Você está na página 1de 34

UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE SAÚDE E BEM-ESTAR


LICENCIATURA EM CARDIOPNEUMOLOGIA

TRABALHO DE ANATOMIA HUMANA

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Luanda, 2023
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE SAÚDE E BEM-ESTAR


LICENCIATURA EM CARDIOPNEUMOLOGIA

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

GRUPO N: 2
TURMA: H2
AUTORES:
1. Bernardo Tomás Albino
2. Francisca dos Santos Kapenda
3. Júlio Benguela Wilson
4. Marta Dalma Fernandes

Docente:
_________________
Edson Mussunda

Luanda, 2023
RESUMO

Os órgãos genitais femininos diferem dos órgãos masculinos de várias maneiras importantes.
Primeiro, além de produzirem gametas (óvulos), os órgãos genitais ductos acessórios incluem
as tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fertilização; o útero, onde o embrião se
desenvolve; e a vagina, que age como canal de parto e recebe o pênis durante o intercurso
sexual. O termo pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Os
seguintes componentes fazem parte do pudendo feminino: Anteriormente às abertura vaginal e
uretral está o monte do púbis, uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos
pubianos grossos que acolchoam a sínfise púbica. Nas mulheres, o ciclo reprodutivo
normalmente ocorre uma vez por mês a partir da menarca, a primeira menstruação, até a
menopausa, a cessação permanente da menstruação. Para o presente trabalho realizou-se uma
pesquisa de levantamento bibliográfico, segundo Galvão (2010) “ pesquisa bibliográfica
consiste na informação e coleta das publicações sobre determinado assunto em base de dados e
outras fontes de informação”. Em suma, os órgãos genitais femininos diferem dos órgãos
masculinos de várias maneiras importantes. Primeiro, além de produzirem gametas (óvulos), os
órgãos genitais femininos preparam-se para dar suporte ao embrião em desenvolvimento
durante a gravidez. Segundo, os órgãos femininos sofrem mudanças de acordo com o ciclo
reprodutivo, o ciclo menstrual, que dura em média 28 dias.O sistema reprodutor feminino é
composto por órgãos externos e internos e, são responsáveis pela reprodução humana. As
células de um embrião feminino têm dois cromossomos X e nenhum cromossomo Y. Como
não há SRY, as cristas gonadais se desenvolvem em ovários, e como o MIS não é produzido,
os ductos paramesonéfricos florescem. As extremidades distais dos ductos paramesonéfricos se
fundem para formar o útero e a vagina; as partes proximais não fundidas dos ductos tornamse
as tubas uterinas. Os ductos mesonéfricos se degeneram sem contribuir com quaisquer
estruturas funcionais do sistema genital feminino, em decorrência da ausência de testosterona.

Palavras-chave: sistema reprodutor feminino, órgãos genitais, gametas.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 5
OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 6
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 7
ANATOMIA .............................................................................................................................. 7
Pudendo feminino ....................................................................................................................... 7
Períneo ........................................................................................................................................ 8
Órgãos internos ........................................................................................................................... 9
Ovários ....................................................................................................................................... 9
Histologia do ovário ................................................................................................................. 10
Tubas uterinas ........................................................................................................................... 11
Útero ......................................................................................................................................... 11
Anatomia do útero .................................................................................................................... 12
Tubas uterinas ........................................................................................................................... 13
Histologia do útero ................................................................................................................... 14
Vagina....................................................................................................................................... 14
Fisiologia .................................................................................................................................. 15
Desenvolvimento dos sistemas genitais ................................................................................... 15
Ovogénese e desenvolvimento folicular ................................................................................... 16
Ciclo reprodutivo feminino ...................................................................................................... 18
Regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino ................................................................ 18
Fases do ciclo reprodutivo feminino ........................................................................................ 20
Fase menstrual .......................................................................................................................... 20
Fase pré-ovulatória ................................................................................................................... 20
Ovulação ................................................................................................................................... 21
Fase pós-ovulatória ................................................................................................................... 22
Envelhecimento eisistemas genitais ......................................................................................... 23
Principais patologias do Sistema Reprodutor Feminino .......................................................... 24
Distúrbios do sistema genital em mulheres .............................................................................. 24
Síndrome pré-menstrual e transtorno disfórico pré-menstrual ................................................. 24
Endometriose ............................................................................................................................ 25
Cânceres de ovário e de colo do útero ...................................................................................... 25
Doenças sexualmente transmissíveis ........................................................................................ 27
Gonorreia .................................................................................................................................. 27
MÉTODOS ............................................................................................................................... 28
RESULTADOS ........................................................................................................................ 29
CONSIDERAÇÕE FINAIS ..................................................................................................... 30
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 31
INTRODUÇÃO

Os órgãos genitais femininos diferem dos órgãos masculinos de várias maneiras importantes.
Primeiro, além de produzirem gametas (óvulos), os órgãos genitais ductos acessórios incluem
as tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fertilização; o útero, onde o embrião se
desenvolve; e a vagina, que age como canal de parto e recebe o pênis durante o intercurso
sexual. Os genitais femininos externos constituem o pudendo (ou vulva). As glândulas
mamárias produtoras de leite, que fazem parte, na realidade, femininos preparam-se para dar
suporte ao embrião em desenvolvimento durante a gravidez. Segundo, os órgãos femininos
sofrem mudanças de acordo com o ciclo reprodutivo, o ciclo menstrual, que dura em média 28
dias. Por definição, o ciclo menstrual é o ciclo mensal feminino, já que afeta todos os órgãos
genitais da mulher. Os órgãos genitais femininos primários são os ovários produtores de
óvulos.Os do sistema tegumentar, também são consideradas aqui devido à sua função
reprodutora de nutrir o bebê (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014)

4
JUSTIFICATIVA

Justifica-se a escolha deste tema pelo facto de ainda existirem mulheres que não conhecem
na íntegra o seu corpo tão pouco o funcionamento do seu Sistema Reprodutor. E por ser um
tema que nos disperta bastante interesse.

Enquanto estudantes e futuros técnicos de saúde, levemos o conhecimento sobre o assunto


á sociedade, particularmente às mulheres. A fim de ajudar na prevenção das patologias que
acometem o Sistema Reprodutor Feminino bem como a sua saúde sexual.

5
OBJECTIVOS

Objectivo Geral

 Compreender a Anatomia, Fisiologia e Fisiopatologias do Sistema Reprodutor


Feminino

Objectivos Específicos

 Descrever a Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino


 Explicar a Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino:
 Desenvolvimento dos sistemas genitais;
 Ovogênese e ciclo reprodutivo feminino;
 Regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino;
 Envelhecimento dos órgãos genitais;

 Identificar as principais patologias do Sistema Reprodutor Feminino

6
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ANATOMIA

Pudendo feminino

O termo pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Os seguintes
componentes fazem parte do pudendo feminino: Anteriormente às abertura vaginal e uretral
está o monte do púbis, uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos pubianos
grossos que acolchoam a sínfise púbica. (TORTORA; DERRICKSON, 2016)

Do monte do púbis, duas pregas de pele longitudinais, os lábios maiores do pudendo, se


estendem inferiormente e posteriormente. Os lábios maiores do pudendo são recobertos por
pelos pubianos e contêm tecido adiposo, glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas apócrinas.
Eles são homólogos ao escroto. (TORTORA; DERRICKSON, 2016)

Medialmente aos lábios maiores do pudendo estão duas pregas de pele menores chamadas
lábios menores do pudendo. Ao contrário dos lábios maiores do pudendo, os lábios menores
do pudendo são desprovidos de pelos pubianos e gordura e têm poucas glândulas sudoríferas,
mas contêm muitas glândulas sebáceas. Os lábios menores do pudendo são homólogos à parte
esponjosos (peniana) da uretra. (TORTORA; DERRICKSON, 2016)

