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ANÁLISE DA CADEIA CAUSAL DA DEGRADAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS:

PROPOSTA DE MODELO CONCEITUAL - PROJETO GIWA UNEP/GEF

Marcia Marques1

Resumo - A identificação das diversas causas (de natureza física e sócio-econômica) de origem antrópica
responsáveis pela degradação dos recursos hídricos e o conhecimento das inter-relações entre as mesmas,
constitui-se em abordagem analítica importante na elaboração de diagnósticos, identificação de tendências e
construção de cenários, formulação de políticas e elaboração de planos de ação estratégica eficientes. No
presente trabalho é proposto um modelo conceitual para a análise da cadeia causal da degradação dos
recursos hídricos e recursos vivos associados. Tal modelo está sendo adotado pelo projeto das Nações
Unidas Global International Water Assessment - GIWA, PNUMA/ GEF. Os componentes do modelo, assim
como a abordagem metodológica utilizada são apresentados, definidos e exemplificados. As diversas causas
são organizadas em categorias três categorias básicas: causas imediatas, causas setoriais e causas raízes. As
inter-relações entre as mesmas, assim como as vantagens e limitações do modelo proposto são abordadas.

Abstract - The identification of the different physical and societal causes including driving forces
responsible for water resources and associated living resources degradation, as well as the recognition of
existing inter-connections among them are important elements of the analytical approach required for
diagnosis, identification of trends (scenario construction) and formulation of efficient policies and strategic
action plans. This paper presents a conceptual model for Causal Chain Analysis tailored for environmental
problems associated to water resources. The model has been proposed to the UN project Global
International Water Assessment-GIWA, UNEP/GEF. The components of the model, as well as the
methodological approach for model construction are defined and illustrated with examples. The causes are
organized in three categories: immediate causes, sectoral causes and root causes. Inter-connections among
these categories, as well as advantages and limitations of the proposed model are addressed.

Palavras-Chave - Análise da cadeia causal; Impactos ambientais e sócio-econômicos; Recursos hídricos

1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ; Depto de Eng. Sanitária & Ambiental; São Francisco Xavier 524
5o A sala 5024 Maracanã; 20559-900; RJ; Brasil; tel: 021-9852-2345; fax: 021-2511-6611; marciam@uerj.br

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INTRODUÇÃO

A utilização dos recursos hídricos vem ocorrendo de forma não sustentável na grande maioria
das bacias hidrográficas. Evidências apontam para degradação crescente dos mesmos, devido às
ações de origem antrópica, resultando em alteração de vazões, rebaixamento de lençol freático,
poluição, modificação e perda de habitats e comprometimento dos estoques pesqueiros. As ações
com o objetivo de reverter esse quadro, via de regra, concentram-se na remoção dos sintomas,
sendo que as diversas causas de natureza sócio-econômica responsáveis pela degradação ambiental
não são, na maioria das vezes, investigadas. Diversos fatores respondem pela ausência de análises
mais conclusivas acerca das pressões antrópicas em vários níveis que atuam sobre os recursos
hídricos. Dentre estes, destacam-se em primeiro lugar, a complexidade intrínseca ao tema e em
segundo, a ausência de ferramentas adequadas.

O presente trabalho apresenta um modelo conceitual de Análise da Cadeia Causal ACC


originalmente proposto para o projeto Global International Waters Assessment GIWA
PNUMA/GEF (MARQUES 2002), posteriormente simplificado, para efeito de aplicação em âmbito
mundial (www.giwa.net). Aspectos conceituais, componentes do modelo e estratégia de
identificação dos mesmos são apresentados e ilustrados. A Análise da Cadeia Causal (Causal Chain
Analysis) no contexto do projeto Global International Waters Assessment GIWA do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA, financiado pelo Global Environmental Facility
GEF é construída a partir da identificação dos impactos ambientais e sócio-econômicos decorrentes
dos problemas ambientais prioritários (Concerns) e seus respectivos aspectos associados (Issues)
(Tabela 1) para cada sistema aquático selecionado em 66 sub-regiões do globo, incluindo águas
continentais e respectivas regiões costeiras.

MODELO CONCEITUAL PARA ANÁLISE DA CADEIA CAUSAL

A decisão de realizar a analise da cadeia causal dos problemas ambientais identificados em


um sistema aquático parte da premissa de que a identificação das diversas causas (de natureza
física, sócio-econômica e política) responsáveis por um determinado problema ambiental e o
conhecimento das inter-relações entre as mesmas, constitui-se em uma abordagem analítica útil na
elaboração de diagnósticos, identificação de tendências (construção de cenários), formulação de
políticas e elaboração de planos de ação estratégica eficientes. A expressão “sistemas aquáticos” é
no presente trabalho utilizada para identificar recursos hídricos sob investigação quanto aos

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impactos ambientais, sócio-econômicos e suas causas, constituídos por uma bacia hidrográfica e
seus componentes ou uma faixa costeira de interação continente-mar e seus componentes.

