Você está na página 1de 25

Livro de Resumos

IV Encontro de Pesquisadores
da Chapada dos Veadeiros

08 e 09 de dezembro de 2016.
Alto Paraíso, GO.

2016
Comissão organizadora 
Alexandre Sampaio – CECAT/ICMBio 
André Cunha – Depto. Ecologia, Universidade de Brasília. 
Fernando Tatagiba – PNCV/ICMBio 
Walace Santo Cavalcante – Centro Unb Cerrado 
 
Comitê científico 
Alexandre Sampaio 
Alice Amaral 
André Cunha 
Carolina Camargo 
Clarisse Rocha 
Fernando Tatagiba 
Maria Júlia 
Mozart Fazito 
Reuber Brandão 
Suelma Ribeiro 
Walace Cavalcante 
 
Apresentação 
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) e a UnB Cerrado realizam o 
IV Encontro de Pesquisadores da Chapada dos Veadeiros em Alto Paraíso de Goiás, 
nos dias 08 e 09 de dezembro de 2016. 
Este  evento  vem  sendo  realizado  desde  2013  com  o  objetivo  de  aproximar  a 
comunidade científica, os gestores de unidades de conservação e a sociedade em 
geral. Os eventos têm contribuído para a divulgação de conhecimentos científicos 
de  extrema  relevância  para  a  conservação  da  biodiversidade  na  Chapada  dos 
Veadeiros, contribuindo com informações de qualidade para embasar os debates 
da sociedade em torno das questões ambientais. 
O evento também tem o intuito de aproximar os diferentes atores da sociedade 
em torno da conservação da biodiversidade e outras questões ambientais. Esses 
seminários  pretendem  incentivar  a  realização  de  pesquisas  científicas, 
principalmente daquelas direcionadas aos questionamentos da sociedade e para 
apoiar a tomada de decisões dos gestores ambientais. Dessa forma, a participação 
de todos é essencial para que estes objetivos sejam alcançados. Os gestores e a 
sociedade devem levantar as questões e a comunidade científica deve apresentar 
resultados  que  podem  ajudar  a  responder  as  demandas  relevantes  para  a 
conservação da biodiversidade e a manutenção dos serviços ecossistêmicos. 
 
 
 
 
 
 
Programação 
 
DIA 08 
10h30 – Início e Boas vindas. 
11h‐12h – Mesa 1 – Pesquisa e extensão na área social 
Raizeiros de Alto Paraíso: Saberes ameaçados. Mieko Kanegae, colaboradora UnB 
Cerrado. 
Agricultura familiar em transição agroecológica: Soberania/Segurança alimentar e 
conservação. César Barbosa (Sat). NASPA – Centro UnB Cerrado. 
 
12h‐13h30 – Almoço 
 
13h30‐15h30  –  Mesa  2  –  Turismo  para  o  desenvolvimento  sustentável  e 
conservação da natureza. 
Inclusão socioprodutiva e turismo e as possibilidades para o PNCV. Prof. João Paulo 
Faria Tasso, Centro de Excelência em Turismo, CET – UnB. 
O conflito entre turismo e a mineração na Serra do Espinhaço, MG. Prof. Mozart 
Fazito, Centro de Excelência em Turismo, CET – UnB, ET – UnB. 
Percepções  acerca  da  gestão  integrada  dos  resíduos  sólidos  no  contexto  de 
municípios turísticos – um olhar sobre Pirenópolis, GO. Prof. Luiz Spiller, Centro de 
Excelência em Turismo, CET – UnB. 
 
15h30‐16h30 – Café e mostra de pôsteres. 
 
16h30‐18h30 – Mesa 3 – Biodiversidade e geodiversidade 
Biologia reprodutiva da psitacídeos e perspectivas para pesquisas na Chapada dos 
Veadeiros. Prof. Renato Caparroz, IB – UnB. 
Por  que  fazer  manejo  de  fogo  no  Cerrado?  Prof.ª  Isabel  Belloni  Schmidt,  Dept. 
Ecologia, IB – UnB. 
Projeto  do  inventário  do  patrimônio  geológico  da  Chapada  dos  Veadeiros.  Profª 
Joana Paula Sanchez e Prof. Marcelo Henrique Leão Santos, Curso de Gelogia, ICT 
– UFG. 
Restauração no PNCV e suas implicações para a conservação da biodiversidade e 
serviços ambientais. Alexandre Sampaio, pesquisador CECAT – ICMBIO. 
Pesquisas  com  anfíbios  na  Chapada.  Prof.  Reuber  Brandão,  Dept.  Eng.  Florestal, 
UnB. 
 
Dia 09 
07h30‐10h – Oficina de observação de aves em Alto Paraíso, GO. 
Oficina guiada por: 
Marcelo Lisita – BirdinGoiás/Colégio Sagrados Corações; 
Walace Cavalcante – Centro UnB Cerrado; 
Prof. Renato Caparroz – IB – UNB. 
09h‐12h – Reunião para pesquisadores e colaboradores do Centro UnB Cerrado e 
PNCV – Planejamento de atividades para 2017. 
 
12h‐16h – Almoço 
 
14h‐16h – Continuação do planejamento e encerramento. 
 
Sumário 
 
Pesquisa preliminar sobre a gestão sustentável em meios de hospedagem de Alto 
Paraíso – GO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 01 
Avaliação de restauração de cerrado por semeadura direta no Parque Nacional da 
Chapada dos Veadeiros ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 03 
Livro de Herpetofauna da Chapada dos Veadeiros ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 04 
Os saberes das águas: por um diálogo interepistêmico ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 06 
TOCANTINS: Um olhar sobre o patrimônio sociocultural e socioambiental a partir 
da prática de espeleoturismo em Arraias e Aurora do Tocantins ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 07 
Composição e estrutura da comunidade lenhosa em Mata Seca e a diversidade beta 
da vegetação na área de ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, 
Goiás, Brasil ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 08 
Indicadores de sustentabilidade como ferramenta de gestão para a APA de Pouso 
Alto ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 09 
Plantando desertos: O cerrado ilhado ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 10 
Raizeiros de Alto Paraíso: saberes ameaçados ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 11 
Agricultura familiar em transição agroecológica: Soberania/Segurança alimentar e 
conservação ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 13 
A  contribuição  econômica  do  turismo  no  Parque  Nacional  da  Chapada  dos 
Veadeiros ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 15 
Pato‐mergulhão  Mergus  octosetaceus  no  Parque  Nacional  da  Chapada  dos 
Veadeiros e seu entorno ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 16 
Levantamento  preliminar  dos  pequenos  mamíferos  não‐voadores  da  Reserva 
Natural do Tombador, Cavalcante, Goiás ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 19 
Pesquisa preliminar sobre a gestão sustentável em meios de 
hospedagem de Alto Paraíso – GO. 
Ana Paula Macêdo1, Arthur Cunha Muma2, Gabriella Fonseca Cassanello do Amaral3, Gustavo Pinto4, e 
André de Almeida Cunha5 

¹Graduanda em Turismo, UnB. E‐mail e telefone: hannah_macedo@hotmail.com.br, (61) 98114‐
2816. ²Graduando em Turismo, UnB. E‐mail e telefone: arthutuzito@hotmail.com, (61) 98607‐
1978.  ³Graduanda  em  Turismo,  UnB.  E‐mail  e  telefone:  gabriellacassanello@gmail.com,  (61) 
99699‐1363. 4Mestrando da University of Leeds, UK, pesquisador colaborador LABAP, IB – UnB. 
E‐mail: gustavoppinto@gmail.com. 5Professor adjunto do Instituto de Biologia, Departamento de 
Ecologia da UnB; Centro de Excelência em Turismo (CET), UnB; Centro de Estudos Avançados da 
Chapada dos Veadeiros (UnB Cerrado), Brasília – DF. E‐mail e telefone: cunha.andre@gmail.com, 
(61) 98175‐7170. 
 
