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Universidade de Pernambuco

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO


PARA UMA GALERIA COMERCIAL

Alessandro Ferreira
Bruno Ribeiro Guerra
Douglas Fernandes de Albuquerque
Everton
Gabriela Carneiro Valadares
Jamily Lima
João Adeodato
Joniel Levy
José Gustavo de Lima Lopes
José Jean Tavares
Maria Eduarda Torres Guedes
Pedro Sencades
Raphael Ramos
Tiago Sousa

Disciplina: Refrigeração
Professor orientador: Pedro Anselmo Filho
Recife, 2017
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Irradiação solar normal no Recife.............................................................08


Tabela 2 – Intervalos de incidência solar direta.........................................................10
Tabela 3 - Coeficiente de refletividade.......................................................................12
Tabela 4 – Carga térmica por irradiação para a galeria.............................................12
Tabela 5 – Especificação dos materiais.....................................................................15
Tabela 6 – Coeficiente de convecção........................................................................15
Tabela 7 – Temperaturas máximas internas em relação a cada estação do ano em
relação as fachadas...................................................................................................17
Tabela 8 – Temperaturas mínimas internas em relação a cada estação do ano em
relação as fachadas...................................................................................................18
Tabela 9 – Temperatura interna com pessoas e equipamentos................................20
Tabela 10 – Potência total dissipada pelos equipamentos e iluminação no
escritório.....................................................................................................................20
Tabela 11 – Potência total dissipada pelos equipamentos e iluminação em uma
loja..............................................................................................................................21
Tabela 12 - Potência total dissipada pelos equipamentos e iluminação no
banheiro.....................................................................................................................21
Tabela 13 – Potência total dissipada pela iluminação na área comum.....................21
Tabela 14 – Calor total dissipado pelas pessoas.......................................................21
Tabela 15 - Dados de umidade, temperatura e entalpias para a determinação da
carga térmica..............................................................................................................24
Tabela 16 – Variação de entalpia para cálculo da carga térmica..............................24
Tabela 17 – Carga térmica total a ser retirada do ambiente......................................25
Tabela 18 – Temperatura de bulbo úmido cidades....................................................32
Tabela 19 – Fatores de capacidade...........................................................................32
Tabela 20 –Capacidade das torres............................................................................33
Tabela 21 – Quantidade de Carga térmica total da galeria e do
evaporador.................................................................................................................36
Tabela 22 – Carga térmica armazenada no termoacumulador nos diversos modos de
operação no sistema-global.......................................................................................36

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Tabela 23 – Carga térmica mensal armazenada no termoacumulador nos diversos
modos de operação no sistema-global......................................................................36
Tabela 24 – PMOC dos ventiladores..........................................................................38
Tabela 25 – PMOC do trocador de calor....................................................................39
Tabela 26 – PMOC dos filtros de ar...........................................................................40
Tabela 27 – PMOC dos Umidificadores de ar e eliminadores de gotas.....................41
Tabela 28 – PMOC das bombas................................................................................42
Tabela 29 – PMOC das tubulações, tanques e acessórios.......................................43
Tabela 30 – PMOC dos compressores......................................................................44
Tabela 31 – PMOC da torre de resfriamento.............................................................45

3
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Planta baixa de situação...........................................................................07


Figura 2 – Incidência solar direta em cada fachada...................................................10
Figura 3 – Esquema para paredes do empreendimento............................................13
Figura 4 – Esquema para o teto doempreendimento.................................................14
Figura 5 – Resistência térmica equivalente 1.............................................................16
Figura 6 – Resistência térmica equivalente 2.............................................................16
Figura 7 – Layout de dutos e equipamentos..............................................................25
Figura 8 – Grelha selecionada...................................................................................26
Figura 9 – Perfil dos dutos projetados........................................................................27
Figura 10 – Perfil dos dutos no trecho 3 – 4..............................................................27
Figura 11 – Perfil dos dutos do trecho 1-2.................................................................28
Figura 12 – Representação da vazão de ar necessária para a torre.........................30
Figura 13.- Modelo de torre de resfriamento..............................................................33
Figura 14.-Desenho técnico da torre de resfriamento...............................................34
Figura 15.- Modelo de Sistema-Global de Refrigeração............................................34
Figura 16 – Chiller selecionado..................................................................................37

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Trajetória solar (elevação solar e azimute)..............................................09


Gráfico 2 – Temperaturas internas em cada estação do ano para as
fachadas.....................................................................................................................18
Gráfico 3 – Taxa de radiação em cada estação do ano para as
fachadas.....................................................................................................................18
Gráfico 4- Gráfico de perda de carga nos dutos de ar...............................................31

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
DADOS GEOGRÁFICOS..........................................................................................07
PLANTAS BAIXAS....................................................................................................07
IRRADIAÇÃO SOLAR...............................................................................................08
TEMPERATURAS INTERNAS..................................................................................13
CARGA TÉRMICA.....................................................................................................20
LAYOUT DE DUTOS E EQUIPAMENTOS................................................................25
DUTOS.......................................................................................................................26
SISTEMA DE EXTRAÇÃO........................................................................................29
CARGA TÉRMICA TOTAL........................................................................................30
VAZÃO DE AR...........................................................................................................30
TORRE DE RESFRIAMENTO...................................................................................31
TERMOACUMULADOR............................................................................................34
CHILLER....................................................................................................................37
PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE......................................38

