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LGBTQIA+
LGBTQIA+
LGBTQIA+
Plano Estadual LGBTQIA+
de Promoção LGBTQIA+
dos Direitos da LGBTQIA+
População LGBTQIA+
LGBTQIA+
de Pernambuco LGBTQIA+
2021 - 2023
LGBTQIA+
LGBTQIA+
LGBTQIA+
LGBTQIA+
LGBTQIA+
LGBTQIA+
LGBTQIA+
Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
ÍNDICE
2. CONTEXTUALIZAÇÃO 8
3. INTRODUÇÃO 10
4. GLOSSÁRIO LGBTQIA+ 12
7.1 PROPOSTAS 40
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
P E R N A M B U C O/2 0 2 1 -2 0 2 3
G OV E R N A D O D O E S TA D O D E P E R N A M B U C O
GOVERNADOR
VICE-GOVERNADORA
Luciana Santos
S E C R E TA R I A D E D E S E N V O LV I M E N T O S O C I A L , C R I A N Ç A E J U V E N T U D E
S E C R E TÁ R I O
Sileno Guedes
S E C R E TÁ R I A E X E C U T I VA D E S E G M E N TO S S O C I A I S
Marília Bezerra
Poliny Aguiar
C O N S E LH O E STA D U A L D O S D I R E ITO S D A P O P U L AÇ ÃO
LG BTQ IA+ (C E D PLG BTQ IA+)
G R U P O D E TR A B A LH O D E S I STE M ATI Z AÇ ÃO D O P L A N O
E STA D U A L D O S D I R E ITO S D A P O P U L AÇ ÃO LG BTQ I A+
G OV E R N A M E NTA L
Poliny Aguiar e Silva – Sec. de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude
Luiz Valério Soares – Sec. de Saúde
Dayanna Santos – Sec. de Educação e Esportes
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
GESTOS
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
FICAÇÃO (SETEQ)
S E C . D E C U LT U R A ( S E C U LT ) / F U N D A R P E
SEC. DE D E S E N V O LV I M E N T O SOCIAL,
Titular: José Neto Barbosa
CRIANÇA E JUVENTUDE (SDSCJ)
Suplente: José Clementino de Oliveira
Titular: Poliny Aguiar e Silva
Suplente: Joelma José da Silva
SEC. DE TURISMO E LAZER (SETUR)
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
L Í T I C A S I M P L E M E N TA DA S P E LO P O D E R
PÚBLICO
COORDENAÇÃO
COMPOSIÇÃO
COORDENAÇÃO
COMPOSIÇÃO
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
2. Contextualização
É importante destacar que, a partir de 2009, ações foram desenvolvidas pelo Governo do
Estado, perpassando diversas secretarias, em consonância com uma política que busca garantir
direitos sociais com equidade para a população LGBTQIA+ e que desde a primeira gestão do go-
vernador Paulo Câmara foram criados equipamentos como a Secretaria Executiva de Segmentos
Sociais, a Coordenadoria Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBT, a posse do Con-
selho Estadual de Direitos da População LGBT, a criação do Procedimento Operacional Padrão para
a População LGBT (Secretaria de Defesa Social/Polícia Militar); a Criação do Comitê Interinstitucio-
nal pró Mulheres Lésbicas e Bissexuais; Lançamento da política de saúde integral para a popula-
ção LGBT (primeira no Brasil); inclusão no PPA (Plano Plurianual) de orçamento específico para a
população LGBTQIA+ – com a finalidade de garantir e fortalecer as políticas públicas de apoio e
atenção à população LGBTQIA+; a partir de 2019 também foram instituídos o Comitê Pró Travestis
e Mulheres Trans; A campanha Folia Sem LGBTQIA+fobia; A Cartilha dos Direitos da População
LGBTQIA+ de Pernambuco; A Lei Lorena Muniz, que garante o uso do nome social das pessoas
trans nos documentos de óbito; Também foram dialogados e edificados políticas de inclusão e
decretos que podem ser visualizados nos anexos. Este Plano Estadual de Promoção dos Direitos
da População LGBT de Pernambuco “Pernambuco da Diversidade” está fundamentado nas orien-
tações e diretrizes contidas no Plano Nacional de Promoção da Cidadania LGBTQIA+, referendados
na Conferência Nacional LGBT, em abril de 2016 e que ocorreu de forma conjunta com a de direitos
humanos, traduzindo-se enquanto um marco histórico de avanços de direitos político-sociais. E nas
I, II e III Conferências Estaduais e Regionais LGBT de Pernambuco, como também, nas Conferências
Municipais do Recife, Olinda, Jaboatão e Belém do São Francisco, visando a transversalidade e a
interdisciplinaridade de algumas ações, bem como, a otimização de recursos humanos e materiais,
estabelecendo parcerias para sua realização.
As ações contidas neste documento foram retiradas, também, das escutas ativas, realiza-
das em três seminários regionais no estado: Sertão, Agreste, Região Metropolitana (Zona da Mata
Norte e Zona da Mata Sul). Os seminários ocorreram, respectivamente, nos seguintes municípios:
Salgueiro, Caruaru e Recife, sob a responsabilidade da Secretaria Executiva de Segmentos Sociais
(SESES), hoje vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ). Cria-
da em 2015, pelo gestor da pasta, a Executiva tem como missão promover, coordenar, acompanhar
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
e fortalecer as políticas públicas afirmativas, de forma integrada no Estado. Visa, neste sentido, a
prevenção e o enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violação dos di-
reitos, em busca do desenvolvimento social com equidade e humanização, na garantia dos direitos
dos segmentos sociais.
Os Seminários Regionais dos Segmentos Sociais tiveram como objetivo apresentar a SESES
(Secretaria Executiva de Segmentos Sociais) e suas ações; debater a política para esse segmento,
que representa mais de 60% da população pernambucana e colher contribuições para construção
dos planos estaduais de promoção da igualdade racial, quilombola e LGBTQIA+.
Participaram das escutas lideranças dos povos tradicionais (quilombolas, indígenas, ciganos
(as), povos de terreiro); lideranças do movimento negro, pessoa com deficiência, pessoa idosa e
LGBTQIA+; conselheiros (as) de assistência, de igualdade racial, educação, saúde, mulher, juventu-
de, idoso (a), pessoa com deficiência e LGBTQIA+; Secretaria (as) de Assistência Social, Educação,
Saúde, Mulher, entre outras, que também atendem esta temática; gestores (as) de órgãos munici-
pais de politicas de igualdade racial, pessoa com deficiência, pessoa idosa e de população LGBT-
QIA+ e técnicos (as) dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência
Especializados em Assistência Social (CREAS).