O clitóris é uma pequena massa cilíndrica composta por dois pequenos corpos eréteis, os
corpos cavernosos, e diversos nervos e vasos sanguíneos. O clitóris está localizado na junção
anterior dos lábios menores do pudendo. Uma camada de pele chamada prepúcio do clitóris é
formada no ponto em que os lábios menores do pudendo se unem e recobrem o corpo do clitóris.
A parte exposta do clitóris é a glande do clitóris. O clitóris é homólogo à glande nos homens.
Como a estrutura do sexo masculino, o clitóris é capaz de aumentar de tamanho à estimulação
tátil e tem um papel na excitação sexual da mulher. (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

A região entre os lábios menores do pudendo é o vestíbulo da vagina. No interior do


vestíbulo estão o hímen (se ainda existir), o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e as
aberturas dos ductos de várias glândulas. O vestíbulo da vagina é homólogo à parte
membranácea da uretra nos homens. O óstio da vagina, a abertura da vagina para o exterior,
ocupa a maior parte do vestíbulo e é limitada pelo hímen. Anteriormente ao óstio da vagina e
posteriormente ao clitóris está o óstio externo da uretra, a abertura da uretra para o exterior. Em

7
ambos os lados do óstio externo da uretra estão aberturas dos ductos das glândulas parauretrais.
Estas glândulas secretam muco e estão embutidas na parede da uretra. As glândulas parauretrais
são homólogas à próstata. Em ambos os lados do óstio da vagina propriamente dito estão as
glândulas vestibulares maiores que se abrem por ductos em um sulco entre o hímen e os lábios
menores do pudendo. Elas produzem algum muco durante a excitação sexual e as relações
sexuais, que contribui para o muco cervical e fornece lubrificação. As glândulas vestibulares
maiores são homólogas às glândulas bulbouretrais nos homens. Várias glândulas vestibulares
menores também se abrem para o vestíbulo da vagina. (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

O bulbo do vestíbulo consiste em duas massas alongadas de tecido erétil imediatamente


profundas aos lábios de cada lado do óstio da vagina. O bulbo do vestíbulo fica cheio de sangue
durante a excitação sexual, estreitando o óstio da vagina e colocando pressão sobre o pênis
durante a relação sexual. O bulbo do vestíbulo é homólogo ao corpo esponjoso e bulbo do pênis
nos homens. (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Períneo

O períneo é uma área em formato de diamante medial às coxas e nádegas tanto no sexo
masculino quanto feminino. Ele contém os órgãos genitais externos e o ânus. O períneo é
limitado anteriormente pela sínfise púbica, lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas e
posteriormente pelo cóccix. Uma linha transversal traçada entre as tuberosidades isquiáticas
divide o períneo em uma região urogenital anterior que contém os órgãos genitais externos e
uma região anal posterior que contém o ânus (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Sengundo Tortora e Derrickson (2016, p.1455). “Glândulas mamárias Cada mama é uma
projeção hemisférica de tamanho variável anterior aos músculos peitoral maior e serrátil
anterior, e ligada a eles por uma camada de fáscia composta por tecido conjuntivo denso
irregular.”

Cada mama tem uma projeção pigmentada, a papila mamária, que tem uma série de
aberturas pouco espaçadas de ductos chamados ductos lactíferos, dos quais emergem leite. A
área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo é chamada aréola da mama; tem aspecto
áspero, porque contém glândulas sebáceas modificadas. Faixas de tecido conjuntivo chamadas
ligamentos suspensores da mama correm entre a pele e a fáscia e apoiam a mama. Esses
ligamentos tornamse mais soltos com a idade ou com a tensão excessiva que pode ocorrer na
prática prolongada de corrida ou atividade aeróbica de alto impacto. Utilizar um sutiã com bom

8
apoio pode retardar este processo e ajudar a manter a força dos ligamentos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

No interior de cada mama está uma glândula mamária, uma glândula sudorífera modificada
que produz leite. A glândula mamária consiste em 15 a 20 lobos, ou compartimentos, separados
por uma quantidade variável de tecido adiposo. Em cada lobo existem vários compartimentos
menores chamados lóbulo, compostos por agrupamentos de glândulas secretoras de leite em
forma de uva chamados de alvéolos, embutidos no tecido conjuntivo. A contração das células
mioepiteliais em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o leite em direção às papilas mamárias.
Quando está sendo produzido leite, ele passa dos alvéolos por vários túbulos secundários e, em
seguida, para os ductos mamários. Próximo do mamilo, os ductos mamários se expandem
discretamente para formar seios chamados seios lactíferos, onde um pouco de leite pode ser
armazenado antes de ser drenado para um ducto lactífero. Cada ducto lactífero normalmente
transporta leite de um dos lobos para o exterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Órgãos internos

Ovários

Os ovários, que são as gônadas femininas, são um par de glândulas semelhantes a


amêndoas sem casca em tamanho e forma; são homólogas aos testículos. (Neste caso, homóloga
significa que dois órgãos têm a mesma origem embrionária.) Os ovários produzem (1) gametas,
os oócitos secundários que se desenvolvem em óvulos maduros após a fertilização, e (2)
hormônios, incluindo a progesterona e os estrogênios (hormônios sexuais femininos), a inibina
e a relaxina (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Os ovários, um em cada lado do útero, descem até a margem da parte superior da cavidade
pélvica durante o terceiro mês de desenvolvimento. Vários ligamentos os prendem em sua
posição . O ligamento largo do útero, que é uma prega do peritônio parietal, se insere aos ovários
por uma dobra de duas camadas de peritônio chamada de mesovário. O ligamento útero ovárico
ancora os ovários no útero, e o ligamento suspensor do ovário os insere na parede pélvica. Cada
ovário contém um hilo, o ponto de entrada e saída para os vasos sanguíneos e nervos com os
quais o mesovário está ligado (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

9
Histologia do ovário

Cada ovário consiste nas seguintes partes:

O epitélio germinativo é uma camada de epitélio simples (prismático baixo ou escamoso)


que recobre a superfície do ovário. Sabese agora que o termo epitélio germinativo em seres
humanos não é correto, porque esta camada não dá origem aos óvulos; o nome surgiu porque,
antigamente, acreditavase que originasse os óvulos. Descobriu- se recentemente que as células
que produzem os óvulos surgem a partir do saco vitelino e migram para os ovários durante o
desenvolvimento embrionário (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Tortora e Derrickson (2016, p.1455). Afirmam que “A túnica albugínea é uma cápsula
esbranquiçada de tecido conjuntivo denso irregular localizada imediatamente profunda ao
epitélio germinativo.”

Tortora e Derrickson (2016, p.1455). Afirmam que O córtex do ovário é a região


imediatamente profunda à túnica albugínea. Ele consiste em folículos ovarianos (descritos
adiante) circundados por tecido conjuntivo denso irregular que contém fibras colágenas e
células semelhantes a fibroblastos chamadas células estromais.

A medula do ovário é profunda ao córtex do ovário. A margem entre o córtex e a medula


não pode ser distinguida, mas a medula é constituída por tecido conjuntivo mais frouxamente
disposto e contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Os folículos ovarianos estão no
córtex e consistem em oócitos em várias fases de desenvolvimento, além das células que os
circundam. Quando as células circundantes formam uma única camada, são chamadas células
foliculares; mais tarde no desenvolvimento, quando se formam diversas camadas, elas são
chamadas células granulosas. As células circundantes nutrem o oócito em desenvolvimento e
começam a secretar estrogênios conforme o folículo cresce (TORTORA; DERRICKSON,
2016).