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INTRODUÇÃO

Este trabalho trata do dimensionamento de um sistema de refrigeração para


uma galeria comercial de pequeno porte. O empreendimento situa-se na cidade de
Recife, Pernambuco, e tem uma capacidade de 20 lojas comerciais, além de praça
de alimentação, sanitários e uma pequena área administrativa. O valor estimado de
circulação é de 1000 pessoas ao longo do dia, levando em consideração os horários
de funcionamento do comércio.
Inicialmente, a principal preocupação era encontrar a carga térmica recebida
pelo empreendimento, aplicando o conceito de “caixa preta", levando em
consideração todos os dados necessários para calcular esse valor. A trajetória do
sol ao longo dos dias, durante o ano, e como o posicionamento do empreendimento
é afetado por isso, por exemplo, foram de extrema importância para determinar a
quantidade de calor recebida pela irradiação do Sol.
Foram realizadas pesquisas na área, sendo o trabalho baseado em artigos
científicos, norma ASHRAE, conhecimentos adquiridos ao longo do curso e
instruções do professor responsável pela disciplina.
O desenvolvimento do trabalho foi auxiliado por uso de alguns softwares para
execução de iteração dos valores, como o Matlab e o Excel. As programações e
tabelas estão incluídas no relatório, assim como a planta baixa do estabelecimento,
desenvolvida em AutoCad, além da planta de localização dos equipamentos e dutos
dimensionados para o sistema de refrigeração da galeria.
Em seguida, foram determinadas as perdas de carga das tubulações, a vazão
de ar para cada estabelecimento, boas práticas quanto à qualidade do ar,
dimensionamento do equipamento de refrigeração, sistema de água refrigerada e
outros itens importantes como posicionamento dos insufladores, extratores, filtros e,
finalmente, medidas preventivas de manutenção e segurança.

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1. DADOS GEOGRÁFICOS
Os dados da latitude, longitude e altitude para a cidade de Recife foram
encontrados na tabela A.4, da NBR 16401-1. Através dessa norma também foi
possível determinar as temperaturas máximas e mínimas ao longo do ano.
 Latitude: 8,07S  Temperatura máxima: 31°C
 Longitude: 34,85W  Temperatura mínima: 19ºC
 Altitude: 19m

2. PLANTAS BAIXAS
Por determinação do professor, feita em sala no dia do lançamento do projeto, a
entrada da galeria deveria estar na direção NNE. A planta baixa, ilustrada na figura
1, mostra a galeria com sua respectiva fachada frontal em detalhe, mostrando a
seção que possui teto em vidro (região central).

Figura 1 – Planta baixa do empreendimento

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3. IRRADIAÇÃO SOLAR
3.1. Irradiação solar normal
Por irradiação solar normal entende-se a irradiação recebida por uma superfície
perpendicular à direção dos raios solares. Os dados de irradiação solar foram
coletados do Atlas Solarimétrico do Brasil, 2000. Na Tabela 1 encontram-se os
dados coletados.
Tabela 1 – Irradiação solar normal no Recife
Irradiação solar normal
Mês [MJ/m²·dia] [W/m²]
Janeiro 24 277,78
Fevereiro 20 231,48
Março 20 231,48
Abril 18 208,33
Maio 14 162,04
Junho 14 162,04
Julho 14 162,04
Agosto 18 208,33
Setembro 20 231,48
Outubro 22 254,63
Novembro 20 231,48
Dezembro 20 231,48
Média 18,67 216,05
Anual
Maior 24 277,78
Menor 14 162,04

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3.2. Trajetória solar e intervalos de insolação
A partir do site http:www.SunEarthTools.com, foi possível obter os dados da
trajetória solar a partir das informações de entrada abaixo:
 Localização: Rua Barão de Rio Branco, Recife-PE
 Coordenada: (-)8,0631534 L, (-)34,8711168 S
 Graduação dos dados: 15 minutos
Esses dados são gerados pelo site em formato de planilha, com os valores da
elevação solar (α) e do azimute solar (ω) para cada instante pré-determinado. O
gráfico abaixo mostra exatamente como o Sol se comporta em datas selecionadas
de transição de estações.

Gráfico 1 – Trajetória solar (elevação solar e azimute)

De posse da planta baixa e das orientações das fachadas, é possível definir os


intervalos de insolação para cada uma delas, exibidos na Tabela 2, já que elas estão
expostas a incidência direta por apenas certo período de tempo durante cada dia do
ano.
Na Tabela 2, as siglas CW e CCW indicam sentido horário e anti-horário,
respectivamente. Essa divisão foi adotada para a correta utilização da equação de
Lambert, já que os intervalos de ângulos não são contínuos.

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Os intervalos de azimute foram determinados a partir da orientação de cada
fachada na planta baixa (Figura 2), com auxílio do AutoCad. Os intervalos de altitude
foram assumidos como sendo de 0° a 90°.
A partir dos dados determinados acima, pode-se calcular a incidência solar real
em cada fachada ao longo do dia.
Tabela 2 – Intervalos de incidência solar direta
Intervalos de incidência solar direta
Fachada Ângulo
Alt. Alt. Az. min Az. max Az. min Az. max Az.
min max CW CW CCW CCW normal
1 0 90 0 112,5 292,5 360 22,5
2 0 90 31,9 211,9 -- -- 121,9
3 0 90 125,2 305,2 -- -- 215,2
4 0 90 0 22,5 202,5 360 292,5
Teto 0 90 0 360 -- -- --

Figura 2 – Incidência solar direta em cada fachada

10
3.3. Incidência real
3.3.1. Lei de Lambert
A Lei de Lambert diz que a quantidade de energia incidente em uma superfície
inclinada é igual à quantidade de energia que incide numa superfície perpendicular à
direção do fluxo, multiplicada pelo cosseno do ângulo entre as superfícies.

3.3.2 Lei de Lambert para superfícies verticais (elevação e azimute solar):


Contudo, como as paredes são superfícies verticais, para calcular o quanto de
radiação solar cada fachada irá receber durante o dia, é preciso adaptar a Lei de
Lambert. A invés de usar o cosseno do ângulo na multiplicação, é usado o seno.
Com isso, encontra-se a a quantidade de energia para os movimentos de elevação
do Sol.
Entretanto, apenas com essa adaptação não se pode estimar com precisão a
radiação absorvida pela fachada. Como se sabe, o Sol também se movimenta em
relação aos pontos cardeais. Por isso, a Lei de Lambert é aplicada novamente,
dessa vez para um observador acima do estabelecimento, do ponto de vista
superior. Essa fórmula, no final, determina com boa precisão a quantidade de
energia absorvida por cada parede da galeria, considerando a movimentação de
elevação solar e mudança de azimute ao longo do dia.

