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Universidade Metodista de Angola

ESTUDO DE FISIOPATOLOGIA RESPIRATÓRIA I


AULA III
CARDIOPNEUMOLOGIA UMA 2023/2024 Prof. CPL. João Jorge
SEJAM BEM VINDOS!!!!!

O Juíz é Deus, o meu oponente


não existe!.....
Introdução ao Laboratório de Estudo de Função Respiratório

Conteúdos:

1. A espirometria
2. Indicações e contra-indicações
3. Procedimento
4. Controlo de qualidade
1. ESPIROMETRIA

 Espirometria (do latim spirare = respirar + metrum = medida)

 A espirometria mede o volume de ar inspirado e expirado num determinado


período de tempo, e é considerada como parte integrante de qualquer estudo
funcional respiratório, permitindo o estudo dos débitos e volumes pulmonares
mobilizáveis.

 Diagnóstico de distúrbios ventilatórios.


.
1. ESPIROMETRIA

A curva volume-tempo ajuda principalmente na avaliação da manobra expiratória: se


o tempo de expiração foi adequado e se a expiração foi linear e sem pausas (apneias).

A curva débito-volume, além de também auxiliar na verificação da qualidade técnica


do exame, é útil na sua interpretação, permitindo a visualização da existência de uma
maior ou menor obstrução das vias aéreas, que se traduz pela maior ou menor
concavidade da curva expiratória respetivamente.
Indicações para a realização de espirometria

 Diagnóstico:
 Avaliar sinais e sintomas;
 Identificar o efeito de uma doença sobre a função pulmonar;
 Avaliar indivíduos em risco de ter/desenvolver doença pulmonar; Estimar o
risco pré-operatório;
 Calcular o prognóstico;
 Avaliar o estado de saúde antes de iniciar programas de atividade física
intensa;
Indicações para a realização de espirometria

 Controlo:

 Avaliar a intervenção terapêutica;


 Monitorizar a evolução de doenças que afetam a função pulmonar;
 Controlar indivíduos expostos a agentes prejudiciais;
Limitações/ Contra-indicações relativas
Existem situações que podem representar um potencial risco para o indivíduo,
devido às manobras forçadas realizadas durante o exame, ou, pelas suas condições
físicas, poderem afetar a validade do teste.

 Doente que não entende o procedimento;


 Hemoptises de etiologia não esclarecida;
 Pneumotórax não tratado;
 Cirurgia ocular recente;
 Cirurgia torácica ou abdominal recente;
Espirometria

Curvas fluxo-volume e volume-tempo


Determinações

 Capacidade Vital – VC (Litros) – manobra lenta


 Capacidade Vital Forçada - FVC (Litros)

 FEV1 (L/s)

 Relação FEV1/FVC (%)

 Relação FEV1/VC (%)

 MVV (Litros)
Determinação da Capacidade Vital

Procedimento:
 3 ciclos a Volume Corrente (TV)
 Inspiração máxima, até TLC (IRV)
 De volta a Volume Corrente (TV)
 Expiração máxima e lenta até RV (ERV)
 De volta a Volume Corrente (TV)
Determinação da Capacidade Vital

 Pode obter-se numa só manobra ou em manobras separadas


 Se calculada numa manobra forçada – denomina-se Capacidade Vital
Forçada (FVC)
 Valores de VC ou FVC < 80% - patológicos
Determinação da Capacidade Vital
Capacidade vital

 Representa 65 a 75% da CPT


 Dependente da colaboração do indivíduo
 Varia com a posição corporal:
 – Em pé > sentado ou em decúbito (nota técnica)
 Varia de indivíduo para indivíduo:
 – Consoante os dados biométricos
Determinação do VEMS (FEV1)

 3 ciclos a Volume Corrente (TV)


 Inspiração máxima até TLC
 Expiração rápida e forçada até RV

 Calcula-se o FEV1, traçando uma linha com a duração de 1 segundo


(horizontal), até que esta encontra a CV (vertical)
 Valores de FEV1 < 80% - anormais
Determinação do FEV1
Relação FEV1/FVC

 Obtido pela razão entre o FEV1 e a FVC

 Percentagem de ar que é expelida do 1º segundo de uma expiração forçada máxima


 Relação FEV1/FVC FEV1 x 100
FVC
 Valores < 70% pós BD (GOLD)
Obstrução
 Valores < 88% ou 89%
Relação FEV1/FVC

 Depende do calibre brônquico


FEV1
 Depende da colaboração do indivíduo
 Força desmedida na manobra ⇒ colapso da via aérea
 Pouca força ⇒ Valores de FEV1 pouco fiáveis
Ventilação Máxima por Minuto (MVV)

 Respiração rápida e profunda (FR = 60 a 80


ciclos/minuto), durante 10 seg.