O folículo maduro é um folículo grande, cheio de líquido, que está pronto para romper e
expulsar seu oócito secundário, em um processo conhecido como ovulação O corpo lúteo
contém os restos de um folículo maduro após a ovulação. O corpo lúteo produz progesterona,
estrogênios, relaxina e inibina, até que se degenera em um tecido cicatricial fibroso chamado
corpo albicante (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

10
Tubas uterinas

As mulheres têm duas tubas uterinas, que se estendem lateralmente a partir do útero. As
tubas, que medem aproximadamente 10 cm de comprimento, encontramse no interior das
pregas do ligamento largo do útero. Elas fornecem uma via para os espermatozoides chegarem
até o óvulo e transportam os oócitos secundários e óvulos fecundados dos ovários até o útero.
A parte em forma de funil de cada tuba, chamada de infundíbulo da tuba uterina, está próxima
do ovário, mas se abre para a cavidade pélvica. Ela termina em franjas de projeções digitiformes
chamadas fímbrias da tuba uterina, que estão ligadas à extremidade lateral do ovário. Do
infundíbulo, a tuba uterina se estende medialmente e, eventualmente, inferiormente, e se insere
no ângulo lateral superior do útero. A ampola da tuba uterina é a sua parte mais larga e mais
longa, constituindo os dois terços laterais do seu comprimento. O istmo da tuba uterina é a parte
curta, estreita, mais medial e de paredes espessas, que se une ao útero (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

Histologicamente, as tubas uterinas são compostas por três camadas: túnica mucosa,
túnica muscular e túnica serosa. A túnica mucosa é composta por epitélio e lâmina própria
(tecido conjuntivo areolar). O epitélio contém células colunares ciliadas simples, que atuam
como uma “esteira transportadora ciliar” que ajuda a mover um óvulo fertilizado (ou oócito
secundário) do interior da tuba uterina em direção ao útero, e células não ciliadas chamadas
células intercalares, que contêm microvilosidades e secretam um líquido que fornece nutrição
para o óvulo. A camada do meio, a túnica muscular, é composta por um anel circular interno
espesso de músculo liso e uma região externa fina de músculo liso longitudinal. As contrações
peristálticas da túnica muscular e a ação ciliar da túnica mucosa ajudam a mover o oócito ou
óvulo fertilizado para o útero. A camada exterior das tubas uterinas é uma membrana serosa, a
túnica serosa (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Útero

Para Tortora e Derrickson (2016, p.1455) “O útero serve como parte da via para o
espermatozoide depositado na vagina alcançar as tubas uterinas. É também o local da
implantação de um óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gestação e trabalho de
parto. Durante os ciclos reprodutivos, quando a implantação não ocorre, o útero é a fonte do
fluxo menstrual.”

11
Anatomia do útero

Situado entre a bexiga urinária e o reto, o útero tem o tamanho e o formato de uma pera
invertida. Nas mulheres que nunca engravidaram (nuligestas), tem aproximadamente 7,5 cm de
comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura. O útero é maior em mulheres que
estiveram grávidas recentemente, e menor (atrofiado) quando os níveis de hormônios sexuais
são baixos, como ocorre após a menopausa (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

As subdivisões anatômicas do útero incluem:

uma parte em forma de cúpula superior às tubas uterinas chamada de fundo do útero,
uma parte central afilada chamada de corpo do útero e uma parte inferior estreita chamada de
colo do útero, que se abre para o interior da vagina. Entre o corpo do útero e o colo do útero
está o istmo do útero, uma região de aproximadamente 1 cm de comprimento. O interior do
corpo do útero é chamado de cavidade uterina, e o interior do colo do útero é chamado de canal
do colo do útero. O canal do colo do útero se abre para a cavidade uterina no óstio histológico
interno do útero e na vagina no óstio externo do útero (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Normalmente, o corpo do útero se projeta anterior e superiormente ao longo da bexiga


urinária em uma posição chamada anteflexão. O colo do útero se projeta inferior e
posteriormente e penetra na parede anterior da vagina em um ângulo aproximadamente reto.
Vários ligamentos que são extensões do peritónio parietal ou cordões fibromusculares mantêm
a posição do útero. O par de ligamentos largos do útero são pregas duplas de peritónio que
fixam o útero em ambos os lados da cavidade pélvica. O par de ligamentos uterossacros,
também extensões peritoneais, encontram-se em cada lado do reto e ligam o útero ao sacro. Os
ligamentos transversos do colo estão localizados inferiormente às bases dos ligamentos largos
e se estendem da parede pélvica ao colo do útero e vagina. Os ligamentos redondos são bandas
de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas do ligamento largo; estendem-se de um ponto no
útero imediatamente inferior às tubas uterinas até uma parte dos lábios maiores do pudendo da
genitália externa. Embora os ligamentos normalmente mantenham a posição de anteflexão do
útero, também possibilitam movimentação suficiente de seu corpo útero, de modo que o útero
pode tornarse mal posicionado. A inclinação posterior do útero, chamada retroflexão, é uma
variação inofensiva da posição normal do útero. Muitas vezes não há causa para esta condição,
mas ela pode ocorrer após o parto (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

12
Tubas uterinas

As mulheres têm duas tubas uterinas, que se estendem lateralmente a partir do útero As
tubas, que medem aproximadamente 10 cm de comprimento, encontramse no interior das
pregas do ligamento largo do útero. Elas fornecem uma via para os espermatozoides chegarem
até o óvulo e transportam os oócitos secundários e óvulos fecundados dos ovários até o útero.
A parte em forma de funil de cada tuba, chamada de infundíbulo da tuba uterina, está próxima
do ovário, mas se abre para a cavidade pélvica. Ela termina em franjas de projeções digitiformes
chamadas fímbrias da tuba uterina, que estão ligadas à extremidade lateral do ovário. Do
infundíbulo, a tuba uterina se estende medialmente e, eventualmente, inferiormente, e se insere
no ângulo lateral superior do útero. A ampola da tuba uterina é a sua parte mais larga e mais
longa, constituindo os dois terços laterais do seu comprimento. O istmo da tuba uterina é a parte
curta, estreita, mais medial e de paredes espessas, que se une ao útero (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

Histologicamente, as tubas uterinas são compostas por três camadas: túnica mucosa, túnica
muscular e túnica serosa. A túnica mucosa é composta por epitélio e lâmina própria (tecido
conjuntivo areolar). O epitélio contém células colunares ciliadas simples, que atuam como uma
“esteira transportadora ciliar” que ajuda a mover um óvulo fertilizado (ou oócito secundário)
do interior da tuba uterina em direção ao útero, e células não ciliadas chamadas células
intercalares, que contêm microvilosidades e secretam um líquido que fornece nutrição para o
óvulo. A camada do meio, a túnica muscular, é composta por um anel circular interno espesso
de músculo liso e uma região externa fina de músculo liso longitudinal. As contrações
peristálticas da túnica muscular e a ação ciliar da túnica mucosa ajudam a mover o oócito ou
óvulo fertilizado para o útero. A camada exterior das tubas uterinas é uma membrana serosa, a
túnica serosa (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Segundo Tortora e Derrickson (2016, p.1455) “O útero serve como parte da via para o
espermatozoide depositado na vagina alcançar as tubas uterinas. É também o local da
implantação de um óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gestação e trabalho de
parto. Durante os ciclos reprodutivos, quando a implantação não ocorre, o útero é a fonte do
fluxo menstrual.”