Atualmente,  o  desenvolvimento  equilibrado  em  prol  da  conservação  dos  recursos 
naturais  e  da  valorização  sociocultural  ganham  enfoque  como  paradigma  emergente  na 
sociedade.  Torna‐se  imprescindível  compreender  a  atitude  dos  empreendimentos  turísticos 
diante  dessas  mudanças.  Numa  localidade  como  a  Chapada  dos  Veadeiros,  onde  o  turismo 
alternativo se destaca, é importante avaliar e incentivar a gestão sustentável dessas estruturas 
de suporte. O objetivo desse trabalho é fomentar debates sobre a importância da gerência dos 
meios  de  hospedagem  para  o  alcance  da  sustentabilidade.  A  pesquisa,  inicialmente  de  cunho 
didático, foi desenvolvida pelos graduandos em turismo, na disciplina Projeto Integrador I, da 
Universidade  de  Brasília,  em  Alto  Paraíso  –  GO.  Como  hipótese  nula,  assumimos  que  o  valor 
cobrado para hospedagem está diretamente relacionado ao desempenho da pousada ou hotel 
em relação à sustentabilidade. Foram aplicados os critérios de sustentabilidade elaborados pelo 
Conselho Global de Turismo Sustentável (GSTC), com base em quatro dimensões: (1) Sistemas de 
gestão;  (2)  Social  e  Econômico,  com  enfoque  na  população  local;  (3)  Cultural;  e  (4)  Meio 
Ambiente.  As  três  últimas  dimensões  visando  identificar  a  maximização  de  benefícios  e  a 
minimização dos impactos negativos. O trabalho de campo foi realizado entre 03 e 05 de junho 
de 2016. Foram amostrados 15 meios de hospedagem, em Alto Paraíso e São Jorge, GO, com a 
aplicação de questionário com 101 perguntas com respostas binárias (sim = 1, não = 0, onde 1 
indica  a  existência  de  determinada  ação  em  prol  da  sustentabilidade).  As  hospedagens 
apresentaram  resultados  positivos  para  os  quesitos  de  planejamento  e  infraestrutura, 
englobados no sistema de gestão (1), com uma frequência de 76% de respostas positivas nessa 
dimensão.  Questões  relativas  ao  âmbito  social  e  econômico  (2)  tiveram  71%  de  respostas 
positivas.  A  dimensão  cultural  (3)  apresentou  67%  de  respostas  positivas.  Já  a  dimensão 
ambiental, englobando questões como poluição e conservação dos recursos naturais, espécies e 
ecossistemas  teve  apenas  35%  de  respostas  positivas,  indicando  a  urgência  de  medidas  que 
incentivem o  melhor  desempenho  nesses  critérios.  A  hipótese  nula  foi  refutada,  ou  seja,  não 
existe relação entre o preço das hospedagens e seu desempenho para a sustentabilidade. Logo, 
a busca e implantação de medidas em prol da sustentabilidade parece estar mais relacionada à 
atitude  dos  donos  e  gerentes  dos  meios  de  hospedagem  do  que  o  custo  envolvido  em  tais 
medidas. Nessa pesquisa preliminar identificamos também que há carência de informação pelos 
funcionários quanto às políticas internas e documentações da empresa, resultando em respostas 
incertas ou nulas. Além de certa omissão ou tendenciosidade dos entrevistados para responder 
algumas  questões,  o  que  pode  representar  um  viés  importante  na  pesquisa  e  reflete  a 
importância  de  coletar  dados  complementares  para  alguns  critérios.  No  entanto,  a  pesquisa 
serve  como  uma  linha  de  base  preliminar,  que  deve  ser  aprimorada,  e  levanta  temas 
fundamentais para guiar o debate e incentivar a busca para a contribuição do turismo para o 
desenvolvimento sustentável da região. Deve‐se destacar que o aumento do desempenho dos 
meios de hospedagem para a sustentabilidade depende não só do próprio trade, mas também 
do apoio e incentivo dos órgãos governamentais e demais setores da sociedade. Assim como, a 
parceria com a pesquisa, ensino e extensão universitária pode contribuir de sobremaneira para 
alavancar o desenvolvimento sustentável com base no turismo de natureza, principal vocação da 
região.  

Palavras chave: gestão sustentável, meios de hospedagem, Alto Paraíso, sustentabilidade, turismo. 

 
Avaliação de restauração de cerrado por semeadura direta no Parque 
Nacional da Chapada dos Veadeiros. 
André  Ganem  Coutinho¹,  Daniel  Luis  Mascia  Vieira²,  Alexandre  Bonesso  Sampaio³  e  Isabel  Belloni 
Schmidt4. 

¹Biólogo, aluno do Programa de Pós‐graduação em Ecologia, IB ‐ UnB. ²Pesquisador da Embrapa, 
Recursos  genéticos  e  Biotecnologia  –  Embrapa  Cenargen  e  professor  do  Programa  de  Pós‐
graduação  em  Ecologia,  IB  –  UnB.  ³Analista  ambiental  do  Centro  Nacional  de  Pesquisa  e 
Conservação da Biodiversidade do cerrado e caatinga – CECAT/ICMBIO. 4Professora do Dept. de 
Ecologia, IB – UnB. 

A  competição  com  espécies  exóticas  invasoras  é  um  importante  filtro  biótico  para  o 
estabelecimento de espécies nativas na restauração de comunidades vegetais. No Brasil, o bioma 
Cerrado é intensamente degradado para a criação de pastos, formados por gramíneas exóticas 
africanas, que são invasoras nesse ecossistema, devido à sua grande capacidade competitiva. A 
competição  com  essas  gramíneas  é  o  principal  desafio  para  o  estabelecimento  de  espécies 
vegetais  nativas  na  restauração  de  savanas  brasileiras.  Para  evitar  o  reestabelecimento  das 
exóticas,  o  recobrimento  inicia  do  solo  por  outras  herbáceas  é  uma  etapa  importante  das 
estratégias  de  restauração.  No  Cerrado,  a  semeadura  direta  tem  sido  aplamente  aplicada  na 
restauração, e utiliza uma grande densidade de sementes, o que intensifica o recobrimento e 
facilita o plantio de herbáceas. O objetivo deste trabalho é avaliar três técnicas de semeadura, 
baseadas em diferentes composições de espécies semeadas, no controle de gramíneas exóticas. 

