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Caçadores Silenciosos

Autor: Nathan Guest


Tradução: Fabrício M. Lopes
Revisão: Bruno Santos, Fabiano de Oliveira.

O grupo finalmente havia atravessado a seção das Montanhas Ressonantes a oeste das
ruínas de Kalidnay através da grande Floresta das Montanhas. Eram em seis no total: Toralk o
meio-elfo guerreiro liderando a expedição; Maruna, sua amante mul - uns músculos extras; o
elfo clérigo do ar, Chessun; Karass, o guia halfling para atravessar a Floresta das Montanhas;
Zalan, uma humana ladina de olhos vivos e; Kartan, um mul Tarek ranger usado como guia
extra, além de Karass.

Por dias viajaram, procurando as famosas ruínas de Arka'tur, por um artefato de imenso
poder, um que mudaria o poder dos Planaltos para suas mãos. Cansados e famintos eles se
esforçavam até que finalmente alcançaram a Floresta das Montanhas. Tinham perdido todos os
seus mantimentos e suprimentos num ataque Tari dois dias atrás. Atacaram à noite e pegaram o
grupo de surpresa. Além disso, os Tari tinham superioridade numérica: 5 contra 1. O grupo mal
conseguiu escapar.

Ao entrar na Floresta das Montanhas, Karass assumiu e começou a procurar comida


bem como um bom lugar para acampar. Após horas de procura e de muito embrenharem-se na
floresta, finalmente encontraram um bom lugar. O grupo levantou acampamento e começou a
se alimentar das aranhas cantantes que os halflings da Floresta das Montanhas gostam tanto de
comer. Eles conseguiram extrair água da flora ao redor e rapidamente se refrescaram e se
prepararam para a noite.

À medida que as estrelas lentamente foram aparecendo no céu noturno e o dia


vagarosamente se retirava, o grupo deixou Karass e Kartan com a primeira ronda enquanto os
demais dormiam. Karass ficou entendiado e deixou o acampamento para estudar a área que
percorreriam no dia seguinte.

Uma hora depois ele decidiu voltar para o acampamento, satisfeito que o caminho
estava limpo, quando ouviu à sua direita um leve farfalhar na fo lhagem. Virando-se, mal pôde
preparar sua lança de osso para aparar a espada curta, também de osso, que vinha cortando o ar
na direção de sua cabeça. Arregalou seus olhos quando viu seu adversário, uma humana alta,
delgada e pálida, mas não uma humana normal. Uma humana mais mortal e que o pegara
desprevenido porque não esperava encontrá-las na floresta dos halflings.

Karass começou a recuar enquanto continuava a aparar os golpes da atacante, tentando


encontrar um jeito de escapar, sabendo que não poderia vencer essa luta. O tempo pareceu ficar
mais lento quando ele ouviu outros ruídos atrás dele, mas era tarde demais, uma lança de osso
já havia encontrado seu caminho por entre suas costelas, atravessado seu coração. Seus olhos se
reviraram enquato ele tombava sobre a lança enfiada em seu corpo.

Os agressores o penduraram, ainda com a lança cravada em seu corpo, num galho forte
de uma árvore próxima. Amarraram suas mãos e braços com cordas de seda, à maneira que era
de seu costume. Eles o deixariam à vista, como um aviso, esperando que isso fosse tudo o que
precisariam. Tudo que podiam fazer agora era esperar...
Quando chegou a hora da troca de turno, Karass ainda não havia retornado. Foi aí que
Kartan decidiu alertar o resto do grupo. Eles tiveram apenas algumas horas de sono, mas se
sentiam revigorados o bastante e decidiram ir à procura de Karass.

Sua trilha não era muito difícil de seguir e em menos de uma hora eles descobriram o
corpo, suas mãos e braços atados em cruz de forma a cobrir seus olhos numa espécie de venda.
Toralk e Maruna trocaram olhares de espanto. Sabiam o que isso significava. Entretanto, eles
decidiram ali mesmo por seguir em frente. Não haviam chegado até ali para desistir agora,
desperdiçando todo o esforço que já haviam empregado.

Em frente eles seguiram, não parando pelo resto da noite, esperando encontrar os
agressores desprevenidos. Um erro que foi o primeiro e último deles...

Ainda não haviam se distânciado nem uma milha do corpo de Karass quando o ataque
começou. Eles vieram do nada, camuflados nas sombras da noite. Zalan foi a primeira a cair,
levando algumas flechadas e golpes de espada antes de tombar. Seus últimos gritos puderam
ser ouvidos por todos.

Um segundo ou dois de silêncio, tudo que se podia ouvir durante o caos que tinha
acontecido era o farfalhar das folhas, então os agressores novamente atacaram.

Kartan foi o próximo a sucumbir, embora tenham sido necessárias pelo menos cinco das
agressoras porque ele simplesmente parecia não querer morrer. Nesse ponto Toralk e Maruna
correram na direção oposta, esperando escapar do massacre, abandonando Chessun para sua
horrível morte.

Entretanto, era tarde demais. Foram avisados e ignoraram o aviso. Agora seriam mortos.

Não demorou muito para os agressores alcançarem Toralk e Maruna. Maruna viu
enquanto seu amante era fatiado e perfurado por uma combinação de flechas e golpes de
espadas, parecendo uma almofada de alfinetes sangrenta quando atingiu o chão da floresta. Ela
era a próxima, gritou e correu com todas as suas forças, mas não havia escapatória.

Os agressores cortaram seus tendões fazendo-a cair. Ela soluçava e gritou para ser
silenciada, esperando que eles lhe aplicassem a punição que a manteria calada e a tornaria
escrava deles pelo resto da vida. Mal sabia ela, esse grupo não praticava o silenciamento.

Eles a cercaram, ela viu-os todos e eles estavam todos velados, de alguma forma ela
sabia que morreria ali. Ela lhes pediu para ser silenciada novamente e viu os olhos de um dos
agressores arregalaram-se. Aquela fêmea agressora em particular deu um passo à frente e
apenas disse "Sem testemunhas".

O que se seguiu foi uma breve dor enquanto sua garganta foi cortada e sua vida se
esvaía em sangue no chão da floresta. Então tudo ficou escuro...

Nathan P. Guest, NytCrawlr

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