Tabela 1. Problemas Ambientais e respectivos Aspectos Ambientais relacionados com a


degradação dos recursos hídricos, segundo a metodologia do projeto GIWA UNEP/GEF.
Problemas Aspectos
Ambientais Ambientais

I. Escassez de água 1. Modificação de vazão


doce 2. Poluição das fontes de abastecimento existentes
3. Mudanças no nível freático
II. Poluição 4. Microbiológica
5. Eutroficação
6. Química
7. Sólidos em suspensão
8. Resíduos Sólidos
9. Térmica
10. Radionuclídeos
11. Vazamentos
III. Modificação de 12. Perda de ecossistemas
Habitat e 13. Modificação de ecossistemas ou ecotones, incluindo estrutura de
comunidades comunidades e/ou composição de espécies.
IV. Exploração não 14. Sobre-pesca
sustentável de 15. Captura incidental e descarte excessivos
recursos pesqueiros 16. Práticas de pesca destrutiva
e outros recursos 17. Redução da viabilidade dos estoques devido à poluição e doenças
vivos 18. Impacto na diversidade biológica/genética
V. Mudanças 19. Mudanças no ciclo hidrológico
Globais 20. Mudanças no nível do mar
21. Aumento na radiação UV-b devido à destruição da camada de ozônio
22. Mudanças na função do oceano como fonte e sumidouro de CO2

Análise da cadeia causal proposta para o projeto GIWA - Princípio Geral

A cadeia causal é constituída de uma série de afirmativas que ligam as diferentes causas de
um dado problema ambiental aos seus efeitos (MARQUES & HOGLAND, 2000; MARQUES,
2002). A análise da cadeia causal tem sido utilizada de forma sistemática em anos recentes, para
diagnóstico das causas responsáveis pela perda da biodiversidade (STEDMAN - EDWARDS,
1998; WOO et al., 2000). A cadeia causal é basicamente construída através de sucessivas respostas
à questão "Por que?" ou "Qual é a Causa?". A investigação sistemática das causas da degradação
dos recursos naturais tem sido conduzida com o propósito de identificar e propor medidas
mitigadoras da perda de biodiversidade (WOO et al., 2000; STEDMAN-EDWARDS, 1998).

Pressões antrópicas - Mais importante do que entender as tendências dos processos de


degradação ambiental (ex: melhoria, agravamento, estabilização) é entender as pressões antrópicas

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ou forças que agem criando tais tendências, de tal forma que uma abordagem analítica da inter-
relação entre as forças possa ser aplicada. Tais pressões são denominadas forças direcionais ou
"driving forces". Elas estão geralmente agrupadas em 5 a 6 áreas principais (ex: populacional/
demográfica, econômica, tecnológica). Através do conhecimento da transição dos padrões
demográficos, padrão de migração e distribuição de idade, entre outros, pode-se formar um
conhecimento básico de várias tendências a serem identificadas que dizem respeito às mudanças de
mercado, políticas e sociais. Não há uma única resposta certa para a seleção dos componentes das
forças direcionais atuando sobre um sistema aquático. Entendê-las é importante para o
planejamento estratégico, para a construção de cenários ou para qualquer atividade que envolva
projeções futuras.

As questões básicas a serem respondidas no âmbito da Análise da Cadeia Causal ACC da


degradação dos recursos hídricos são: (1) Quais são as forças de natureza sócio-econômica e quais
as circunstâncias que levam à degradação de um determinado sistema aquático? (2) Como tais
forças estão interligadas? Da mesma forma, a questão básica a ser respondida quando se pretende
construir as Opções Políticas de um Plano de Ação Estratégica PAE é: (3) Quais são as possíveis
ações a essas forças e circunstâncias que podem promover uma redução significativa das pressões
sobre o sistema aquático? (4) Como tais ações podem ser implementadas de forma sustentável?

A Análise da Cadeia Causal como instrumento analítico auxilia na identificação: (a) da


natureza do problema ambiental; (b) dos efeitos e conseqüências transfronteiriças decorrentes do
problema ambiental, no caso do projeto GIWA; (c) das ligações entre o problema ambiental e suas
causas raízes; (d) das barreiras a serem removidas para solução/mitigação do problema e seus
impactos. A metodologia da Análise da Cadeia Causal como instrumento de gerenciamento: (a)
ajuda no estudo das implicações de diferentes opções políticas sobre o agravamento ou mitigação
dos problemas ambientais e; (b) fornece as bases para modelagem, numa fase subseqüente de
construção de cenários quando problemas ambientais emergentes são detectados (abordagem
antecipatória).