3.3.3. Irradiações indireta e difusa


As fachadas da galeria receberão, além dos raios solares incidindo diretamente
sobre sua superfície, os raios solares provenientes de reflexão no chão e raios
difusos por nuvens e partículas suspensas na atmosfera: irradiação indireta e difusa,
respectivamente.
A partir das considerações feitas da Lei de Lambert, é possível também calcular
a irradiação difusa. Os coeficientes de refletividade da irradiação indireta e difusa
estão na Tabela 3.
A porcentagem de radiação difusa pelo ambiente, no caso, foi considerada como
sendo 30% da refletividade direta.

11
Tabela 3 - Coeficiente de refletividade

Refletividade

Asfalto (direto) 0,12


Asfalto (difuso) 0,036

3.3.4. Irradiação total na fachada


Portanto, a irradiação total incidente em cada fachada será a soma da irradiação
considerando o movimento de elevação e do azimute solar, com a irradiação indireta
e difusa.
Encontra-se, então, a carga térmica causada pela irradiação solar, para as 4
fachadas e para o teto, para cada dia do ano apresentados na Tabela 4. Nela estão
os dias de mudança de estação do ano, por representarem os 4 pontos de menor e
maior distância da Terra em relação ao Sol.

Tabela 4 – Carga térmica por irradiação para a galeria


CARGA
CARGA TÉRMICA
TÉRMICA
MÉDIA POR FACHADA
TOTAL
FACHADA [kW/dia]
[kW/dia]
21/mar 10,07 1
Outono - 21/03
Equinócio de

21/mar 23,88 2
234,90 21/mar 6,12 3
21/mar 26,17 4
21/mar 168,66 Teto
Solstício de Inverno

21/jun 17,20 1
21/jun 8,95 2
- 21/06

151,23 21/jun 1,04 3


21/jun 21,46 4
21/jun 102,58 Teto
22/set 9,94 1
Equinócio de
Primavera -

22/set 24,05 2
22/09

235,09
22/set 6,22 3
22/set 25,98 4

12
22/set 168,90 Teto
21/dez 0,61 1

Verão - 21/12
21/dez 31,84 2

Solstício de
228,26 21/dez 13,37 3
21/dez 18,89 4
21/dez 163,55 Teto

4. TEMPERATURAS INTERNAS
4.1. Materiais selecionados
Para as paredes:
- Drywall
- Argamassa comum
Para o teto:
- Vidro Neutral Plus 50 Gray

4.2. Esquema para paredes e teto


 Parede
Na Figura 3 é mostrado o esquema usado para transmissão de calor para as
paredes:

Figura 3 – Esquema para paredes do empreendimento

13
 Teto
Na Figura 4 está o esquema usado para o teto:

Figura 4 – Esquema para o teto do empreendimento

4.3. Dados relacionados aos materiais


As especificações do material, como emissividade, coeficientes de condução e
transmissividade estão listadas na Tabela 5. Os coeficientes interno e externo de
convecção estão detalhados na Tabela 6.

Tabela 5 – Especificação dos materiais


Especificações Dry Wall Argamassa comum Vidro Neutral Plus 50 Gray
ε (Emissividade) 0,8 - 0,4
κ (W/m.°C) 0,2 1,15 1
τ
0 - 0,23
(Transmissividade)
ρ (Reflexividade) 0,2 - 0,37
Espessura (mm) 12,5 100 24

Tabela 6 – Coeficiente de convecção


Ambiente Coeficiente de convecção (W/m².°C)
Externo 25

14
Interno 10

4.4. Determinação da temperatura da parede externa


Foi desconsiderada a taxa de emissão da parede e o calor de convecção do
lado externo, pois a temperatura da parede externa não poderia ser calculada, mas
sim estimada.
Para fins de simplificação, foi definida que as taxas de calor por condução e por
convecção da parede externa seriam desprezíveis em relação à taxa de calor por
radiação.

4.5. Determinação da temperatura da parede interna


Uma vez definida a temperatura da parede externa, foi calculada a taxa de calor
por condução máxima que a parede poderia transmitir para o lado interno.
A máxima taxa de calor que as paredes poderiam transmitir seria aquela em que
todo o calor absorvido pela parede seria conduzido pelas paredes, isto é,
desprezando agora as taxas de calor por convecção e por radiação na face externa.
O circuito de transmissão de calor utilizado é composto de resistências térmicas
(Figura 5), considerando duas paredes de Dry Wall de 12,5 mm de espessura e
condutividade térmica de aproximadamente 0,2 W/m.°C à temperatura média de
Recife (25,25 °C), separadas entre si por uma camada de argamassa comum de 100
mm de espessura e condutividade térmica de aproximadamente 1,15 W/m.°C. Desta
forma, a temperatura da parede interna pode ser calculada.

Figura 5 – Resistência térmica equivalente 1

4.6. Determinação da temperatura interna


Novamente foi utilizado o equacionamento por resistências térmicas (Figura 6),
mas desta vez as resistências não são mais em série, mas sim em paralelo.