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
3. Introdução
Do teatro para a poesia; dela para as falas em público; daí para a literatura; alguma coisa
de cinema (caseiro) e, timidamente, os gays e algumas lésbicas atravessaram a década sem muitos
avanços. Até porque a repressão era a palavra de ordem da segurança pública, com relação aos
“sodomitas/entendidos” e “mulheres-machos”.
Hoje, depois de muitas lutas e algumas conquistas, o movimento segue mais organizado,
mesmo segmentado, incluindo as pessoas trans sob a mesma bandeira. Com a participação dos
grupos, a partir da década de 1990, Pernambuco passa de espectador para ator. Surgindo, assim,
os primeiros grupos ainda dentro dos Sindicatos, como o Grupo Articulação e Movimento Homos-
sexual do Recife e Região Metropolitana (AMHOR); o Grupo Gay de Pernambuco (GGP); Movimento
LGBT Leões do Norte e as Organizações lideradas por ativistas LGBTQIA+ e do enfrentamento a
Aids, como a ONG Gestos –Soropositividade, Comunicação e Gênero. O Projeto Abraços; a Articu-
lação e Movimento para Travestis e Transexuais (AMOTRANS); o Movimento Integrar de Pernambu-
co; a Associação Pernambucana das Profissionais do Sexo (APPS); a Organização Homossexual do
Cabo de Santo Agostinho (OHCA); o Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo (GTP+) O Grupo
de Cidadania Homossexual de Pernambuco (GCHP) a Nova Associação de Travestis e Transexuais
de Pernambuco (NATRAPE); a Nova Associação dos Profissionais do Universo Masculino de Per-
nambuco (ASPRONUMPE); o Movimento Ser Coletivo e, ainda, o Instituto Papai; além do Núcleo
de Pesquisa Gênero e Masculinidade da UFPE (GEMA/UFPE); o Coletivo LGBT do Sindicato dos
Trabalhadores na Educação de Pernambuco (SINTEPE), entre tantas outras. Vale ressaltar, também,
a enorme contribuição dos grupos, associações e Ong’s de todas as regiões do interior do estado.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
O caminho ainda é longo. A criação desse plano é considerada um marco para efetivarem-se
políticas afirmativas “de verdade” para o movimento LGBTQIA+ no Estado de Pernambuco. Nessa
direção temos como referência os dados levantados a partir dos Indicadores Criminais em Pernam-
buco, onde as estatísticas de CVLI e Violência das Vítimas do Segmento LGBTQIA+ são divulgadas
pela secretaria de Defesa Social (SDS) em que aponta que de janeiro de 2020 a julho de 2021 foram
de 48 CVLI contra pessoas LGBTQIA+, sendo 27 em 2020 e outros 21 em 2021 (até julho). E que no
mesmo período os indicadores de violência por ameaça, violência doméstica/familiar, calúnia, cons-
trangimento ilegal, estupro, estupro de vulnerável, injúria, lesão corporal, maus tratos, outras lesões
corporais, outros crimes contra a dignidade sexual, racismo, preconceito, discriminação e outros
crimes e vias de fatos foram no total de 3.502 no mesmo período de janeiro de 2020 a julho de 2021.
Neste sentido percebemos a urgência em desenvolver políticas públicas que venham a favo-
recer o respeito à população LGBTQIA+, visando a equidade de direitos; pois os dados nos mostram
situações de desigualdades extremas: Pernambuco constitui um dos estados que tem um alto índice
de violência contra a população LGBTQIA+.
Sendo assim, o Governo de Pernambuco, tendo como conjectura a excelência da pessoa hu-
mana e o imperativo de solidificar políticas afirmativas para populações, que vêm ao longo da histó-
ria sendo marginalizadas, como a população LGBTQIA+, concretiza o Plano Estadual de Promoção
dos Direitos da População LGBTQIA+ de Pernambuco como documento de referência, em busca de
cidadania plena para esta população. Desta forma, os princípios que norteiam o plano baseiam-se
na defesa de um estado laico, da diversidade e liberdade de expressão, livre orientação afetiva e/ou
sexual e de uma cultura de paz para os (as) LGBTQIA+s e todos os sujeitos sociais.
O Plano, pois, busca promover a inclusão social da população LGBTQIA+, propiciando sub-
sídios para a construção e implementação de políticas públicas voltadas às promoção e defesa dos
direitos individuais e coletivos dessa população em Pernambuco.
Reconhecemos que ainda temos um caminho a ser trilhado, mas passos estão sendo dados e
não mais podemos parar, pois, a vigilância em torno dos direitos para a população LGBTQIA+ deve
permanente, para que haja maiores conquistas. A cidadania plena da população LGBTQIA+ acon-
tecerá a partir do comprometimento, não somente do Poder Executivo, mas também do Legislativo
e do Judiciário. O movimento social organizado e atuante tem papel primordial para as conquistas
dos direitos da população LGBTQIA+ nos mais variados espaços: conselhos, no espaço escolar, nas
políticas de saúde, nas expressões culturais e em todos os demais espaços da vida pública. Alme-
jamos, pois, uma nova sociedade, alicerçada, especialmente, no respeito às diversidade, especifi-
camente a orientação afetiva e/ou sexual e identidade de gênero da população. Assim, o respeito
mediará as relações sociais estabelecidas e teremos um mundo mais justo e, por conseguinte, mais
igualitário.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
4. Glossário LGBTQIA+
LÉSBICAS: São pessoas que se reconhecem no gênero feminino e tem desejos e relações
afetivas e/ou sexuais com pessoas do gênero feminino.
G AY: São pessoas que se identificam com o gênero masculino e tem desejos e relações afe-
tivas e/ou sexuais por pessoas do gênero masculino.
BISSEXUAL: São pessoas que tem desejos e relações afetivas e/ ou sexuais por ambos os
gêneros.
MULHER TRANS: Uma mulher transgênero (mulher trans) é uma pessoa que ao nascer foi
designada ao gênero masculino mas que tem a sua identidade de gênero feminina.
T R AV E S T I : Uma mulher travesti é uma pessoa que tem a expressão de gênero diferente da
que lhe foi designada ao seu nascimento. Na maioria de suas expressões, a travestilidade se mani-
festa em pessoas designadas do gênero masculino no nascimento, mas que objetivam a construção
do feminino, por meio de suas roupas, comportamento, podendo incluir ou não procedimentos es-
téticos e cirúrgicos. Identidade de gênero latino-americana, muitas vezes considerada transgênero,
terceiro sexo ou não-binária. Simboliza luta e resistência.