No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO, Brasil), a restauração de cerrado 
em  uma  área  utilizada  anteriormente  para  pasto  é  realizada  desde  2012.  Anualmente,  as 
gramíneas exóticas são retiradas e espécies nativas são plantadas. Em uma área de restauração 
iniciada em 2015, foram estabelecidas 27 parcelas de 20x20m, compondo um experimento com 
dois fatores: tipo de solo (mal drenado, bem drenado e rochoso) e composição de herbáceas 
plantadas  (gramíneas  nativas  diversas,  Stylosanthes  capitata,  ou  Lepidaploa  aurea),  com  3 
parcelas  para  cada  combinação  de  tipo  de  solo  e  composição  de  herbácea.  11  espécies  de 
arbustos e uma de árvore também foram plantadas nas parcelas. Uma amostragem da cobertura 
vegetal foi realizada em abril de 2016 e outra será feita em abril de 2017. 

No resultado da primeira amostragem, a cobertura média de gramíneas exóticas foi de 
92%, a de gramíneas nativas foi de 564%, a de S. Capitata foi de 148%, e a de L. Aurea foi de 75%. 
Não  houve  diferenças  significativas  de  cobertura  de  exóticas  entre  os  tratamentos  de 
composição  de  espécies  semeadas.  A  cobertura  de  exóticas,  nativas  e  S.  Capitata  foi 
significativamente menor em solo rochoso. A cobertura de L. Aurea foi significativamente menor 
em solo úmido. Os resultados evidenciam que as três composições têm igual impacto sobre o 
estabelecimento de gramíneas exóticas, mas o tipo de solo é determinante para o sucesso inicial 
das  exóticas  e  nativas,  o  que  pode  alterar  o  resultado  da  competição.  Resultados  futuros 
permitirão obter conclusões mais precisas. 

Palavras chave: semeadura direta, restauração vegetal, pasto abandonado, Cerrado, competição entre gramíneas, 
gramíneas invasoras, gramíneas nativas. 

Livro Herpetofauna da Chapada dos Veadeiros 
Arthur Sena Santos¹, Reuber Albuquerque Brandão² 

¹Graduando  em  engenharia  florestal,  Laboratório  de  Fauna  e  Unidades  de  Conservação,  UnB. 
²Doutor no Dpt. de Engenharia Florestal, Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação, UnB. 

1‐ Introdução 
No  Cerrado,  a  savana  mais  biodiversa  do  planeta,  apresenta  uma  herpetofauna  rica  e  com  
elevada  taxa  de  endemismo  quando  comparada  aos  demais  vertebrados,  com  480  espécies, 
sendo 33 Amphisbaena, 76 lagartos, 158 serpentes e 213 anfíbios anuros (Valdujo et al. 2012). 
Dessas  267  espécies  de  répteis,  113  são  endêmicas  (42%),  sendo  38  lagartos  (50%),  21 
Amphisbaena (64%) e 54 serpentes (35%) (Azevedo et al, 2016). Na Chapada dos Veadeiros, uma 
região  de  especial  importância  biológica  no  Cerrado,  ocorrem  48  espécies  de  serpentes,  57 
anfíbios, cinco quelônios, duas de jacarés, 23 lagartos e duas anfisbênias. Apesar dessa elevada 
diversidade,  essa  informação  se  encontra  dispersa  e  ainda  existem  diversas  lacunas  de 
informação  que  precisam  ser  preenchidas  para  o  melhor  conhecimento  e  conservação  da 
herpetofauna da Chapada dos Veadeiros.  
2‐ Objetivos: 
Compilar  a  informação  sobre  a  diversidade  de  Répteis  e  Anfíbios  que  ocorrem  na  região  da 
Chapada dos Veadeiros; 
Construir um guia de campo ilustrado sobre a herpetofauna da Chapada dos Veadeiros; 
3‐ Material e Metódos 
A lista de espécies será produzida a partir da revisão de artigos científicos, teses, dissertações e 
monografias,  relatórios  técnicos  e  outros  documentos.  A  lista  será  complementada  com 
informações de campo obtidas pelos autores. 
Cada espécie será apresentada em uma ficha padrão, contendo fotos de adultos e juvenis, uma 
breve  descrição  taxonômica,  uma  breve  descrição  da  morfologia  e  características  externas, 
informações  sobre  história  natural,  uma  breve  descrição  de  larvas  (no  caso  de  anfíbios)  e  da 
vocalização (no caso de anfíbios).   
4 – Resultados 
São conhecidas até o momento 137 espécies da herpetofauna do Parque Nacional da Chapada 
dos Veadeiros e região. Existem diversas espécies restritas à Chapada dos Veadeiros, associadas 
aos ambientes rochosos.  
5 ‐ Conclusão 
Um  guia  fotográfico  das  espécies  da  região  irá  contribuir  para  que  a  população  conheça  e  se 
interesse por esses animais, ajudando em sua conservação.  
Apresentar  os  turistas  as  diferenças  entre  serpentes  peçonhentas  e  não‐peçonhentas  ajuda  a 
evitar acidentes ofídicos no Parque, que é uma região muito procurada por diferentes tipos de 
visitantes.  
Palavras chave: cerrado, diversidade, serpentes, anfibios, chapada dos veadeiros, livro. 
Os saberes das águas: Por um diálogo interepistêmico 
Carla Ladeira Pimentel Águas¹ 
¹Doutora em Sociologia, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão 
no  Ensino  Superior  e  na  Pesquisa  (INCTI),  GO.  E‐mail  e  telefone:  carlaaguas@gmail.com,  (61) 
98272‐1440. 

A presente proposta visa analisar as possibilidades de diálogo entre diferentes matrizes 
epistêmicas,  tendo  como  tema  central  a  água  –  seus  significados,  seus  usos,  seus  mitos,  sua 
produção,  conservação  e  relação  com  a  vida  cotidiana  e  o  sagrado.    Desde  a  perspectiva  das 
Ciências  Sociais,  esta  trajetória  será  percorrida  tendo  como  pano  de  fundo  teórico  e 
metodológico o conceito de epistemologias do Sul e dois de seus procedimentos sociológicos 
centrais – a sociologia das ausências e a sociologia das emergências – considerando que, para 
Boaventura de Sousa Santos (2006), a racionalidade ocidental é indolente, por não reconhecer e 
por  desperdiçar  as  experiências  sociais  disponíveis  e  possíveis  do  mundo.  Esta  proposta 
encontra‐se  ainda  em  fase  inicial,  tendo  em  vista  que  será  foco  de  uma  pesquisa  de  pós‐
doutorado, a ser desenvolvido no decorrer de 2017/18 pelo Centro de Pesquisa e Pós‐Graduação 
sobre as Américas da Universidade de Brasília (CEPPAC/UnB). Portanto, ainda a título preliminar, 
vislumbra o desenvolvimento de estudos comparados envolvendo comunidades quilombolas da 
Chapada dos Veadeiros (Kalunga e Moinho), região produtora de água; do Sertão pernambucano 
(Conceição das Crioulas); bem como povos originários da Cordilheira Oriental dos Andes (região 
da Bacia do Jatun Mayu).  

