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CAPITULO II – TIPOS DE AMOSTRAGEM

• A finalidade da amostragem é obter um grupo de elementos representativos


da população para que através destes possamos estudar as características
da população sem que seja necessário acessar todos os elementos da
população

• A parcela do grupo examinada é denominada amostra e o grupo todo do


qual se extrai a amostra é chamado de população ou universo

• A população pode ser finita (ex: alunos de uma sala de aula) ou infinita
(ex: produção futura de uma máquina)

• A Amostragem pode ser:

– Probabilística (aleatória ou randômica): todos os elementos da população


tiverem probabilidade conhecida e não nula de pertencer à amostra

– Não Probabilística (não aleatória)

Só a amostragem probabilística permite calcular o erro amostral.


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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA

• A Amostragem Probabilística implica na existência de um sorteio


(seguindo regras bem determinadas)

• Existem vários tipos de amostragem probabilísticas, e além disto, é


também possível usar combinações de várias técnicas de amostragem
probabilística, muito embora seja mais comum utilizar as técnicas isentas
de misturas e, entre estas, as principais são:
1. Aleatória Simples
2. Sistemática
3. Gradativa
4. Ramificada
5. Estratificada
6. Conglomerado
7. Múltipla

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Aleatória Simples
• Amostragem Aleatória Simples (ou ao acaso)

• É o processo de selecionar elementos de uma população onde cada


elemento tem a mesma probabilidade de ser selecionado, isto é, os
elementos são equiprováveis. Esta seleção pode ser feita com reposição
ou sem reposição.

• Consiste em enumerar os elementos de uma população e escolher n


elementos desta sequência, para compor a amostra. A escolha deve ser
feita através de um dispositivo de sorteio de números aleatórios como a
Tabela de Tipet (Edgenworth, Kendall, Fisher...) ou a Tabela de Números
Aleatórios, ou rotinas computacionais de geração de números aleatórios.

• Cada elemento tem probabilidade n/N de pertencer à amostra (N =


tamanho da população e n = tamanho da amostra)

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Aleatória Simples
• Cada elemento da população em um sorteio tem probabilidade 1/N de ser
sorteado, já que são equiprováveis de ser sorteado

• Como são feitos n sorteios, a probabilidade de um elemento pertencer


a amostra, é a probabilidade de que ele seja sorteado no 1º sorteio ou no
2º sorteio ou .....ou no n-ésimo sorteio, que é dada pela soma das
probabilidades:

1/N + 1/N + 1/N + .....1/N = n/N

• Esse quociente é denominado fração de amostragem.

• Podem ser extraídas Nn amostras com reposição e CN,n amostras sem


reposição

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Sistemática
• Os elementos para a construção da amostra são selecionados de forma
sistemática.

• Para aplicação desta técnica é necessário fazer a ordenação dos elementos


da população que serão objeto da seleção.

• Esta técnica representa uma abreviação da Amostragem Aleatória Simples,


uma vez que, só é feito um sorteio aleatório no processo de amostragem

• Após a seleção (por sorteio aleatório) do primeiro elemento que irá compor
amostra, os demais elementos são selecionados de forma periódica.

• Genericamente, sorteia-se aleatoriamente o 1º elemento para compor a


amostra (sorteia-se um nº aleatório que corresponderá a ordem desse
elemento), os demais são retirados numa progressão aritmética de ordem, a
partir da ordem do 1º elemento, usando uma razão r, até completar o total de
elementos da amostra. Assim, os elementos selecionados serão da ordem: a,
a+r, a+2r, a+3r, ... .

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Sistemática
• Por exemplo: Suponhamos que nossa população seja constituída de 1000
elementos e vamos construir amostras de 20 elementos. Os elementos da
população estão devidamente relacionados em forma crescente e verificamos
que a cada 50 elementos 1 será selecionado (1000/20=50). Determinamos por
seleção aleatória um nº de 1 à 50 , por exemplo: 32. Portanto os elementos a
serem selecionados para constituir a amostra serão o : 32°, 82°, 132°, ... .

• Nota: se a variável que se quer analisar tiver oscilações cíclicas e o período


dos ciclos coincidir com o período de retirada dos elementos que comporão a
amostra, este processo induz a um vício de amostragem, sendo pois restrito
seu uso. Se entretanto, os itens ordenados forem totalmente aleatórios ela será
equivalente a amostragem aleatória simples.

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Gradativa
• É feita por etapas, sob a forma de degraus decrescentes escolhidos ao acaso
da população.

• Exemplo: o estudo de uma variável característica de todos os habitantes de


um país. Assim num 1° estágio, poderíamos escolher uma parte do todo
(país), que poderia ser representada por alguns Estados; num 2° estágio
escolheríamos uma parcela menor, por exemplo alguns municípios; num 3°
estágio bairros, depois ruas, etc.

• Nota: Este sistema embora seja eficiente e econômico pode apresentar um


perigo, a pouca representatividade, uma vez que os degraus são escolhidos
ao acaso.