 Multiplica-se por 6 (para sabermos no


minuto)

 Indicação da reserva ventilatória

 Obstrução brônquica – Sinal de Creneau


Controlo de Qualidade

• Espirometria

1.Aceitabilidade das manobras

2.Reprodutibilidade dos valores


Controlo de Qualidade
Critérios de Aceitabilidade Critérios de Reprodutibilidade
(Dentro da mesma manobra) (Entre manobras)

Livre de artefactos: Após a obtenção de três espirogramas aceitáveis, aplicar os seguintes


(Tosse durante o 1º segundo da expiração; encerramento da glote; critérios:
terminação precoce ou cut-off da manobra expiratória; não realização de  Os 2 valores mais elevados da FVC devem ter uma variação ≤ 150
esforço máximo; fuga; bocal obstruído). ml ou 5% da FVC; (9)(9)(9)
 Os 2 valores mais elevados do FEV1 devem ter
uma variação ≤ 150 ml ou 5% da FVC.

Início correto: Exame concluído:


(Volume de extrapolação < 5% da FVC ou 150ml – o que for superior; Se os critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade se verificarem.
tempo de demora a atingir o PEF < 120 ms.)

Expiração satisfatória: Se os critérios não se verificarem, continuar o exame até:


(Duração ≥ 6 segundos nos adultos ou observação de um plateau na curva  Os critérios estejam concluídos;
volume-tempo ou caso o doente não possa/ não deva continuar a manobra  Se atingir um total de 8 testes;
expiratória).  O indivíduo não possa/ não deva continuar;

FVC – capacidade vital forçada; PEF- débito expiratório máximo instantâneo; FEV1 – volume expiratório máximo no 1º segundo
Artefatos mais comuns
Alterações na espirometria

 Verifica-se nas alterações dos parâmetros FVC, FEV1 e relação FEV1/FVC

 3 tipos:
 Alteração Ventilatória Obstrutiva
 Alteração Ventilatória Restritiva
 Alteração Ventilatória Mista
Alteração ventilatória obstrutiva

 FVC normal
 FEV1 normal ou diminuído Relação FEV1/FVC diminuída

 Redução FEV1 ⇒ obstrução na via aérea


 Se calibre dificulta expulsão ar no 1º seg.
 VC normal ⇒ Não é necessário o factor tempo ⇒ ar pode ser expelido com lentidão ⇒
vence o obstáculo expiratório

 Ex. Asma Brônquica


Alteração ventilatória obstrutiva
Obstrução com insuflação pulmonar

 FVC diminuída FEV1 diminuído


 relação FEV1/FVC diminuída

 Diminuição da CV secundária à obstrução


 Insuflação Pulmonar originada pela obstrução
 Alteração principal expiratória – ERV, com aumento da posição média
respiratória

 Ex. Bronquite crónica com enfisema pulmonar


Alteração ventilatória restritiva

 FVC diminuída FEV1 diminuído


 Relação FEV1/FVC normal

 Diminuição do FEV1 devida à diminuição da VC e proporcional a esta

 Relação FEV1/FVC normal porque FEV1 diminui em proporção com


VC – relação % mantém-se

 Ex. Fibrose Pulmonar


Alteração ventilatória Mista

 Diminuição da FVC

 Diminuição
• VC diminuídadoàFEV
custa
1 de IRV
 Diminuição da relação
FEV1/FVC

 TLC diminuída
 FEV1 diminuído à custa da VC, mas principalmente à obstrução

 Ex. Bronquite crónica + fibrose pulmonar


Alteração ventilatória Mista
Classificação da gravidade das alterações ventilatórias por
espirometria
BONS ESTUDOS!!!!!

O Juíz é Deus, o meu oponente


não existe!.....

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