HOMEM TRANS: Um homem transgênero (homem trans) é uma pessoa que ao nascer foi
designada ao gênero feminino mas que tem a sua identidade de gênero masculina.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
INTERSEXO: são pessoas que têm características e variações congenitais de anatomia se-
xual (biológica) e reprodutiva do sexo feminino e masculino. Ao nascerem, muitas vezes, o órgão
genital não determina se é pênis ou vagina. Nesses casos, alguns pais optam pela cirurgia de defi-
nição do sexo no bebê, mas há uma grande discussão em torno da escolha de gênero deste ser ao
crescer.
ASSEXUAL: A assexualidade é vista como uma orientação sexual, mas na prática corres-
ponde a diversas possibilidades que vão além do sexo. Assexuais por definição são pessoas que não
sentem atração sexual por outras pessoas, independente de gênero, mas isso não significa que não
podem ou querem construir relacionamentos. A assexualidade abrange uma grande variedade de
possibilidades em diferentes níveis.
+: Para todas as possibilidades de se identificar. Para todas as letras que possam surgir. Para
a visibilidade e direitos de todas as expressões e identidades que surgem e possam surgir.
PANSEXUAL: É a pessoa que pode sentir atração por outra pessoa, independente do gêne-
ro, identidade ou orientação sexual. Sem necessariamente ter alguma preferência.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
5. Eixos Estratégicos
Educação e Laicidade: concepção de política desde a educação infantil, onde sejam des-
construídos preconceitos, mitos e tabus com relação à população LGBT promovendo a educação
inclusiva, não sexista e não LGBTfóbica, como princípios baseados na laicidade.
Cultura, Esporte, Lazer e Turismo: articular o acesso contínuo da população LGBT às políticas
de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo em especial às dimensões simbólica, econômica e indenitária.
Saúde e Assistência Social: garantir o acesso e qualificar o atendimento nos serviços de saú-
de e da assistência social de acordo com as especificidades da população LGBT.
Direitos Humanos, Legislação, Cidadania e Segurança: implantar políticas públicas que, via-
bilizem a igualdade de direitos para a população LGBT e o exercício da cidadania plena.
Pessoas Idosas: garantir a população LGBT idosa uma sociedade que assegure dignidade,
independência, protagonismo, autonomia e inclusão social.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Secretaria de Educação
Garantir a inclusão dos temas de identidade de gênero e
e Esportes, Secretaria da
orientação sexual nas políticas públicas de ensino, para
Mulher e Secretaria de
crianças, adolescentes, jovens e idosos/as;
Ciência e Tecnologia
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
Secretaria de Turismo
Esporte e Lazer, Secretaria Capacitar profissionais de diversas áreas do turismo,
de Defesa Social/ como o setor hoteleiro, segurança pública, repartições
Delegacia do Turista e públicas e privadas, para o atendimento à população
Empresa de Turismo de LGBTQIA+;
Pernambuco - Empetur
Secretaria de Cultura,
Fundação do Patrimônio
Histórico e Artístico de
Criar “selo” LGBTQIA+ identificando artistas, empresas,
Pernambuco - FUNDARPE,
pessoas e instituições públicas e privadas que
Secretaria de Trabalho,
promovam o respeito à diversidade e direitos sexuais;
Emprego e Qualificação
e Secretaria de Justiça e
Direitos Humanos
Secretaria de Cultura,
Secretaria de Turismo,
Mapear as instituições públicas, privadas e pessoas
Esporte e Lazer,
que trabalham com a cultura, esporte, lazer e turismo
Empresa de Turismo de
LGBTQIA+, criando um sistema de cadastramento no
Pernambuco - Empetur
âmbito estadual;
e Secretaria de Justiça e
Direitos Humanos
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Secretaria de Cultura
Secretaria de Turismo
Promover formações para servidores(as) que envolvam
Esporte e Lazer, Secretaria
a temática LGBTQIA+, voltadas para a superação das
de Administração
desigualdades de gênero, orientação sexual, identidade
(CEFOSPE) e Empresa de
de gênero, cor, raça e etnia, geração e classe social;
Turismo de Pernambuco -
Empetur
Secretaria de Cultura,
Secretaria de Turismo
e Lazer, Secretaria de Apoiar paradas da Diversidade entre outros eventos,
Administração (CEFOSPE), exemplo de datas comemorativas, festivais e outras
Empresa de Turismo de ações de promoção e formação, com temas referentes
Pernambuco - Empetur aos Direitos e Cidadania da População LGBTQIA+;
e Secretaria de Justiça e
Direitos Humanos
Secretaria de Justiça
e Direitos Humanos, Fomentar a criação de espaços comunitários recreativos
Empresa de Turismo de e desportivos para a participação da população
Pernambuco - Empetur LGBTQIA+, com a promoção de campanha de
e Secretaria de Turismo, prevenção e combate à LGBTQIA+fobia;
Esporte e Lazer
Secretaria de Turismo,
Promover campanhas de prevenção e combate à
Esporte e Lazer e
LGBTQIA+fobia nos eventos esportivos realizados no
Secretaria de Justiça e
Estado;
Direitos Humanos
Secretaria de Turismo,
Democratizar o acesso ao esporte educacional de
Esporte e Lazer e
qualidade, como forma de inclusão social, criando
Secretaria de Justiça e
oportunidades de participação da população LGBTQIA+;
Direitos Humanos
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
Secretaria de Micro e
Implantar e garantir políticas de empregabilidade para
Pequenas Empresas,
os(as) travestis e transexuais;
Trabalho e Qualificação
Secretaria de Micro e
Pequenas Empresas Incentivar os(as) empregadores/as a inserirem a
Trabalho e Qualificação população LGBTQIA+ no Programa do Primeiro
e Secretaria de Justiça e Emprego;
Direitos Humanos
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Secretaria de Educação,
Promover e garantir capacitações visando à qualificação
Secretaria de Micro e
e inserção no mercado de trabalho da população
Pequenas Empresas,
LGBTQIA+, através de parcerias com instituições de
Trabalho e Qualificação,
ensino superior, institutos e de pesquisa (visando cursos
Secretaria de Justiça
técnicos e tecnológicos), ONG’s, organizações da
e Direitos Humanos e
sociedade civil, empresas privadas, OSCIP’s e serviço
Secretaria de Ciência e
público;
Tecnologia
Secretaria de Educação
e Esportes, Secretaria
Criar um selo de qualidade para incentivar as empresas,
de Micro e Pequenas
universidades, etc que promovem ações de proteção
Empresas, Trabalho e
e acolhimento das pessoas LGBTQIA+ como forma de
Qualificação e Secretaria
incentivo.
de Justiça e Direitos
Humanos
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
Secretaria de
Articular com o programa Pacto Pela Vida um
Administração e Secretaria
instrumento para mensurar indicadores de violência
de Justiça e Direitos
contra a população LGBTQIA+ em todos os aspectos;
Humanos
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Secretaria de
Incluir nos programas que envolvem pessoas em
Desenvolvimento Social,
situação de risco e rua o recorte LGBTQIA+;
Criança e Juventude
Secretaria de
Desenvolvimento Social, Criar mecanismo de ação integrada para atendimento,
Criança e Juventude, acolhimento às(aos) adolescentes LGBTQIA+ em
Secretaria de Defesa situação de violência doméstica e situação de rua.