13
Histologia do útero

Histologicamente, o útero é composto por três camadas de tecido: perimétrio, miométrio


e endométrio. A camada exterior – o perimétrio ou túnica serosa – é parte do peritônio visceral;
é composta por epitélio escamoso simples e tecido conjuntivo areolar. Lateralmente, tornase o
ligamento largo do útero. Anteriormente, recobre a bexiga urinária e forma uma escavação rasa,
a escavação vesicouterina. Posteriormente, recobre o reto e forma uma escavação profunda
entre o útero e a bexiga urinária, a escavação retouterina – o ponto mais inferior da cavidade
pélvica (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

A camada intermediária do útero, o miométrio, é constituída por três camadas de fibras


musculares lisas que são mais espessas na região do fundo e mais finas no colo do útero. A
camada intermediária mais espessa é circular; as camadas interna e externa são longitudinais
ou oblíquas. Durante o trabalho de parto, as contrações coordenadas do miométrio em resposta
à ocitocina da neurohipófise ajudam a expelir o feto do útero pélvica (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

A camada interna do útero, o endométrio, é bem vascularizada e tem três componentes:


uma camada mais interna composta por epitélio colunar simples (células ciliadas e secretoras)
reveste o lúmen.

Um estroma endometrial subjacente é uma região muito espessa de lâmina própria


(tecido conjuntivo areolar).

Glândulas uterinas se desenvolvem como invaginações do epitélio luminal e se estendem


quase até o miométrio. O endométrio é dividido em duas camadas. O estrato funcional
(camada funcional) reveste a cavidade uterina e descama durante a menstruação. A camada
mais profunda, o estrato basal (lâmina basal), é permanente e dá origem a um novo estrato
funcional após cada menstruação (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Vagina

A vagina é um canal tubular fibromuscular de 10 cm de comprimento, alinhado com a


túnica mucosa que se estende do exterior do corpo até o colo do útero. Ela é o receptora para o
pênis durante a relação sexual, a saída para o fluxo menstrual e a via de passagem para o parto.
Situada entre a bexiga urinária e o reto, a vagina é dirigida superior e posteriormente, onde se
insere no útero. Um recesso chamado fórnice da vagina circunda a inserção vaginal ao colo do

14
útero. Quando corretamente inserido, um diafragma contraceptivo se apoia no fórnice, onde é
mantido cobrindo o colo do útero (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

A túnica mucosa da vagina é contínua com a do útero. Histologicamente, consiste em


epitélio escamoso estratificado não queratinizado e tecido conjuntivo areolar que se encontra
em uma série de pregas transversais chamados rugas vaginais. As células dendríticas na túnica
mucosa são células apresentadoras de antígeno Infelizmente, também participam na
transmissão de vírus – como por exemplo o HIV (o vírus que causa a AIDS) – para uma mulher
durante a relação sexual com um homem infectado. A túnica mucosa da vagina contém grandes
estoques de glicogênio, cuja decomposição produz ácidos orgânicos. O meio ácido resultante
retarda o crescimento microbiano, mas também é prejudicial ao espermatozoide. Componentes
alcalinos do sêmen, principalmente das glândulas seminais, elevam o pH do líquido na vagina
e aumentam a viabilidade do espermatozoide (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Tortora e Derrickson (2016, p.1455) afirmam que: “A túnica muscular é composta por
uma camada circular externa e uma camada longitudinal interna de músculo liso, que pode se
distender consideravelmente para acomodar o pênis durante a relação sexual e a criança durante
o parto”.

A túnica adventícia, a camada superficial da vagina, é constituída por tecido conjuntivo


areolar. Ela ancora a vagina aos órgãos adjacentes, como a uretra e a bexiga urinária
anteriormente e o reto e o canal anal posteriormente. Uma fina prega de túnica mucosa
vascularizada, chamada hímen, forma uma margem em torno da extremidade inferior da
abertura vaginal para o exterior (o óstio da vagina), fechandoa parcialmente. Depois de sua
ruptura, geralmente após a primeira relação sexual, permanecem apenas remanescentes do
hímen. Às vezes, o hímen recobre completamente o óstio da vagina, em uma condição chamada
hímen imperfurado. Pode ser necessária uma cirurgia para abrir o óstio da vagina e possibilitar
a saída do fluxo menstrual (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Fisiologia

Desenvolvimento dos sistemas genitais

As gônadas se desenvolvem a partir das cristas gonadais que surgem do crescimento da


mesoderme intermediária. Durante a 5ª semana de desenvolvimento, as cristas gonadais
aparecem como protuberâncias imediatamente mediais aos mesonefro (rim intermediário).
Adjacente às cristas gonadais estão os ductos mesonéfricos, que, por fim, evoluem para
15
estruturas do sistema genital em homens. Um segundo par de ductos, os ductos
paramesonéfricos, se desenvolve lateralmente aos ductos mesonéfricos e, por fim, forma as
estruturas do sistema genital nas mulheres. Os dois tipos de ductos drenam para o seio
urogenital. Um embrião precoce tem o potencial de seguir um padrão de desenvolvimento
masculino ou feminino, porque contém ambos os conjuntos de ductos e cristas genitais que
podem se diferenciar em testículos ou ovários (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

As células de um embrião feminino têm dois cromossomos X e nenhum cromossomo Y.


Como não há SRY, as cristas gonadais se desenvolvem em ovários, e como o MIS não é
produzido, os ductos paramesonéfricos florescem. As extremidades distais dos ductos
paramesonéfricos se fundem para formar o útero e a vagina; as partes proximais não fundidas
dos ductos tornamse as tubas uterinas. Os ductos mesonéfricos se degeneram sem contribuir
com quaisquer estruturas funcionais do sistema genital feminino, em decorrência da ausência
de testosterona. As glândulas vestibulares maiores e menores se desenvolvem a partir das
excrescências endodérmicas do vestíbulo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Ovogénese e desenvolvimento folicular

Segundo Marieb; Wilhelm; Mallatt, 2014, “A formação de gametas nos ovários é


denominada oogénese. Em contraste com a espermatogênese, que no sexo masculino começa
na puberdade, a oogénese nas mulheres começa antes mesmo de elas nascerem. A oogénese
ocorre essencialmente do mesmo modo que a espermatogênese; ocorre uma meiose e as células
germinativas resultantes sofrem maturação”.

Durante o início do desenvolvimento fetal, as células germinativas primordiais (primitivas)


migram do saco vitelino para os ovários. Lá, as células germinativas se diferenciam no interior
dos ovários em oogónias. As oogónias são célulastronco diploides (2n) que se dividem por
mitose produzindo milhões de células germinativas. Mesmo antes do nascimento, a maior parte
destas células germinativas se degenera em um processo conhecido como atresia. Algumas, no
entanto, se desenvolvem em células maiores chamadas oócitos primários, que entram na
prófase da meiose I durante o desenvolvimento fetal, mas não concluem essa fase até depois da
puberdade. Durante esta pausa na fase de desenvolvimento, cada oócito primário é circundado
por uma camada única de células foliculares planas, e a estrutura como um todo é chamada
folículo primordial. O córtex ovariano em torno dos folículos primordiais consiste em fibras
colágenas e células estromais semelhantes a fibroblastos. Ao nascer, aproximadamente 200 mil
a 2 milhões de oócitos primários permanecem em cada ovário. Destes, aproximadamente 40
16
mil ainda estão presentes na puberdade, e aproximadamente 400 vão amadurecer e ovular
durante a vida fértil da mulher. A parte restante dos oócitos primários sofre atresia (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014).

A cada mês, da puberdade até a menopausa, gonadotrofinas (FSH e LH) secretadas pela
adenohipófise estimulam adicionalmente o desenvolvimento de vários folículos primordiais,
embora apenas um geralmente alcance a maturidade necessária para a ovulação. Alguns
folículos primordiais começam a crescer, tornandose folículos primários. Cada folículo
primário consiste em um oócito primário, que em um estágio posterior de desenvolvimento
estará circundado por várias camadas de células cuboides e colunares baixas chamadas de
células granulosas. As células granulosas mais externas repousam sobre uma membrana basal.
À medida que o folículo principal cresce, ele forma uma camada glicoproteica transparente
chamada zona pelúcida entre o oócito primário e as células granulosas. Além disso, as células
estromais em torno da membrana basal começam a formar uma camada organizada chamada
teca folicular (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

Com a continuidade da maturação, um folículo primário se desenvolve em folículo


secundário. Em um folículo secundário, a teca se diferencia em duas camadas: (1) a teca interna,
uma camada interna bem vascularizada de células cuboides secretoras que secretam hormônios
estrogênicos, e (2) a teca externa, uma camada exterior de células estromais e fibras colágenas.
Além disso, as células granulosas começam a secretar líquido folicular, que se acumula em uma
cavidade chamado antro, no centro do folículo secundário. A camada mais interna das células
granulosas tornase firmemente ligada à zona pelúcida e agora é chamada de coroa radiada
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

O folículo secundário aumenta de tamanho e se torna um folículo maduro (Figura 28.14D).