15
Figura 6 – Resistência térmica equivalente 2

1 1 1
= + =ℎ + ( + ) +

4.7. Determinação da temperatura interna e externa ao teto


Para o teto,foi utilizado o vidro Neutral Plus 50 Gray de espessura 24 mm, uma
vez que apresentava uma absortividade baixa (40%), e um baixo fator solar, que
representa sua transmissividade (23%).
a. Determinação da temperatura externa do teto
O cálculo da temperatura externa do vidro é análogo ao cálculo da temperatura
externa das paredes.
b. Determinação da temperatura da parede interna
O cálculo da temperatura interna do vidro é análogo ao cálculo da temperatura
interna das paredes.
c. Determinação da temperatura interna
O cálculo da temperatura interna da área sob o teto de vidro é análogo ao
cálculo da temperatura interna das áreas rodeadas pelas paredes, no entanto, parte
do calor que incide sobre o vidro é transmitida diretamente para o lado interno do
ambiente, devendo ser considerada no cálculo da temperatura interna.
Antes da construção da galeria, a temperatura do local onde esta será
construída é igual à temperatura ambiente. Uma vez construído o empreendimento,
a temperatura interna da área sob o vidro será consequência da transmissão de
calor através deste.
Uma vez o vidro sendo transparente a 23 % de toda a irradiação incidente sobre
ele , tem-se que a temperatura interna sofrerá um ganho decorrente desta parcela

16
da radiação. A partir dessas considerações é possível calcular a temperatura real
interna.

4.8. Resultado parcial


Os resultados das temperaturas máximas e mínimas internas em cada estação
do ano, em relação às fachadas, estão dispostos nas Tabelas 7 e 8,
respectivamente, e no Gráfico 2, assim como a taxa de radiação no Gráfico 3.

Tabela 7 – Temperaturas máximas internas em cada estação do ano em relação as fachadas


Temperatura interna (°C)
Equinócio de Solstício de Equinócio de Solstício de
Setor
Outono - 21/03 Inverno - 21/06 Primavera - 22/09 Verão - 21/12
Fachada 1 23,59 21,72 23,61 26,88
Fachada 2 23,06 23,32 23,04 24,16
Fachada 3 23,84 23,81 23,83 24,25
Fachada 4 22,61 22,17 22,63 25,11
Teto 33,53 29,29 33,54 35,30

Tabela 8 – Temperaturas mínimas internas em cada estação do ano em relação as fachadas


Temperatura interna (°C)
Equinócio de Solstício de Equinócio de Solstício de
Setor
Outono - 21/03 Inverno - 21/06 Primavera - 22/09 Verão - 21/12
Fachada 1 19,72 16,99 18,78 20,90
Fachada 2 19,23 18,41 18,27 18,51
Fachada 3 19,95 18,83 18,97 18,59
Fachada 4 18,82 17,39 17,90 19,36

17
38,00
36,00
34,00
32,00

Temperatura interna (°C)


30,00
28,00
26,00
24,00
22,00 Outono
20,00
18,00 Inverno
16,00
14,00
12,00 Primavera
10,00
8,00 Verão
6,00
4,00
2,00
0,00
Fachada 1 Fachada 2 Fachada 3 Fachada 4 Teto
Localização

Gráfico 2 – Temperaturas internas em relação a cada estação do ano em relação as fachadas

80
70
Taxa de radiação (W/m²)

60
50
Outono
40
Inverno
30
Primavera
20
Verão
10
0
Fachada 1 Fachada 2 Fachada 3 Fachada 4 Teto
Localização

Gráfico 3 – Taxa de radiação em relação a cada estação do ano em relação as fachadas

4.9. Temperatura interna com pessoas e equipamentos


Para determinar a temperatura ambiente interna quando o local estiver com
pessoas e equipamentos, deve-se considerar a taxa de radiação média que estes
irão emitir. O calor emitido por pessoas, lâmpadas e equipamentos irá elevar a
temperatura interna.

18
4.9.1. Setores rodeados pelas paredes de Dry Wall:
O calor emitido por pessoas, lâmpadas e equipamentos irá elevar a temperatura
interna para patamares maiores. Como a temperatura interna depende da
resistência térmica do material, da espessura das paredes, do calor absorvido na
face externa da parede e da temperatura da face externa da parede (que é maior
que a temperatura ambiente externa, porque a face externa da parede absorve
calor), a temperatura ambiente interna pode ser maior ou menor que a temperatura
ambiente externa.
≅ = | − |

+ + = ( ′− )

+ + + +
= = ⟶ = ⟶
′− | − | ′− | − |

+ + | − |
⟶ = +

4.9.2. Setores sob o teto de vidro:


Além do calor devido à transmissão pelo teto de vidro, deve-se considerar o
calor emitido por pessoas, lâmpadas e equipamentos, que irá elevar a temperatura
interna para patamares maiores.
+ + + = + + + = ( ′− °)

+ + +
= = ⟶
′− ° | °− |

+ + +
⟶ = ⟶
′− ° | °− |

+ + + | °− |
⟶ = °+

4.9.3. Resultado final


A partir dos cálculos, foi possível chegar a temperatura interna com pessoas e
equipamentos, conforme a Tabela 9.

19
Tabela 9 – Temperatura interna com pessoas e equipamentos

Temperatura Interna (°C)


Inverno Verão Primavera Outono
Fachada 1 20,32 34,05 26,47 23,70
Fachada 2 21,58 30,73 25,62 22,94
Fachada 3 22,43 31,40 26,91 24,15
Fachada 4 20,55 31,84 25,25 22,55
Área Comum 31,21 44,69 39,79 37,63
Escritório 20,89 32,27 25,64 22,92
Banheiro 21,89 31,16 26,00 23,29

5. CARGA TÉRMICA
5.1. Equipamentos, iluminação e pessoas
Os valores da dissipação do calor por pessoas e equipamentos nas lojas e
escritório foram retirados da norma NBR 16401-1, das tabelas C.1, C.2, C.3, C.4 e
C.5 – Taxas típicas de dissipação de calor por pessoas, pela iluminação,
computadores, impressoras e copiadoras e equipamentos diversos,
respectivamente.
A partir do dimensionamento das lojas e escritório foi determinado o número de
equipamentos e de lâmpadas necessárias para a iluminação. Nas tabelas 10, 11,12
e 13 encontram-se os resultados da potência total dissipada pela iluminação e pelos
equipamentos no escritório, em uma loja, no banheiro, e na área comum,
respectivamente.
Tabela 10 – Potência total dissipada pelos equipamentos e iluminação no escritório
Escritório Unidade Qunit Qt (W)
Lamp. Fl. 76 16 1216
Computador 10 55 550
Monitor 10 70 700
Impressora 2 275 550
Pessoas 10 45 450
Total 3466
Tabela 11 – Potência total dissipada pelos equipamentos e iluminação em uma loja
Loja Unidade Qunit Qt [W]