Componentes do modelo conceitual de Análise da Cadeia Causal – Exemplos

Com o objetivo de descrever os componentes do modelo conceitual desenvolvido para a


Análise da Cadeia Causal, a construção da Cadeia Causal para o Problema Ambiental Poluição -
Aspecto Eutroficação num dado sistema aquático é apresentado, seguido do Problema Ambiental
Modificação de Habitats e Comunidades - Aspecto Modificação de Ecossistemas e Ecotones.

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Exemplo 1: Problema Ambiental Poluição - Aspecto Ambiental Eutroficação

Se a eutroficação estiver ocorrendo num determinado sistema aquático, à pergunta formulada


“Por que?” seguem-se a(s) causa(s) mais próximas ao aspecto ambiental em foco (Eutroficação).
Tais causas - via de regra - pertencem ao mundo físico (natureza física, química ou biológica) e
formam a(s) denominadas Causa(s) Imediata(s) ou primária(s) que podem ser, por exemplo, uma
ou ambas as respostas abaixo:
1.1 Aumento na descarga de nutrientes, e/ou
1.2 Aumento na reciclagem/mobilização de nutrientes pré-existentes

Num determinado sistema aquático, uma das duas Causas Imediatas acima mencionadas pode
ter uma relevância muito maior no processo de eutroficação do que a outra. Neste caso, se o
objetivo é estabelecer as prioridades de intervenção para mitigação do problema ou, em outras
palavras, prioridade de investimentos, pode-se optar por seguir adiante na investigação apenas com
a causa de maior relevância.
A identificação da(s) Causa(s) Imediata(s), provoca a formulação da mesma pergunta uma vez
mais “Por que?”. Aqui, a cadeia pode seguir várias ramificações (oito, no presente exemplo), cada
uma delas representando diferentes atividades econômicas, associadas a diferentes setores da
economia (Causas Setoriais):
1.1.1 Uso de fertilizante químico na produção agrícola (atividade relacionada ao setor
Agricultura, dando origem à Causa Imediata CI 1)
1.1.2 Uso de resíduos animais como fertilizante na produção agrícola (atividade relacionada
ao setor Agricultura dando origem à CI 1)
1.1.3 Emissões a partir da queima de combustíveis fósseis (atividades relacionadas ao setor
Transporte dando origem à CI 1)
1.1.4 e/ou 1.2.1 Várias práticas agrícolas e/ou florestais (atividades relacionadas ao setor
Agricultura dando origem à CI 1 e/ou 2)
1.1.5 Uso de detergentes à base de fosfato (atividade relacionada ao setor Urbanização dando
origem à CI 1)
1.1.6 Descarga de águas residuárias (atividade relacionada aos setores Urbanização e/ou
Indústria dando origem à CI 1)
1.1.7 Implantação de viveiros para cultivo comercial de peixes/frutos do mar (atividade
relacionada ao setor Aqüicultura dando origem à CI 1)
1.1.8 e/ou 1.2.2 Drenagem de áreas alagadas (atividade relacionada ao setor Urbanização,
Agricultura ou Transporte, dando origem à CI 1 e/ou 2)

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Observa-se que diferentes Causas Imediatas podem ser originadas a partir da mesma Causa
Setorial (1.1.4 e 1.2.1 ou 1.1.8 e 1.2.2). Sob determinadas circunstâncias, uma ou mais das Causas
Setoriais acima mencionadas pode ser mais relevante do que as demais. Se a Causa Setorial mais
relevante for 1.1.1 Uso de fertilizantes químicos na produção agrícola, por exemplo, o(s) fator(es)
que está impulsionando a mencionada atividade setorial (dentro da categoria genericamente
denominada Causas Raízes) pode ser um ou mais dos abaixo relacionados, denominados
genericamente Causas Raízes:
1.1.1.1 Aumento na produção de alimentos através da utilização de fertilizantes, associada à
falhas nos instrumentos reguladores;
1.1.1.2 Pressões de mercado para aumento da exportação ou demanda crescente de alimentos
para o mercado interno;
1.1.1.3 Falta de internalização dos custos da degradação ambiental.

Observa-se uma heterogeneidade de escala geográfica, política e temporal das causas


genericamente denominadas Causas Raízes. O agrupamento de causas tão heterogêneas decorre da
necessidade de, para fins práticos, promover uma simplificação do modelo conceitual. Entretanto,
em alguns casos o conjunto de Causas Raízes pode ser desmembrado em diferentes categorias (Ver
Exemplo 2, Figura 1). Neste caso, a Análise da Cadeia Causal pode levar, por exemplo, à
identificação da seqüência de causas mais relevantes, conforme Figura 1.

Exemplo 2: Modificação de Habitat e Comunidades - Perda de Ecossistemas ou Ecotones.