Enquanto neste folículo, e pouco antes da ovulação, o oócito primário diploide completa a
meiose I, produzindo duas células haploides (n) de tamanho desigual – cada uma com 23
cromossomos. A célula menor produzida pela meiose I, chamada de primeiro corpo polar, é
essencialmente material nuclear descartado. A célula maior, conhecida como oócito secundário,
recebe a maior parte do citoplasma. Uma vez que um oócito secundário é formado, ele começa
a meiose II, mas em seguida, para na metáfase. O folículo maduro rompe-se e libera
rapidamente seu oócito secundário, em um processo conhecido como ovulação (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014).

17
Na ovulação, o oócito secundário é expelido para o interior da cavidade pélvica,
juntamente com o primeiro corpo polar e a coroa radiada. Normalmente estas células são
impulsionadas para dentro da tuba uterina. Se a fertilização não ocorrer, as células degeneram.
Se houver espermatozoides na tuba uterina e um deles penetrar o oócito secundário, no entanto,
a meiose II é retomada. O oócito secundário se divide em duas células haploides, novamente
de tamanhos desiguais. A célula maior é o óvulo, ou ovo maduro; a menor é o segundo corpo
polar. Os núcleos do espermatozoide e do óvulo então se unem, formando um zigoto diploide.
Se o primeiro corpo polar sofrer outra divisão para produzir dois corpos polares, então o oócito
primário por fim dá origem a três corpos polares haploides, que se degeneram, e um único óvulo
haploide. Assim, um oócito primário dá origem a um único gameta (um óvulo). Por outro lado,
é importante lembrar que nos homens um espermatócito primário produz quatro gametas
(espermatozoides) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

Ciclo reprodutivo feminino

Durante os anos férteis, as mulheres não grávidas normalmente apresentam alterações


cíclicas nos ovários e útero. Cada ciclo dura aproximadamente 1 mês e envolve tanto a oogénese
(ou ovogénese) quanto a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Hormônios
secretados pelo hipotálamo, adenohipófise e ovários controlam os principais eventos. O ciclo
ovariano consiste em uma série de eventos nos ovários que ocorrem durante e após a maturação
do oócito. O ciclo uterino (menstrual) é uma série concomitante de alterações no endométrio
do útero para preparálo para a chegada de um óvulo fertilizado, que ali vai se desenvolver até
o nascimento. Se a fertilização não ocorrer, os hormônios ovarianos diminuem, o que faz com
que o estrato funcional do endométrio descame. O termo geral ciclo reprodutivo feminino
abrange os ciclos ovariano e uterino, as alterações hormonais que os regulam e as mudanças
cíclicas relacionadas nas mamas e no colo do útero (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

Regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino

O hormônio libertador de gonadotrofina (GnRH) secretado pelo hipotálamo controla os


ciclos ovariano e uterino. O GnRH estimula a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH)
e do hormônio luteinizante (LH) pela adenohipófise. O FSH inicia o crescimento folicular,
enquanto o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Além disso, o
FSH e o LH estimulam os folículos ovarianos a secretar estrogênio. O LH estimula as células
da teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. Sob influência do FSH, os
androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e, em seguida, convertidos em
18
estrogênios. No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação e, então, promove a formação do corpo
lúteo, a razão para o nome hormônio luteinizante. Estimulado pela LH, o corpo lúteo produz e
secreta estrogênios, progesterona, relaxina e inibina (MARIEB; WILHELM; MALLATT,
2014).

Tortora e Derrickson (2016, p.1458) afirmam que “Foram isolados pelo menos seis
estrogênios diferentes do plasma de mulheres, mas apenas três estão presentes em quantidades
significativas: beta (β)estradiol, estrona e estriol. Em uma mulher não grávida, o estrogênio
é o estradiol mais abundante, que é sintetizado a partir do colesterol nos ovários.”

Os estrogênios secretados pelos folículos ovarianos têm várias funções importantes, dentre
elas:

 Promover o desenvolvimento e manutenção das estruturas reprodutivas


femininas, características sexuais secundárias e mamas. As características sexuais
secundárias incluem a distribuição do tecido adiposo nas mamas, no abdome, no monte
do púbis e nos quadris; tom da voz; uma pelve ampla; e o padrão de crescimento de
pelos no corpo,
 Aumentar o anabolismo proteico, incluindo a formação de ossos fortes. Em relação a
isso, os estrogênios são sinérgicos com o hormônio do crescimento (hGH).
 Baixar o nível sanguíneo de colesterol, que provavelmente é o motivo de as mulheres
com menos de 50 anos correrem risco muito menor de doença da artéria coronária
(DAC) do que os homens de idade semelhante.
 Níveis sanguíneos moderados inibem tanto a liberação de GnRH pelo hipotálamo
quanto a secreção de LH e de FSH pela adenohipófise (TORTORA; DERRICKSON,
2016).

A progesterona, secretada principalmente pelas células do corpo lúteo, coopera com os


estrogênios para preparar e manter o endométrio para a implantação de um óvulo fertilizado e
preparar as glândulas mamárias para a secreção de leite. Altos níveis de progesterona também
inibem a secreção de LH e GnRH. A pequena quantidade de relaxina produzida pelo corpo
lúteo durante cada ciclo mensal relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio.
Presumivelmente, a implantação de um óvulo fertilizado ocorre mais facilmente em um útero
“tranquilo”. Durante a gestação, a placenta produz muito mais relaxina, e isso continua
relaxando o músculo liso do útero. No final da gestação, a relaxina também aumenta a

19
flexibilidade da sínfise púbica e pode ajudar a dilatar o colo do útero, que facilitam a saída do
bebê adenohipófise (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Fases do ciclo reprodutivo feminino

De acordo com Tortora e Derrickson (2016, p.1459) “A duração do ciclo reprodutivo


feminino normalmente varia de 24 a 36 dias. Para essa discussão, assume-se uma duração de
28 dias e divide-se o ciclo em quatro fases: a fase menstrual, a fase pré-ovulatória, a ovulação
e a fase pós-ovulatória”

Fase menstrual

Tortora e Derrickson (2016, p.1459) Afirmam que “A fase menstrual, também chamada
de menstruação, perdura aproximadamente os 5 primeiros dias do ciclo. (Por convenção, o
primeiro dia da menstruação é o dia 1 de um novo ciclo.)”

Para Tortora e Derrickson (2016, p.1459) EVENTOS NOS OVÁRIOS. Sob influência
do FSH, vários folículos primordiais se desenvolvem em folículos primários e, então, em
folículos secundários. Este processo de desenvolvimento pode levar vários meses para ocorrer.
Portanto, um folículo que começa a se desenvolver no início de um dado ciclo menstrual pode
não alcançar a maturidade e ovular até vários ciclos menstruais mais tarde.

