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ESPIROMETRIA
➡ Introdução:
• Espirometria permite medir o volume de ar inspirado e expirado e os fluxos respiratórios, sendo especialmente
ú8l para avaliar a manobra expiratória forçada.
• A espirometria é um teste que permite:
- Iden8ficação e quan8ficação da doença pulmonar com precocidade.
- Diagnós8co disfuncional respiratório.
- Inves8gação de dispnéia.
- Acompanhamento e resposta ao tratamento.
- Avaliação de incapacidade (fisioterapia/medicina do trabalho).
- Avaliação pré-operatória (classificação de risco

• Os valores ob8dos devem ser comparados a valores previstos adequados para a população avaliada.
• Os resultados espirométricos devem ser expressos em gráficos de volume-tempo e fluxo-volume.
• A espirometria avalia:
- Capacidade vital forçada (CVF): Verifica o volume total de ar expirado após inspiração máxima e expiração
forçada. Deve ser ≥80%.
- Capacidade vital lenta (CVL): Verifica o volume total de ar expirado após inspiração máxima e expiração lenta.
- Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): Mede o volume de ar que sai no primeiro segundo da
expiração. Deve ser ≥80%.
- Volume expiratório forçado no sexto segundo (VEF6): Mede o volume de ar que sai no sexto segundo da
expiração. Tem Ín8ma relação com a CVF.
- Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF): Verifica a % do ar que sai no primeiro segundo da expiração em relação ao
total de ar expirado. Deve ser ≥70%
- Fluxo expiratório forçado máximo ou pico de fluxo (FEF máx): Mede a velocidade máxima que o ar consegue
a8ngir (pico) ao passar através das vias aéreas.
- FEF 25-75%: Mede o fluxo médio num determinado intervalo de volume que inclui o fluxo de vias aéreas de
médio e pequeno calibre.
- FEF 25-75%/CVF: Relação entre o fluxo médio e a capacidade vital forçada.
- Fluxo expiratório forçado 50% (FEF50%): Mede o valor de fluxo expiratório em 50% da expiração.
- FEF50% / FIF50%: Relação entre os fluxos expiratório e inspiratório 50%.

➡ Capacidades e volumes:

➡ Curva fluxo x volume e volume-tempo:


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➡ Distúrbios venDlatórios:
• Distúrbio venDlatória obstruDvo: O paciente apresenta uma obstrução de grandes ou pequenas vias aéreas que
interfere o fluxo aéreo. Ex: DPOC; Asma; Broncoespasmo.

- VEF1/CVF reduzido (<70%.).


- CVF normal ou reduzido (< 80%).
- VEF1 reduzido (< 80%).
- FEF 25%/CVF reduzido.
- FEF reduzido.
- TFEF aumentado.

• Distúrbio venDlatória restriDvo: É qualquer processo que interfira na expansão dos pulmões e complacência
tóraco-pulmonar, resultando em volumes pulmonares reduzidos. Ex: Fibrose pulmonar; Pneumonia; Derrame
pleural; Pneumotórax; Cifoescoliose; Obesidade; Trauma; Fratura de costela; Esclerose; Distrofia muscular
progressiva.

- VEF1/CVF normal ou aumentado ( 70%.).


- CVF reduzido (< 80%) .
- VEF1 normal ou pouco reduzido (< 80%).
- FEF 25%/CVF aumentado.

• Distúrbio venDlatória misto: O paciente apresenta tanto um padrão obstru8vo como restri8vo. Para se chegar a
esse laudo, o paciente deve apresentar um distúrbio ven8latório obstru8vo com diminuição da capacidade vital
forçada e do índice de Tiffeneau, com redução de CVF.

- VEF1/CVF reduzido (<70%.).


- CVF reduzido (< 80%).
- VEF1 normal ou pouco reduzido(<70%).
- FEF 25%/CVF reduzido.

• Distúrbio venDlatória inespecífico: O paciente apresenta anormalidade, mas não é nem obstrução nem restrição.

- VEF1/CVF normal ( 70%.).