Esse caminho futuro terá, como ponto de partida, uma reflexão – a ser sistematizada 
sob  a  forma  de  um  primeiro  artigo  –  acerca  das  possíveis  aproximações  entre  as  discussões 
científicas de vanguarda acerca do tema “água” e conhecimentos ancestralmente acumulados 
em variadas partes do mundo. Esse ensaio teórico será o fundamento preliminar dos posteriores 
percursos em campo, que pretendem incluir espaços de debates em termos interepistêmicos e 
fomentar iniciativas de articulação interinstitucional entre diferentes parceiros. 

Palavras chave: água, epistemologias do Sul, saberes ancestrais, comunidades quilombolas, povos originários. 
 

TOCANTINS: Um olhar sobre o patrimônio sociocultural e socioambiental 
a partir da prática de espeleoturismo em Arraias e Aurora do Tocantins 

Charles  Pereira  Barros¹,  e‐mail:  barrosepereira@gmail.com;  Fernanda  Gomes  da  Silva²,  e‐mail: 
fernandagomes.tur@gmail.com;  Sandra  Ferreira  dos  Santos³,  e‐mail:  santossandra@uft.edu.br; 
Valdirene Gomes dos Santos de Jesus4, e‐mail: jesuseval@uft.edu.br; Wagner Pereira dos Reis5, e‐mail: 
wagner.p.r@uft.edu.br. 

O  estudo  aborda  a  diversidade  do  patrimônio  sociocultural  e  socioambiental  do 


Tocantins a partir da socialização dos resultados preliminares do curso de espeleoturismo e as 
práticas de educação ambiental realizado na Gruta da Lapa do Bom Jesus/Arraias e da Gruta do 
Mouras e do Urso/Aurora. A região apresenta uma diversidade potenciais atrativos turísticos, 
que variam em relação a sua natureza: destaca‐se os rios, cachoeiras, cavernas, flora e fauna, os 
sítios  de  arqueologia,  paleontologia,  os  modos  de  ser,  as  expressões  e  os  saberes  das 
comunidades  tradicionais,  que  podem  se  constituir  em  opções  de  ecoturismo,  turismo  de 
aventura,  turismo  cultural,  religioso  e  gastronômico.  A  metodologia  do  trabalho  teve  como 
referência o curso de Espeleoturismo e Prática de Educação Ambiental, realizado pelo Curso de 
Turismo Patrimonial e Socioambiental/Arraias em parceria com o Centro Universitário Fundação 
Santo André, Sociedade Brasileira de Espeleologia, secretaria municipais de Arraias e Aurora, sob 
coordenação  do  Professor  Dr.  Luiz  Afonso  Vaz  de  Figueiredo,  com  carga  horária  de  32  horas, 
sendo  18h  teóricas  e  14h  práticas,  voltados  para  situações  de  aplicação  de  conhecimentos 
teóricos/práticos  sobre  potencial  turístico  de  cavernas.  Espera‐se  com  o  estudo  que  os 
acadêmicos possam implantar roteiros de espeleoturismo na Gruta da Lapa, Gruta dos Mouras e 
Gruta do Urso, considerando grande potencial que essas cavernas possuem, a diversidade na sua 
formação,  a  beleza  cênica,  variedade  de  espeleotemas,  amplitude,  fósseis  da  megafauna  e  a   
facilidade  do  acesso.  Considera‐se  que  a  UFT  e  mais  precisamente  o  Curso  de  Turismo 
Patrimonial  e  Socioambiental,  possui  condições  privilegiadas  para  potencializar  o 
desenvolvimento do turismo regional, realização ações de formação, capacitação, elaboração de 
roteiros e o planejamento de circuito das cavernas da região das Serras Gerais empoderando a 
comunidade local. 

Palavras‐Chave:  Espeoloturismo.  Educação  ambiental.  Patrimônio  sociocultural  e  socioambiental.  Roteiros 


Turísticos. Desenvolvimento Regional. 

Composição  e  estrutura  da  comunidade  lenhosa  em  Mata  Seca  e  a 


diversidade beta da vegetação na área de ampliação no Parque Nacional 
da Chapada dos Veadeiros, Goiás, Brasil. 
Daniela Ramalho Romão¹, José Roberto Rodrigues Pinto² 

¹Mestranda em Botânica, IB – UnB. E‐mail e telefone: danielaramalho22@gmail.com, (61) 3107‐
2967. ²Professor adjunto da UnB. E‐mail e telefone: jrrpinto@unb.br, (61) 3107‐5615. 

Tendo em vista a importância da ampliação da área do Parque Nacional da Chapada dos 
Veadeiros (PNCV) para a preservação do Cerrado, o objetivo do presente estudo é avaliar o ganho 
em  termos  de  diversidade  beta  da  vegetação  lenhosa  que  o  PNCV  terá  com  a  inclusão  da 
fitofisionomia Mata Seca a partir da ampliação da sua área.  Na área de Mata Seca amostrada 
será  avaliada  a  composição,  a  riqueza  e  a  diversidade  de  espécies  lenhosas;  serão  listadas  as 
espécies  lenhosas  raras  e  endêmicas  e  a  estrutura  da  vegetação  será  descrita  com  base  nos 
parâmetros fitossociológicos e na distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro e de altura. 
A riqueza e a diversidade de espécies lenhosas presentes na Mata Seca serão comparadas com 
outras fitofisionomias já amostradas na região do PNCV e com outras Matas Secas amostradas 
na região nordeste de Goiás. Ao final será calculada a diversidade beta da vegetação lenhosa na 
região  da  Chapada  dos  Veadeiros.  O  inventário  seguirá  o  protocolo  do  Manual  para  o 
monitoramento  de  parcelas  permanentes  nos  biomas  Cerrado  e  Pantanal  para  Florestas 
Estacionais,  sendo  coletados  diâmetro,  altura  e  identificação  botânica  de  todos  os  indivíduos 
lenhosos. A diversidade alfa da Mata Seca e das demais fitofisionomias amostradas em outros 
trabalhos  será  calculada  pelo  Índice  de  Shannon  e  a  uniformidade  dos  indivíduos  entre  as 
espécies será calculada através do Índice de Pielou. A fitogeografia, o endemismo e a raridade 
das espécies da Mata Seca amostrada serão determinados através de buscas na Flora do Brasil 
2020, Livro Vermelho da Flora do Brasil e Species Link 2016. A caracterização estrutural da área 
amostrada será por meio de parâmetros fitossociológicos (densidade, dominância, frequência e 
valor de importância) e da distribuição de frequência dos indivíduos em classes de diâmetros e 
de  alturas.  A  caracterização  fitogeográfica  se  dará  por  meio  do  cálculo  da  diversidade  beta 
(utilizando os índices de similaridade de Sørensen e Czekanowski), da comparação da riqueza 
entre áreas com esforço amostral diferente (por meio de curvas de acumulação de espécies), da 
comparação da riqueza entre as fitofisionomias (utilizando curvas de rarefação), da comparação 
da diversidade alfa entre as comunidades vegetacionais (por meio de perfis de diversidade), da 
verificação das diferenças florísticas e estruturais entre as comunidades (utilizando o método de 
classificação por Two‐way Species Indicator Analysis‐TWINSPAN) e da organização espacial das 
comunidades (utilizando o método de ordenação Non‐metric Multidimensional Scaling‐NMDS).  