Aspecto Causa Causa Causa Raiz Causa Raiz Causa Raiz


Ambiental Imediata Setorial local/regional nacional/ Cultural
internacional
1. 1.1 1.1.1 1.1.1.1 1.1.1.1.1.1
Perda do Conversão Desenvolvi Retorno 1.1.1.1.1 Sub-avaliação
Ecos- da área de mento da econômico Pressões do das funções
sistema manguezal aqüicultura alto mercado para desempenha
Manguezal para outros /fazenda de associado à exportação com das pelos
usos camarões falha na alto preço de manguezais,
associado à resposta exportação, associada à
política de institucional associadas às falhas nas
desenvolvi de controle e políticas de políticas
mento do fiscalização comércio educacionais
setor da atividade internacional

Figura 1. Exemplo simplificado, com a cadeia das causas mais relevantes nos diversos níveis,
responsáveis pela Perda de Ecossistema Manguezal num determinado sistema aquático (relação de
causas comuns em algumas regiões do globo). Em realidade, a cadeia de causas é mais
apropriadamente concebida em formato web, do que em formato linear como aqui apresentado.

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Componentes da cadeia causal no modelo conceitual de ACC proposto

Causas Imediatas - a primeira resposta para a pergunta “Por que?” quando um problema
ambiental é identificado constitui-se na causa imediata do mesmo. Causas imediatas pertencem ao
mundo físico e se constituem em processos físicos, químicos, biológicos que agem diretamente
sobre o sistema aquático gerando o problema. Exemplos de Causas Imediatas são:
! Aumento na descarga de nutrientes num corpo hídrico receptor;
! Descarga de poluentes orgânicos persistentes no corpo hídrico receptor;
! Conversão de áreas de manguezais para outros usos (ex: aqüicultura);
! Redução dos picos de vazão de um rio.

Causas Setoriais - Entre as Causas Imediatas e as Causas Raízes da degradação dos recursos
naturais encontram-se as Causas Setoriais responsáveis por um determinado Problema Ambiental e
seus Aspectos específicos. As Causas Setoriais recebem tal denominação por estarem associadas a
atividades de setoriais e estarem organizadas por setores específicos. Exemplos de Causas Setoriais
são: (a) aumento da descarga de efluentes urbanos não tratados ou tratados inapropriadamente; (b)
aumento da descarga de efluentes industriais não tratados ou tratados inapropriadamente, (c) runoff
de áreas agrícolas; (d) desenvolvimento da aqüicultura.

Neste nível de causas setoriais, os fatores de governança tais como a decisão política de
fornecer incentivo à instalação de industrias ou subsídio à atividade agrícola podem estimular o
surgimento das causas setoriais responsáveis por um determinado problema e seu aspecto ambiental
(políticas setoriais). O mesmo processo pode ocorrer nos setores Indústria, Transporte, Energia,
Turismo, Urbanização, Agricultura, Mineração, Aqüicultura, etc. Aqui, o que importa não é a lei
ambiental ou falha institucional relativa à fiscalização ambiental, mas o efeito de uma determinada
decisão governamental sobre as atividades econômicas promovendo o seu crescimento ou
instalação em uma determinada área que afete o sistema aquático em questão.

Causas Raízes - O termo “Causas Raízes” (Root Causes) tem sido usado num sentido bastante
amplo nos poucos texto que tratam do assunto (STEDMAN-EDWARDS 1998; WOOD 2000), ou a
expressão tem sido evitada e substituída por “Causas” somente. A dificuldade de identificar causas
raízes como uma categoria separada das demais causas de natureza sócio-econômica denominadas
de Intermediárias levou ao surgimento das seguintes alternativas: (1) Todas as causas de natureza
sócio-econômica responsáveis por um determinado problema ambiental assim como os fatores de
governança associados às mesmas são denominados de “Causas Raízes”; (2) A categorização das

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causas imediata, secundária, terciária, etc é eliminada e o termo genérico “Causas” passa a englobar
todas elas.

Estritamente falando, a expressão Causas Raízes deveria ser utilizada somente para denominar
as instituições com características de enraizamento social (social embeddedness segundo
WILLIAMSON 2000). Tal categoria inclui as instituições informais, costumes, tradições, normas e
religiões. Ainda de acordo com WILLIAMSON (2000), instituições nesse nível mudam muito
lentamente – na ordem de séculos ou milênios – e portanto, tal nível é assumido como fato pela
maioria dos economistas institucionais.

No modelo proposto pelo projeto GIWA - que objetiva identificar causas da degradação de
sistemas aquáticos e passíveis de mudanças através de planos estratégicos para intervenção num
espaço de tempo relativamente curto - tal categoria de causas é também assumida como fato. O
nível mais próximo desse conjunto de causas onde intervenções são viáveis com possibilidades de
reversão do quadro de degradação dentro de cenários de 15-20 anos são definidos como causas
culturais dentro da categoria das Causas Raízes no presente modelo conceitual. Sob a denominação
de Causas Raízes encontram-se, portanto, um conjunto de causas diversas, de natureza: (1)
econômica, (2) demográfica/social, (3) tecnológica, (4) política, (5) de conhecimento, (6) fatores de
governança e finalmente (7) cultural (ou causas raízes p.d.).