- CVF reduzido (< 80%) .
- VEF1 reduzido (< 80%).
- FEF 25%/CVF normal.
- FEF normal.

DVO DVR DVI

CVF NL ou ↓ ↓ ↓

VEF1 NL ou ↓ NL ou ↓ NL ou ↓

VEF/CVF ↓ NL ou ↑ NL
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➡ Classificação quanto a gravidade do distúrbio:


• Doença obstruDva:
VEF1 ≥ 80% Leve (GOLD 1)
VEF1 ≥ 50% < 80% Moderado (GOLD 2)
VEF1 ≥ 30% < 50% Grave (GOLD 3)
VEF1 ≤ 50% Muito grave (GOLD 4)

• Doença restriDva:

CVF ≥ 60% < 80 Leve


CVF ≥ 51% < 59% Moderado
CVF < 50% Grave
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➡ Execução práDca do teste espirométrico:


1. Orientações aos pacientes:
• Infecção respiratória nas úl8mas 3 semanas, como gripe, resfriado, bronquite e pneumonia, podem alterar a
função pulmonar ou levar à hiperresponsividade brônquica. Em pacientes acompanhados longitudinalmente (ex.
DPOC) estes testes podem dar impressão de perda funcional acelerada.
• Broncodilatadores de ação curta devem ser suspensos por 4 horas e de ação prolongada por 12 horas antes dos
testes, se o obje8vo for a verificação da presença de obstrução reversível. Se a finalidade do exame for encontrar a
máxima função pulmonar, ou se a suspensão do Bd resultar em dispnéia acentuada, Bds podem ser man8dos.
• Jejum não é necessário.
• Café e chá não devem ser ingeridos nas úl8mas 6 horas, por efeito broncodilatador, especialmente quando testes
de broncoprovocação forem programados.
• Cigarro aumenta a resistência ao fluxo aéreo e deve ser proibido por pelo menos 2 horas antes do exame.
• Álcool não deve ser ingerido nas úl8mas 4 horas.
• Refeições volumosas devem ser evitadas 1 hora antes dos testes.
• O paciente deve repousar 5 a 10 minutos antes do teste.

2. Dados antropométricos:
• Peso.
• Altura.
• Envergadura: A distância é medida com uma fita e então duplicada para dar a envergadura. Em crianças a
envergadura es8ma com precisão a estatura. Na população brasileira adulta a estatura pode ser calculada
dividindo-se a envergadura por 1,03 nas mulheres e 1,06 nos homens.

3. Critérios de aceitação das curvas:


• Deve ter pelo menos três testes aceitáveis.
• Inspiração máxima antes do início do teste.
• Início sa8sfatório da expiração:
- Evidência de esforço máximo com Volume retroextrapolado < 5% da CVF ou 0,15L, o que for o maior.
- Diferença entre os três maiores valores do PFE < 10% ou 0,5L/s, o que for maior.
- Expiração sem hesitação.

• Duração sa8sfatória do teste > 6s. Pelo menos 10s na presença de obstrução, idealmente 15s.
• Término: Platô no úl8mo segundo; Desconforto acentuado ou risco de síncope.
• Artefatos ausentes: Tosse no 1º segundo; Vazamento; Obstrução da peça bucal; Manobra de Valsalva; Ruído
gló8co.
• Resultados reproduyveis: Para CVF e VEF1 os dois maiores valores devem diferir < 0,15L. Se estes critérios não são
preenchidos após oito tenta8vas, interrompa o exame e siga com a interpretação usando os três melhores testes.
• Seleção das curvas para interpretação: Selecione dos testes de qualidade aceitável. Selecione a maior CVF.
Selecione o maior VEF1 das curvas com valores de PFE. aceitáveis. Selecione os fluxos instantâneos da curva com
maior soma de CVF e VEF1, obedecido o critério anterior.

4. Manobra da Capacidade Vital Forçada (CVF):


• No sistema fechado (espirômetro a fluxo), o paciente deverá introduzir o tubo na boca, fazer 2 ou 3 respirações
fisiológicas, inspirar profundamente de forma máxima, expirar forçadamente e inspirar forçadamente ao final.

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