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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS


PALOMA SILVA DOS SANTOS

RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DA PAS

ARACAJU/SE
2021
PALOMA SILVA DOS SANTOS

RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DA PAS

Atividade Apresentada à disciplina


Meio Ambiente e Sociedade, do Curso
de Ciências Contábeis da UNIT como
requisito para avaliação.
Prof. Mário Eugênio

ARACAJU/SE
2021
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE MATA DO JUNCO
CAPELA – SERGIPE

Diagnóstico ambiental nada mais é que a caracterização da qualidade ambiental


atual da área de abrangência do Estudo Ambiental, de modo a fornecer conhecimento
suficiente para embasar a identificação e a avaliação dos impactos nos meios físico,
biológico e socioeconômico. A área de abrangência escolhida foi o Refúgio de Vida
Silvestre Mata do Junto na cidade de Capela – Sergipe, onde resido atualmente.
O Refúgio de Vida Silvestre da Mata do Junco está localizado no centro oriental
do Estado de Sergipe, pertencente à Mesorregião Leste Sergipana e Microrregião
Sergipana do Cotinguiba, abrangendo parte do município de Capela.
Meio físico: Não há um estudo com dados climatológicos sistematizados
específicos da região do Refúgio de Vida Silvestre disponível para consulta pública.
Meio biológico: O RVS Mata do Junco insere-se no contexto do domínio
morfoclimático da Mata Atlântica. Mesmo sendo o segundo maior fragmento de Mata
Atlântica do Estado de Sergipe, a Mata do Junco foi alvo de poucos estudos vegetacionais.
Santos et al., 2007 denominaram-na como um remanescente de Mata Atlântica sub-
decidual, tipo ilhas, com uma variedade baixa de espécies arbóreas provocada pelo
isolamento desses fragmentos. Na fauna, foram registradas para o RVS Mata do Junco e
região 23 espécies de mamíferos, distribuídas em oito ordens, 16 famílias e 22 gêneros.
Ao todo foram duas espécies de marsupiais, dois tatus, um tamanduá, cinco morcegos,
dois primatas, cinco carnívoros, dois veados e quatro roedores e ainda temos a espécie
que virou a cara e marca registrada do Refúgio que é o macaco-guigó.

Fig. 1 – Macaco-guigó em seu habitat natural

Meio Socioeconômico: Em Capela existe uma série de lendas, muitas festas


folclóricas e festividades religiosas, a principal é a Festa do Mastro, realizada no dia de
São Pedro. Como os demais elementos dos festejos juninos que estão ligados à colheita,
os mastros simbolizam a fecundação vegetal, O RVS Mata do Junco está inserido no
contexto da cidade como o local de onde o mastro é retirado.
Fig. 2 – Festa do Mastro

Um problema diagnosticado na Unidade, presente tanto ao longo das trilhas


quanto em seu entorno imediato, compreende a deposição irregular de lixo. A deposição
irregular de lixo pode gerar sérias consequências sobre a herpetofauna. Lagartos
oportunistas como Tupinambis merianae e Ameiva ameiva eventualmente buscam
alimentos no lixo, podendo vir a ser contaminados ou mesmo morrer pela ingestão
acidental de materiais pérfuro-cortantes ou contaminados que podem estar associados aos
restos de comida. Os resíduos líquidos derivados de produtos químicos e/ou até mesmo
de restos alimentares em decomposição podem escorrer até pequenos cursos e poças
d’água, contaminando os mesmos e impedindo o recrutamento de anfíbios cujas desovas
são associadas a estes ambientes. Assim, o lixo acumulado pode também culminar no
aparecimento de muitas espécies exóticas pela presença de sementes de algumas plantas
(tais como frutos cítricos, leguminosas ou mesmo capins) ou pela atração e concentração
de animais associados ao homem, tais como os cães e ratos domésticos.
Por fim, outro impacto verificado no interior da Unidade compreende seu uso para
a caça e para a retirada de madeira. A primeira atividade incide diretamente sobre os
grandes lagartos (especialmente o teiú Tupinambis merianae), ao passo em que a segunda
tende a diminuir a área de vida de espécies arbóreas e a gerar a formação de clareiras, nas
quais as espécies oportunistas de répteis prevalecem e onde as espécies vegetais exóticas,
especialmente os capins, proliferam com maior intensidade.