EVENTOS NO ÚTERO. O fluxo menstrual do útero consiste em 50 a 150 mℓ de sangue,


líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. Esta eliminação ocorre
porque os níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de
prostaglandinas que fazem com que as arteríolas espirais do útero se contraiam. Como
resultado, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e começam a morrer. Por fim,
todo o estrato funcional descama. Nesta altura, o endométrio está muito fino, com cerca de 2 a
5 mm, porque apenas o estrato basal permanece. O fluxo menstrual passa da cavidade uterina
pelo colo do útero e vagina até o meio externo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Fase pré-ovulatória

Segundo Tortora e Derrickson (2016, p.1460) A fase pré-ovulatória é o período entre o


fim da menstruação e a ovulação. A fase pré-ovulatória do ciclo tem comprimento mais variável
do que as outras fases e representa a maior parte das diferenças na duração do ciclo. Tem a
duração de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias.

20
Eventos Nos Ovários

Alguns dos folículos secundários nos ovários começam a secretar estrogênios e inibina.
Por volta do dia 6, um folículo secundário único em um dos dois ovários superou todos os
outros para se tornar o folículo dominante. Os estrogênios e a inibina secretados pelo folículo
dominante diminuem a secreção de FSH, o que faz com que os outros folículos menos bem
desenvolvidos parem de crescer e sofram atresia. Os gêmeos ou trigêmeos fraternos (não
idênticos) ocorrem quando dois ou três folículos secundários se tornam codominantes e mais
tarde são ovulados e fertilizados aproximadamente ao mesmo tempo. Normalmente, um
folículo secundário dominante único passa a ser o folículo maduro, que continua aumentando
até que tenha mais de 20 mm de diâmetro e esteja pronto para a ovulação. Este folículo forma
uma protuberância em forma de vesícula decorrente da tumefação do antro na superfície do
ovário. Durante o processo de maturação final, o folículo maduro continua aumentando a sua
produção de estrogênios externo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Eventos No Útero.

Os estrogênios liberados para o sangue pelos folículos ovarianos em crescimento


estimulam o reparo do endométrio; as células do estrato basal sofrem mitose e produzem um
novo estrato funcional. Conforme o endométrio se espessa, desenvolvem-se glândulas uterinas
retas e curtas, e as arteríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato
funcional. A espessura do endométrio aproximadamente dobra, alcançando cerca de 4 a 10 mm.
Em relação ao ciclo uterino, a fase pré-ovulatória também é denominada fase proliferativa,
porque o endométrio está proliferando ( MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

Ovulação

A ovulação, a ruptura do folículo maduro e a liberação do oócito secundário para o interior


da cavidade pélvica, geralmente ocorre no 14º dia em um ciclo de 28 dias. Durante a ovulação,
o oócito secundário permanece cercado por sua zona pelúcida e coroa radiada. Os níveis
elevados de estrogênios durante a última parte da fase pré-ovulatória exercem um efeito de
feedback positivo sobre as células que secretam LH e hormônio liberador de gonadotrofina
(GnRH) e induzem à ovulação, como se segue:

1. Uma alta concentração de estrogênios estimula a liberação mais frequente de


GnRH pelo hipotálamo. Também estimula diretamente os gonadotropos na adeno-
hipófise a secretar LH.

21
2. O GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH pela adenohipófise
3. O LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário
aproximadamente 9 h após o pico de LH. O oócito ovulado e suas células da coroa
radiada geralmente são deslocados para a tuba uterina (TORTORA; DERRICKSON,
2016).

Segundo Tortora e Derrickson (2016, p.1460) “De tempos em tempos, um oócito é


perdido na cavidade pélvica, onde depois se desintegra. O pequeno volume de sangue que,
às vezes, extravasa para a cavidade pélvica do folículo rompido pode causar dor, conhecida
como dor intermenstrual (do alemão mittelschmerz), no momento da ovulação. Um teste de
venda livre que detecta um aumento no nível de LH pode ser usado para predizer a ovulação
com 1 dia de antecedência”

Fase pós-ovulatória

Segundo Tortora e Derrickson (2016, p.1461) “A fase pós-ovulatória do ciclo


reprodutivo feminino é o período entre a ovulação e o início da menstruação seguinte. Em
duração, é a parte mais constante do ciclo reprodutivo feminino. Tem a duração de 14 dias
em um ciclo de 28 dias, do 15 o ao 28 o dias”.

Eventos No Ovário.

Depois da ovulação, o folículo maduro colapsa, e a membrana basal entre as células


granulosas e a teca interna se rompe. Uma vez que um coágulo se forma pelo pequeno
sangramento do folículo rompido, o folículo se torna o corpo rubro. As células da teca
interna se misturam com as células granulosas conforme todas estas células se transformam
nas células do corpo lúteo sob a influência do LH. Estimulado pelo LH, o corpo lúteo secreta
progesterona, estrogênios, relaxina e inibina. As células lúteas também absorvem o coágulo
de sangue. Em relação ao ciclo ovariano, esta fase é chamada de fase lútea (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

Os eventos posteriores em um ovário que ovulou um oócito dependem se o óvulo foi


fertilizado. Se o óvulo não foi fertilizado, o corpo lúteo tem uma vida útil de apenas 2
semanas. Em seguida, a sua atividade secretora declina, e ele se degenera em um corpo
albicante. À medida que os níveis de progesterona, estrogênios e inibina diminuem, a
liberação de GnRH, FSH e LH aumenta, em decorrência da perda da supressão por feedback

22
negativo pelos hormônios ovarianos. O crescimento folicular é retomado e começa um novo
ciclo ovariano (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Se o oócito secundário for fertilizado e começar a se dividir, o corpo lúteo persiste além
de sua duração normal de 2 semanas. Ele é “resgatado” da degeneração pela gonadotrofina
coriônica humana (hCG). Este hormônio é produzido pelo cório do embrião, começando
aproximadamente 8 dias após a fertilização. Como o LH, o hCG estimula a atividade
secretora do corpo lúteo. A determinação de hCG no sangue ou na urina materna é um
indicador de gravidez e é o hormônio detectado pelos testes de gravidez de venda livre
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Eventos No Útero.

A progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento


e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o
espessamento do endométrio até 12 a 18 mm. Em decorrência da atividade secretora das
glândulas uterinas, que começam a secretar glicogênio, este período é denominado fase
secretora do ciclo uterino. Estas alterações preparatórias alcançam seu pico
aproximadamente 1 semana após a ovulação, no momento em que um óvulo fertilizado
pode chegar ao útero. Se a fertilização não ocorrer, os níveis de 26. 27. 28. 28.4 progesterona
e estrogênios declinam, em decorrência da degeneração do corpo lúteo. A interrupção na
progesterona e nos estrogênios provoca a menstruação (TORTORA; DERRICKSON,
2016).

Envelhecimento eisistemas genitais

Durante a primeira década da vida, o sistema genital se encontra em um estado juvenil. Por
volta dos 10 anos de idade, alterações controladas por hormônios começam a ocorrer em ambos
os sexos. A puberdade é o período em que as características sexuais secundárias começam a se
desenvolver e o potencial para a reprodução sexual é alcançado. O início da puberdade é
marcado por pulsos ou picos de secreção de LH e FSH, cada um desencadeado por um pulso
de GnRH. A maior parte dos pulsos ocorre durante o sono. Conforme a puberdade avança, os
pulsos hormonais ocorrem durante o dia, bem como à noite. Os pulsos aumentam em frequência
durante um período de 3 a 4 anos, até que o padrão adulto é estabelecido. Os estímulos que
causam os pulsos de GnRH ainda não são claros, mas a participação do hormônio leptina está
começando a ser descoberta. Pouco antes da puberdade, os níveis de leptina aumentam em

23
proporção à massa de tecido adiposo. Curiosamente, existem receptores de leptina tanto no
hipotálamo quanto na adenohipófise. Camundongos sem um gene da leptina funcionante desde
o nascimento são estéreis e permanecem em um estado de prépuberdade. Administrar leptina a
estes camundongos provoca a secreção de gonadotropinas, e eles se tornam férteis. A leptina
pode sinalizar ao hipotálamo que as reservas de energia a longo prazo (triglicerídios no tecido
adiposo) são adequadas para o início das funções reprodutivas (TORTORA; DERRICKSON,
2016).

