e os movimentos que realiza. As células sensoriais, distinguem--se em dois pólos: o superficial, provido de cílios, espécie de pelos reduzidos que estão cobertos por uma massa gelatinosa imersa em endolinfa; no outro polo, correspondente a base, surge um fino prolongamento que passa a constituir uma fibra do nervo vestibular, que juntamente com o nervo coclear, forma o nervo estato-acústico que leva a informação sobre o equilíbrio e audição ao encéfalo. Para compreender a atividade do aparelho vestibular, convém diferenciar a função dos sacos membranosos denominados de utrículo e sáculo, e dos canais semicirculares. Nos sacos membranosos existe uma espécie de bolsas membranosas cheias de liquido endolifático, onde encontram-se grande maculas otolíticas que contêm células sensoriais especificas. Estas células sensoriais possuem na sua face superficial cílios reduzidos que contém cristais de carbonato de cálcio. O peso destes grânulos curva os cílios das células sensoriais e, dependendo do grau de distorção, gera os estímulos nervosos que, através dos nervos vestibular e auditivo, informam o encéfalo sobre a posição da cabeça no espaço, mesmo com os olhos fechados. Os canais semicirculares nascem e desembocam no utrículo, e possuem forma de arco. Cada canal situa-se num extremo de uma pequena dilatação (ampola) onde existe uma crista ampolar que contém as células sensoriais. Os cílios superficiais dessas células estão englobados em uma massa gelatinosa e que com os movimentos da cabeça, se desloca pela endolinfa. Desta forma, ao ser realizado um movimento com a cabeça as células sensoriais geram estímulos nervosos e enviam a informação ao encéfalo. O órgão vestibular responsável pelo equilíbrio corporal possui 2 tipos de receptores sensoriais: a crista ampular (localizada nas ampolas dos canais semicirculares) e a mácula (localizada no utrículo e no sáculo). Esses são encarregados de identificar a orientação espacial da cabeça por meio da ação de células receptoras sensoriais ou células pilosas sensoriais que apresentam em sua superfície apical estruturas denominadas de cinocílio e estereocílios. Na crista ampular origina-se uma estrutura gelatinosa denominada cúpula que engloba os estereocílios. Durante a realização de movimentos rotacionais da cabeça a aceleração angular é gerada e consequentemente a movimentação da endolinfa dentro dos canais semicirculares, com o deslocamento da endolinfa os estereocílios das células receptoras sensoriais são inclinados. Assim as fibras do nervo vestibular têm sua taxa de despolarização alterada ocasionando sinapses entre as células sensoriais. Na mácula o cinocílio e os estereocílios projetam-se para dentro da membrana estatoconial (otólito) a qual é composta por cristais pesados de carbonato de cálcio conhecidos como estatocônios que funcionam como um tipo de massa inercial no receptor. Assim quando polarizados os cinocílios da mácula orientam-se de diferentes maneiras: no mesmo sentido ou em sentido contrário a estríola (estrutura divisória que se estende ao longo da mácula). As células sensoriais possuem canais de potássio regulados pelas partes apicais dos estereocílios. A inclinação dos estereocílios em direção ao cinocílio promove a abertura desses canais de K+, permitindo sua entrada dentro da célula e despolarizando sua membrana celular. Consequentemente, abrem-se canais de íon cálcio dependentes de voltagem, que estão presentes na base das células sensoriais, dando início ao processo de influxo destes cátions. Assim, o aumento do íon cálcio no interior da célula proporciona a liberação do neurotransmissor na fenda sináptica. A área do córtex motor é responsável pelo processamento cognitivo e está envolvida com o equilíbrio, a percepção de intenção e atenção é base para esse estado, até mesmo quando o corpo se encontra parado, quanto mais dificuldade para manter a postura se ver necessário mais concentração. O sistema nervoso central controla qual capacidade cognitiva mais adequada para determinada ação para manter o equilíbrio. O labirinto informa ao corpo a relação de espaço e movimento os receptores sensíveis do sistema locomotor informa qual parte está em movimento, os olhos informam o posicionamento e todas essas informações vão em direção ao sistema nervoso central. A inclinação da cabeça faz os otólitos serem tracionados pela gravidade causando abertura dos canais de potássio gerando uma despolarização liberando o neurotransmissor, no equilíbrio dinâmico quando a cabeça começa a girar ocorre o deslocamento da endolinfa gerando deformação na cúpula e desdobramento das células ciliadas causando o potencial de ação essas respostas são levadas para o gânglio vestibular, essas informações são levadas para os núcleos dos nervos cranianos
Então, o equilíbrio só depende da audição?