O primeiro grupo de causas é formado pelas pressões econômicas que estimulam a atividade
setorial (preços, ingressos, distribuição de renda, pobreza, crescimento econômico, estrutura
econômica, estrutura de mercado, taxas e subsídios). Exemplos desse tipo de pressões no caso do
Problema Poluição são: Aspecto Ambiental Eutroficação - Alto retorno econômico decorrente do
aumento de produtividade obtido com o uso de fertilizantes. Aspecto Poluição Química - Alto
retorno econômico como conseqüência dos padrões estéticos obtidos na produção de frutas com o
uso de fungicidas e/ou inseticida. Tais causas raízes acima mencionadas estão associadas a falha ou
ausência de ações efetivas de governança como explicado mais adiante.

O segundo grupo de causas raízes inclui as pressões demográficas/sociais, tais como


crescimento populacional, demanda por comida, por emprego. As causas raízes formadas pelas
pressões sociais estão geralmente associadas a falhas governamentais, tais como, falha ou ausência
de um plano de ocupação do solo, migração, planejamento familiar, etc.

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O terceiro grupo de causas raízes é formado pelas causas de natureza tecnológica e refere-se às
escolhas tecnológicas nos sistemas de produção, tratamento de efluentes, etc. Tais escolhas
invariavelmente são influenciadas pela disponibilidade das opções tecnológicas mas também pelos
custos associados às mesmas que se constituem em causas econômicas, também causas raízes da
degradação ambiental. Aqui, verifica-se a relação não-linear com que os elementos da cadeia causal
se interligam, embora para efeito de simplificação na representação gráfica as cadeias causais
estejam usualmente representadas sob a forma linear.

O quarto grupo de causas raízes é formado pelas causas de natureza política. Este grupo é
formado por fatores de estrutura de poder: capacidade relativa dos grupos afetados em se opor ou
promover mudanças políticas e conflitos.

As estruturas de conhecimento que inclui informação, treinamento e educação formam o


quinto grupo de causas raízes.

O sexto grupo de causas raízes reúne os fatores de governança. Governança refere-se ao


conjunto de respostas da sociedade de natureza legal, política, institucional e reguladora. Fatores de
governança são encontrados associados a diferentes níveis de causas responsáveis pela degradação
dos recursos naturais. A ausência de resposta efetiva ou governança, via de regra, não se constitui
em causa ou pressão sobre os recursos naturais, mas sim na falha em lidar com causas ou pressões
pré-existentes. Fatores de governança mitigam ou fortalecem as pressões sobre os recursos naturais
que acarretam a degradação dos mesmos. Tal mitigação ou fortalecimento pode ser decorrente da
natureza da lei, da política setorial ou das falhas institucionais na aplicação da lei ou da política. Por
exemplo, o baixo cumprimento por parte das indústrias dos limites definidos por lei, de
concentração de poluentes nos efluentes pode ser entendido como resultante do desenvolvimento do
setor industrial e escolhas tecnológicas associados à falha do fator governança fiscalização ou
política de incentivo para produção limpa. Intervenções externas podem remover as causas
(exemplo: implantação de tecnologias de minimização de resíduos) ou reforçar a competência
fiscalizadora com melhoria do orçamento e dos instrumentos utilizados pelas agências de proteção
ambiental para desenvolver a atividade de fiscalização, ampliação dos quadros técnicos
qualificados).
Fazem parte dos fatores de governança: habilidade em estabelecer acordos (legitimidade,
participação dos setores envolvidos, credibilidade); capacidade em promover cumprimento das leis
e efetivar acordos (orçamentos adequados, staff competente, suficiente e motivado, estrutura
judicial e legal adequada, credibilidade nas ações tanto punitivas quanto compensatórias);

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competência burocrática (orçamentos adequados); capacidade de implantar uma política de
integração que incorpore considerações e valores ambientais nas políticas setoriais; capacidade de
implementar as leis, regulamentos e direitos à propriedade; capacidade em conter a corrupção.
Todos os casos de falhas ou fraquezas institucionais, tais como fragilidade dos órgãos de
fiscalização, falta de contingente treinado e de infraestrutura institucional são parte dos fatores de
governança. Falhas ou insuficiência de instrumentos legais tais como grupos de leis, normas e
regulamentos são causas menos freqüentes ou menos relevantes na degradação ambiental do que
falhas ou insuficiência na performance institucional mencionada anteriormente.