20
Lamp. Fl. C. 35 23 805
Lamp. V. M. 5 28 140
Computador 1 55 55
Monitor 1 70 70
Caixa
1 48 48
Registradora
Total 1118

Tabela 12 - Potência total dissipada pelos equipamentos e iluminação no banheiro


Banheiro Unidade Qunit Qt [W]
Lâmpada
52 9 468
Fluorescente
Secador de
2 518 1036
mão
Total 1504

Tabela 13 - Potência total dissipada pela iluminação na área comum


Área
Unidade Qunit Qt [W]
Comum
Lâmpada
1022 2 2044
Fluorescente
Total 2044

Foi definido o fluxo aproximado de pessoas para cada hora de funcionamento da


galeria, sendo o horário de pico o intervalo entre 12:00 e 13:00, representando o
horário com maior circulação de clientes. A distribuição de pessoas, assim como, o
cálculo da carga térmica diária dissipada por elas, estão representadas na tabela 14.
Tabela 14 – Calor total dissipado pelas pessoas
Qtotal Qlat Qsens
Horário Pessoas
[W] [W] [W]
8:00 - 9:00 25 3625 1875 1750
9:00 - 10:00 45 6525 3375 3150
10:00 - 11:00 75 10875 5625 5250
11:00 - 12:00 120 17400 9000 8400
12:00 - 13:00 200 29000 15000 14000
13:00 - 14:00 180 26100 13500 12600

21
14:00 - 15:00 120 17400 9000 8400
15:00 - 16:00 95 13775 7125 6650
16:00 - 17:00 80 11600 6000 5600
17:00 - 18:00 60 8700 4500 4200
Dia 1000 145000 75000 70000

Assumindo o calor total encontrado na Tabela 10 em um escritório:


= 3,466 ∗ 10
Assumindo o calor total para uma loja, encontra-se o seguinte valor para as 20
lojas:
= 2,236 ∗ 10
Assumindo o calor total encontrado na Tabela 12 no banheiro:
= 1,504 ∗ 10
Assumindo o calor no fluxo máximo de pessoas na galeria, tem-se um calor total
de circulação dos clientes é = 2,9 ∗ 10 .
Sendo assim, o calor total de equipamentos e circulação de pessoas:
= + + + .
Então, = 5, 633 ∗ 10 .

5.2. Carga térmica para refrigeração do ar


5.2.1. Cálculo do fluxo de renovação de ar necessário
A partir da ASHRAE 62.1 – 2007 foi possível calcular o fluxo de renovação de ar
para o empreendimento.
a.Fluxo de ar respirável ( )

= ∗ + ∗
Na qual:
= Fluxo respirável/pessoa – (tabela 6.1-ASHRAE 62.1 – 2007)
= População (número máximo aproximado de ocupantes durante uso típico)
= Fluxo requerido/m2
= Área

22
b. Lojas

( ) =( ∗ + ∗ ) + ( ∗ + ∗ )
( ) = 92 /

c. Administrativo
( ) =( ∗ + ∗ )
( ) = 47,8 /

d. Sanitários
A norma utiliza a Tabela 6.4 (Toilets – public) para dimensionar a taxa mínima de
exaustão de ar.
( ) = 480 / .
( ) = 40 / .
( ) = 520 / .

e. Mall
( )á _ =( ∗ + ∗ )

( ) = 2776,6

Eficiência de distribuição de ar (Tabela 6.2 da ASHRAE)


Por se tratar de um projeto novo, e não de uma análise de caso, considera-se
= 1,0.
Fluxo externo de ar = / .

100% sistema de ar externo

Considera-se que apenas uma unidade de tratamento de ar externo exista, logo:


=∑ ( ) = 5( ) ( ) +( ) +( )

= 5184,5

23
5.2.2. Carga térmica

Para dimensionar a carga térmica foram definidas a temperatura e a umidade


desejadas para o interior da galeria (Tabela 15). A partir dos dados da temperatura
interna (Tabela 9), foi possível determinar as variações de entalpia (Tabela 16), bem
como a carga térmica total a ser retirada do ambiente, considerando as pessoas,
equipamentos e a irradiação. Os dados foram selecionados e calculados para os
dias de mudança de estação.

Tabela 15 –Dados de umidade, temperatura e entalpias para a determinação da carga térmica


Entalpia
Umidade Umidade Temperatura
da temp.
desejada atual desejada
desejada
(%) (%) (°C)
(KJ/Kg)
Outono 75 75 20 48
Inverno 75 85 20 48
Primavera 70 70 20 48
Verão 65 65 25 58

Tabela 16 – Variação de entalpia para cálculo da carga térmica


Variação de entalpia (KJ/Kg)
Inverno Verão Primavera Outono
Fachada 1 4,5 32 19,5 11
Fachada 2 8 19 16,5 8,5
Fachada 3 11 22 21 12
Fachada 4 5 23,5 15 7
Área Comum 46,5 90,5 79 70,5
Escritório fachada 4 6,5 25 16,5 8,5
Escritório fachada 3 13,5 25,5 23,5 15
Banheiro 9,5 21 18 9,5

Sendo a carga térmica total a ser retirado dimensionado a seguinte forma:


= + çã + çã

24
Tem-se na Tabela 17, logo abaixo, o valor da carga térmica total a ser retirada
do ambiente:
Tabela 17 – Carga térmica total a ser retirada do ambiente
Carga Térmica a ser retirada(KW)