Social/DPCA
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
Secretaria de Educação,
Apoiar estudos e pesquisas sobre a discriminação
Secretaria de Ciência e
múltipla, ocasionada pelo racismo, LGBTQIA+fobia,
Tecnologia e Secretaria da
machismo e sexismo;
Mulher
Secretaria de Justiça
e Direitos Humanos, Recomendar a inclusão, nos ciclos básicos e nos cursos
Secretaria de Ciência e de nível superior, de conteúdos sobre relações étnicos
Tecnologia e Secretaria de raciais, diversidade sexual e de identidade de gênero;
Educação
Secretaria de Justiça
e Direitos Humanos, Formar os(as) profissionais da educação com ênfase
Secretaria de em cor, raça, etnia, diversidade sexual e de identidade
Administração, Secretaria de gênero, como meio de enfrentar à LGBTQIA+Fobia,
da Mulher, Secretaria de racismo, sexismo e machismo, existentes no ambiente
Ciência e Tecnologia e escolar;
Secretaria de Educação
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
Secretaria de
Formar, continuamente, os (as) profissionais das
Desenvolvimento Social,
instituições públicas e privadas para trabalhar com
Criança e Juventude
pessoas com deficiência LGBTQIA+, garantindo a
e Secretaria de
inclusão e acessibilidade;
Administração
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
R E S P O N SÁV E L M E TA S
Secretaria de
Incluir a perspectiva de orientação sexual e identidade
Desenvolvimento Social,
de gênero nas ações da Política Estadual do (a) Idoso(a);
Criança e Juventude
Secretaria de
Incluir no Programa Humanidade atenção às pessoas
Desenvolvimento Social,
idosas com a temática LGBTQIA+;
Criança e Juventude
Secretaria de
Garantir ações afirmativas de promoção dos direitos e
Desenvolvimento Social,
da cidadania das pessoas idosas LGBTQIA+.
Criança e Juventude
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Dentro deste contexto, as secretarias do governo do Estado informam as 5 prioridades que irão tra-
balhar o Plano Estadual dos Direitos da População LGBTQIA+ de Pernambuco (2021, 2022 e 2023)
para o ano de 2021:
4. Promover ações permanentes sobre promoção, prevenção e cuidado à saúde integral LGBTQIA+,
envolvendo as políticas estratégicas e SAP da Secretaria Estadual de Saúde;
2. Elaborar materiais didáticos sobre diversidade sexual, identidade de gênero e étnico-racial, com
ênfase no enfrentamento à LGBTQIA+fobia, a partir da educação infantil;
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
4. Garantir a inclusão dos temas de identidade de gênero e orientação sexual nas políticas públicas
de ensino, para crianças, adolescentes, jovens e idosos/as;
2. Criar e/ou ampliar acervos nas bibliotecas escolares com obras científicas, literárias, filmes e ou-
tros materiais que contribuam para promoção do reconhecimento da diversidade sexual, identidade
de gênero e etnia/raça, com tecnologia em Braille, Audiodescrição e Libras;
3. Capacitar e sensibilizar os (as) profissionais que trabalham em instituições públicas, que prestam
assistência socioeducativa às crianças e adolescentes, visando a garantia dos direitos humanos e
respeito à diversidade sexual, identidade de gênero e etnia/raça;
1. Garantir ações afirmativas relativas à identidade de gênero e orientação sexual, bem como, en-
frentamento da LGBTQIA+fobia, através de campanhas publicitárias educativas na mídia (televisão,
rádio, jornal, revistas, outdoors etc.);
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
1. Criar mecanismos para projetos culturais da população LGBTQIA+ no âmbito estadual, com po-
líticas de inclusão para pessoas não cisgênera, tais como trans, travesti, não binária ou outra varia-
bilidade de gênero (queer/questionando, andrógine, fluido e mais), bem como para pessoas sem
identidade de gênero (agênero) ou com condição específica (intersexo), garantindo no Funcultura
ou através da criação de editais e demais incentivos e fomentos;
2. Promover formações para servidores(as) que envolvam a temática LGBTQIA+, voltadas para a su-
peração das desigualdades de gênero, orientação sexual, identidade de gênero, raça/cor, geração
e classe social;
3. Apoiar Paradas da Diversidade entre outros eventos, exemplo de datas comemorativas, festivais e
outras ações de promoção e formação, com temas referentes aos direitos e cidadania da população
LGBTQIA+;
5. Garantir ações afirmativas relativas à identidade de gênero e orientação sexual, bem como, en-
frentamento da LGBTQIA+fobia, através de campanhas publicitárias educativas na mídia (televisão,
rádio, jornal, revistas, outdoors; etc.)
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
1. Articular com o Programa Pacto Pela Vida um instrumento para mensurar indicadores de Violência
contra a População LGBTQIA+ em todos os aspectos; (GACE)
3. Criar instrumentos para notificação dos índices de violência contra LGBTQIA+; (GACE)
4. Garantir ações afirmativas relativas à identidade de gênero e orientação sexual, bem como, en-
frentamento da LGBTQIA+fobia, através de campanhas publicitárias educativas na mídia ( televisão,
rádio, jornal, revistas, outdoors etc). Essa ação, nesse formato, não tem como a SDS executar tendo
em vista que as secretarias não dispõem de orçamento próprio para publicidade, às mídias pagas
são definidas e coordenadas pelo Núcleo Especial de Comunicação (NEC) do Governo de Pernam-
buco. Em relação a esse conteúdo específico, a articulação é feita entre a Secretaria de Desenvolvi-
mento Social, Criança e Juventude, coordenadora da Política LGBTQIA + no Estado, e o NEC.