PROBLEMAS NO AMBIENTE INTERNO


− Retirada de madeira nativa e exótica;
− Retirada de “lenha” seca e verde para cozinhar;
− Desmatamento da Flora e Mata Ciliar;
− Exploração da Taquara;
− Caça de paca, tatu, guigó, aves e outros animais;
− Possibilidade de caçadores;
− Invasão de gado (pela ausência de cerca e vigilância insuficiente);
− Disposição de lixo na área do Refúgio;
− Presença de espécies animais e vegetais exóticas;
− Existência de piscinas artificiais atualmente de uso público;
− Falta de sinalização adequada dos limites do Refúgio;
− Quantidade muito grande de trilhas sem controle de acesso;
− Presença de estradas que cortam a unidade;

PROBLEMAS NO AMBIENTE EXTERNO


− Poluição dos mananciais por indústrias e comunidades;
− Utilização de agrotóxicos nos arredores;
− Expansão urbana desordenada;
− Acúmulo de lixo em locais inapropriados;
− Coleta de lixo municipal deficiente;
− Ausência de saneamento básico nas comunidades do entorno;
− Aumento do fluxo de veículos e da velocidade na Rodovia Miranda SE 226;
− Monocultura da cana-de-açúcar
– Agrotóxicos, fogo, vinhaça;
− Não atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Capela;
− Ausência de políticas públicas voltadas para suprir necessidades de extensão
rural/florestal.

A elaboração do Plano de Manejo do RVS Mata do Junco tomou como base a


realização de um diagnóstico ambiental da área e seu entorno executado a partir de
levantamentos de campo e dados secundários, os quais ampliaram o conhecimento sobre
os meios físico, biótico e socioeconômico relacionados. Para a elaboração do
planejamento buscou - se identificar as forças impulsoras e as restritivas verificadas na
Unidade de Conservação e em seu entorno. Esta etapa contou com os subsídios
produzidos nas Oficinas de Planejamento das quais participaram representantes da
comunidade, bem como representantes dos setores públicos, privado e sociedade civil que
se relacionam direta ou indiretamente com o Refúgio. O planejamento da UC envolve a
definição de objetivos específicos, o zoneamento e a proposição de programas,
abrangendo as ações a serem desenvolvidas pela SEMARH para que o Refúgio atinja os
seus objetivos de criação.
O planejamento das atividades do RVSMJ foi iniciado em 2007, quando a
SEMARH elaborou um diagnóstico da região para subsidiar a criação da UC. Nesse
mesmo ano, foi criado o Refúgio, também foram realizadas reuniões com entidades
públicas de diferentes instâncias governamentais. No início de 2010 foi inaugurada a sede
da UC.
A elaboração do Plano de Manejo do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco
tomou como base um diagnóstico ambiental executado a partir de levantamentos de
campo e dados secundários (obtidos na literatura).
Baseados nos estudos temáticos que embasaram o diagnóstico do RVS Mata do
Junco foram definidos como objetivos específicos:
− Preservar a diversidade biológica do remanescente de Mata Atlântica nordestina
do Estado de Sergipe;
− Contribuir para a recuperação e manutenção dos remanescentes da Mata
Atlântica nordestina;
− Incentivar o desenvolvimento regional integrado através da realização de
atividades recreativas, do turismo ecológico e de práticas conservacionistas;
− Proteger as nascentes do rio Lagartixo, afluente da bacia do rio Japaratuba e
demais recursos hídricos;
− Garantir condições ecológicas para a manutenção das populações de macaco-
guigó Callicebus coimbrai;
− Proteger espécies de aves ameaçadas, tais como: olho-de-fogo-rendado
Pyriglena atra e cuspidor-de-mascara-preta Conopophaga melanops;
− Disponibilizar os recursos naturais à pesquisa científica;
− Incentivar e dar suporte a pesquisas específicas e interdisciplinares que gerem
conhecimento sobre a região e auxiliem na formulação de estratégias de conservação da
Mata Atlântica;
− Contribuir para a promoção do processo participativo das comunidades do
entorno no desenvolvimento de alternativas econômicas sustentáveis e na prática de
atividades sustentáveis;
− Contribuir para a ampliação da oferta turística regional com base no ecoturismo,
turismo científico e turismo educativo;
− Propiciar a visitação, lazer e recreação de forma ordenada, voltados para a
sensibilização ambiental e a valorização e conservação do patrimônio natural;
− Promover a educação ambiental constituindo-se como espaço difusor de práticas
ambientalmente corretas;
− Recuperar os ambientes naturais.
REFERÊNCIAS

Disponível em: <p-content/uploads/2017/02/PlanodeManejoRVSJunco.pdf>


Acessado em 15 de maio de 2021.

Disponível em: < https://www.semarh.se.gov.br/wp-


content/uploads/2017/02/PlanodeManejoRVSJunco.pdf>
Acessado em 16 de maio de 2021.

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