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ESCOLA BÁSICA MOUZINHO DA SILVEIRA

Educação Sexual:
Dimensão Ética da Sexualidade Humana

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ÍNDICE
1. Introdução
2. Sexualidade: Valores e Ética
3. Reprodução Humana
4. Ciclo Menstrual e Ovulatório
5. Métodos Contracetivos
6. IST - Infeções Sexualmente Transmissíveis

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ÍNDICE

7. Maternidade e Paternidade na Adolescência
8. Interrupções Voluntárias da Gravidez
9. Parentalidade
10. Prevenção dos Maus Tratos e Aproximação
Abusivas
11. Conclusões

Webgrafia
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1. Introdução
 As matérias relativas à educação para a saúde e educação
sexual constituem uma preocupação crescente e assumem um
papel de especial relevância.
 A Educação Sexual nas Escolas, atualmente, foi estabelecida
pela Lei n.º 60/2009, de 6 de agosto, e regulada pela Portaria n.º
196-A/2010, de 9 de abril.
 Nem todos compreendem a importância destas matérias mas
já existem vários projetos no âmbito da educação para a
afetividade e sexualidade.

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1. Introdução
 Assim, este trabalho irá procurar abordar, por tópicos, os
conteúdos curriculares para o 3º ciclo, conforme enunciados no
índice.

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2. Sexualidade: Valores e Ética

Em primeiro lugar: o que é a Sexualidade?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, “A sexualidade é uma


energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e
intimidade; ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos
e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A
sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e,
por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”

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2. Sexualidade: Valores e Ética
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Assim, a sexualidade não deve ser vista apenas sob o ponto de vista
físico mas, também, pelo seu lado social, emocional e psicológico
integrando importantes valores como:
 Afetos;
 Ternura;
 Crescimento e maturidade emocional;
 Capacidade de lidar com frustrações;
 Compromissos;
 Abstinência voluntária.

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2. Sexualidade: Valores e Ética

 A ação e comportamento do ser humano devem ser regulados


por valores, princípios e regras, também designados por Ética.
Não se trata de uma imposição da sociedade, como a Moral.
Deve ser consciencializada pelo indivíduo, responsabilizando-o
pela sua forma de atuar, definindo o seu carácter.
 Quando falamos em sexualidade, falamos em relação física e
emocional entre seres humanos, pelo que é bastante importante
falar em ética, porque das nossas ações implicam consequências
para o parceiro/a.

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2. Sexualidade: Valores e Ética

 Ética

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2. Sexualidade: Valores e Ética
 Importa ter presente que a vida não é “um mar de rosas” e é
nos momentos menos positivos que o carácter das pessoas
emerge.

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3. Reprodução Humana
Durante o crescimento, os corpos dos rapazes e das raparigas
vão se alterando de forma a preparar os órgãos, que os
diferenciam, para um objetivo comum: gerar outros seres vivos.
A este conjunto de órgãos, que começam a “funcionar” mais
tarde que os restantes, chama-se Sistema Reprodutor e só
depois da puberdade se encontram efetivamente “prontos”.

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3. Reprodução Humana
Aparelho Reprodutor Masculino

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3. Reprodução Humana
Aparelho Reprodutor Masculino

 Os testículos são os órgãos que produzem os


espermatozoides (célula sexual masculina).
 O pénis é o órgão através do qual os espermatozoides são
expulsos.
 O epidídimo é um pequeno ducto que coleta e armazena
os espermatozoides produzidos pelo testículo. Localiza-se
atrás do testículo, no saco escrotal, e desemboca na base do
ducto deferente, o canal que conduz os espermatozoides até a
próstata.

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3. Reprodução Humana
Aparelho Reprodutor Masculino
 O ducto deferente ou canal deferente é um canal
muscular que conduz os espermatozoides a partir
do epidídimo, que é o local onde eles são armazenados após
serem produzidos nos testículos. Representam uma
continuação direta da cauda do epidídimo. O tamanho pode
variar entre 30 e 40cm.
 A vesícula seminal produz secreções que se constituem
num líquido a que se chama esperma e onde vivem os
espermatozoides.