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Ramificada
• Consiste em escolher ao acaso elementos da população, mas efetuar a
pesquisa de todos os elementos “contíguos” àqueles sorteados.

• Exemplo: Ao sortear uma casa de um bairro, efetuar a pesquisa nas casas


vizinhas à casa sorteada.

• Nota: Se houver correlação entre os elementos que estão sendo


amostradas, este sistema torna-se perigoso, no entanto podemos minimizar
este defeito, aumentando o tamanho da amostra (quando possível).

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Estratificada
• Indicada quando os elementos da população não apresentam
homogeneidade quanto uma determinada característica, que se deseja
estudar.

• Divide-se a população em grupos (estratos), nos quais o comportamento desta


variável é razoavelmente homogêneo, mas substancialmente diverso entre
estratos.

• Neste caso, se o sorteio fosse feito ao acaso, poderia ocorrer que vários
estratos não seriam representados na amostra, e essa tendência seria tanto
maior quanto menor for o tamanho da amostra.

• O objetivo principal da estratificação é diminuir a variância do universo.

• Existem 3 subgrupos : uniforme, proporcional e ótimo

1. Uniforme: de cada um dos K estratos extrai-se uma mesma quantidade de


ni de elementos (1  i  K). É recomendada quando os estratos tem
tamanho aproximadamente iguais.
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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Estratificada
2. Proporcional : Também chamado fração constante, de cada estrato
extrai-se uma quantidade ni de elementos, proporcional ao tamanho do
estrato Ni. É recomendado quando os tamanhos dos estratos são
distintos.

3. Ótima: Ou fração variável, de cada estrato retira-se uma quantidade ni de


elementos, proporcional ao tamanho do estrato Ni e a variação em
estudo (D.P.) é a mais recomendada.

• Exemplo: Estratificação de uma população por faixa etária ou


salarial. Gosto por um tipo de televisão etc.

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem por Conglomerado
• Processo muito empregado em amostragem por áreas.

• Consiste em se subdividir a população em grupos (conglomerados)


heterogêneos porém uniformizados com a população e se escolher
aleatoriamente um ou mais destes grupos selecionando elementos deles.

• Exemplo: Consideremos 5 conglomerados que foram formados com a


população. Cada conglomerado embora heterogêneo é representativo da
população.

N1 N2 N3 N4 N5

n1 n2
• ni = nº de unidades de amostragem no i-ésimo conglomerado

• Suponhamos que foram selecionados aleatoriamente 2 conglomerados (1º e


4º) e retirados n1 e n2 elementos deles. As estimativas dos parâmetros do
universo serão feitas a partir dos elementos obtidos desta forma.
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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem por Conglomerado

• Nota: Convém usar esse processo quando é difícil ou impossível, selecionar os


elementos da população, mas é fácil sortear os conglomerados, muitas vezes
ele também é usado por motivos de ordem prática e econômica

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Múltipla

• Neste caso a amostra é obtida em diversas etapas sucessivas.

• Em função dos resultados obtidos em cada etapa, pode-se saber se serão


necessárias outras etapas ou se elas serão dispensadas.

• A amostragem dupla, utilizada em auditoria por amostragem da qualidade, é


um exemplo de amostragem múltipla. Neste caso, seleciona-se primeiro uma
amostra de tamanho n1 e verifica-se se é possível decidir, sob determinadas
condições, se o lote em análise pode ser considerado de Boa ou Má
qualidades. Caso não seja possível, acrescenta-se a amostra n2 elementos
obtendo-se n1+n2, esse conjunto de elementos serão então analisados para
decidir-se sobre a qualidade do lote.

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA
Amostragem Múltipla

• A amostragem seqüencial é um caso particular extremo desse processo, e nela


a amostra vai sendo acrescida, item por item, até se chegar a conclusão no
sentido de aceitar ou não uma hipótese, com isso pretende-se minimizar o
número médio de itens inspecionados a longo prazo.

• Esse tipo de amostragem visa reduzir o valor esperado do tamanho da


amostra. Logo, é interessante quando o procedimento de amostragem será
realizado um número grande de vezes.

E[n]  n

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AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA

NESTE CURSO CONSIDERAREMOS

SEMPRE AMOSTRAGEM

PROBABILÍSTICA

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AMOSTRAGEM NÃO PROBABILÍSTICA

• É um processo de amostragem subjetivo e seu rendimento depende do


conhecimento que possui o pesquisador a respeito da estrutura das
populações e a amostra é uma parcela proporcional desta estrutura.

• É empregada muitas vezes, por simplicidade ou pela impossibilidade de se


obter uma amostragem probabilística.

• Embora o erro de amostragem não possa ser estimado, este tipo de


amostragem pode ser usado quando os efeitos de sua utilização puderem ser
considerados equivalentes aos de uma amostragem probabilística.

• Exemplos:
– Inacessibilidade a toda população
– Amostragem a esmo ou sem norma: nenhum sorteio é feito para escolher os
elementos da amostra
– Amostragem intencional: os elementos da amostra são escolhidos baseados num
pré-julgamento

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