Você está na página 1de 2

METODOLOGIA DA HISTÓRIA – 2º.

SEMESTRE LETIVO/2022
1ª. AVALIAÇÃO
VALOR: 4,0 pontos

FOLHA DE AVALIAÇÃO: ANÁLISE METODOLÓGICA DE TEXTO DE


PESQUISA HISTORIOGRÁFICA

ESTUDANTE: ANNA BEATRIZ BARCELLOS DE ALMEIDA BRAGA

ARTIGO A SER ANALISADO: BAUER, Caroline Silveira. O perigo da


“argentinização” da transição política brasileira: uma visão sobre a Argentina no Brasil
de 1984 e 1985. In: Aletheia, vol. 7, n. 13, outubro 2016

Responda ao questionário abaixo. Procure não ultrapassar 10 linhas para cada


pergunta.

1. Heurística
a) Qual é a questão do artigo? Reproduza com suas palavras a questão que levou a
autora a fazer a pesquisa.
RESPOSTA: No artigo analisado, a autora busca fazer uma comparação entre os
contextos pós-ditatoriais na Argentina e no Brasil, principalmente no que se diz
respeito às repercussões na sociedade, política e justiça. O conceito de
“argentinização”, segundo o qual a pesquisa é permeada, é utilizado para
caracterizar as consequências da ditadura cívico-militar na Argentina. Neste caso, a
sociedade e principalmente a memória coletiva da nação foram responsáveis por
denunciar e punir os crimes humanitários cometidos pelo regime. Desta forma, no
estudo de Caroline Bauer podemos entender como e por que essa tentativa de
reparação das injustiças cometidas pelos militares foi criticada e coibida pelo
Estado e pela imprensa brasileira desde o início da transição política.

b) Quais são as fontes utilizadas pela autora para responder ao questionamento


formulado? Identifique as fontes e justifique a escolha das mesmas.
RESPOSTA: Uma das principais fontes escolhidas pela autora são documentos
internos produzidos pelos serviços de segurança do regime ditatorial brasileiro.
Dentre estes, destaca-se o “Relatório Mensal de Informações Externas”, nas edições
de 1984 e 1985, nos quais são descritas as repercussões sócio-políticas do fim da
ditadura na Argentina, revelando uma preocupação com as consequências
enfrentadas pelos militares. Além disso, também há trechos de edições do jornal
Folha de São Paulo no mesmo período, nos quais houve uma frequente tentativa de
relativização dos horrores da Ditadura. Entretanto, através das seções de opinião
pública deste mesmo veículo comunicativo, percebe-se que havia uma certa
consciência social sobre as injustiças do regime e suas impunidades.

c) Como a autora delimita no tempo e no espaço a sua pesquisa? Identifique o espaço


geográfico e o arco temporal (demarcado pelas fontes).
RESPOSTA: Conforme mencionado na questão anterior, suas principais fontes
datam dos anos de 1984 e 1985. Entretanto, considerando a construção das
narrativas acerca da Ditadura brasileira e suas repercussões, pode-se dizer que o
recorte temporal admitido pode situar-se desde o início da transição política (1974)
até o fim da década de 1980. Geograficamente falando, sua pesquisa se ambienta
nos “regimes congêneres no Cone Sul”, ou seja, com enfoque nos casos de Brasil e
Argentina.

d) Com quais/qual outras/a pesquisa/s a autora dialoga?


RESPOSTA: Com uma bibliografia bastante extensa, Caroline Bauer dialoga com
uma série de autores que desenvolveram estudos importantes sobre contextos
ditatoriais. Dentre estes, destacam-se diversas obras do historiador catalão Ricard
Vinyes e as obras do autor chileno Manuel Antonio Garretón. Ximena Barraza
também é uma pesquisadora citada diversas vezes durante o texto, em referência à
sua obra “Notas sobre a vida cotidiana numa ordem autoritária”.

2. Crítica (1,0pt)
a) Quais os procedimentos utilizados pela autora para analisar as suas fontes?
RESPOSTA: O estudo de Caroline Bauer dialoga com muitos conceitos de outros
autores. A “ideologia da reconciliação”, formulada por Ricard Vinyes, explica uma
falsa premissa de equiparação entre as violências cometidas por regimes ditatoriais
e grupos de resistência. Além deste, há um tópico inteiro no texto utilizando o
conceito de “cultura do medo”, cunhado pelo cientista político Guillermo O'Donnell
para explicar os traumas gerados pelos contextos ditatoriais. Por fim, explicando os
tipos de medo sentidos e suas percepções dentro destes contextos, destaca-se o autor
Manuel Antonio Garretón.

3. Interpretação (1,0 pt)


a) Quais são as conclusões do texto?
RESPOSTA: Apesar da preocupação do regime ditatorial brasileiro acerca das
possíveis responsabilizações penais enfrentadas, o processo de “argentinização”
não foi uma realidade na transição política brasileira. Isto porque, até os dias de
hoje, a Lei da Anistia segue impedindo as punições daqueles que participaram
ativamente dos crimes humanitários cometidos durante o período. Ainda que
haja uma tentativa de reparação para com as vítimas, através da Comissão
Nacional da Verdade, a Ditadura Civil-Militar brasileira segue sendo um tabu
em nossa sociedade, garantindo impunidade a seus responsáveis.

Você também pode gostar