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3. Reprodução Humana
Aparelho Reprodutor Feminino

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3. Reprodução Humana
Aparelho Reprodutor Feminino
 Os ovários são os órgãos onde são produzidos os óvulos,
de 28 em 28 dias, aproximadamente.
 As trompas são os órgãos por onde passa o óvulo em
direção ao útero e onde se dá a fecundação com um
espermatozoide.
 O útero é o órgão para onde descem e se desenvolvem
os óvulos fecundados, ou seja, onde fica o bebé durante o
tempo da gravidez.
 A vagina é o canal que liga o útero ao exterior do corpo
e onde são depositados os espermatozoides, que sobem
pelas trompas procurando um óvulo para fecundar.
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3. Reprodução Humana
 Quando ambos os
sistemas reprodutores se
encontram saudáveis, o
homem e a mulher podem,
através da relação sexual,
gerar filhos, isto é, proceder
à reprodução humana.
 Assim quando um óvulo e
um espermatozoide se
juntam, dá-se um dos
acontecimentos mais
marcantes da humanidade:
a fecundação, originado
a gravidez.
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3. Reprodução Humana

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4. Ciclo Menstrual e Ovulatório

Ciclo menstrual é o nome dos processos que ocorrem no


sistema reprodutor feminino todo mês em decorrência da
ação das hormonas estrogénio e progesterona.
 Fases do ciclo menstrual:
 Fase menstrual
 Fase proliferativa
 Fase secretora

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4. Ciclo Menstrual e Ovulatório
Fase Menstrual
• A menstruação é a eliminação do tecido endometrial,
sangue, secreções e muco do útero, e dura de três a sete
dias.
Fase proliferativa
• Nesta fase há um aumento na produção de estrogénio e a
parede do endométrio começa ficar espessa. O folículo
primário amadurece e começa secretar progesterona.
Ocorre a ovulação, próximo ao 14º dia após o início da
menstruação.
• Essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do
endométrio se proliferam e recebem vasos sanguíneos.
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4. Ciclo Menstrual e Ovulatório

Fase Secretora
• Após a ovulação, o folículo que se rompeu sofre algumas
transformações, tornando-se amarelado e recebe o nome de
corpo lúteo, ou corpo amarelo. Sua função é produzir
progesterona e estrogénio.
• O endométrio está pronto para receber o embrião e está
ricamente vascularizado. Por volta da 4ª semana, o corpo
lúteo regride e cessa a produção de hormonas. Se não
houver fecundação o endométrio é eliminado através da
menstruação, iniciando um novo ciclo menstrual.

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4. Ciclo Menstrual e Ovulatório

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5. Métodos Contracetivos
 Os métodos contracetivos são fundamentais hoje em dia
para o Planeamento Familiar e correspondem a ações,
dispositivos ou medicamentos de modo a prevenir ou
reduzir a propensão de uma mulher engravidar. Alguns são
também essências para evitar as Infeções Sexualmente
Transmissíveis (IST) como é o caso do preservativo.
 O sucesso em contraceção depende de uma decisão
voluntária e esclarecida sobre a segurança, eficácia, custos,
efeitos secundários e reversibilidade dos métodos
disponíveis.
 Há um conjunto de questões que devem ser colocadas
quando se pretende escolher um método de contraceção. A
seguir vamos apresentar alguns quadros comparativos.
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5. Métodos Contracetivos
PÍLULA IMPLANTE DISPOSITIVOS CONTRACEPÇÃO
INTRAUTERINOS INJECTÁVEL
HORMONAL HORMONAL (Implanon®) Os DIU podem conter: HORMONAL (Depo-Provera
(Estrogénio e Com progestagénio - Cobre ®)
progestagénio Colocado sob a pele - Cobre e prata (Injecção intramuscular de
TIPO DE MÉTODO ou só progestagénio) Duração de 3 anos - Levonorgestrel (hormonal) acetato de
medroxiprogesterona)
Duração de 3 meses

Muito eficaz Muito eficaz Muito Eficaz Muito eficaz


0,5 a 1,5 gravidezes em 99,8% 0,1 a 2 gravidezes por cada 100 0,0 a 1,3 gravidezes por
100 mulheres/ano 0 a 0,07 gravidezes por 100 mulheres/ano cada
EFICÁCIA mulheres/ano 100 mulheres/ano

Períodos mais regulares Útil a quem não pode ou não A eficácia não depende da Eficácia e segurança
Diminuição das dores quer tomar estrogénios mulher e da forma como utiliza Melhora situações de
menstruais Pode amamentar-se  Não diminui a fertilidade endometriose; diminui risco
VANTAGENS Menor risco do cancro do Reversível  Longa duração e reversível de DIP.
ovário e do endométrio Duração 3 anos

