Você está na página 1de 3

08/11/2020 A transformação do papel do artista | Historia das Artes

INÍCIO NO MUNDO NO BRASIL SALA DOS PROFESSORES OLHO-VIVO SOM, CÂMERA, AÇÃO! PRAZER EM CONHECER

NO VESTIBULAR MUSEUS QUEM SOMOS CONTATO

A TRANSFORMAÇÃO DO PAPEL DO ARTISTA


História das Artes > Sala dos Professores > A transformação do papel do artista
Por Simone Martins  01 maio 2016

   GOOGLE TRADUTOR
É impossível dissociar a obra do artista, portanto a obra
carrega em si toda carga intelectual, emocional e da Selecione o idioma

vivência daquele que a produz. Ao percebermos as Powered by Tradutor

mudanças de características das obras de arte, podemos


notar que os artistas que a zeram também viveram essas
PESQUISE NO SITE
alterações e inovações. O artista é um trabalhador que
Pesquisar …
procura a todo tempo lidar com suas inquietudes, através
disso e da técnica que possui, cria a obra de arte que
carrega a mensagem dele para o mundo. Como a gura do ARTE NA AMAZON
artista foi se transformando ao longo do tempo?

DO MAGO AO ARTISTA CLÁSSICO

Não há condições de decifrar se existia algum tipo de


diferenciação comunitária para o pintor que realizava os
bisões das cavernas ou o escultor que dava forma aos utensílios durante os tempos pré-históricos. Não é provável que os
pintores rupestres estivessem diferenciados do resto da comunidade, o caráter instrumental-mágico dos desenhos parece Quadro Porta Rolhas Kapos Multicor
corroborar o fato de que estes povos caçadores e nômades plasmavam signos e imagens como uma faceta integrada no 32X42cm
conjunto e suas atividades básicas: a caça, a reprodução e o combate.
 (20) R$49,90 Fornecido com pendurador
Colecione suas memórias e rolhas bastando para isso colo
Nas tribos primitivas mais avançadas, a aplicação das práticas artísticas (dança, canto, música, tatuagem, ornamentação) na as mesmas na ab... read more (as of 08/11/2020 - More info

consciência mágica per la uma centralização ou uma supervisão dessas práticas por parte do mago ou feiticeiro. Este
detém a atribuição artística ou dirige àqueles que a executam. Nesse período a arte forma parte do rito mágico e suas
nalidades são as de súplica, de inovação e de cura. Temos então o primeira gura: o artista-mago.

As circunstância da arte modi caram-se substancialmente com a substituição da consciência mágica pela consciência
místico-religiosa e com o sedentarismo, que possibilitou o surgimento dos impérios arcaicos. A crescente objetividade do
espaço de representação artística culminou na origem dos espaços arquitetônicos indicando uma das funções do artista
ASSINE NOSSO FEED
futuro. Deixada para trás a integração estrita das práticas artísticas nas mágicas, as novas necessidades requeriam uma
rigorosa especialização. A edi cação das tumbas, templos e palácios exigiu a transformação do artista em construtor e, de Informe seu email:
fato, nos impérios arcaicos o desenvolvimento da escultura e da pintura depende do modo estreito do desenvolvimento da
arquitetura.

A arte egípcia é a que proporcionou mais informações sobre a situação do artista antes da chegada da civilização grega. A
rígida hierarquização da sociedade egípcia baseada no poder teocrático do faraó e das castas sacerdotais, tendeu a Assinar
distinguir entre uma arte do poder político-religioso e um artesanato popular vinculado à vida doméstica, à moradia e aos
utensílios. Esta distinção qualitativa entre as práticas artísticas destinadas à elite e as destinadas ao povo marcaria ao Você receberá um email para con r
longo do tempo a diferença entre as belas artes e as artes aplicadas. assinatura.

No Império Antigo formaram-se escolas de arte, com mestres, aprendizes e modelos. Conservaram-se vários desses FÃS DE HISTÓRIA DAS ARTES
modelos que serviam para copiar durante a aprendizagem, e, inclusive, algumas pinturas murais egípcias mostram cenas
escolares com os mestres e seus ajudantes trabalhando em projetos artísticos. Mas ainda assim, a arte egípcia o cial e a
serviço de uma estrutura político-religiosa impedia a originalidade expressiva do artista e a inovação estilística.