Entretanto podemos realizar essa ação dessa forma: “Fortalecer ações afirmativas relativas à iden-
tidade de gênero e orientação sexual, bem como o enfrentamento à LGBTQIA+fobia, através de
divulgação de conteúdos, nas mídias institucionais disponíveis, a partir de ações e projetos desen-
volvidos pela SDS, operativas e órgãos vinculados no combate ao preconceito e à discriminação;
(CICOM)
2. Apoiar a parada;
3. Capacitar profissionais das diversas áreas do turismo p atendimento à população LGBTQIA+ (pode
ser uma ação a ser desenvolvida por nós?);
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
1. Criar Instrumentos e Dispositivos legais que coíbam estabelecimentos públicos e privados que
discriminem e/ou desrespeitem a população LGBTQIA+;
2. Estabelecer políticas focadas na utilização dos meios de comunicação de massa como instrumen-
tos de promoção da cidadania LGBTQIA+;
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
2. Garantir formação para os(as) profissionais de educação, da saúde e da assistência social, con-
templando a temática da diversidade sexual, identidade de gênero e étnico-racial, com ênfase no
enfrentamento à LGBTQIA+fobia;
4. Garantir ações afirmativas relativas à identidade de gênero e orientação sexual, bem como, enfren-
tamento da LGBTQIA+fobia, através de campanhas publicitárias educativas na mídia e veículos de
comunicação, bem como por meio do apoio a eventos, como a Parada da Diversidade, entre outros;
5. Participar dos espaços de incidência nas políticas públicas, como: Conselho, Fórum de gesto-
res(as) e Comitês para o enfrentamento às situações de violência e discussões de políticas públicas
para a população LGBTQIA+.
5. Fortalecer as ações afirmativas na Formulação, fomento e execução das ações de política estadual
de desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Com 152 assassinatos e mais de 350 casos de violência em um ano, o Brasil é o país que mais mata
pessoas trans no mundo, seguido pelo México com 56 assassinatos e EUA com 28, segundo dados
da Transgender Europe (TGEU/2020), monitorados entre 01 de outubro de 2019 a 30 de setembro
de 2020.
Pernambuco desponta como um dos estados mais violentos para esta população. Desde 2017,
quando a Associação Nacional de Travestis e Transexuais/ANTRA iniciou uma série de levantamen-
tos anuais sobre os registros e casos identificados de assassinato de pessoas trans em todo o Brasil,
o estado ostenta o triste status de ser uma das Unidades Federativas da União mais letais para esta
população. Sendo o 6º/2017 em números absolutos (13 assassinatos), 10º/2018 (7 assassinatos),
4º/2019 (8 assassinatos), e 7º/2020 (7 assassinatos), em números totais de 2017 a 2020, encontra-se
em 6º mais letal segundo dados da ANTRA. Em 2021, o estado pernambucano atingiu a triste marca
de 7 assassinatos em 9 meses (segundo a Rede de Observatórios da Segurança/2021), consideran-
do os assassinatos ocorridos tanto na Região Metropolitana de Recife (RMR), quanto no interior do
estado. São em sua grande maioria, casos de violência extrema, brutal e desproporcional, premedi-
tadas por motivos torpes, sem chance de defesa para a vítima, e com requintes de crueldade.
Casos como o de Lorena Muniz (25), mulher transexual pernambucana que foi esquecida sedada
em uma maca, durante um incêndio numa clínica estética no estado de São Paulo, há milhares de
quilômetros de sua residência e sua rede de apoio, por não ter sua demanda atendida pelo SUS do
estado. Ou o de Roberta Silva (33), travesti, preta, moradora de rua, incendiada durante a madruga-
da enquanto dormia, por um adolescente adoecido e esquecido pelo Estado, que instrumentalizou
a transfobia contra o corpo da vítima, de acordo com o ódio estrutural e institucional difundido
por grupos conservadores e fundamentalistas da sociedade que estigmatizam e demonizam as
identidades trans, ocasionando seu óbito após ter 40% do seu corpo queimado e os dois braços
amputados. Evidencia-se também os casos de Rebeca (24) e Fabiana (30), que não menos brutais,
foram esfaqueadas e alvejadas por armas de fogo no interior do Estado, onde as políticas estaduais
chegam com mais dificuldades ou nem chegam.
Em virtude disso, entre os dias 16 e 18 de julho de 2021, reuniram-se ativistas e movimentos de defe-
sa da população de pessoas trans e travestis (TT) de Pernambuco, em Glória do Goitá, para produzir
uma estratégia de intervenção emergencial a ser apresentada ao Poder Executivo deste estado. O
presente documento é síntese e resultado deste processo, que se balizou pelas compreensões de
que:
1. O Estado de Pernambuco encontra-se entre os 6 mais letais no Brasil para a população trans,
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
consequentemente, um dos mais violentos e mortais do mundo para tal recorte populacional. Sa-
bendo que os dados são subnotificados, haja visto a negligência policial em registrar os casos de
transfobia e as fragilidades das atuais leis que abarcam este tipo de crime, o real número de mortes
e violências são muito maiores;
2. Pernambuco, apesar de ser uma das Unidades Federativas com razoável número de equipa-
mentos estaduais de prevenção à violência e vulnerabilidade social desta população, mantém tais
mecanismos sucateados e sem verbas condizentes, demonstrando estarem ineficazes e obsoletos;
3. O Estado tem por pressuposto a admissão de respeito e proteção a projetos de vida distin-
tos daqueles considerados como padrão pela maioria da sociedade, sendo o direito à segurança,
fundamental e previsto no caput do art. 5º da Constituição Federal. Sempre que um recorte popu-
lacional encontra-se insuficientemente protegido, o Estado tem o dever constitucional de aprovar
leis, medidas e políticas públicas para efetivar a proteção da população em questão das opressões
que lhe assolam.
7.1 Propostas
7. 1 . 1 C A S A D E AT E N Ç Ã O I N T E G R A L A T R AV E S T I S E P E S S O A S T R A N S
OBJETIVO PRINCIPAL:
Objetivos secundários:
• Servir como ponto de apoio, acolhimento e cuidado às pessoas trans e travestis do estado de
Pernambuco;
A “Casa Estadual de Atenção Integral a Travestis e Pessoas Trans” deverá conter equipes interdisci-
plinares para atender aos objetivos deste programa na Região Metropolitana e em todo o estado.