Não previne contra as Alguns efeitos desagradáveis -Não previne as IST’s – Provoca irregularidade
IST’s (dor de cabeça, aumento de infecções sexualmente menstrual
Exige um compromisso peso...) transmissíveis Alguma demora no retorno
DESVANTAGENS diário da mulher Não protege contra as IST’s -O DIU não hormonal pode
levar a períodos menstruais
à fertilidade
Pode trazer alguns efeitos Não protege contra as
secundários mais prolongados IST’s
Aumento de peso

Várias marcas acessíveis O DIU só pode ser colocado -Só está acessível em
ACESSIBILIDADE nas farmácias, bem como
O implante é colocado por um
por técnicos especializados centros de saúde e
genéricos maternidades
E Preço acessível. Preço profissional de saúde
médio: 5€ (sem receita O implante da marca Implanon DIU hormonal – cerca 143€ -Um seringa pré-cheia de
médica) Depo-Provera, 1ml=2,48€
PREÇOS custa cerca de 140€. Comparticipado em 70%
Comparticipada em 70%
Comparticipado em 70%

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5. Métodos Contracetivos
ABST.PERIÓDICA/
ADESIVO ANEL VAGINAL PRESERVATIVOS AUTO-CONTROLO
DA FERTILIDADE
HORMONAL (Evra ®) HORMONAL (Nuvaring ®) Método de barreira que evita o Estes métodos obrigam a
Sistema trasnsdérmico Com estrogénio e contacto directo com fluídos que a mulher aprenda a
contendo progestagénio corporais identificar as fases férteis.
TIPO DE MÉTODO Norelgetsromina Anel flexível de plástico de Normalmente são feitos de Existem métodos:
Aplicação 3 semanas textura suave latex e têm vários tamanhos, -Baseados no calendário
seguidas/colocar ao fim Colocado no 1º dia de cores, formas, etc. -Método da temperatura
de 7dias menstruação e permanece na basal
vagina por 3 semanas -Método do muco
-Método sintotérmico
Embora haja pouca Embora a informação seja 5,0 a 10 gravidezes em cada 2 a 25 gravidezes em 100
informação disponível, limitada, é eficácia similar à da 100 mulheres mulheres/ano
sabe-se que a eficácia está pílula combinada A eficácia depende muito no
EFICÁCIA acima dos 98% uso consistente do método

Fácil utilização Fácil de colocar Não tem quaisquer riscos


Torna as hemorragias Não exige compromisso É O MÉTODO MAIS EFICAZ para a saúde e efeitos
mais regulares, curtas e diário PARA EVITAR AS secundários
VANTAGENS menos dolorosas Método reversível INFECÇÕES
 Método reversível SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS

Os efeitos secundários Pode ser mais difícil de Tem de estar disponível no Pode requerer longos
são similares aos da pílula utilizar para mulheres que momento da relação sexual períodos de abstinência
Não protege contra as tenham dificuldade em tocar- Requer uma observação
DESVANTAGENS IST’s se
Não previne as IST’s
rigorosa do funcionamento
do corpo da mulher
Não é comparticipado Não protege contra as IST’s

Não é comparticipado O anel vaginal vende-se na Muito acessível: A escolha deste método
ACESSIBILIDADE Custa cerca de 13€ farmácia supermercados, farmácias ou depende apenas da
 Custa cerca 11€ gratuitos em centros de saúde motivação do casal
E e organizações não-
governamentais (ex: APF)
envolvido

PREÇOS Preço por unidade: 1€

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5. Métodos Contracetivos
ESPERMICIDAS LAQUEAÇÃO DE VASECTOMIA
TROMPAS
Podem apresentar-se sob -Método cirúrgico -Procedimento cirúrgico
a forma de creme, de As trompas de Falópio são Consiste em cortar o canal
espuma, esponja, cones A opção pelo método deve ser deferente que liga o testículo
TIPO DE MÉTODO ou comprimidos vaginais muito ponderada ao pénis. Feito normalmente
com anestesia local
A decisão deve ser muito

18 a 30 gravidezes em 100 0,5 a 1,8 gravidezes em 100 0,15 gravidezes por 100
mulheres/ano mulheres/ano homens/ano
(sem combinar com outro < 1 gravidez por mulher/ano
EFICÁCIA método)