A civilização grega acabou com esta contradição e mudou notoriamente o signi cado do artista. Diante do carácter
artesanal e prático das outras atividades, a música e a poesia eram as únicas artes nobres, ao entender-se que eram Privacidade - Termos

www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/a-transformacao-do-papel-do-artista/ 1/4
08/11/2020 A transformação do papel do artista | Historia das Artes

alheias ao trabalho físico. A própria mitologia diferenciou cuidadosamente umas das outras ao fazer contrastar a formosura
Fãs de História das Ar
de Apolo – príncipe das Musas – e a virtude de Orfeu – símbolo da música – com a brutalidade de Hefaistos, ferreiro e
INÍCIO NO MUNDO NO BRASIL SALA DOS PROFESSORES OLHO-VIVO SOM, CÂMERA, AÇÃO! PRAZER
Curtiu EM curtidas
6,4 mil CONHECER
representativo, portanto, dos artesãos. Admitida a atribuição artesanal para escultores e pintores – durante a arte pré-
clássica -, e sua inferioridade social com respeito a músicos e poetas, é necessário ver as mudanças sociais ocorridas na
NO VESTIBULAR MUSEUS QUEM SOMOS CONTATO
Grécia para a mudança do papel do artista. Em primeiro lugar, o desenvolvimento da estrutura sócio-econômica, com o Fãs de História das Artes
na quinta
assentamento das polis, exerceu um considerável aumento da demanda de obras. Em segundo lugar, as tendências
antropomór cas e naturalísticas facilitaram o desenvolvimento das expressividade individual e, portanto, da liberdade O pai viera da Libéria com a mulher
perambulou por algumas cidades
criativa. Ao contrário dos egípcios, os pintores e escultores gregos não tiveram que ater-se à aprendizagem e repetição russas, até fixar-se em Moscou, ond
permanente de formas imutáveis, mas sim, ao tomar como referência o modelo natural, estiveram abertos a um progresso se dedicou ao comércio de chá. Já
expressivo ilimitado. havia feito fortuna, quando nasceu o
filho Wassily Kandinsky, no dia 4 de
dezembro de 1866. Kandinsky pass
Durante os século VI a.C. e V a.C., a individualização estilística da arte tentou ser referendada por alguns artistas para
a infância na cidade natal, [ 1,397
con rmar sua própria personalidade e, muito provavelmente, para acrescentar sua dignidade social. Alguns artistas more word ]
começaram a assinar suas obras, a escrever sobre elas, e inclusive, a representar-se a si mesmos. A comercialização da arte https://www.historiadasartes.com/pra
e o benefício econômico para os artistas, acentuou-se na antiga Roma, onde, além do colecionismo, iniciaram-se r-…/wassily-kandinsky/
verdadeiras modas, mediante as quais as famílias patrícias escolhiam seus artistas favoritos, geralmente os gregos, e
pagavam elevadas quantidades pelas suas obras. Mesmo assim, apesar do artesão ter se tornado o artista genuíno,
conquistando sua capacidade criativa e total liberdade de expressão, ainda havia o preconceito contra o trabalho manual
do artista, que a sociedade e intelectuais consideravam desprovido da dignidade intelectual de poetas, músicos ou
lósofos.

O ARTESÃO MEDIEVAL
HISTORIADASARTES.COM
Wassily Kandinsky
Com a queda do Império Romano e o aparecimento da Idade Média a gura do artista sofreu uma regressão em todos os
O pai viera da Libéria com a mulher
sentidos. Houve, então um lento progresso para trazer a tona novamente a gura do artista. Isso aconteceu, ao longo da
Idade Média, primeiro, vinculado à atividade do monge, e depois, sob o estatuto do artesão. Entre os séculos V e XVII os
TAGS
mosteiros foram os únicos redutos da cultura na Europa ocidental. Em um princípio a tarefa fundamental das bibliotecas
monásticas foi a conservação e cópia de livros, especialmente os escritos dogmáticos da religião cristã mas também uma Análise Estética Arquitetura
grande quantidade de textos transmitidos desde a Antiguidade. Este trabalho copista deu origem à atividade artística mais
importante da Alta Idade Média: a lustração de livros. Arte contemporânea Arte para Crian