As regiões da Zona da Mata, Agreste e Sertão deverão conter equipes próprias de atendimento
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Isso posto, consideramos que a Casa de Atenção Integral justifica-se na promoção das seguintes
ações:
• Atuar como Casa de Passagem, com estrutura para abrigamento de pessoas trans e travestis em
situação de alta vulnerabilidade, condicionada ao acompanhamento da população usuária pelos
serviços, dispositivos e equipamentos pertinentes;
• Atuar como porta de entrada, ponte e acolhimento (presencial ou remotamente) para os demais
serviços pertinentes à população usuária;
• Criar e executar um canal com função de Ouvidoria, por meio de um “Disque X”, para recebi-
mento e encaminhamento de denúncias sobre situações de discriminação da população TT dentro
dos equipamentos do estado;
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
• Apoiar a criação de um Grupo de Trabalho para elaborar um plano para o fomento, incentivo e
apoio às produções artísticas e culturais que promovam a cultura e a não- discriminação de gênero;
• Apoiar a produção de bens culturais e eventos de visibilidade massiva de afirmação das identi-
dades de gênero TT;
• Estimular e apoiar a distribuição, circulação e acesso aos bens e serviços culturais com temática
ligada ao combate à transfobia e à promoção da cidadania da população de pessoas TT;
Para tal é primordial que o espaço disponha não apenas de estrutura física adequada às atividades
descritas, mas também de equipe interdisciplinar. Em consonância com os princípios e contexto
desta Carta, entendemos, por representatividade, que para a composição da referida equipe, sejam
priorizadas pessoas trans e travestis.
Dada sua estrutura física e de pessoal, compreendemos também que este espaço é apto a receber
a responsabilidade de gestão de outros serviços e dispositivos públicos que
eventualmente possam ser desenvolvidos para atender a essa população, tornando-se, inclusive,
referência e modelo a ser replicado fora do estado.
7. 1 . 2 C A M PA N H A B I F O C A L C O N T R A A T R A N S F O B I A E O T R A N S F E M I N I C Í D I O
Objetivo Principal:
Objetivos secundários:
• Promover uma conscientização social em favor da respeitabilidade das pessoas TT para construir
um cenário mais positivo na implementação de políticas públicas ;
O entendimento e a propagação da ideia por parte dos setores conservadores e cristãos funda-
mentalistas de que corpos trans ameaçam a estrutura da família — instituição entendida como base
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
da sociedade —, que não devem ter direitos garantidos e que devem se arrepender de seus com-
portamentos pela crença na existência de um Deus que abomina a vivência destas pessoas, vem
diariamente fundamentado e justificando as agressões, exclusões e extermínio dessa população.
Desta forma a Campanha Estadual contra a Transfobia tem por cerne desmentir esta narrativa he-
dionda e excludente, localizar politicamente a perversidade e autoritarismo de uma parte da popu-
lação que atua para impedir avanços sociais amparados em valores culturais obscurantistas, visões
de mundo medievais e, sobretudo, compartilhar o entendimento da transexualidade, transgene-
ridade e travestilidade a partir da ótica das pessoas trans e seus movimentos sociais para que as
tratativas de respeito e a construção da dignidade dessa população seja não só um dever do estado,
mas um compromisso de toda a sociedade.
Portanto, entendemos como uma demanda urgente a promoção de um debate sério sobre a exis-
tência desta opressão e das violências que a população TT estão submetidas no cotidiano diante da
consolidação de um senso comum transfóbico e cissexista que atribuí um valor demoníaco, inferior,
patológico e de perigo para corpos trans que tem como consequência a desumanização destas
pessoas, designando um tratamento de desprezo e violência. Desta forma a campanha visa trazer
um esclarecimento anti-transfóbico para a sociedade civil e trabalhadores de serviços públicos atra-
vés de uma atuação bifocal escoada em um conjunto diverso de vias: através de material midiático
que deve ser veiculado em tvs, rádios, redes sociais, sites e outdoors, bem como a elaboração de
material impresso para divulgação nos espaços e transportes públicos do estado; formação e capa-
citação de gestoras/es, equipes de referência e/ou técnicas, para cumprimento de protocolos que
combatam os entraves para a inclusão da população TT nos serviços oferecidos pelo Estado, para
que, obrigatoriamente, reconheçam a autoidentificação desta população, priorizem um atendimen-
to específico a esta demanda e, principalmente, lide com essas pessoas com dignidade, algo que
não está acontecendo atualmente nos equipamentos e serviços públicos.
Acreditamos que assim seja possível promover uma conscientização social em favor da respeita-
bilidade das pessoas trans para construir um cenário mais positivo na implementação de políticas
públicas que valorizem a diversidade de corpos e permita a emergência de uma cultura social que
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
preze pelos direitos das pessoas TT e que, diante da consolidação da campanha, estimule as denún-
cias dos crimes de transfobia ocorridos em todos os âmbitos da sociedade.
Considerações iniciais
A campanha deve ser construída sistematicamente pelos movimentos sociais TT em parceria com
a gestão estadual, já que o estado de Pernambuco, diante de seus equipamentos sucateados, já
provou não conseguir desenvolvê-la nos métodos, meios e com a urgência e o conteúdo que esta
população precisa.
Antes de sua veiculação e lançamento no âmbito da sociedade civil, a campanha deve ser apresen-
tada a toda sociedade de forma que inicie o debate sobre o tema de maneira pedagógica e respon-
sável, trazendo o interesse dos meios de comunicação sobre sua abordagem e necessidade, sem
negligenciar o tom de denúncia sobre as violências cotidianas por parte do Estado e da sociedade.
A abrangência da campanha deve chegar em todo o Estado de Pernambuco, sobretudo a partir dos
equipamentos e serviços públicos, mas também através dos meios de comunicação e de eventos
para a mobilização de atores sociais locais que ajudem na sua consolidação e na propagação das
mensagens e objetivos que ela veicula.
Em relação aos agentes públicos, a formação e capacitação que visa melhorar o acolhimento do
Estado à população TT deve ser obrigatória, atendendo a criação de protocolos e o cumprimento
dos já existentes sob risco de responsabilização por negação de direitos fundamentais, sobretudo
no acesso à saúde e à educação.
A área 1 abrangerá a sociedade civil como um todo, através de veículos audiovisuais, sonoros, ima-
géticos e escritos. A midiática utilizada para veiculação da campanha deverá ser feita por emissoras
de rádio e televisão, redes sociais de instituições públicas em forma de stories e posts, jornais, out-
doors, grafitagem, panfletos, folders.
A área 2 terá como abrangência toda a rede de servidoras(os) e funcionárias (os) do Estado, sendo
que, este deverá buscar diálogo com as esferas federais e municipais que atuem nos municípios e
territórios de Pernambuco, visando o atendimento humanizado de toda a população TT pernambu-
cana, de acordo com a constituição federal de 1988.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
A campanha deverá ter caráter contínuo, havendo a seleção de áreas de atuação e setores prioritá-
rios. Observa-se ainda que as gestões públicas obedecem períodos de duração em acordo com os
períodos eleitorais, respeitando o regime democrático de governo. Isto sugere que a campanha seja
planejada e executada durante toda a vigência da gestão corrente, mas também que seja dada con-
tinuidade nas gestões seguintes através de convênios entre as esferas e instrumentos legislativos.