Fácil utilização Método muito eficaz e seguro Método seguro, eficaz e


Pode aumentar a na contracepção definitivo
lubrificação vaginal Não tem efeitos ou riscos Mais eficaz que simples que a
VANTAGENS para a saúde a longo prazo laqueação
Sem efeitos ou riscos para a
saúde

Baixa eficácia Requer procedimentos É muito difícil e dispendioso


Pode interferir com a cirúrgicos reverter o método
relação sexual É caro e difícil reverter o Não é imediatamente eficaz
DESVANTAGENS método
Pode ter complicações a
curto prazo

Os espermicidas estão á É muito difícil e dispendioso Exige recorrer a serviços de


ACESSIBILIDADE venda em farmácias e reverter o método saúde
sexshops Não é imediatamente eficaz
E
PREÇOS

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
 As Infeções Sexualmente Transmissíveis, (IST) são doenças
contagiosas cuja forma mais frequente de transmissão é
através das relações sexuais.
 A prática de sexo mais seguro (como por exemplo, com
preservativo) é a melhor maneira de prevenir a infeção.
 As IST mais conhecidas são:
 HIV/SIDA
 Clamídia
 Gonorreia ou blenorragia
 Herpes genital
 Hepatite B
 Vírus do Papiloma Humano-HPV
 Sífilis
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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
HIV/SIDA
 HIV ou VIH é a abreviatura para Vírus da
Imunodeficiência Humana e é responsável pelo
desenvolvimento de complicações no sistema imunitário e
aparecimento da SIDA (Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida), último estágio da doença.
 Os sintomas da infeção pelo VIH são tardios e estão
associados a problemas nas defesas do organismo. Apesar
de não existir cura, é possível retardar o desenvolvimento
da SIDA através da combinação de medicamentos. A
melhor forma de diagnosticar a infecção pelo VIH é fazer
exames sanguíneos específicos.

… 28
6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
HIV/SIDA


 A prática de sexo seguro e de comportamentos
sexualmente responsáveis é o modo mais seguro de evitar
a infeção. Utilizar sempre o preservativo é uma das formas
mais eficazes, embora não a 100%, uma vez que o vírus se
transmite pelo esperma, pelos fluídos vaginais e pelo
sangue. No caso de se ser utilizador de drogas,
nomeadamente drogas injetáveis, nunca se deve partilhar
uma seringa.

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Clamídia
 A Clamídia é uma infeção do tipo bacteriano que pode afetar
o pénis, a vagina, o colo do útero, o ânus, a uretra, a garganta ou
os olhos. É a IST mais comum. Na maioria dos casos não
apresenta sintomas, no entanto, quando existem, podem ser:
 Nas mulheres: dor pélvica, corrimento vaginal, dor durante a
relação sexual ou ao urinar e hemorragia entre as
menstruações.
 Nos homens: ardor ou dor ao urinar, pus ou corrimento
proveniente do pénis, inchaço nos testículos ou no ânus.
 A infeção transmite-se por via sexual e também de mãe para
filho. O seu tratamento é feito à base de antibióticos.
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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Gonorreia ou blenorragia
 A gonorreia é uma infeção causada por uma bactéria
chamada gonococo que provoca, sobretudo, a inflamação do
aparelho genital feminino. Pode também afetar o pénis, a vagina,
o colo do útero, a uretra, o ânus ou a garganta. A sua via de
transmissão principal é a sexual, mas pode ser também
transmitida de mãe para filho durante o parto.
 Quando não é tratada pode ocasionar graves problemas de
saúde, nomeadamente infertilidade ou gravidez ectópica.
 O tratamento da gonorreia é feito com a prescrição de
antibióticos.

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Gonorreia ou blenorragia

 À semelhança da maioria das IST, a gonorreia não apresenta
sintomas, pelo que a ida ao médico para exames periódicos é
fundamental para a sua detecção precoce. Quando existem, os
sintomas são:
 Nas mulheres: dor pélvica, hemorragia, febre, penetração
dolorosa, dor ao urinar, inflamação da vulva, vómitos,
corrimento de cor amarelada ou esverdeada, urinar mais vezes
e de forma mais frequente do que o normal.
 Nos homens: corrimento do pénis semelhante a pus, dor ou
ardor ao urinar, urinar de forma mais frequente do que o
normal.
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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Herpes genital
 O herpes genital é uma infeção que pode ser causada por
dois tipos de vírus. O vírus herpes simplex do tipo 1 e
sobretudo o vírus herpessimplex do tipo 2.
 A sua transmissão pode ocorrer através da prática de
penetração vaginal, de sexo oral ou de sexo anal. A infecção
pode também propagar-se através de beijos e carícias, quando
há contacto com lesões ou secreções das zonas afectadas.
 Os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de bolhas e
lesões na área genital quer dos homens quer das mulheres,
acompanhadas por dor, prurido e ardor ao urinar.