Indicadores de sustentabilidade como ferramenta de gestão para a APA 
de Pouso Alto 
Júlio Cesar S. Itacaramby¹ 
¹Gestor ambiental e advogado, UNISUL, GO. E‐mail e telefone: julio.itacaramby@gmail.com, (62) 
99977‐9908. 

Trabalho  voltado  para  a  apresentação  da  metodologia  do  Barômetro  da 


Sustentabilidade como indicador de sustentabilidade para a gestão da unidade de conservação 
APA de Pouso Alto, localizada na região da Chapada dos Veadeiros. No trabalho é mostrado o 
contexto  de  criação  da  UC,  assim  como  a  criação  e  homologação  do  seu  respectivo  plano  de 
manejo.  A  proposta  de  implementar  a  metodologia  do  Barômetro  de  Sustentabilidade  visa 
otimizar a gestão da APA, através de um mecanismo de avaliação e monitoramento que venha 
embasar as ações e políticas públicas na região, assim como auxiliar na revisão quinquenal do 
plano de manejo. O Barômetro de Sustentabilidade foi escolhido como proposta para solução 
para atingir a sustentabilidade na APA por trazer componentes de aferição do bem‐estar humano 
e bem‐estar do ecossistema. Verifica‐se que é uma metodologia de simples aplicação, uma vez 
que  já  pode  ser  aplicada  em  diversas  escalas,  desde  a  avaliação  do  Brasil,  de  estados,  bacias 
hidrográficas e municípios. O seu maior desafio seria a vontade política de aplicação pelo órgão 
gestor da APA, de modo que uma possível solução seria a construção de um projeto em parcerias 
com ONGs da área ambiental. 

Palavras‐chave: Indicadores de sustentabilidade. Unidade de Conservação. Área de Proteção Ambiental. 
Gestão. Barômetro da Sustentabilidade.  

Plantando desertos: O cerrado ilhado 
Maria Beatriz Maury¹, Gislaine Disconzi² e Ruy Alcides de Carvalho³ 

¹Doutora  pelo  Centro  de  Desenvolvimento  Sustentável  (CDS)  da  UnB.  E‐mail: 
beatriz.maury@gmail.com;  ²Mestre,  Pesquisadora  associada  ao  Instituto  Amada  Terra  de 
Inclusão  Social,  GO.  E‐mail:  gisdisconzi@gmail.com;  ³Mestre  pela  Universidade  Católica  de 
Brasília. E‐mail: ruynto@gmail.com. 

O Cerrado é o segundo maior bioma em extensão da América do Sul. Faz transição com 
a Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e abriga as mais importantes bacias hidrográficas 
da América do Sul, como a Amazônica, a Platina e a do São Francisco. Ambiente extremamente 
delicado que cresce em solos pobres, sendo sua oferta de água limitada ao período das chuvas e 
período  seco  intenso,  e  ainda  assim  abriga  grande  diversidade.  O  Cerrado  é  uma  floresta  de 
cabeça para baixo, suas plantas investem em colocar o carbono nas raízes. Há uma quantidade 
de carbono em cima do solo e três vezes mais embaixo. Durante a seca, o primeiro metro de solo 
seca completamente, mas as plantas continuam retirando água das camadas mais profundas, 
com suas raízes muito longas. Com a transpiração, o Cerrado libera a água que capta em forma 
de vapor, mesmo durante a seca. Quando se desmata Cerrado, perde‐se o que está na parte 
aérea, mas o estoque de carbono sob o solo é bem maior. No desmatamento, o carbono da parte 
aérea queima rápido, mas as raízes vão se decompondo ao longo do tempo e liberando carbono. 
Dados  do  MCTI  mostram  que  as  emissões  do  Cerrado  se  equivalem  às  da  Amazônia.  O 
desmatamento  do  Cerrado  provoca  danos  irreversíveis,  especialmente  aos  recursos  hídricos, 
contribuindo em muito para o aquecimento global. O desmatamento provoca a insularização do 
Cerrado restante tornando as áreas esvaziadas de riqueza biológica, fenômeno denominado por 
David Quamenn de decaimento de ecossistemas. O Programa Mundial de Levantamento sobre a 
Água, da ONU diz que os segmentos agrícolas utilizam em torno de 70% do consumo água total. 
Em alguns países emergentes, de rápido crescimento da economia, esse percentual pode chegar 
a 90%. No Brasil, 72% das vazões de consumo vão para a agricultura ‐ em especial a irrigada. O 
uso da irrigação, por pivô central nas áreas de Cerrado, tem efeito negativo para o bioma, com a 
diminuição dos recursos hídricos e com o desvio e esgotamento de reservatórios próximos ou 
sobre  as  veredas,  nascentes,  córregos  e  rios  para  abastecer  os  pivôs.  Além  da  contaminação 
química  das  águas  e  da  biota,  principalmente  nas  proximidades  de  pivôs.  O  presente  resumo 
pretende mostrar de forma expositiva resultados de pesquisa sobre o impacto do agronegócio 
nos recursos hídricos no Brasil, no Distrito Federal e na Chapada dos Veadeiros, apresentando 
dados da ANA, Embrapa e outras fontes, ilustrando com imagens de satélites e fotografias locais. 

Palavras chave: Cerrado, agronegócio, impactos, recursos hídricos, crise hídrica. 

Raizeiros de Alto Paraíso: saberes ameaçados 
Mieko Ferreira Kanegae, Daniela Ribeiro e Clara Carmoni. 