Nas mulheres, o ciclo reprodutivo normalmente ocorre uma vez por mês a partir da
menarca, a primeira menstruação, até a menopausa, a cessação permanente da menstruação.
Assim, o sistema genital feminino tem um período de tempo limitado de fertilidade entre a
menarca e a menopausa. Durante os primeiros 1 a 2 anos após a menarca, a ovulação ocorre
apenas em aproximadamente 10% dos ciclos e a fase lútea é curta. Gradualmente, a
porcentagem de ciclos ovulatórios aumenta, e a fase lútea alcança o seu período normal de 14
dias. Com a idade, a fertilidade declina. Entre os 40 e 50 anos de idade, a reserva de folículos
ovarianos é esgotada. Como resultado, os ovários tornamse menos sensíveis à estimulação
hormonal. A produção de estrogênios cai, apesar da secreção abundante de FSH e LH pela
adenohipófise. Muitas mulheres sentem ondas de calor e transpiração intensa (fogacho), que
coincidem com pulsos de liberação de GnRH. Outros sinais/sintomas da menopausa são
cefaleia, queda de cabelo, mialgia, ressecamento vaginal, insônia, depressão, ganho ponderal e
alterações de humor. Ocorre discreta atrofia dos ovários, das tubas uterinas, do útero, da vagina,
dos órgãos genitais externos e das mamas depois da menopausa. Em decorrência da perda de
estrogênios, muitas mulheres apresentam diminuição da densidade mineral óssea após a
menopausa. O desejo sexual (libido) não mostra declínio paralelo; ele pode ser mantido por
esteroides sexuais suprarrenais. O risco de câncer do útero alcança seu pico por volta dos 65
anos de idade, mas o câncer de colo do útero é mais comum em mulheres mais jovens
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Principais patologias do Sistema Reprodutor Feminino

Distúrbios do sistema genital em mulheres

Síndrome pré-menstrual e transtorno disfórico pré-menstrual

A síndrome pré-menstrual (SPM) é um transtorno cíclico de sofrimento físico e emocional


grave. Surge durante a fase pós-ovulatória (lútea) do ciclo reprodutivo feminino e desaparece
24
drasticamente quando a menstruação inicia. Os sinais e sintomas são muito variáveis de uma
mulher para outra. Podem incluir edema, ganho de peso, tumefação e sensibilidade da mama,
distensão abdominal, dorsalgia, artralgia, constipação intestinal, erupções na pele, cansaço e
letargia, maior necessidade de sono, depressão ou ansiedade, irritabilidade, alterações de
humor, cefaleia, falta de coordenação e falta de jeito, e desejo por alimentos doces ou salgados.
A causa da SPM não é conhecida. Para algumas mulheres, realizar exercícios regulares; evitar
cafeína, sal e álcool etílico; e ingerir uma dieta rica em carboidratos complexos e proteínas
magras promovem alívio considerável (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

O transtorno disfórico pré-menstrual

(TDPM) é uma síndrome mais grave em que os sinais e sintomas semelhantes aos da SPM
não desaparecem após o início da menstruação. Ensaios clínicos mostram que a supressão do
ciclo reprodutivo por um fármaco que interfira no GnRH (leuprolida) diminui
significativamente os sintomas. Como os sinais/sintomas reaparecem quando o estradiol ou a
progesterona é administrada em conjunto com a leuprolida, os pesquisadores propõem que o
TDPM seja causado por respostas anormais a níveis normais destes hormônios ovarianos. Os
ISRS (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) são considerados promissores no
tratamento da SPM e do TDPM (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Endometriose

A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. O


tecido entra na cavidade pélvica pelas tubas uterinas abertas e pode ser encontrado em vários
locais – nos ovários, na escavação retouterina, na face externa do útero, no colo sigmoide, nos
linfonodos pélvicos e abdominais, no colo do útero, na parede abdominal, nos rins e na bexiga
urinária. O tecido endometrial responde às flutuações hormonais, quer esteja dentro ou fora do
útero. A cada ciclo reprodutivo, o tecido prolifera e, em seguida, se rompe e sangra. Quando
isto ocorre fora do útero, pode causar inflamação, dor, formação de cicatrizes e infertilidade.
Os sintomas incluem dor prémenstrual ou dor menstrual anormalmente grave (TORTORA;
DERRICKSON, 2016

Cânceres de ovário e de colo do útero

Embora o câncer de ovário seja o sexto tipo mais comum de câncer em mulheres, é a
principal causa de morte por todas as doenças ginecológicas malignas (excluindo o câncer da
mama), porque é difícil de detectar antes de ter produzido metástases além dos ovários. Os
25
fatores de risco associados ao câncer de ovário incluem a idade (geralmente acima de 50 anos);
raça (as brancas correm maior risco); história familiar de câncer de ovário; mais de 40 anos de
ovulação ativa; nuliparidade ou primeira gestação após os 30 anos; dieta com elevado teor de
gordura, baixo teor de fibras e deficiência de vitamina A e exposição prolongada ao amianto ou
talco. O câncer ovariano precoce não provoca sinais nem sintomas ou somente sintomas leves
que são associados a outros problemas comuns, como desconforto abdominal, pirose, náuseas,
perda de apetite, distensão abdominal e flatulência. Os sinais e sintomas de estágios tardios
incluem aumento da circunferência abdominal, dor abdominal e/ou pélvica, distúrbios
gastrintestinais persistentes, complicações urinárias, irregularidades menstruais e sangramento
menstrual intenso ( MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014)

O câncer de colo do útero

acomete aproximadamente 12 mil mulheres por ano nos EUA, com uma taxa de
mortalidade de aproximadamente 4 mil por ano. Inicia-se como uma condição pré-cancerosa
chamada de displasia cervical, uma alteração na quantidade, forma e crescimento das células
cervicais, geralmente as células escamosas. Às vezes, as células anormais voltam ao normal;
outras vezes, evoluem para o câncer, que geralmente se desenvolve lentamente. Na maior parte
dos casos, o câncer de colo do útero pode ser detectado em seus estágios iniciais por um teste
de Papanicolaou (ver Correlação clínica | Teste de Papanicolaou na Seção 4.4). Quase todos os
cânceres de colo do útero são causados por tipos variados de papilomavírus humano (HPV);
outros tipos de HPV causam verrugas genitais (descritos adiante). Estima-se que
aproximadamente 20 milhões de norte americanas estejam atualmente contaminadas pelo HPV.
Na maioria dos casos, o corpo elimina o HPV por meio de suas respostas imunes, mas às vezes
o vírus provoca o câncer, que pode levar anos para se desenvolver. O HPV é transmitido pelo
sexo vaginal, anal e oral; o parceiro infectado pode não apresentar quaisquer sinais ou sintomas.
Os sinais e sintomas do câncer de colo do útero incluem sangramento vaginal anormal
(sangramento entre os períodos menstruais, após uma relação sexual ou após a menopausa, mais
intenso e mais longo do que as menstruações normais, ou corrimento vaginal contínuo que pode
ser claro ou misturado com sangue). Existem várias maneiras de diminuir o risco de infecção
pelo HPV. Estas incluem evitar práticas sexuais de risco (sexo desprotegido, sexo em uma idade
precoce, múltiplos parceiros sexuais ou parceiros que se envolvam em atividades sexuais de
alto risco), imunocomprometimento e não receber a vacina contra o HPV. Duas vacinas estão
disponíveis para proteger homens e mulheres contra os tipos de HPV que causam a maior parte
dos tipos de câncer de colo do útero. As opções de tratamento para o câncer de colo do útero
26
incluem a excisão eletrocirúrgica com alça (LEEP); a crioterapia, o congelamento de células
anormais; a laserterapia, o uso da luz para queimar o tecido anormal; a histerectomia radical; a
exenteração pélvica, a remoção de todos os órgãos pélvicos; a radioterapia e a quimioterapia
(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

