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Aluísio Azevedo

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora
Última atualização: 31/01/2023

Biografia de Aluísio Azevedo


Aluísio Azevedo (1857-1913) foi um escritor brasileiro. "O Mulato" foi o
romance que iniciou o Movimento Naturalista no Brasil. Foi também
caricaturista, jornalista e diplomata. É membro fundador da cadeira n.º
4 da Academia Brasileira de Letras.
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo, conhecido como Aluísio
Azevedo, nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 14 de abril de 1857.
Em 1871 matriculou-se no Liceu Maranhense e dedicou-se ao estudo
da Pintura.
Com 19 anos foi levado pelo irmão, o teatrólogo e jornalista Artur
Azevedo, para o Rio de Janeiro. Começou a estudar na Academia
Imperial de Belas-Artes, onde revelou seus dons para o desenho.
Logo passou a colaborar, com caricaturas para os jornais "O
Mequetrefe", "Fígaro" e "Zig-Zag".
Carreira literária
Com a morte do pai, em 1879, Aluísio voltou para São Luís e começou
a carreira literária para ganhar a vida. Publicou seu primeiro romance
romântico, Uma Lágrima de Mulher (1879), onde se mostra
exageradamente sentimental para satisfazer um público ávido pelo
romantismo.
Em 1881, publicou O Mulato, romance que iniciou o movimento
Naturalista na literatura brasileira”. A obra denunciava o preconceito
racial existente na burguesia maranhense e provocou uma reação
indignada da sociedade, que se viu retratada nos personagens, mas o
livro foi um sucesso de vendas.
No dia 7 de setembro de 1881, Aluísio Azevedo voltou para o Rio de
Janeiro decidido a se dedicar à vida de escritor. Publicou inúmeros
contos, crônicas, romances e peças de teatro, nos folhetos dos jornais
da época, na maioria obras de feição romântica, cujos enredos
conduziam ora a tragédia ora ao desenlace feliz, entre eles: Memórias
de Um Infeliz (1882) e Mistério da Tijuca (1882).
Características da obra de Aluísio Azevedo
Aluísio Azevedo produziu uma obra propositalmente diversificada: de
um lado escrevia os romances “românticos”, que o próprio autor
chamava de comerciais e, de outro, os romances “naturalistas”,
chamados de artísticos. O romance naturalista é marcado por forte
análise social a partir de grupos humanos marginalizados, valorizando
o coletivo.
Preocupado com a realidade cotidiana, seus temas prediletos foram: a
luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e o povo
humilde. Os três maiores romances naturalistas de Aluísio de Azevedo
são: O Mulato (1881), Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890).
O Mulato
O Mulato foi a obra que introduziu definitivamente o Naturalismo no
Brasil. Trata-se de uma narrativa impregnada de perseguição e
violência. O autor focaliza a vida em São Luíz do Maranhão, sua
sociedade autocrática e racista, representada na pessoa do Padre
Diogo.
Através do drama do mulato Raimundo, o autor espelha o sofrimento
da raça negra, exposta aos castigos bárbaros e aos instrumentos de
tortura. As repressões sociais o conduzem a anulação de sua
personalidade e à trágica morte.
O Cortiço
O Cortiço é a obra-prima de Aluísio de Azevedo e a mais importante
obra naturalista brasileira. Focaliza o nascimento, o desenvolvimento e
a decadência de um típico cortiço carioca do século XIX.
Na obra, Aluísio retrata o aumento da população no Rio de Janeiro e o
aparecimento desses núcleos habitacionais, denominados cortiços,
onde se aglomeravam trabalhadores e parte da população marginal da
cidade.
O grande personagem do romance é o próprio cortiço. Nele, o escritor
se preocupa, acima de tudo, em mostrar o comportamento de um
agrupamento humano que se aglomerava em uma habitação coletiva.
O ambiente degradado e promíscuo do cortiço molda e determina a
conduta dos que ali vivem. O dono do cortiço é o português João
Romão, também proprietário de uma pedreira, onde muitos trabalham,
e da venda, onde se endividam ao comprar fiado.
Carreira diplomática
Em 1895, com quase quarenta anos, Aluísio venceu um concurso para
cônsul e ingressou na carreira diplomática, servindo na cidade de Vigo
na Espanha, no Japão, na Inglaterra, Itália, Uruguai, Paraguai e
Argentina. Durante todo esse período não mais se dedicou a produção
literária. Vivia com a argentina Pastora Luquez, junto com os dois
filhos, Pastor e Zulema, por ele adotados.
Aluísio Azevedo faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de
janeiro de 1913. Seis anos depois, no governo de Coelho Neto, a urna
funerária de Aluísio Azevedo foi transferida para São Luís, sua terra
natal.
Obras de Aluísio Azevedo
• Uma Lágrima de Mulher, romance, 1879
• Os Doidos, teatro, 1879
• O Mulato, romance, 1881
• Memórias de um Condenado, romance, 1882
• Mistérios da Tijuca, romance, 1882
• A Flor de Lis, teatro, 1882
• A Casa de Orates, teatro, 1882
• Casa de Pensão, romance, 1884
• Filomena Borges, romance, 1884
• O Coruja, romance, 1885
• Venenos Que Curam, teatro, 1886
• O Caboclo, teatro, 1886
• O Homem, romance, 1887
• O Cortiço, romance, 1890
• A República, teatro, 1890
• Um Caso de Adultério, teatro, 1891
• Em Flagrante, teatro, 1891
• Demônios, contos, 1893
• A Mortalha de Alzira, romance, 1894
• O Livro de uma Sogra, romance, 1895
• Pegadas, contos, 1897
• O Touro Negro, teatro, 1898

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