Os  raizeiros  são  pessoas  reconhecidas  pelas  comunidades  por  serem  detentores  de 
conhecimento sobre os recursos naturais e manipularem plantas medicinais. Muito procurados 
especialmente  pela  elaboração  de  medicamentos  caseiros,  como  garrafadas  e  xaropes, 
apresentam  conhecimentos  empíricos  para  identificar,  coletar,  preparar  seus  compostos 
medicinais,  além  de  instruírem  as  pessoas  que  a  eles  recorrem  sobre  formas  naturais  de 
erradicarem suas enfermidades. Dentre eles existem os que assimilaram esses conhecimentos 
de  seus  antepassados  e  outros  que  aprendem  por  observação  da  natureza  e/ou  intuição 
espiritual.  Este  projeto  teve  seu  início  quando  uma  estudante  da  UnB  Cerrado  mostrou  ter 
amplos  conhecimento  das  plantas  medicinais  do  Cerrado.  Então  verificamos  com  antigos 
moradores quem eram os raizeiros que outrora foram referência para a comunidade e aqueles 
que ainda são. Constatamos que muitos já haviam falecido ou estavam com idade avançada, e 
ainda, que não se ouvia falar em novos raizeiros aprendizes. Considerando esse saber ameaçado, 
tanto pela idade dos seus atores, quanto pela falta de interesse dos filhos darem continuidade a 
este legado; também pela perseguição religiosa e ainda, por determinadas classes trabalhistas e 
órgãos  governamentais  e  por  fim  pela  ameaça  de  desaparecimento  de  diversas  plantas  do 
Cerrado, santuário de onde são retiradas as matérias primas para execução desse notório saber, 
o presente trabalho apresentou os objetivos: 1. Identificar a árvore genealógica da transmissão 
do conhecimento dos raizeiros que moram no município de Alto Paraíso de Goiás. 2. Documentar 
as entrevistas, rodas de conversas e saídas acampo por meio de fotos, filmagens e gravação de 
voz.  3.  Identificar  as  espécies  de  plantas  medicinais  do  Cerrado  que  hoje  são  mais  difíceis  de 
encontrar ou que até desapareceram. 4. Identificar os produtos tradicionais fitoterápicos mais 
utilizados  na  atualidade  e  comparar  com  os  mais  utilizados  há  20  anos,  avaliando  se  existe 
variação  entre  as  espécies  vegetais  mais  procurados  de  acordo  com  as  microrregiões.  5. 
Identificar as causas das desistências do ofício por parte de alguns raizeiros e não continuidade 
da transmissão do conhecimento para as próximas gerações. 6. Confeccionar livreto e DVD com 
os dados coletados e realizar exposição itinerante em escolas e eventos. O projeto "Raizeiros de 
Alto  Paraíso:  saberes  ameaçados”  está  em  execução  desde  fevereiro  de  2016,  com  apoio 
financeiro do Fundo de Arte e Cultura da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte do Estado de 
Goiás (SEDUCE). Foram entrevistados 12 raizeiros de Alto Paraíso e produzido o curta‐metragem 
“Raizeiros: saberes ameaçados”, com 34 minutos de duração, que retrata um pouco da vida e 
obra  desses  cidadãos,  patrimônio  cultural  imaterial  da  humanidade.  Tanto  o  documentário 
quanto a exposição já foram divulgados para mais de 500 pessoas dentre turistas e moradores, 
inclusive em eventos de grande circulação como: I Encontro de Raizeiros e Pajés na Chapada dos 
Veadeiros; VI Feira de Sementes e mudas da Chapada dos Veadeiros; Seminário Internacional de 
Gestão  Integrada  do  Território;  ENJAP  –  I  Encontro  da  Juventude  de  Alto  Paraíso.  Todos  os 
raizeiros reportaram o velame branco (Macrosiphonia velame) como uma espécie que está mais 
difícil de ser encontrada sendo o principal motivo a retirada indevida da planta. Buscamos então 
resgatar e salvaguardar o que ainda resta destes saberes e fazeres, além de estimular as próximas 
gerações na perpetuação dos costumes tradicionais, desmistificando e quebrando preconceitos, 
por  meio  de  ações  propostas  como:  palestras,  oficinas,  exposições,  entre  outras  que  foram  e 
estão sendo ofertadas para a comunidade em geral. 

Palavras chaves: raizeiros, plantas medicinais, patrimônio imaterial, saberes ameaçados. 
Agricultura  familiar  em  transição  agroecológica:  Soberania/Segurança 
alimentar e conservação. 
Nina Paula Laranjeira¹, César Adriano de Souza Barbosa². 

¹Doutora, Centro UnB Cerrado ‐ Alto Paraíso, GO. E‐mail e telefone: ninalaranjeira@gmail.com, 
(61)  99989‐1881;  ²Mestre,  Centro  UnB  Cerrado  ‐  Alto  Paraíso,  GO.  E‐mail  e  telefone: 
sat.altoparaiso@hotmail.com, (62) 98247‐5191. 

A população total da Chapada dos Veadeiros – microrregião do nordeste Goiano ‐ é de 
62.684  habitantes,  dos  quais  20.544  (32,77%)  vivem  na  área  rural,  sendo  3.347  agricultores 
familiares¹ 1.412 famílias assentadas², 06 comunidades quilombolas e 01 terra indígena³. Com 
baixos índices socioeconômicos, a Chapada dos Veadeiros, além de patrimônio natural, guarda 
significativa  diversidade  cultural,  decorrente  de  diferentes  ondas  históricas  de  ocupação  da 
região. No entanto, grande parte da população local não tem oportunidades de acesso a políticas 
públicas  e  formação  adequada  para  associar  aos  seus  saberes  e  fazeres  tradicionais,  os 
conhecimentos técnico‐científicos necessários para a melhoria de suas iniciativas de trabalho, 
geração de renda e alimentação saudável, e uso sustentável das riquezas naturais. Considerando 
a necessidade de conservação da região, o papel da agricultura familiar, com ênfase na produção 
agropecuária de base agroecológica, contribui diretamente com a melhoria da qualidade de vida 
da  região:  Soberania  e  Segurança  Alimentar  e  Nutricional  (SSAN)  e  conservação  dos  recursos 
naturais.  O  fortalecimento  da  agricultura  familiar  é  uma  forma  de  garantir  o  acesso  das 
populações urbanas a alimentos em quantidade e qualidade adequadas, a preços mais acessíveis, 
além  da  inclusão  produtiva  dos  agricultores.  A  ocupação  deste  território  pela  agricultura 
industrial (agronegócio), sobretudo a sul, ou seja, São João D´Aliança e sul de Alto Paraíso de 
Goiás, provocou mudanças na economia regional e colaborou com o esvaziamento do campo. A 
quase total ausência de políticas públicas para o campo em geral, e para a agricultura familiar 
especificamente, até o início dos anos 2000, foi levando os jovens para as cidades, em busca de 
estudos e oportunidades de trabalho. A monocultura provocou significativas perdas de áreas de 
Cerrado,  causando  impactos  visíveis  para  as  águas.  As  ações  do  NASPA  estão  voltadas  para  a 
instauração  de  processos  formativos,  junto  a  agricultores  familiares  e  jovens  do  campo, 
colaborando  para  a  ampliação  de  seus  conhecimentos  sobre  agroecologia  e  conservação 
ambiental,  alimentação  saudável  e  segurança  alimentar,  organização  social  e  trabalho 
cooperativo, voltadas à inclusão produtiva, geração de renda e manutenção do jovem no campo.  