A campanha também deverá ser interiorizada, garantindo o pleno atendimento de toda a popu-
lação TT pernambucana, nos padrões descritos acima. Para tal, sugere-se que sejam utilizadas as
instituições e mecanismos que tenham capilaridade máxima e possibilitem tais ações. Dentro desta
ótica, identificamos o Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA por ser uma autarquia estadual
vinculada à esta unidade federativa, estando presente em praticamente todos os municípios do
estado, contando com escritório físico minimamente estruturado (computadores, impressora, GPS,
veículo próprio e equipe técnica); também identificamos os Centros de Referência em Assistência
Social - CRAS, e os Centros de Referências Especializados em Assistência Social - CREAS, que apesar
de serem vinculados ao Sistema Único de Assistência Social - SUAS, de gestão Federal, possuem
capilaridade e potencial para a execução desta capacitação, assim como execução pela esfera mu-
nicipal.
Como locais de aplicação desta campanha bifocal, o presente documento indica as redes de aten-
ção básica, as redes estaduais de saúde, as redes estaduais de educação, Centros de Referência em
Assistência Social - CRAS, e os Centros de Referências Especializados em Assistência Social - CREAS,
vinculados ao SUAS; zona rural (Postos de Saúde da Família - PSF, agentes públicas(os), grupos es-
colares - GRES…) e diversas instâncias da Segurança Pública.
Conteúdo da Campanha
• SAÚDE - A população TT deve ter o direito integral à saúde garantido pelo Estado e respeitado
por toda a sociedade, assim como todas as demais questões relacionadas a tal, inclusos pontos
específicos tais como: acesso à saúde geral; gravidez em homens trans, transmasculines e pessoas
com útero; parentalidade e direitos reprodutivos de pessoas TT, o direito à mastectomia masculini-
zadora pela rede pública. Além disso, é preciso que seja tomada como questão de saúde pública e
as consequências da falta de acesso e cuidado, que levam tal população a recorrer a clínicas priva-
das e/ou clínicas clandestinas para, por exemplo, procedimentos com silicone industrial. Por serem
situações e experiências vivenciadas exclusivamente por tal população, é desconhecida pela popu-
lação cisgênera, trazendo a urgência em trazer à luz da sociedade pernambucana de forma ampla
e irrestrita. Ademais, também precisamos discutir e avançar na descentralização e interiorização dos
serviços estaduais de saúde para a população TT.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
dade civil no geral ainda desconhece conceitos básicos acerca das diversidades sexuais e de gê-
nero, e que cada vez mais vêm surgindo de formas múltiplas, muitas vezes causando confusão e
desinformação sobre o tema. Tal realidade é fator de preconceito, discriminação, constrangimento,
exclusão, violações de direitos diversos, violências físicas, psicológicas, patrimoniais, sexuais, etc,
baseadas exclusivamente na transfobia, atravessadas e sobrepostas por outras formas de opressão
como racismo, capacitismo, classismo. Sugere-se que as atividades da campanha apresentem de-
poimentos de pessoas trans que passam ou tenham passado por tais situações de constrangimento
e violência a fim de conscientizar a população geral sobre o impacto na vida destas pessoas. Salien-
ta-se que tais medidas visam proteger o recorte populacional, assim como garantir-lhes dignidade,
proteção, condições de vida satisfatórias para seu desenvolvimento e qualidade de vida além dos
35 anos (expectativa média de vida da população).
• FAMÍLIA - Como dito mais acima, muitas vezes a defesa do modelo padrão familiar cisheteronor-
mativo é utilizado como ferramenta para a opressão, discriminação e não reconhecimento das mais
diversas conformações familiares possíveis, dentre elas as famílias compostas por pessoas trans e
travestis. É urgente o combate pelo Estado deste tipo de discriminação, que se expressa tanto nas
relações cotidianas quanto nos serviços públicos, chegando ao caso de negação de direitos fami-
liares básicos.
• DIREITO À CIDADE - Neste ponto, entendemos ser necessário abordar as violências e cons-
trangimentos ocorridos nos espaços públicos de circulação e agravado no caso da população TT
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
vivendo na rua, sendo o direito de viver a cidade um direito de todos. Diversos são os casos de
constrangimentos para utilização de espaços como banheiros públicos, provadores de lojas e outros
espaços categorizados por gênero. Faz-se necessária a abordagem sobre os direitos já existentes
que garantem o livre e adequado acesso pelas pessoas TT a esses espaços
• EDUCAÇÃO - Sendo um dos primeiros ambientes sociais das pessoas de forma geral, a escola é
fundamental e determinante para o desenvolvimento cognitivo, da sociabilidade e psicomotor das
pessoas, e consequentemente para a inserção dos sujeitos na sociedade, e no mercado de traba-
lho. Com elevadas e lamentáveis taxas de evasão escolar (leia-se exclusão escolar), a população de
crianças e adolescentes trans são vítimas constantes de bullying transfóbico nestes espaços. Cons-
trangimentos públicos, impossibilidade de uso do nome social e banheiro em conformidade com o
gênero, estigmatização, agressões físicas e violência sexual são apenas alguns dos exemplos de tal
transfobia o que comprova a hostilidade escolar para esta parcela da juventude trans. É de extrema
urgência que estes projetos de vida não sejam interrompidos. É imprescindível que a vida destas
pessoas não seja desestruturada. É neste sentido que o ambiente escolar é fundamental para a for-
mação deste recorte populacional e é indiscutível que o Estado tem a responsabilidade de garantir
a permanência escolar destas crianças e adolescentes, assim como conscientizar toda a sociedade
a este respeito.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Estando, segundo dados da ANTRA (2021), 90% da população de travestis e mulheres trans com-
pulsoriamente exercendo a prostituição, e sabendo das dificuldades desta mudança de cenário em
curto prazo, verifica-se a urgência em criar uma normativa regulatória, assim como uma agência
estadual reguladora que assegurassem os direitos e a segurança destas/destes profissionais, ofere-
cendo condições de exercerem suas profissões dignamente.
Para tal, faz-se necessário a conscientização do papel social do sexo, assim como a divulgação dos
direitos destas profissionais em todas as camadas da sociedade pernambucana.
Tendo em vista o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, machista, capacitista, racista e
tecnocrata e a importância de abrir mercados além do sexo, verifica-se imprescindível a oferta de
cursos de formação profissional e capacitação como forma de qualificar e conferir condições de
concorrência às pessoas TT. Há uma certa tendência de vincular e também estigmatizar a força
trabalhadora TT em áreas como estética ou culinária. É importante pensar em qualificar nas mais
diversas áreas, permitindo novas experiências e horizontes profissionais.