Outono Inverno Primavera Verão


Loja 1 2,996149592 3,205261911 3,856722687 3,562853813
Lojas 2-10 17,08200497 13,038531 24,98693281 31,23463162
Loja 11 2,778203183 1,396919246 3,683985689 4,866663668
Lojas 12-20 16,82345723 11,12448652 24,85237842 30,35683026
Escritório 4,498872049 2,875645926 5,408120453 6,906340428
Banheiros 6,622449527 5,917496478 11,54235693 13,68454949
Área Comum 310,1109414 198,833984 338,633326 377,7283147
Total 357,9159283 236,3923251 412,963823 468,340184

6. LAYOUT DE DUTOS E EQUIPAMENTOS


A Figura 8 representa o layout que contempla dutos e equipamentos

Figura 7 – Layout de dutos e equipamentos

25
7. DUTOS
7.1. Vazão de ar
A partir da norma ASHRAE 62.1 – 2007,foi determinado o valor de 20 trocas/h para
a taxa de renovação das lojas. Com esse dado tem-se que:

20 =
∗ é

= 2400

7.2. Área livre


A área livre da galeria foi determinada dividindo a área total pelo número de
lojas.Logo a área livre é 51m²

7.3. Área da boca do insuflamento


Foi selecionada uma grelha do tipo regulável, para atender a velocidade
terminal de 0,75 m/s nas lojas, com ângulo de 18º a 20º e proporção de 1:3
conforme a Figura 8. Os lados de 1 e 2 da grelha terão respectivamente 3,123
m e 12,37 m.

Figura 8 – Grelha selecionada

A área da grelha foi selecionada da seguinte maneira:


1 ∗
= ∗ = 0,064 = 640 =Á ℎ
é

26
Onde:

= 3,5
é = 0,85
= 6,09 ( )

= 12,37

= 0,823

Logo, a área da boca de insuflamento será:

= 30 27

7.4. Projeto do duto

O projeto contemplará desde a grade até o duto que liga ao ventilador


passando pelos bocais de insuflamento instalados no interior da loja.

Figura 9 – Perfil dos dutos projetados

a. Trecho 3-4

Figura 10 – Perfil dos dutos no trecho 3 - 4

 Velocidade interna do duto:

27
0,823
= = = 12,85 /
0,064
Onde:
=

 Velocidade interna:

12,85
= = = 15,12 /
é
0,85

 Área do trecho 3-4


, 1,04
, = = = 0,2971
3,5

 Área do duto no trecho 3-4


= 40 75
b. Trecho 1-2

Figura 11 – Perfil dos dutos do trecho 1-2

 Área do trecho 1-2


, 1,25
, = = = 0,3628
3,5

 Área do duto no trecho 1-2


= 44 75

28
8. SISTEMA DE EXTRAÇÃO

As bocas de descarga podem ser dos seguintes tipos:


 Venezianas;
 Grades com palhetas retas;
 Grades com palhetas em V;
 Tela perfurada;
 Cogumelos.
Para as salas com maior vazão de ar foram selecionadas as grades com
palhetas retas e nas salas com menor vazão de ar as telas perfuradas
A instalação das bocas de saída será feita nas paredes externas,20 cm acima
do piso.
é a velocidade de face (velocidade aparente, referida à área total da boca
de descarga). -retirado do livro “Física aplicada à construção – Conforto
térmico”. Este é usado para calcular a vazão máxima para cada boca de
descarga da seguinte maneira:

= ∗
= ã á

 Salas

= 0,7 / para grades de palhetas retas.

Como cada sala da galeria terá uma vazão de 1,5 .

Logo será usada em cada sala uma boca de descarga de 0,46 , tipo grade,
para extração do ar existente e renovação do mesmo.

 Administração

= 0,5 / , para a tela perfurada.

29
A administração terá uma vazão total de 0,633 .

Logo iremos usar em cada sala uma boca de descarga de 0,47

9. CARGA TÉRMICA TOTAL

 Para o verão:

Qtv=468,34∗103 W

Qtv=133,2 TR

 Para o inverno:

Qti=357,92∗103 W

Qti=101,8 TR

10. VAZÃO DE AR

Figura 12 – Representação da vazão de ar necessária para a torre

30
1) Líquido: T=23ºC; h=96,5KJ/Kg; m1= 9Kg/s
2) Líquido: T=20ºC; h=83,94KJ/Kg; m1=m2
3) Ar(e): T=33,5ºC; h=88KJ/Kg; m1=m2; ρ= 0,021 Kg(agua)/Kg(da)
4) Ar(s): T=35ºC; h=120KJ/Kg; m1=m2; ρ= 0,033 Kg(agua)/Kg(da)
5) Reposição: T=15ºC; h=62,98 KJ/Kg

m(complementar)=m(ar seco)*(0,033-0,021)

10.1. Balanço de Energia

m1*h1 + m(ar seco)*h3 + m(complementar)*h5 = m2*h2 + m(ar seco)*h4


m(ar seco) = 3,619 Kg/s
10.2 Dimensionamento dos Dutos

Conforme o gráfico 4, obtivemos os seguintes resultados:


 Diâmetro do duto de ar: Ø 2 ½”
 Comprimento equivalente dos dutos:420m
 Perda de carga: 142,4 kPa

Gráfico 4 - Perda de carga nos dutos de ar

31
11. TORRE DE RESFRIAMENTO
Para a seleção da torre de resfriamento necessária para o projeto usamos a
equação a seguir para encontrar a quantidade total de calor rejeitado.

= ∗ ∗( − )

Onde,

Qr = Quantidade de calor rejeitado Kcal/h


Gw = Vazão de água m3h
Tw1= Temperatura da água quente em °C
Tw2= Temperatura da água resfriada em °C
C= Calor específico da água
Tbu= Temperatura de bulbo úmido em local °C

Para obtenção da temperatura de bulbo úmido, utilizamos a tabela 18 a


seguir, retirada no Manual de Instruções da Alpina Equipamentos.