(¹  Fonte:  IBGE,  2010;  ²  INCRA,2010;  ambos  em  http://sit.mda.gov.br/  acesso  em  junho  de  2016;³ 
http://www.territoriosdacidadania.gov.br/dotlrn/clubs/territriosrurais/chapadadosveadeirosgo,  acesso 
em junho de 2016). 

A contribuição econômica do turismo no Parque Nacional da Chapada 
dos Veadeiros 
Paula O. Gomes¹, André A. Cunha² 

¹Mestranda  em  Turismo,  Centro  de  Excelência  em  Turismo  (CET),  UnB.  E‐mail  e  telefone: 
paula.gomes.df@gmail.com, (61) 99963‐1783. ²Professor adjunto do Dpt. de Ecologia, IB – UnB. 
Centro de Excelência em Turismo, UnB. Centro de Estudos Avançados da Chapada dos Veadeiros, 
UnB Cerrado. E‐mail e telefone: cunha.andre@gmail.com, (61) 98175‐7170. 

O turismo em áreas protegidas, cada dia mais popular, tem causado tanto entusiasmo 
como preocupação, uma vez que pode gerar relevantes ganhos para  a economia local, maior 
sensibilização da importância da conservação, assim como novos incentivos para os governos e 
comunidade local. De outro lado, os atrativos naturais podem ser degradados se não estiverem 
devidamente planejados para receber o visitante. Os parques nacionais têm demonstrado que 
as atividades de ecoturismo também geram valores econômicos, se comparados a outros usos 
do solo, como a agricultura. O objetivo da pesquisa é estimar o impacto econômico da visitação 
no  Parque  Nacional  da  Chapada  dos  Veadeiros  (PNCV),  analisando‐se  as  variáveis  mais 
significativas dos gastos dos visitantes na região relacionadas ao valor de uso para a recreação, e 
também  da  disposição  a  pagar  pelo  valor  de  uso  e  de  não  uso  dos  visitantes.  As  hipóteses 
consideram renda e idade as variáveis preditoras dos gastos efetivos dos visitantes; e renda, nível 
de escolaridade e preocupação ambiental da disposição a pagar. A área de estudo, reconhecida 
como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, mantêm também o habitat de espécies 
ameaçadas de extinção, endêmicas e outras ainda não conhecidas pela ciência, a qual no ano de 
2015  recebeu  mais  de  56  mil  visitantes.  A  coleta  de  dados  ocorreu  em  5  períodos  distintos, 
totalizando  19 dias, 593 entrevistados. A entrevista por formulário, aplicada aos visitantes na 
saída  da  visita  ao  parque,  incluiu  questões  sociodemográficas;  gastos  efetivos  da  viagem, 
disposição  a  pagar  para  uma  taxa  de  visitação,  e  para  conservação  dos  atributos  naturais  do 
PNCV, preocupação ambiental do visitante, necessidade de atividades/serviços diversificados na 
região; sugestão para melhoria dos serviços do parque e motivo da visita ao parque. A análise 
preliminar  dos  dados  aponta  os  gastos  médios  por  visitante  em  torno  de  R$270/por  dia  de 
viagem e duração média de 5 dias. Do total de pesquisados, em torno de 91% está disposto a 
pagar uma taxa de ingresso, e 42% um valor mensal para a biodiversidade do parque, podendo 
gerar em torno de R$1 milhão/ano para ingresso e R$1,4 a 1,7 milhão/ano de contribuição para 
conservação do parque. O índice de 4,75, numa escala de 0 a 5, demonstra alta preocupação 
ambiental do visitante quanto às questões de conservação. Essa pesquisa busca demonstrar os 
benefícios  econômicos  fornecidos  pelos  serviços  ambientais  e  a  contribuição  do  PNCV  para  a 
economia local, e ainda fornecer subsídios ao poder público e propor formas de arrecadação para 
as áreas protegidas, como por exemplo, a cobrança de taxa de visitação. 

Palavras‐chave: turismo de natureza, áreas protegidas, visitação, valor de uso, valor de legado, valor de 
existência. 

Pato‐mergulhão Mergus octosetaceus no Parque Nacional da Chapada 
dos Veadeiros e seu entorno. 
Paulo de Tarso Zuquim Antas¹, Vivian Braz², Gislaine Disconzi³, Marcos Aires Pereira4 e Rafael Aires5. 

¹Biólogo, Fundação Pró‐Natureza, Brasília. E‐mail e telefone: ptzantas@outlook.com, (61) 3274‐
5358. ²Bióloga, Funatura; 3Bióloga, Funatura; 4Geógrafo, Funatura; 5Biólogo, Funatura. 

O pato‐mergulhão é uma das espécies mais ameaçadas das Américas, sendo o anatídeo 
em maior risco de extinção do continente (Antas 1996). Em boa parte da metade inicial do século 
XX foi dado como extinto e a partir da década de 1950 surgiram os primeiros trabalhos em campo 
com a espécie na província de Misiones, Argentina (Partridge 1956), ao mesmo tempo que era 
redescoberto no Brasil, a partir de uma pele salgada obtida de um morador de Cavalcante pelo 
coletor do Museu Nacional que acompanhava a expedição Machris à Chapada dos Veadeiros. 

Posteriormente à criação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, a espécie foi 
detectada no curso médio do rio Preto (Yamashita e Valle 1990), bem como na área sugerida 
para expansão do parque na bacia do rio das Pedras (Bianchi et al. 2005) e na RPPN Campo Alegre, 
sendo nesse local encontrado o primeiro ninho da região da Chapada dos Veadeiros (Antas 2005). 

Os trabalhos da Fundação Pró‐Natureza com a espécie na região abrangeram o Parque 
Nacional da Chapada dos Veadeiros, as áreas sugeridas para expansão do mesmo, as RPPNs Serra 
do Tombador, Campo Alegre e Capetinga, a área kalunga do rio das Almas, bem como o médio e 
baixo curso do rio Tocantinzinho. Os principais objetivos foram mapear as áreas de ocorrência, 
avaliar índices de abundância relativa e aprofundar os estudos de biologia e ecologia no rio dos 
Couros e rio Preto, no interior do parque nacional. 

Percorridos  cerca  de  350km  de  rios,  com  a  detecção  de  cerca  de  40  indivíduos. 
Documentada  concentração  de  um  grupo  de  8  no  poço  da  Capivara  no  interior  do  parque 
nacional. Maiores valores populacionais nos rios Preto (parque nacional), Tocantinzinho e das 
Pedras  (área  de  expansão).  Dois  novos  ninhos  encontrados  no  parque  nacional  e  feita  a 
compatibilização entre visitação e proteção nas regiões dos cânions 1 e 2 após verificação de 
impacto  sobre  a  reprodução.  Por  força  do  abandono  do  primeiro  ninho,  dois  ovos  levados  à 
incubadora em Brasília, com sucesso na incubação dos mesmos e fracasso na eclosão, talvez por 
transporte inadequado para Poços de Caldas nos últimos dias. Cinco indivíduos capturados, com 
coleta  de  dados  e  sangue  enviado  para  análises  genéticas  na  UFMG.  Todos  com  rádios 
transmissores instalados e com funcionamento por até 60 dias. 

