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Será o medo nosso aliado, ou apenas um sentimento

que perturba a nossa existência?


Medo é um sentimento bastante complexo, que já foi
observado em vários experimentos de psicologia, com o
objetivo de compreender a ciência por trás desta emoção e
compreender como funciona e é algo que foi visto ao
longo das nossas vidas. É um sentimento como todos os
outros, e é algo bastante normal, e grande parte das vezes,
é visto como algo mau, normalmente associado a
ansiedade e pânico, e pode ser o principal motivo de
desconforto no nosso dia-a-dia.
Hoje estou aqui para mostrar o meu ponto de vista em
relação à tese principal: Será o medo um inimigo ou será
que de vez em quando pode ser um grande aliado nosso?
De forma a poder seguir uma linha lógica de como irei
posicionar o meu ponto de vista, achei por bem explicar
um bocadinho da ciência por detrás desse sentimento, de
forma a podermos ficar todos mais contextualizados em
relação ao assunto e de forma a podermos compreender
melhor este sentimento.
O medo vem do nosso cérebro: quando uma pessoa se
depara com algo que a assusta, o hipotálamo, uma
pequena região do nosso cérebro, reage ao libertar várias
substâncias químicas que viajam rapidamente para o
sistema nervoso, como a adrenalina. Elas vão parar ao
nosso corpo muito rapidamente, colocando-nos num
estado de alerta. É um instinto humano de sobrevivência.
O medo é algo bastante relativo, que se pode originar nas
pessoas de maneiras diferentes, em diferentes níveis de
gravidade. O iceberg do medo é algo bastante grande,
temos um medo superficial, por exemplo, o medo que
sentimos ao ver um filme de terror. É algo momentâneo,
que experienciamos durante o tempo ao qual o filme
decorre, e, obviamente, isto é considerado um medo com
uma gravidade baixa, havendo até mesmo pessoas que
gostam de sentir esse medo, devido ao estado de alerta ao
qual o nosso corpo se coloca, e principalmente devido à
adrenalina que se sente. Por outro lado, temos casos
bastante graves, que se encontram no fundo do iceberg, na
parte mais obscura: as famosas fobias, que apesar de
parecerem algo irrelevante, acabam por ser algo bastante
real nas vidas das pessoas que as têm. Se neste momento
forem ao google e pesquisarem por listas de fobias,
aparecem-vos mais de 200 fobias diferentes. Algumas
parecem no mínimo ridículas, mas há pessoas que deixam
de fazer a sua vida normal, que não voltam a ser as
mesmas e vivem aterrorizadas ao longo das suas vidas por
conta de uma fobia. Por exemplo, há pessoas que têm
medo de sair de casa, e o nome dessa fobia é agorafobia.
Também há fobias que achei interessantes e acho que vale
a pena ler, de forma a vocês refletirem e entenderem a
maneira que a fobia de uma coisa pode perturbar a
existências das pessoas:
 Ablutofobia - medo de tomar banho
 Antropofobia - medo de pessoas ou da sociedade
 Aquafobia - medo de água
 Calipsefobia - medo de apocalipses
 Clinofobia - medo de ir para a cama
 Cromofobia - medo de cores
 Eremofobia - medo de ficar só
 Fagofobia - medo de comer
 Fronemofobia - medo de pensar;
Posto isto, eu reflecti bastante, só que não conseguia
discordar dos dois pontos de vista: Por um lado, o medo é
nosso aliado, pois uma situação de perigo ele pode ser
importante, pois coloca o nosso corpo bastante alerta.
Porém, grande parte das vezes, o medo que sentimos
acaba por perturbar várias coisas do nosso dia-a-dia e
acaba por nos retirar a espontaneidade.
Por isso, decidi criar uma tabela com os pontos negativos
e positivos, e cheguei a uma conclusão:
O medo, de facto, perturba a nossa existência.
Isto porque é o principal causador da nossa ansiedade.
Temos medo de várias coisas, e grande parte das vezes
deixamos de as fazer como uma maneira de nos sentirmos
mais seguros. Escolhemos permanecer na nossa zona de