Valores retirados da ABNT NBR 16401-1-2008

Tabela 18 – Temperatura de bulbo úmido cidades

32
Com base no Manual de Torres de Resfriamento – Caravela Ambiental . O salto
térmico encontrado foi de 8ºC e o approach de 4ºC. Então, a capacidade definida
para a torre é de 11,4.
Tabela 19 – Fatores de capacidade

Tabela 20 – Capacidade das torres

33
A partir da vazão calculada de 32 m³/h, usando a recomendação adotada pelo
fabricante de aproximadamente 5% para mais de vazão, foi selecionada a
torre de modelo SI 20.

Figura 13.- Modelo de torre de resfriamento

Figura 14.-Desenho técnico da torre de resfriamento

34
12. TERMOACUMULADOR

Figura 15.- Modelo de Sistema-Global de Refrigeração (chiller x termoacumulador)

12.1 Modo de Operação 1 - Operação de Resfriamento e acumulação

O chiller atende à carga térmica do prédio e armazena “frio” no tanque. Ficam


abertas todas as válvulas no circuito da água: V0, V1, V2, V3, V4, V5 e VRP. A
posição das válvulas e o sentido do fluxo dos fluidos se apresentam na figura acima.

Qev = 1,05*Qr + (dU/dt)ta


(dU/dt)ta = m6*c*(T6-T11)

Onde:

(dU/dt)ta : Taxa de variação de energia no termoacumlador

Qr : Carga térmica da 35alería

Qev : Carga térmica no evaporador

35
Cpa : Calor específico da água

12.2 Modo de Operação 2 - Operação de Resfriamento com tanque de


armazenamento

Só o tanque atende à carga térmica do prédio. O chiller fica desligado. As


válvulas no circuito da água V0, V1, V5 são fechadas. A água é circulada pelo
sistema com a bomba B2. O sistema trabalha neste modo nas horas de ponta.

(dU/dt)ta = m6*c*(T11-T6)
(dU/dt)ta = 1,05*Qr

12.3 Modo de Operação 3 - Operação Conjunta.

O chiller e o tanque atendem à carga térmica do prédio. Ficam abertas todas


as válvulas. A posição das válvulas e o sentido do fluxo dos fluidos,
comparativamente ao modo 1, mudam somente o sentido da circulação da água no
tanque (processo de descarga)

Qev = 1,05*Qr –(dU/dt)ta


(dU/dt)ta = m6*c*(t11-t6)
Qev=ma*Cpa*(T13-T5)

Com base nestas condições foram obtidos os seguintes resultados para a


quantidade de calor para o evaporador (Tabela 21) e a carga térmica armazenada
no termoacumulador (Tabelas 22 e 23).

Tabela 21 – Quantidade de Carga térmica total da galeria e do evaporador


Estação Q total (Kw) Q evaporador (Kw)
Outono 357,9159 646,7
Inverno 236,3923 473,91
Primavera 412,9638 706,89

36
Verão 468,3401 722,42

Tabela 22 – Carga térmica armazenada no termoacumulador nos diversos modos de operação no


sistema-global
Carga térmica armazenada no termoacumulador dU/dt (Kw)
Estação Modo 1 Modo 2 Modo 3
Outono 161,7382 375,8117 511,9523
Inverno 225,6980 248,2119 451,3428
Primavera 409,6879 433,6120 803,1428
Verão 58,5428 491,7571 524,0952

Tabela 23 – Carga térmica mensal armazenada no termoacumulador nos diversos modos de


operação no sistema-global
Carga térmica armazenada no termoacumulador no mês (Kwh)
Estação Modo 1 Modo 2 Modo 3 Tempo de
operação diário (h)
Outono 14556,4447 33823,0552 46075,7142 3
Inverno 20312,8252 22339,0747 40620,8571 3
Primavera 36871,9187 39025,0812 72282,8571 3
Verão 5268,8526 44258,1473 47168,5714 3

13. CHILLER
De acordo com as necessidades do projeto foram selecionados dois chillers
CARRIER AQUASNAP 30 RB R410-A PURO com as seguintes características:

 Refrigerante: R410-A PURO - Mais utilizado nesses tipo de sistema e


menos agressivo ao meio ambiente
 Vazão de água climatizada: 10,9 L/S
 Temperatura de água gelada: 6,7°C
 Temperatura máxima de retorno de água gelada: 12,26 °C
 Vazão de água para resfriamento do condensador: 13,6 L/S
 Temperatura máxima de água vinda da torre: 29,4 °C
 Range de potência: 100 TR a 300 TR ou 25% a 100%

37
 Variação de eficiência: COP-> 4,7 a 7,25
 Perda de carga do máxima evaporador: 44,2 kPa
 Perda de carga do máxima condensador: 55,3 kPa
 Consumo em Watts Nominal: 54 kW

Figura 16 – Chiller selecionado

14. PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE

O Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) é um plano exigido pela


Portaria nº 3.523 de 28 de agosto de 1998, que busca garantir a qualidade do
ambiente e preservar a saúde das pessoas que circulam no estabelecimento que
possui sistema de refrigeração. O PMOC é obrigatório aos proprietários, locatários e
prepostos, responsáveis por sistemas de climatização com capacidade acima de
15.000 kcal/h (60.000 BTU/h) e manter um responsável técnico habilitado.
De acordo com a Portaria, o responsável técnico deverá implantar e manter
disponível no imóvel um PMOC, garantir a aplicação do PMOC, manter disponível o
registro da execução dos procedimentos estabelecidos no PMOC e divulgar os
procedimentos e resultados das atividades de manutenção, operação e controle aos
ocupantes.
A Portaria considera a preocupação mundial com a Qualidade do Ar de
Interiores em ambientes climatizados e a ampla e crescente utilização de sistemas
de ar condicionado no país, em função das condições climáticas; a preocupação
com a saúde, o bem-estar, o conforto, a produtividade e o absenteísmo ao trabalho,
dos ocupantes dos ambientes climatizados e a sua inter-relação com a variável