O sétimo e último grupo de causas raízes no presente modelo conceitual inclui parte das
causas que efetivamente seriam consideradas causa raízes, neste caso, as questões de natureza
cultural desde que passíveis de modificação através de estratégias políticas e planos de intervenção
dentro de um prazo de tempo viável no âmbito de um programa de investimentos. Fatores culturais
aqui incluídos estão relacionados à percepção, tradições, religião, regras informais, estilo de vida,
conscientização e compreensão apreendida por diferentes grupos sociais que afetam ou são afetados
(stakeholders) pelos recursos hídricos. Um exemplo simples de causa raiz encontra-se ilustrado na
Figura 1. As múltiplas funções e os serviços oferecidos pelo ecossistema manguezal preservado
são subestimados e tal sub-avaliação está na raiz da degradação desse ecossistema em várias partes
do mundo. Devido a essa causa raiz de natureza cultural, usos alternativos da área e do ecossistema
são considerados em princípio mais lucrativos e úteis do que a simples preservação do ecossistema.
Com bases nessa assertiva, manguezais tem sido utilizados como depósitos de lixo, aterramento
para criação de área para construção, exploração de madeira para fins energéticos, aqüicultura, etc.
Mudar tal percepção pela correta valoração do ecossistema pela sociedade como um todo, pode vir
a ser uma das estratégias mais efetivas ou uma medida essencial para promover mudanças em
outros níveis da cadeia causal.

Aspectos conceituais relevantes e representação gráfica do modelo de ACC proposto

Escala - Para o entendimento do modelo conceitual proposto e ilustrado pelos dois Exemplos
acima, vários aspectos merecem destaque. O primeiro deles diz respeito ao problema de escala já
mencionado. A medida que a cadeia causal vai sendo construída a partir do Aspecto Ambiental em
direção às Causas Raízes, verifica-se uma mudança de escala do nível local para o nível nacional ou
até mesmo internacional. Isso significa que quando se realiza uma análise da cadeia causal, lida-se
com diferentes escalas de causas (STEDMAN-EDWARDS 1998). Questões relacionadas com as
escala na identificação das causas da degradação tem sido abordadas (STEDMAN-EDWARDS

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1998). Por exemplo, enquanto a Causa Imediata Aumento na descarga de nutrientes tem que
ocorrer na bacia hidrográfica para que haja efeito sobre o sistema aquático em questão, a política
setorial para o Aumento na produção de grãos impulsionando a Causa Imediata pode ser de âmbito
regional ou nacional; a política de exportação impulsionando o Aumento na exportação de grãos
pode ser uma política ainda mais ampla, relacionada com a globalização e com o mercado
internacional, que ocorre numa escala internacional/mundial. As diferentes categorias de escalas nas
quais se inserem as causas raízes no presente modelo são: (1) escala geográfica; (2) escala temporal;
(3) escala econômica e; (4) escala política. A identificação das diferentes escalas de ocorrência das
causas numa análise da cadeia causal faz-se especialmente necessária quando da elaboração das
opções e estratégias políticas de mitigação: diferentes escalas representam diferentes graus de
complexidade e exigem diferentes estratégias de intervenção.

Linearidade do modelo - Embora o processo de construção da cadeia causal siga uma


lógica linear, observa-se que a representação 3-D é mais apropriada. Por exemplo, fatores de
governança podem estar associados à diferentes categorias de pressões sócio-econômicas que
formam genericamente as Causas Raízes. Alguns Aspectos Ambientais por sua vez, podem atuar
como Causas Imediatas de outros Aspectos Ambientais (ex: Aspectos Ambientais Perda e
Modificação de habitat ou Modificação de vazão como causas imediatas da perda de diversidade
biológica/genética de estoques pesqueiros). A representação 3-D de uma cadeia causal pode ser
feita online, com hyperlinks ilustrando as relações de causa-efeito, não-lineares.

Identificação da necessidade de investigação adicional - O modelo de ACC proposto


trabalha basicamente com dados secundários. A sua construção auxilia na identificação de falhas e
ausência de dados/informação sobre problemas ambientais prioritários, indicando prioridades de
investimento na busca de dados primários

Importância relativa das causas - Numa tentativa de identificar a importância relativa de


diferentes causas imediatas ou causas setoriais na geração de um dado problema ambiental, cores
e/ou intervalos de percentuais são sugeridos.

Indicação de tendências - Setas são sugeridas para indicar as tendências de agravamento,


melhoria ou permanência do status de qualidade do sistema aquático em estudo nos próximos 18
anos (o projeto GIWA tem como ano-base 2020 para fins de análise de tendências, estabelecimento
de prioridades e opções políticas e de investimento). Tal representação é facilmente entendida e

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fornece um importante input para a formulação das opções políticas no cenário do tipo business as
usual.

Fundamentação técnico-científica no modelo ACC - Cada afirmativa representada por


uma caixa do chart da cadeia causal deve se embasada em dados/informações. A fundamentação
científica que embasa tais afirmativas pode ser apresentada sob o formato de tabelas, gráficos, fotos,
ou texto explanatório Num relatório online, por exemplo, tal informação pode ser acessada através
de hyperlinks que a conectam à caixa respectiva do chart.