Além do parque nacional, a espécie está presente nas RPPNs listadas, sendo a Campo 
Alegre  aquela  com  maior  informação.  Na  área  proposta  para  expansão  do  parque  nacional  a 
ocorrência  se  deu  desde  as  cabeceiras  até  a  saída  do  cânion  do  rio  das  Pedras,  próximo  a 
Aurominas.  Nessa  região  também  foram  detectadas  mais  três  espécies  de  aves  muito 
ameaçadas.  A  incorporação  dessa  porção  da  bacia  do  rio  das  Pedras  nos  limites  do  Parque 
Nacional  da  Chapada  dos  Veadeiros  auxilia  de  forma  significativa  a  conservação  do  pato‐
mergulhão e demais espécies ameaçadas. 

Esse  trabalho  foi  financiado  pela  Fundação  Grupo  Boticário  de  Proteção  à  Natureza, 
agradecendo ainda ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, CEMAVE ‐ Centro Nacional de 
Pesquisa para a Conservação das Aves Silvestres e Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade pelos diferentes apoios institucionais e de autorizações para sua realização. 

ANTAS, P.T.Z. 1996. The Brazilian Merganser (Mergus octosetaceus), the most threatened duck in South America. 
Gibier Faune Sauvage, Game Wildl, v. 13, Juin 1996, p. 799‐800. 

ANTA, P.T.Z. 2005. Aves da RPPN Campo Alegre, Alto Paraíso de Goiás, GO. Relatório Fundação Pró‐Natureza. 

ANTAS, P.T.Z.; BRAZ, V.S.; FRANÇA, F.G.R.; PEREIRA, M.A.; DISCONZI, G. 2009. Mergus octosetaceus na chapada dos 
Veadeiros,  GO.  Dados  biométricos  e  de  ninhos,  expansão  de  ocorrência  local  e  radiotelemetria.  Resumos  XVII 
Congresso Brasileiro de Ornitologia, Aracruz, ES: 25. 

BIANCHI, C.A.; BRANT, S.; BRANDÃO, R.A.; BRITO, B.F. New records of Brazilian Merganser Mergus octosetaceus in 
the rio das Pedras, Chapada dos Veadeiros, Brazil. Cotinga, v. 24, p. 72–74, 2005. 

BRAZ, V.S.; ABREU, T.L.S.; LOPES, L.E.; LEITE, L.O.; FRANÇA, F.G.R.; VASCONCELLOS, M.M.; BALBINO, S.F. Brazilian 
Merganser Mergus octosetaceus discovered in Jalapão State Park, Tocantins, Brazil. Cotinga, v. 20, p. 68‐71, 2003. 

PARTRIDGE, W.H. Notes on the Brazilian Merganser in Argentina. Auk, v. 73, p. 473‐488, 1956. 

YAMASHITA,  C.;  VALLE,  M.C.  Ocorrência  de  duas  aves  raras  no  Brasil  Central:  Mergus  octosetaceus  e  Tigrisoma 
fasciatum fasciatum. Ararajuba, v. 1, p. 107‐109, 1990. 

Levantamento  preliminar  dos  pequenos  mamíferos  não‐voadores  da 


Reserva Natural do Tombador, Cavalcante, Goiás. 
Clarisse Rocha¹ e Alexandre Portella². 

¹Doutora em Ecologia, UnB, UnB Cerrado, GO. E‐mail e telefone: clarisse@unb.br, (61) 98114‐
9655; ²Doutor em ecologia. E‐mail: alexandre.xexa@gmail.com.br, (61) 98127‐8878. 
A Reserva Natural da Serra do Tombador (RNST) é uma Reserva Particular do Patrimônio 
Natural (RPPN), uma categoria de Unidade de Conservação, que está localizada em Cavalcante, 
Goiás. Com área de 8.700 hectares, fica situada a 24 km em linha reta do Parque Nacional da 
Chapada dos Veadeiros (PNCV) e compõe um conjunto de áreas protegidas do bioma Cerrado no 
Planalto Central brasileiro. A RNST foi criada oficialmente em 2009, tendo como proprietária a 
Fundação  Grupo  Boticário  de  Proteção  à  Natureza.  Devido  à  heterogeneidade  espacial 
encontrada na RNST e à relevância desta área recém protegida, com levantamentos da fauna 
local oriundos apenas dos estudos de diagnóstico, foi criado o projeto intitulado “Preenchendo 
lacunas: Anfíbios, Pequenos Mamíferos e Peixes da RPPN Reserva Natural Serra do Tombador, 
Cavalcante,  Goiás”,  do  qual  o  subprojeto  de  pequenos  mamíferos  não‐voadores  faz  parte.  O 
levantamento  preliminar  dos  pequenos  mamíferos  não‐voadores  foi  realizado  entre  17  e 
26/11/2016. Trinta armadilhas do tipo Sherman e uma gaiola foram instaladas e permaneceram 
em  operação  durante  quatro  noites,  em  quatro  pontos  de  amostragem,  simultaneamente, 
totalizando 120 Shermans e quatro gaiolas. Após este período, foram transferidas para outros 
quatro  pontos,  funcionando  por  mais  quatro  noites,  perfazendo  um  total  de  992 
armadilhas.noite. Estas foram distribuídas de modo a abranger formações campestres (incluindo 
veredas), savânicas e florestais. Foram utilizadas armadilhas live‐traps do tipo Sherman, iscadas 
e  revisadas  diariamente.  Como  metodologia  complementar  foram  utilizadas  armadilhas 
fotográficas  e  armadilhas  de  queda.  Durante  o  levantamento  de  dados  primários  foram 
registradas  três  espécies  de  roedores:  Oecomys  cf.  bicolor,  Nectomys  cf.  rattus  e  Thrichomys 
apereoides e uma de marsupial: Didelphis albiventris. Estes números são relativamente baixos 
quando comparados à outros estudos realizados com esse grupo no Cerrado. Entretanto, além 
do curto período de amostragem e baixo esforço amostral, os picos de abundância dos pequenos 
mamíferos  ocorrem  no  período  seco.  Por  estes  motivos  recomendamos  a  realização  de,  no 
mínimo,  uma  nova  campanha  para  coleta  de  dados  deste  grupo  durante  o  período  seco. 
Preencher  estas  lacunas  de  conhecimento  é  de  extrema  importância  para  a  preservação  e 
conservação da fauna regional. Agradecimentos: Prof. Reuber Brandão, coordenador do projeto 
e à Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.  

Palavras‐chave: inventário, roedores, marsupiais, Cerrado, RPPN. 
IV Encontro de Pesquisadores da Chapada dos Veadeiros

Realização:

Você também pode gostar