7. 1 . 3 P R O T O C O L O S E M C I D A D A N I A E S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A
Objetivo principal:
Objetivos secundários:
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
• Consolidar uma política de estado bem definida para a condução dos casos;
• Avançar no atendimento às especificidades próprias das violências sofridas por essa população;
O contexto em que esta carta é produzida evidencia que Segurança Pública é um ponto delicado e
merecedor de atenção. Destacamos uma ausência dupla: falta um lugar específico designado para
receber essas denúncias, e a experiência já vem mostrando o sucesso desse tipo de particularização
de atendimento em casos como os das DEAM - Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher;
falta protocolos que garantam que pessoas trans e travestis tenham acolhimento e abordagem ade-
quada, considerando tanto suas particularidades identitárias quanto as das violências e violações
sofridas.
Sobre isso, consideramos serem as DEAM o equipamento mais preparado atualmente para ser re-
ferenciado e preparado para o acolhimento da população de pessoas TT, inclusive homens trans,
transmasculinidades e demais pessoas com útero, que estão à mercê de violências sexuais e de
gênero específicas. O afirmamos não a partir de uma suposta adequabilidade identitária, já que
parte significativa da população de pessoas trans e travestis não são mulheres, mas pela eficiência
técnica implicada em seu foco e experiência em violências e violações relacionadas a gênero. Para
tal, deve-se desenvolver protocolo específico, visando as referidas garantias:
◦ Garantir uso de nome social, pronome e tratamento por gênero adequado ao autoidentificado
pela pessoa denunciante;
◦ Garantir a produção de dados e estatísticas a partir do uso deste equipamento por essa po-
pulação;
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
◦ Garantir uso de nome social, pronome e tratamento por gênero adequado ao autoidentificado
pela pessoa abordada;
Outro problema constante nos casos de violência publicizados no último mês, em Pernambuco, e
que é frequentemente presente em casos similares, é o desrespeito ao nome social da pessoa trans
e travesti, decorrente deste não constar em documentos oficiais. Ainda que a possibilidade de retifi-
cação cartorial de nome e sexo, conquista recente do movimento de pessoas TT, tenha facilitado o
processo, ainda encontra barreiras significativas no acesso a pessoas em situação de rua e de maior
vulnerabilidade social. Deve-se criar protocolo para endereçar a questão:
• Protocolo de retificação de nome e sexo para pessoas em situação de rua e/ou alta vulnerabi-
lidade
• Garantir que os serviços de assistência social façam o encaminhamento para retificação, aten-
dendo às necessidades de transporte e segurança;
• Parametrizar e viabilizar a emissão de certidões por parte da equipe dos serviços de assistência,
por procuração, nos casos em que considerar-se pertinente e mediante expresso desejo e autoriza-
ção da pessoa usuária.
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Plano Estadual de Promoção dos Direitos da População LGBTQIA+
Salienta-se, ainda, que todos os protocolos e políticas referentes ao uso do nome social devem
assegurá-lo mesmo para pessoas que não realizaram a retificação do registro, bem como garantir,
nesses casos, que o nome de registro não seja constante ou mencionado em documentos de circu-
lação e/ou de visibilidade pública. Ainda, em documentos onde o nome civil deve constar, o nome
social deve estar em destaque.
Por fim, é inegociável que os referidos protocolos sejam desenvolvidos em parceria com a socieda-
de civil organizada nos movimentos políticos de pessoas trans e travestis.
7. 1 . 4 P R O G R A M A D E E L E VA Ç Ã O E D U C A C I O N A L E E M P R E G A B I L I D A D E
Objetivo principal:
Objetivos secundários:
O programa tem o objetivo de promover o acesso e também elevação escolar de pessoas Trans e
Travestis. Para isso visamos acompanhamento institucional, com interdisciplinariedade e também a
oferta de cursos profissionalizantes, como educação financeira, de forma a combater a prostituição
compulsória e o maior agravamento da desigualdade no mercado de trabalho.
As pessoas inscritas no programa serão matriculados no Ensino de Jovens e Adultos para concluir a
Etapa 1 - Ensino Fundamental ou Etapa 2 - Ensino Médio, podendo fazer a Etapa - 1 e depois voltar
para o programa e realizar a Etapa - 2, pois compreendemos que são pessoas que foram expulsas
de casa ainda muito jovens ou que ainda na adolescência eram discriminadas e sofriam com a trans-
fobia institucional dentro dos equipamentos de ensino. O programa prevê o auxílio financeiro no
valor de 1 (um) salário mínimo, sempre reajustado, para garantir autonomia financeira e aumentar
a adesão ao programa, pois compreendemos que é uma população que precisa garantir seu sus-
tento desde muito cedo o que também torna a dedicação aos estudos mais difícil. Segundo dados
oficiais da ANTRA, as travestis e transexuais estão compulsoriamente na prostituição, aponta que
90% dessa população se encontra na prostituição e 4% no mercado informal de trabalho. Também
será ofertado o VEM Estudantil com crédito para o deslocamento referente às idas à escola e aos
atendimentos interdisciplinares. E por fim, serão ofertados cursos profissionalizantes, como forma
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Esse programa deve funcionar de forma conjunta com a “Casa de Acolhimento Estadual” para cen-
tralização dos cadastros e encaminhamentos para as Unidades de Ensino, bem como acionamento
da Secretaria de Educação e Centro Estadual de Combate à Homofobia para formação e sensibiliza-
ção das unidades de ensino, além de acompanhamento da presença e rendimento escolar.
Outros objetivos
• Promover os direitos humanos, os direitos fundamentais, o direito à vida digna, o acesso à ci-
dadania, e a qualificação e humanização do atendimento prestado às pessoas TTs em situação de
vulnerabilidade social;
• Assegurar atendimento interdisciplinar para população Travesti e Trans durante todo o período
que estiver sendo atendida pelo programa;
• Combater a transfobia institucional e estrutural que pessoas trans e travestis têm enfrentado no
estado de Pernambuco.
Critérios de participação
• Serem travestis, mulheres transexuais, homens trans ou transmasculines, pessoas não binárias,
prioritariamente aquelas em situação de vulnerabilidade social e/ou negras e indígenas, e egressas
do sistema prisional;
Critério de Permanência
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Cadastro
A N E XO I - TA B E L A D E T E M A S PA R A C A M PA N H A B I F O C A L
AGENTE
ÁREA CONTEÚDO PÚBLICO
(FORMAÇÕES)
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Secretaria de Desenvolvimento
Social, Criança e Juventude
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