Doenças sexualmente transmissíveis

Doença sexualmente transmissível (DST) é aquela que é transmitida pelo contato sexual.
Em países mais desenvolvidos do mundo, como os da Europa Ocidental, Japão, Austrália e
Nova Zelândia, a incidência de DST diminuiu acentuadamente nos últimos 25 anos. Nos EUA,
por outro lado, estas doenças têm aumentado de modo quase epidêmico; atualmente acometem
mais de 65 milhões de pessoas. A AIDS e a hepatite B, que são DST que também podem ser
contraídas de outros modos, são discutidas nos Capítulos 22 e 24, respectivamente
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

Gonorreia

A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Nos EUA, aparecem 1 a 2


milhões de novos casos de gonorreia por ano, a maioria em indivíduos com idades entre 15 e
29 anos. As secreções das túnicas mucosas infectadas são a fonte de transmissão da bactéria
durante o contato sexual ou a passagem de um recém-nascido pelo canal de parto. O local de
infecção pode ser na boca e na faringe após o contato orogenital, na vagina e pênis após a
relação sexual genital, ou no reto após o contato retogenital (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014).

Os homens geralmente apresentam uretrite com drenagem profusa de pus e dor ao urinar. A
próstata e o epidídimo também podem ser infectados. Nas mulheres, a infecção ocorre
tipicamente na vagina, muitas vezes com eliminação de pus. No entanto, os homens e as
mulheres infectadas podem abrigar a Neisseria gonorrhoeae sem sintomas até que a infecção
tenha evoluído para um estágio mais avançado; aproximadamente 5 a 10% dos homens e 50%
das mulheres são assintomáticos. Nas mulheres, a infecção e a consequente inflamação podem
se deslocar da vagina para o útero, para as tubas uterinas e para a cavidade pélvica. Estima-se
que 50 mil a 80 mil mulheres se tornem inférteis por causa da gonorreia a cada ano nos EUA,
em decorrência da formação de tecido cicatricial que oclui as tubas uterinas. Se as bactérias no
canal de parto forem transmitidas para os olhos de um recém-nascido, isso pode resultar em

27
cegueira. A administração de uma solução de nitrato de prata a 1% nos olhos do recém-nascido
2 previne a infecção (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

MÉTODOS

Para o presente trabalho realizou-se uma pesquisa de levantamento bibliográfico, segundo


Galvão (2010) “ pesquisa bibliográfica consiste na informação e coleta das publicações sobre
determinado assunto em base de dados e outras fontes de informação”.

Encontramos 5 livros, porém foram incluídos como fonte de pesquisa apenas 2 livros
publicados entre 2014 á 2016, que abordam sobre anatomia, fisiologia e fisiopatologia do
sistema reprodutor feminino, na íntegra, em língua portuguesa, que subsidiaram o referido
trabalho. Os livros excluídos foram publicados fora do período referido e os que apresentavam
conteúdos incompletos sobre o tema.

As bases de dados utilizadas foram Google Académico, SciELO.

28
RESULTADOS

LIVRO 1

ANO: 2016 AUTORES:

TÍTULO: Princípios de anatomia e 1. Gerard J. Tortora


fisiologia 2. Bryan Derrickson

Nas questões anatómicas o livro refere que: Os órgãos genitais femininos diferem dos órgãos masculinos
de várias maneiras importantes. Primeiro, além de produzirem gametas (óvulos), os órgãos genitais ductos
acessórios incluem as tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fertilização; o útero, onde o embrião se
desenvolve; e a vagina, que age como canal de parto e recebe o pênis durante o intercurso sexual.

Sobre os aspectos fisiológicos, o livro aborda que: as gônadas se desenvolvem a partir das cristas gonadais
que surgem do crescimento da mesoderme intermediária. Durante a 5ª semana de desenvolvimento, as
cristas gonadais aparecem como protuberâncias imediatamente mediais aos mesonefro (rim
intermediário). Adjacente às cristas gonadais estão os ductos mesonéfricos, que, por fim, evoluem para
estruturas do sistema genital em homens. Já no que diz respeito aos aspectos fisiopatológicos, o livro
aborda sobre: a síndrome pré-menstrual (SPM); O transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM); a
endometriose;.

LIVRO 2

ANO: 2014 AUTORES:

TÍTULO: Anatomia humana 1. Elaine Marieb


2. Patricia Wilhelm
3. Jon Mallatt

Nas questões anatómicas o livro refere que: O par de ovários em forma de amêndoa, localizado
Lateralmente ao útero, mede em torno de 3 cm por 1,5 cm por 1 cm. Cada ovário localiza-se contra a
Parede lateral óssea da pelve verdadeira, próximo a bifurcação dos vasos ilíacos comuns.

Sobre os aspectos fisiológicos, o livro aborda que: A ovogénese leva muitos anos para ser concluída.
No período fetal, células-tronco chamadas ovogónias originam o suprimento vitalício de ovócitos da
mulher, que são detidos em um estagio inicial da meiose I aproximadamente na hora do parto. Já no que
diz respeito aos aspectos fisiopatológicos, o livro aborda sobre: a gonorreia, o câncer de colo do útero e
o câncer de ovário.

29
CONSIDERAÇÕE FINAIS

Em suma, os órgãos genitais femininos diferem dos órgãos masculinos de várias maneiras
importantes. Primeiro, além de produzirem gametas (óvulos), os órgãos genitais femininos
preparam-se para dar suporte ao embrião em desenvolvimento durante a gravidez. Segundo, os
órgãos femininos sofrem mudanças de acordo com o ciclo reprodutivo, o ciclo menstrual, que
dura em média 28 dias.

O sistema reprodutor feminino é composto por órgãos externos e internos e, são


responsáveis pela reprodução humana.

As células de um embrião feminino têm dois cromossomos X e nenhum cromossomo Y.


Como não há SRY, as cristas gonadais se desenvolvem em ovários, e como o MIS não é
produzido, os ductos paramesonéfricos florescem. As extremidades distais dos ductos
paramesonéfricos se fundem para formar o útero e a vagina; as partes proximais não fundidas
dos ductos tornamse as tubas uterinas. Os ductos mesonéfricos se degeneram sem contribuir
com quaisquer estruturas funcionais do sistema genital feminino, em decorrência da ausência
de testosterona.

Durante os anos férteis, as mulheres não grávidas normalmente apresentam alterações


cíclicas nos ovários e útero. Cada ciclo dura aproximadamente 1 mês e envolve tanto a oogénese
(ou ovogénese) quanto a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Hormônios
secretados pelo hipotálamo, adenohipófise e ovários controlam os principais eventos.

Nas mulheres, o ciclo reprodutivo normalmente ocorre uma vez por mês a partir da
menarca, a primeira menstruação, até a menopausa, a cessação permanente da menstruação.
Assim, o sistema genital feminino tem um período de tempo limitado de fertilidade entre a
menarca e a menopausa. Durante os primeiros 1 a 2 anos após a menarca, a ovulação ocorre
apenas em aproximadamente 10% dos ciclos e a fase lútea é curta. Gradualmente, a
porcentagem de ciclos ovulatórios aumenta, e a fase lútea alcança o seu período normal de 14
dias.

30
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Anatomia humana / Elaine Marieb, Patricia Wilhelm, Jon Mallatt ;tradução Lívia Cais,
Maria Silene de Oliveira e Luiz Cláudio Queiroz ;revisão técnica João Lachat, José
Thomazini e Edson Liberti. – São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2014.

2. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; tradução


Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2016.

31

Você também pode gostar