Não. O equilíbrio depende de uma estrutura complexa e interligada de, pelo
menos, quatro regiões do corpo: audição, visão, pele e músculos. No sistema auditivo, o labirinto fica responsável por comunicar o cérebro sobre a movimentação do corpo. A visão situa a posição do corpo no espaço ao redor. A pele indica a região do corpo que entrou em contato com outra superfície. Os músculos e as articulações são responsáveis pelo funcionamento motor dos movimentos do corpo. Doença Vestibular Geriátrica Idiopática em Cão – Relato de caso A síndrome vestibular canina pode ser causada por uma série de motivos que variam de acordo com a origem da doença. Quando se trata da síndrome vestibular periférica, por exemplo, otite, traumas na orelha interna, hipotireoidismo, tumor nas orelhas ou nervo vestibular são os as causas mais comuns. A doença vestibular idiopática é de início agudo a hiperagudo, na maioria das vezes atingindo o auge em menos de 24 horas, promovendo inclinação da cabeça, desequilíbrio e nistagmo sem causa conhecida, sendo mais comum em cães geriátricos e gatos jovens. Não há predileção sexual nas duas espécies. Uma concepção errada em cães geriátricos é afirmar que o animal sofreu acidente vascular cerebral quando apresenta grave desequilíbrio, sem conseguir ficar em pé ou deambular por vários dias. Devido a isso, frequentemente cães com síndrome vestibular idiopática geriátrica são sacrificados por serem erroneamente diagnosticados. Em caso de síndrome vestibular idiopática, o prognóstico quanto à recuperação é excelente. A melhora começa em 72 horas e a maior parte dos animais retorna ao normal em 1 a 3 semanas. Alguns animais podem manter a inclinação da cabeça permanente. Em casos com envolvimento de nervo, a recuperação é frequentemente prolongada e incompleta, mas pode resultar em perda auditiva permanente. A recorrência é possível, porém rara. SISTEMA PARA AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE EQUILÍBRIO EM POMBOS (Columba livia) APÓS LABIRINTECTOMIA UNILATERAL. Nas atividades da vida diária ou nos envolvermos em diferentes ações recreativas e esportivas depende da nossa habilidade em controlar as dimensões múltiplas de postura, balanço e locomoção. A postura ou controle de equilíbrio é considerado a principal função para as habilidades ou movimentos voluntários, porque quase todo movimento que um indivíduo faz é feito de componentes posturais que estabilizam o corpo. O controle postural ou controle de equilíbrio depende de como as posições das partes do corpo variam no tempo e como são controladas. Os componentes neurais para o controle postural são: processamento sensorial (visual, vestibular e somatosensorial), processamento central (processo integrativo de alto nível) e componentes efetores (componentes neuromusculares, alinhamento postural, amplitude de movimento, força muscular, potência e resistência muscular). Ao longo dos últimos anos, mecanismos de controle postural têm sido investigados com o auxílio de modelos animais de diferentes complexidades [2, 3, 4, 5, 6]. O bipedismo é característica de poucos animais sejam mamíferos ou aves. O Pombo da espécie Columba Livia, por ser um animal bípede de mesmo habitat que o homem, por possuir características semelhantes de comportamento como o comportamento materno, assim como estruturais, como a semelhança na predominância dos núcleos vestibulares presentes em uma área grande do tronco encefálico do animal, tornando- o um ótimo exemplar para se utilizar em um estudo sobre o equilíbrio [7, 8, 9]. Foram utilizados 30 pombos (Columba livia) adultos, de ambos os sexos, os quais foram distribuídos em 5 grupos após cirurgia (labirintectomia). É uma terapia aceita para casos refratários (que não melhoraram com outras alternativas) das doenças do labirinto). Cada um dos animais a serem utilizados no estudo foram colocados diariamente na caixa de teste, para que ficassem familiarizados com o ambiente de medida. Essa familiarização foi feita por um período de 15 minutos num total de cinco dias, sendo que os animais nunca haviam sido expostos a uma situação de equilíbrio em poleiro previamente A análise preliminar dos dados de marcadores neuroquímicos presentes nos núcleos vestibulares mostrou que ao longo de 4 semanas após labirintectomia a esquerda, os pombos com menor tempo após a cirurgia apresentaram uma redução da expressão de indicadores coincidindo com variação maior em relação ao deslocamento angular no poleiro móvel e um maior tempo para alcançar a estabilização (equilíbrio). Referencia 1. Fisiologia do equilíbrio. Medipedia, 2012. Disponível em: https://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=541 . Acesso em: 4 de julho de 2022. 2. SPENCE, Alexander P. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991 3. MEDIPÉDIA. Fisiologia do equilíbrio. Disponível em: https://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=541. Acesso em: 03 jul. 2022. 4. BORGES, A.S.; NICOLETT, A.T.; BANDARRA, Ê.P.; ANGELI, A.L. 2003. Doença vestibular periférica decorrente de osteoartropatia temporária em um eqüino. Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.3, p.579-582. 5. CHRISTIMAN, C.; MARIANI, C.; PLATT, S.; CLEMMONS, R. 2005. Inclinação da cabeça, desequilíbrio e nistágmo. Neurologia para o Clínico de Pequenos Animais. São Paulo: Roca. p.121-136. 6. TAYLOR, S. M.; 2006. Inclinação da cabeça. In: NELSON, R. W.; COUTO, G. C. Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Elsevier, p.969-973. 7. FENNER, W.R. 2004. Doenças do cérebro. In: ETTINGRE, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina interna. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p.586- 637. 8. [1] Rothwell JC. Control of Human Voluntary Movement. Chapman and Hall; 2nd edition (1993), London, UK. [2] Beloozerova IN, Sirota MG, Orlovsky GN, and Deliagina TG. Activity of pyramidal tract neurons in the cat during postural corrections. J Neurophysiol 2005; 93: 1831-44. [3] Lyalka VF, Zelenin PV, Karayannidou A, Orlovsky GN, Grillner S, and Deliagina TG. Impairment and recovery of postural control in rabbits with spinal cord lesions. J Neurophysiol 2005; 94: 3677-90. [4] Muir GD, Chu TK. Posthatching locomotor experience alters locomotor development in chicks. J Neurophysiol. 2002; 88(1):117-23. [5] Muir GD, Gowri KS. Role of motor and visual experience during development of bipedal locomotion in chicks. J Neurophysiol. 2005; 94(6):3691-7. [6] Schepens B and Drew T. Strategies for integration of posture and movement during reaching in the cat. 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