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Herpes genital

 O herpes pode ser tratado para atenuar as queixas e
sintomas. Mas não existe cura, sendo recorrente o seu
aparecimento.
 Quando surge, aconselha-se a abstinência sexual. A utilização
do preservativo é a forma mais adequada de prevenção, embora
não seja 100% eficaz.

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Hepatite B
 A hepatite B é uma doença causada por um vírus (VHB) que
infecta o fígado. É extremamente contagiosa e as suas principais
vias de transmissão são o esperma, as secreções vaginais, o
sangue, a urina, a saliva e o leite materno.
 A hepatite B está na origem de complicações mais graves de
saúde, como a cirrose ou o cancro do fígado. No entanto, a
infecção pode, em determinados casos, ser eliminada pelo
organismo.

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Hepatite B

São considerados comportamentos de risco:
 relações sexuais vaginais sem preservativo masculino ou
feminino.
 sexo oral não protegido.
 partilha de seringas.
 partilha de objetos pessoais como escovas de dentes ou
lâminas de barbear.
 manuseamento de agulhas infetadas em contexto hospitalar.

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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Vírus do Papiloma Humano - HPV
 Existem mais de 100 tipos de HPV. Em determinados casos afetam
a pele e causam verrugas, cerca de 40 tipos afetam o aparelho genital
causando condilomas ou verrugas genitais.
 Estima-se que 80% das pessoas têm contacto com o vírus em
alguma fase da sua vida. Na maioria das situações não resultam em
problemas mais graves. Contudo, se o sistema imunitário está mais
vulnerável pode tornar-se uma infeção persistente e causar cancro
do colo do útero. A forma mais fácil de diagnosticar é através do
exame citológico (Papanicolau).
 São fatores de risco: relações sexuais muito precoces, elevado
número de parceiros e o tabagismo.
 Já existe disponível em Portugal uma vacina que previne a infecção
por HPV.
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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Sífilis
 A sífilis é uma infeção causada por uma bactéria chamada
treponema pálida e afeta a vagina, o ânus, a uretra, o pénis bem
como os lábios e a boca. Transmite-se pela prática de sexo
vaginal, oral ou anal. Embora menos frequente, pode também
transmitir-se através dos beijos.
 O preservativo é o modo mais eficaz de evitar a transmissão
da sífilis.

Sintomas de sífilis
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6. Infeções Sexualmente Transmissíveis
Sífilis

Os sintomas da sífilis não são evidentes e variam consoante o
estádio da doença:
 Fase 1 - Cerca de 3 semanas após a infeção, aparece uma
pequena ferida/úlcera nos órgãos genitais, na boca, na mama ou
no ânus.
 Fase 2 - 3 a 6 semanas depois do aparecimento da lesão, os
sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, perda de peso,
dores musculares e fadiga.
 Fase 3 (última) - Nos casos em que não foi tratada, a sífilis
pode levar a danos graves no sistema nervoso, no coração e no
cérebro. Esta fase pode ocorrer 1 a 20 anos após a infeção.
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7. Maternidade e Paternidade na
Adolescência
A maternidade na adolescência não se traduz numa condição
de risco para todas as mães, no entanto, constitui sempre um
desafio para o qual a maior parte não está preparada. Muito
embora, o fenómeno da maternidade na adolescência possa
estar a diminuir, o facto é que se mantém ainda com valores
elevados em muitos países, o que é agravado pelo facto de
que tem vindo a aumentar o número de mães adolescentes a
viver sozinhas.

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7. Maternidade e Paternidade na
Adolescência
Principais causas da ocorrência de uma gravidez
prematura

 Falta de informações sobre métodos contracetivos;


O desejo dos adolescentes de não assumir diante seus pais
uma vida sexual ativa faz com que as meninas não usem
nenhum tipo de contracetivo ou usem algum método ineficaz;
 O uso de drogas e bebidas alcoólicas afeta os efeitos dos
contracetivos, o que faz com que a menina engravide mesmo
usando algum tipo de contracetivos;

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7. Maternidade e Paternidade na
Adolescência
Principais causas da ocorrência de uma gravidez
prematura

O desejo da adolescente de autoafirmar-se como adulta;
A contraposição às regras impostas pelos pais ao ato sexual
e o desejo de viver ao lado da pessoa amada;
A crença de que uma gravidez não irá acontecer com eles
faz com que não se previnam.