conforto, e acabamos por não enfrentar essa barreira. E
temos exemplos concretos disso: por exemplo, neste
momento estou-vos a fazer uma apresentação oral. Isto é
um pesadelo enorme para várias pessoas, e principalmente
para mim. Desde sempre que odiei fazer apresentações
orais, pois coloco-me numa posição desagradável, onde
todos vocês estão a olhar para mim, e o medo de ser
julgada, o medo de falhar alguma coisa, o medo de estar a
ser avaliada, tudo isso combinado dá-me uma ansiedade
inexplicável. Eu queria estar aqui neste momento a fazer
esta apresentação? Não. Mas como eu sei que é uma
obrigação minha, é o mínimo que tenho a fazer. Mas ao
menos sei que saí da minha zona de conforto e me esforcei
para estar aqui a falar precisamente sobre este medo.
Outro exemplo que eu tenho, muito particular, é o da
minha avozinha. Isto que vos vou dizer pode parecer
engraçado, mas a minha avó à alguns anos atrás caiu das
escadas rolantes no fórum. A partir daí, cada vez que vou
a algum centro comercial que tenha escadas rolantes com
ela, temos SEMPRE que ir de elevador. Mas este medo
que ela tem das escadas rolantes é algo que lhe é bastante
desconfortável, pois o medo de colocar o pé na escada
rolante e tornar a cair fala mais alto, o que impossibilita
que ela veja o que está para além da escada rolante
(obviamente que os elevadores lhe facilitaram a vida) mas
eu acho que vocês já estão a entender aonde eu quero
chegar.
Ao nós não arriscarmos e não enfrentarmos os nossos
medos, indepentemente de qual eles são, obviamente que
nos irão atormentar a cabeça. Porque depois as perguntas
começam: Será que estou a ser fraca? O que é que será que
irá acontecer se eu decidir arriscar? E se não arriscar, será
que irei ser julgada? entre muitas outras. Ou seja,
atormenta-nos a cabeça pois depois o que permanece é a
duvida, são as questões, coisas que não nos iriam
atormentar se decidirmos ignorar o medo e seguir em
frente. Outro exemplo muito pessoal que acho que vale a
pena ressaltar é precisamente o meu. Estou neste momento
a estudar para um dos exames mais complicados a nível
nacional. Tenho bastante medo de não tirar a nota
necessária para seguir com o meu objetivo, e receio o
facto de todo o esforço que tanto eu tanto os meus pais
estão a fazer para me disponibilizar com uma explicação
acabe por não resultar em nada. Mas acima de tudo
orgulho-me de ter arriscado e enfrentado este desafio, e é
precisamente devido a isso que tenho a consciência limpa.
E é através do meu exemplo que vou passar para o
próximo tópico: O medo só se torna o nosso aliado a partir
do momento em que o aceitarmos. Porque se pensarmos
bem, o medo só nos atormenta a vida. Por isso refleti, e
cheguei à conclusão de que a única solução que temos é
andarmos de mãos dadas com o medo, porque, como disse
no inicio da apresentação, é algo humano, que é inevitável.
É necessário aceita-lo para seguirmos com as nossas vidas,
e eu acho que esta é a melhor maneira de lidar com isso.
Costumam dizer: “Mantém os amigos perto, e os inimigos
mais perto ainda.” E já que o medo não é nosso aliado,
porque não aplicar o que a frase diz a esta situação?
Porque não abraçar o medo e utiliza-lo da melhor maneira
possível?
E é a esta conclusão que eu queria chegar. O medo é algo
bastante complicado, e cada um de nós tem medos
diferentes. É sempre visto de uma maneira negativa, mas
eu decidi ver o lado bom nele, ao chegar à conclusão de
que o medo, de facto, perturba a nossa existência e de
como devemos aceitar isso no nosso dia-a-dia.
Obviamente que o que eu estou a dizer não se aplica ás
graves fobias que perturbam algumas pessoas, esses são
casos mais críticos e necessitam de ser tratados por um
profissional. O que eu expliquei pode aplicar-se a
situações do dia a dia, e espero que com esta apresentação,
eu vos tenha ajudado de certa forma.

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