Ateliê Barroco Bienal Bio


Foi precisamente o aparecimento das cidades medievais, durante os séculos XII e XIII, que mudou de maneira drástica o
panorama da arte europeia e a situação do artista-artesão. O Românico deu passo ao Gótico e a construção de mosteiros e Brasil Claude Monet Cubismo
igrejas rurais à construção das grandes catedrais. Ainda assim, os pintores e escultures dependiam das obras arquitetônicas
para mostrarem seus trabalhos. A partir de nais do século XIII começou um processo de emancipação da escultura e da Escultura Exposição Expressio

pintura com respeito à arquitetura. O estabelecimento de ateliês e a ação de um mercado de arte deu lugar a que os Fotogra a França Grécia
artesãos se acolhessem a um tipo associativo, o grêmio, de enorme transcendência na transição da arte medieval à
renascentista. Impressionismo Instituto Tomie Oht

Itália Leonardo da Vinci Manei


Em virtude do Humanismo, os artistas do Renascimento puderam desfrutar dos ambientes intelectuais e da realeza. Alguns
casos célebres desse fenômeno foram: Leonardo na corte de Francisco I, Tiziano na de Carlos V, Rubens a serviço do rei da Masp Mitologia Museu d'Orsay
Espanha em Flandres, Velázquez camarista de Felipe IV. Sob os ponti cados de Júlio II e Leão X, converte-se no maior
mecenato da arte de todos os tempo. Júlio II, ao reunir em sua corte: Bramante, Rafael e Michelangelo, empreende tarefas Museu do Louvre Museu do Prado

artísticas de tal envergadura – com trabalhos arquitetônicos e decorativos da Igreja de São Pedro – que a posição do
Museus National Gallery de Londres
artista de agiganta enormemente aos olhos da sociedade e, também, dos intelectuais que, por m, devem aceitar a
pintores, escultores e arquitetos como seus iguais. Obras Analisadas Pablo Picasso

DO NOVO ARTISTA AO ARTISTA ACADÊMICO Paul Gauguin Pierre Auguste Renoir

Pinacoteca de São Paulo


A origem das academias de arte de Florença e Roma esteve vinculada à posição vanguardista do processo artístico italiano
com respeito ao dos outros países, mas também à própria idiossincrasia da arte na segunda metade do Cinquecento, isto é, Prazer em Conhecer Rafael Sanzio
do Maneirismo. No século XVII, a época genuína do Barroco, a situação do artista é muito diferente de acordo com a
Realismo Renascimento Rococ
diversidade política e ideológica nas nações europeias. Os países não católicos conservam estruturas associativas mais
retrógradas, enquanto que os países católicos davam mais liberdade de expressão, glori cando a Igreja da Contra-Reforma. Romantismo Sala dos Professores
Em 1648 funda-se a Académie Royele, a mais famosa das academias de arte e a que estava destinada a mudar notoriamente
a gura do artista. Semana de Arte Moderna Surrealism

Técnicas Artísticas Van Gogh


Os programas de ensino dessa academia de artes eram amplos e rigorosos, submetendo os estudantes a uma seletividade
estrita. Os cursos incluíam tanto ensino técnico (desenho, modelado, anatomia, etc.) quanto, inspirando-se no projeto
educativo renascentista, matérias humanísticas e cientí cas como ciências naturais, astronomia, geogra a, matemática, etc. ARQUIVO DE POSTS
Após o término dos cursos, os alunos mais destacados eram enviados a Roma (daí a obsessão da “viagem a Roma” dos
Selecionar o mês
artista dos séculos XVIII e XIX) durante quatro anos, com a condição de remeter a França seus trabalhos. Concluindo o ciclo Privacidade - Termos

www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/a-transformacao-do-papel-do-artista/ 2/4
08/11/2020 A transformação do papel do artista | Historia das Artes

de formação, o artista adquiria a categoria de acadêmico e, graças à proteção monopolista o cial, tinha assegurado o seu POSTAGENS RECENTES
trabalho ditante daqueles pintores ou INÍCIO
escultores não graduadosNO
NO MUNDO
pela Académie.SALA DOS PROFESSORES
BRASIL OLHO-VIVO SOM, CÂMERA, AÇÃO! PRAZER EM CONHECER
Wassily Kandinsky
Somente durante a Revolução Francesa começou a recusar-se a noção de arte ao serviço do Estado e surgiram vozes a
NO VESTIBULAR MUSEUS QUEM SOMOS CONTATO Petit Palais – Pequeno Palácio – Par
favor da liberdade criativa. Realmente esta mudança, magni cada pelo processo revolucionário, estava vinculada ao
França
nascimento do movimento romântico, o qual, de acordo com suas premissas, concebia o processo criativo desde um ângulo
totalmente oposto do artista acadêmico. Joan Miró