Versões da ACC - A construção da cadeia causal é um processo que inclui melhorias


sucessivas através de revisões, e que se inicia com a opinião de um grupo de especialistas e termina
com a validação do modelo com a participação dos diversos atores envolvidos. Revisões devem ser
feitas tantas vezes quanto necessárias, em função de novos dados ou opinião embasada de
especialistas e demais grupos envolvidos.

Quando a ACC torna-se muito extensa para ser manuseada facilmente em forma eletrônica ou
papel, sugere-se a eliminação dos links de menor relevância (Figura 2) e permanência somente
daqueles que serão considerados nas etapas subseqüentes (tendências, opções políticas).

Por motivos práticos propõe-se a construção de pelo menos três versões da ACC para cada
Aspecto do Problema Ambiental prioritário num determinado sistema aquático.

Versão 0 - Versão preliminar proposta por um ou mais especialistas, com base no


conhecimento específico disponível.
Versão 1 - Após obtenção de dados e informações adicionais sobre indicadores que justifiquem
as causas identificadas e as afirmativas e os links elaborados na Versão 0 ou que os refute e
substitua por outros.
Versão 2 - Versão da ACC após o processo de validação (item 5.3 Validação) ter sido
conduzido em reunião com a participação de vários especialistas e demais grupos envolvidos
(usuários, comunidade e representantes governamentais).

O objetivo da validação do modelo de ACC com a participação ampla de grupos envolvidos


com o sistema aquático visa o envolvimento dos mesmos grupos na fase seguinte - cujo sucesso
depende do entendimento e amplo apoio dos diversos setores - Elaboração do plano estratégico de
ação.

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Aspectos Causas Causas Causas
Ambientais Imediatas Setoriais Raízes
(dentro do (natureza (atividades (esta coluna
Problema física, química econômicas pode ser
Ambiental ou biológica) organizadas desmembrada
prioritário) por setor) em várias)

1.1.1
1.1

1.1.2
1 1.2

1.3 1.2.1

2
1.2.2

1.2.3

3
4.1 4.1.1

4.2 4.1.2
4
4.3 4.2.1

4.4 4.2.2

4.2.3

As cores
representam
Justificativa Justificativa Justificativa uma ordem
decrescente de
que suporte a que suporte a que suporte a importância
ligação causal ligação causal ligação causal relativa

Figura 2. Componentes do Modelo de Análise da Cadeia Causal do projeto GIWA UNEP/GEF.

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CONCLUSÃO

A representação gráfica do modelo conceitual de Análise da Cadeia Causal, seus componentes


e passos propostos para a sua construção são aqui propostos com o intuito de facilitar a construção
da cadeia causal, assim como o entendimento das relações causativas que constituem a referida
cadeia. Entretanto, os especialistas com tal atribuição devem ter em mente que à medida que a
cadeia causal se estende em direção às raízes do problema, as relações entre as causas tornam-se
mais complexas e mais difíceis de identificar e quantificar. Não há “truques metodológicos” que
eliminem a complexidade inerente às relações causais nos diferentes níveis, quando se trata de
problemas complexos como os problemas ambientais relacionados aos recursos hídricos e suas
causas de origem antrópica. Portanto, a Análise da Cadeia Causal - assim como a maioria dos
procedimentos de modelagem de sistemas complexos - é invariavelmente uma simplificação das
reais relações causais existentes.

A solução para muitas questões relacionadas à modelagem da cadeia causal permanece em


grande parte nas mãos dos profissionais que devem agregar ao conhecimento científico específico
sobre problemas ambientais relacionados aos recursos hídricos, um conhecimento substancial sobre
os sistemas aquáticos em estudo, os fatores sócio-econômicos, políticos, governamentais,
tecnológicos e culturais que afetam os mesmos. Somente com uma combinação de experiências
multidisciplinares e de setores e grupos sociais envolvidos na questão tal agregação se torna
possível. Felizmente, vários indicadores apontam para a crescente conscientização dos diversos
setores e grupos sociais sobre o fato de que a gestão integrada para o uso sustentável dos recursos
hídricos significa muito mais do que a gestão das águas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GIWA. Global International Waters Assessment Methodology. http://www.giwa.net. 2002.


MARQUES, M. Causal Chain Analysis Methodology for the Global International Waters
Assessment Project GIWA UNEP/GEF. March 2002. 30 p.
MARQUES, M., HOGLAND, W. GIWA Methodology Testing in the Baltic Region: Causal
Chain Analysis. Report (www.giwa.net). December 2000. 180 p.
STEDMAN-EDWARDS, P. Root Causes of Biodiversity Loss – An Analytical Approach.
World Wide Fund for Nature WWF. 1998. 86 p.

14
WILLIAMSON, O.E. The New Institutional Economics: Taking Stock, Looking Ahead.
Journal of Economic Literature Vol. XXXVIII, Sep 2000: 595-613.
WOOD, A., STEDMAN-EDWARDS, P., MANG, J. (Ed). The Root Causes of Biodiversity
Loss. Earthscan Publications Ltd, London, ISBN 1 85383 6990. 2000. 399 p.