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7. Maternidade e Paternidade na
Adolescência
Consequências de uma gravidez prematura

 As principais consequências de uma gravidez precoce


refletem-se no campo psicossocial, porque os adolescentes
não estão ainda preparados para assumir as responsabilidades
da paternidade.
A adolescente tem problemas emocionais devido a
mudança rápida em seu corpo.
A deceção dos pais ao receberem a notícia da gravidez
causa sérios distúrbios emocionais nas adolescentes.

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7. Maternidade e Paternidade na
Adolescência
Consequências de uma gravidez prematura

 Risco na saúde quer da gestante, quer do feto pois, como na
maioria dos casos a adolescente tenta esconder a gestação, o
atendimento pré-natal é inadequado ou mesmo inexistente.
O preconceito contra a adolescente gestante que quebrou
uma regra social, tendo relações sexuais antes do casamento,
é ainda muito elevado, vindo principalmente de pessoas mais
velhas.
A dúvida quanto a ter ou não o filho atinge a maior parte
das adolescentes grávidas.

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7. Maternidade e Paternidade na
Adolescência
Alguns dados sobre a gravidez na adolescência (2009)
 Uma média de 12 adolescentes deram à luz todos os dias
em Portugal.
 Na tabela dos 27 países da UE, Portugal situava-se em
oitavo lugar, com uma taxa de fertilidade em adolescentes de
16,5%.

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8. Interrupções Voluntárias da Gravidez
A Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), também
designado vulgarmente por “aborto”, é legal em Portugal
desde que :
 Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de
grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física
ou psíquica da mulher grávida;
 Se mostre indicado para evitar perigo de morte ou de grave
e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou
psíquica da mulher grávida, e seja realizada nas primeiras 12
semanas de gravidez;

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8. Interrupções Voluntárias da Gravidez

 Haja seguros motivos para prever que o nascituro venha a
sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação
congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de
gravidez, excepcionando-se as situações de fetos inviáveis,
caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o
tempo;
 A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e
autodeterminação sexual e a interrupção for realizada nas
primeiras 16 semanas de gravidez;
 Por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez.

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8. Interrupções Voluntárias da Gravidez
 As complicações decorrentes do aborto não seguro são
uma das principais causas de mortalidade materna em todo o
mundo. Porém, se realizado na fase inicial, e com os cuidados
de saúde apropriados, a IVG é um procedimento médico
seguro e com menores riscos para as mulheres.
 Assim, deve ser marcada uma consulta prévia, que tem
caracter obrigatório, para esclarecer todas as dúvidas da
mulher e fornecer a informação necessária tendo em vista
uma tomada de decisão livre, informada e responsável.
 A IVG só ocorre depois dos exames efetuados e de uma
nova consulta.

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8. Interrupções Voluntárias da Gravidez
 Na consulta prévia é entregue à mulher o
impresso Consentimento Livre e Esclarecido que deverá
ser lido, assinado e entregue ao médico até à data de
realização da IVG.
 No caso das mulheres menores de 16 anos ou mulheres
psiquicamente incapazes, o Consentimento Livre e
Esclarecido terá de ser assinado pelo seu representante legal
(pai, mãe ou tutor).
 É obrigatório um período de reflexão mínimo de 3 dias.
Existem dois métodos para interromper a gravidez: o
método cirúrgico e o método medicamentoso.

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9. Parentalidade
A partir do momento em que alguém passa a ser pai ou mãe,
há que consciencializar de que novas responsabilidades
surgem.
Portanto, não pode ser de ânimo leve que se deve dar esse
passo.
Há que ter, por isso, uma saúde sexual e reprodutiva saudável
e segura, ou seja:
 Manter-se bem informado sobre os diferentes métodos
contracetivos.
 Estar-se bem emocionalmente e psicologicamente.
 Ser-se livre e responsável pelas suas próprias ações.
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9. Parentalidade
 Quando se tem dúvidas sobre as medidas e métodos de
proteção, há que procurar esclarecê-las.
 Para além dos pais, professores, entre outros, com
experiência e conhecimentos sobre a matéria, existe o
Planeamento Familiar.
 O Planeamento Familiar é uma componente fundamental,
tendo como principal objetivo o apoio e acompanhamento de
mulheres e homens no planeamento do nascimento dos seus
filhos, sobretudo através do aconselhamento e contraceção,
incluindo a preparação para uma maternidade e
paternidade saudáveis.