O ARTISTA CONTEMPORÂNEO Escadarias: Pérolas da Arquitetura

O Esquife, Renoir
A princípio do século XIX, a concepção artística do Romantismo induziu a uma mudança radical com respeito à função da
arte e ao trabalho do artista. Para os romântico a criação artística era, acima de tudo, a expressão da subjetividade
individual. Durante o século XIX proliferaram as academias de arte, algumas delas, como École des Beaux-Arts parisiense,
mas apesar disso os artistas buscavam os ateliês dos mestres para o aprendizado das artes, como no Renascimento, a m
de ter mais liberdade criativa e contato com a natureza. Como herdeiro, em certo modo, do ateliê renascentista surgiu o
estúdio; isto é, o marco por excelência do artista atual.

Nas origens do século XIX o estúdio é o lugar de trabalho do artista e indica personalização e independência. Também é o
espaço próprio da re exão artística mediante a qual o homem, em solidão, concebe e realiza sua obra. No entanto, o
estúdio poder ser, também, um lugar de reunião no qual alguns discípulos vêm para receber os ensinamentos de seu
mestre ou, simplesmente, onde intercambiam opiniões diversos artistas.

Na Paris de meados do século XIX, realizam-se as primeiras exposições sistemáticas de pinturas (os Salões). A burguesia
parisiense exigia uma drástica transformação do mercado de arte encaminhada a substituir a reduzida clientela da época
anterior (a Igreja, a Monarquia, os aristocratas e os altos banqueiros e comerciantes) por outra, consideravelmente mais
larga, limitada nas classes médias. Os Salões foram constituídos para canalizar o novo mercado de arte, no entanto, com o
tempo muitos artistas marginados se rebelaram contra estas exposições o ciais, criando os Salões Independentes. Por seu
signi cado histórico é interessante lembrar o caso do pintor Gustave Coubert, cujo quadro “O Estúdio do Pintor, alegoria
real dos último sete anos da minha vida” foi rejeitado pelo júri que decidia que obras estariam no Salão de 1855. Coubert
pedindo dinheiro emprestado, decidiu organizar uma mostra particular de sua obra, que se converteu na primeira
exposição individual da história da arte.

A segunda metade do século XIX foi pródiga em enfrentamentos entre uma cultura que ainda permanecia apegada ao
academicismo e muitos artistas que defendiam sua total independência. Esses enfrentamentos suscitaram alguns
fenômenos como: muitos artistas caminharam pela formação autodidata, com uma relação esporádica com outros artistas
aos que consideravam a ns; graças à independência da gura do artista pode tomar corpo o processo dos vanguardismos
estilísticos; e a tensão entre a cultura ideológica da sociedade e a atitude independente do artista repercute diretamente
no comportamento social deste.

O artista expõe mais ou menos livremente suas obras – das exposições coletivas à individuais – e, como contrapartida, o
público tem um acesso aberto e direto aos mesmos. Mas é o marchand, intermediário entre obras e publico, entre artistas e
clientes, que não só arbitra o mercado de arte, mas que, mediante as utuações do valor comercial, in ui decisivamente na
valorização  artística de um determinado artista. Junto ao aparecimento da gura do marchand, o século XIX facilita a
pro ssionalização do crítico de arte.

A situação do artista dos tempos presentes é em certo modo paradoxal e, provavelmente, dependente da tensão entre a
imagem altamente emancipada que tem de si mesmo e a complexidade do marco social no qual desenvolve seu trabalho.
Em nenhuma outra época houve tantos homens e mulheres que se considerassem artistas como nos nossos dias, no
entanto, ao mesmo tempo, só uma escassa minoria deles podem atuar como artistas pro ssionais, plenamente dedicados à
sua obra. E nas últimas gerações assistimos a um aspecto essencial do paradoxo: enquanto parece debilitar-se a
possibilidade da arte como pro ssão única, segue crescendo incessantemente a aspiração de muitos homens e mulheres a
serem artistas e a serem conceituados como tais.

COMPARTILHE ISSO:

     

CURTIR ISSO:

Curtir

Seja o primeiro a curtir este post.

Privacidade - Termos

www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/a-transformacao-do-papel-do-artista/ 3/4

Você também pode gostar