ANEXOS

I. Exemplos de Causas Imediatas da degradação dos recursos hídricos.

Problema Ambiental: Escassez de Água Doce

1. Modificação de vazão: Redução devido à: mudança na relação precipitação-escoamento;


redução da recarga de água subterrânea; captação; aumento da área com água armazenada;
redução dos picos de vazão; Mudanças na vazão de retorno; aumento da evaporação.
2. Poluição das fontes existentes: Descarga de efluentes urbanos e industriais; escoamento de
áreas agrícolas; aumento da concentração em decorrência da evaporação; deposição
atmosférica; vazamentos acidentais; remobilização.
3. Rebaixamento do lençol freático: Bombeamento/extração excessiva; redução da recarga;
redução do pico de vazão (regularização da vazão); aumento no consumo pela vegetação
(plantação de espécies com raízes profundas)

II. Exemplos de Causas Imediatas da degradação dos recursos hídricos.


Problema Ambiental: Poluição

4. Microbiológica: Descarga de efluentes domésticos; escoamento superficial de áreas de


agropecuária; alteração de circulação (escoamento de lagos, rios e sistemas costeiros).
5. Eutrofização: Aumento de nutrientes devido ao escoamento de áreas agrícolas; descarga de
nutrientes a partir de águas residuárias industriais ou municipais; descarga de nutrientes a
partir de aterros de resíduos sólidos; retenção e acúmulo de nutrientes em corpos lênticos
(lagos, lagoas, estuários, baías, represas, hidrelétricas).
6. Química: Descarga de águas residuárias industriais; descarga de chorume de aterros de
resíduos sólidos perigosos e municipais; escoamento de áreas agrícolas; deposição
atmosférica de poluentes provenientes da combustão, controles de doenças; controle de
vetores; produtos químicos a partir de atividades de aqüicultura; áreas de mineração.
7. Sólidos em suspensão: aumento no aporte de sedimentos devido à erosão de solos,
remobilização e lixiviação, alteração de vazão de rios, dragagem, mineração; descarga de
efluentes industriais; escoamento de águas pluviais; atividades de perfuração e prospecção.

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8. Resíduos sólidos: lançamento de resíduos sólidos em praias e margem de rios a partir de
atividades de lazer/turismo; lançamento em plataformas; disposição de resíduos de
construção civil; resíduos sólidos provenientes de águas residuárias.
9. Térmica: Descarga de água aquecida de processos de resfriamento; aquecimento de cursos
d’água devido ao desmatamento de vegetação marginal e exposição ao sol; aumento na
concentração de sólidos em suspensão.
10. Radionuclides: descarga de plantas de tratamento; descarga/emissões provenientes de
plantas de geração de energia; descarga/emissão de plantas de reprocessamento de material
atômico; deposição a partir de testes com armas nucleares.
11. Vazamentos: acidentes de colisão de navios/barcos; acidentes operacionais; rompimento de
estruturas de armazenamento de óleo.

III. Exemplos de Causas Imediatas da degradação dos recursos hídricos.


Problema Ambiental: Modificação de Habitat e Comunidade
12. Perda de ecossistemas e ecotones: Mudanças nos padrões de uso da terra; acidentes de
poluição de grandes proporções; atividades de dragagem; disposição de resíduos; erosão
costeira; mineração; alagamento de ecossistemas devido à construção de barragens;
exploração econômica não sustentável de espécies chave; substituição de espécies
endêmicas/naturais por espécies exóticas/invasoras; introdução de doenças/parasitas.
13. Modificação de ecossistemas e ecotones: Mudanças no uso da terra; exploração econômica
não sustentável de espécies; mudanças na vazão com alteração no aporte de sedimentos e de
nutrientes decorrentes da construção de reservatórios ou transposição para fins diversos;
introdução de espécies exóticas; doenças; práticas de monocultura; alteração decorrente de
outro Problemas Ambientais: Poluição e Mudanças Globais.

IV. Exemplos de Causas Imediatas da degradação dos recursos hídricos.


Exploração não-sustentável de recursos pesqueiros e outros recursos vivos

14. Sobre-pesca: Esforço acima da PMS (produção máxima sustentável) da espécie


15. Captura acidental e descartes excessivos: utilização de práticas de pesca impróprias
16. Práticas destrutivas de pesca: aplicação de agrotóxicos, uso de explosivos
17. Redução da viabilidade do estoque devido à poluição e doenças: decorrente de outro
Problema Ambiental: Poluição
18. Impacto na diversidade biológica/genética: soltura deliberada ou escape de espécies
exóticas; aspectos ambientais de outros problemas ambientais tais como perda/modificação
de habitat e modificação da vazão.

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