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9. Parentalidade
 A gravidez é sempre um marco importante. Tem
implicações físicas, mas também psicológicas. É essencial que
uma gravidez seja planeada pelos futuros pais, de modo a que
todo o processo seja rodeado de estabilidade e tranquilidade.
 E qual é o melhor momento para se ter um filho?
O melhor momento para uma criança nascer é quando ela é
desejada e se está preparado psicologicamente, com suficiente
maturidade e, até, com condições financeiras. Os progenitores
devem ter uma relação saudável, confiante e segura.
 Uma maternidade/paternidade significa amar, respeitar,
proteger e responsabilizar-se por uma criança, uma vida, um
novo ser humano.

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10. Prevenção dos Maus Tratos e
Aproximação Abusivas
 Maus Tratos correspondem a maus tratos físicos ou
psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade
e ofensas sexuais, ou tratamento cruel, sobre pessoa menor
ou particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência,
doença ou gravidez ao seu cuidado, à sua guarda, sob a
responsabilidade da sua direção ou educação ou a trabalhar
ao seu serviço. Alguns exemplos: violência doméstica, bullying,
abusos sexuais.
 Pode-se prevenir estando alerta para os sinais de perigo,
sintomas e indicadores de maus tratos quer físicos, quer
psicológicos e emocionais que se manifestam nas vítimas, tais
como: lesões físicas visíveis, alteração de comportamento.

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10. Prevenção dos Maus Tratos e
Aproximação Abusivas

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10. Prevenção dos Maus Tratos e
Aproximação Abusivas

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10. Prevenção dos Maus Tratos e
Aproximação Abusivas

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10. Prevenção dos Maus Tratos e
Aproximação Abusivas
As aproximações abusivas
são um conjunto de
comportamentos que o
agressor utiliza para se
aproximar da vitima para de
seguida a molestar física ou
sexualmente, solicitando favores
sem o seu consentimento e na
maior parte das vezes
recorrendo à violência cuja
intenção é produzir conflitos de
pavor e pânico e abusos de
vários tipos sobre a vitima.
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10. Prevenção dos Maus Tratos e
Aproximação Abusivas
Pode-se prevenir as aproximações abusivas das seguintes
formas:
 Saber dizer “não” às situações que indiquem risco.
 Estar consciente e informada para a existência dos sinais
de perigo.
 Saber pedir ajuda quando necessário.
 Aprender a defender-se em situações de risco.
 Denunciar as situações de maus tratos ou aproximações
abusivas.

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Conclusão
 A Educação Sexual faz parte de uma área de conhecimentos
que deve ser integrada em programas interativos nas
diferentes instituições (escola, família, profissionais de saúde,
entre outros) para que se possa atingir os objetivos e metas
curriculares desejadas.
 Sem dúvida que as matérias são extensas e diversificadas e
o caminho ainda é longo.
 Mas como diz um ditado oriental: “Uma viagem de
mil milhas começa com um simples passo”.
 Esse “passo” poderia ser bem a quebra do “tabu” em
matéria de educação sexual… porque “ele”, infelizmente, ainda
existe.

Fim
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Webgrafia
•http://afilosofia.no.sapo.pt/10valeticos.htm
•https://juventude.gov.pt/SaudeSexualidadeJuvenil/Sexualidade/NossoCorpo/Pa
ginas/Afisiologiadasexualidade.aspx
•http://jogapedro.webnode.pt/educa%C3%A7%C3%A3o-sexual/
•http://omelhordabiologia.blogspot.pt/2014/02/aula-sobre-sistema-reprodutor-
masculino.html
•http://www.apf.pt/?area=001&mid=002&sid=005
•http://catarinandrade.blogspot.pt/2011/04/maternidade-e-paternidade-na.html
•http://www.infoescola.com/biologia/
•http://www.notapositiva.com/pt/apntestbs/biologia/12_reprod_humana_man_
fert.htm
•http://www.publico.pt/sociedade/noticia/uma-media-de-12-adolescentes-dao-
a-luz-todos-os-dias-em-portugal-1476391
•http://www.cfaematosinhos.eu/A0.pdf

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