38
qualidade de vida; a qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados e sua
correlação com a Síndrome dos Edifícios Doentes relativa à ocorrência de agravos à
saúde; o projeto e a execução da instalação, inadequados, a operação e a
manutenção precárias dos sistemas de climatização, favorecem a ocorrência e o
agravamento de problemas de saúde.
Diante disso, o PMOC do sistema de climatização da galeria foi baseado na
norma ABNT 13971:2014 (Sistema de refrigeração, condicionamento de ar,
ventilação e aquecimento – Manutenção Programada) que estabelece orientações
básicas para atividades e serviços para a manutenção de conjuntos e componentes,
em sistemas e equipamentos de refrigeração, condicionamento de ar, ventilação e
aquecimento.
O PMOC do estabelecimento está representado nas Tabelas 24, 25, 26, 27, 28,
29, 30 e 31, separados por tipo de componente do sistema de refrigeração:
ventiladores, trocadores de calor, filtros de ar, unidades de ar e eliminadores de
gotas, bombas, tubulações, tanques e acessórios, compressores e torre de
resfriamento, respectivamente. Nas tabelas, o “P” representa as atividades
periódicas a serem executadas em intervalos de tempo regulares, preestabelecidos,
e o “S” representa as atividades a serem executadas, se necessário, em função de
avaliação durante os serviços de campo. As atividades de manutenção corretiva não
estão previstas no plano, apenas as manutenções programadas.

Tabela 24 – PMOC dos ventiladores

1 Ventiladores P S

1.1 Verificar a existência de danos e limpar o conjunto x


1.2 Verificar e eliminar focos de corrosão x
1.3 Verificar a fixação, vibração e ruídos anormais x
1.4 Verificar o aquecimento anormal dos mancais x
1.5 Lubrificar os mancais, se aplicável x
1.6 Verificar vazamentos nas junções flexíveis x
1.7 Verificar o estado dos amortecedores de vibração x
1.8 Verificar a operação dos controles de vazão x
Verificar o estado e a instalação dos dispositivos de
x
1.9 proteção

39
1.10 Limpar o sistema de drenagem x
1.11 Elementos de acionamento/transmissão mecânica x

Tabela 25 – PMOC do trocador de calor

2 Trocador de calor P S

Verificar a existência de agentes que possam


2.1 x
prejudicar a troca térmica
2.2 Limpar as superfícies do lado ar x
2.3 Verificar os fluxos de ar/líquido x
Verificar e eliminar a existência de ar do lado de
2.4 x
líquido
Medir e registrar as temperaturas e pressões, na
2.5 condição de plena vazão de ambos os fluidos e nos x
pontos de entrada e saída
2.6 Limpar o sistema de drenagem x
Verificar a existência de sujeiras, danos, corrosão e
2.7 x
fixação do eliminador de gotas

Tabela 26 – PMOC dos filtros de ar

3 Filtros de ar P S
Verificar a existência de danos, limpar e vedar
3.1 x
frestas da moldura
3.2 Verificar e eliminar focos de corrosão x
3.3 Medir e registrar o diferencial de pressão x
Verificar a operação da alimentação do elemento
3.4 x
filtrante
Completar o fluido de medição do monômetro
3.5 x
diferencial
Verificar o estado do material filtrante do
3.6 x
alimentador
3.7 Substituir o elemento filtrante x

Tabela 27 – PMOC dos Umidificadores de ar e


eliminadores de gotas

40
4 Umidificadores de ar e eliminadores de gotas P S
Verificar a existência de sujeira,sedimentos,danos e
4.1 x
corrosão
4.2 Limpar os elementos x
4.3 Eliminar focos de corrosão x
Verificar o funcionamento do sistema de
4.4 x
alimentação e distribuição de água
4.5 Verificar o nível de água x
Verificar o funcionamento do extravasor e do
4.6 x
sistema de drenagem de água
Desobstruir o estravasador e o sistema de
4.7 x
drenagem
Verificar o funcionamento dos bicos pulverizadores
4.8 x
de água
Verificar a impermeabilização e estanqueidade do
4.9 x
conjunto

Tabela 28 – PMOC das bombas

5 Bombas P S

Verificar a existência de sujeira, danos, corrosão


5.1 x
externa e fixação
5.2 Limpar externamente x
5.3 Eliminar focos de corrosão x
5.4 Verificar vibrações e ruídos anormais x
5.5 Verificar a vedação do selo mecânico x
5.6 Ajustar o prensa-gaxeta x
5.7 Verificar o nível de óleo x
5.8 Completar o nível de óleo x
5.9 Substituir o lubrificante x
5.10 Medir e registrar as pressões de trabalho x
5.11 Limpar o sistema de drenagem x

Tabela 29 – PMOC das tubulações, tanques e


acessórios

41
6 Tubulações, tanques e acessórios P S

Verificar a existência de sujeira, danos e corrosão


6.1 x
externa
6.2 Limpar externamente x
6.3 Eliminar os focos de corrosão externos x
6.4 Verificar a existência de vazamentos e fixação x
6.5 Limpar os tanques internamente x
6.6 Verificar isolamento (inspeção visual) x
6.7 Verificar juntas de expansão (inspeção visual) x

6.8 Verificar o nível de líquido no tanque de expansão x

6.9 Ajustar o nível de líquido no tanque de expansão x


Verificar o funcionamento dos dispositivos de
6.10 x
controle e segurança
6.11 Purgar o ar x
6.12 Drenar para eliminação de sujeiras x

Tabela 30 – PMOC dos compressores

7 Compressores P S

Verificar a existência de sujeira externa, danos e


7.1 x
corrosão
7.2 Limpar externamente x
7.3 Eliminar focos de corrosão x
7.4 Verificar vibrações, ruídos anormais e fixação x
Medir e registrar a pressão de sucção junto ao
7.5 x
compressor
Medir e registrar a temperatura do gás de sucção
7.6 x
junto ao compressor
Medir e registrar a pressão de descarga junto ao
7.7 x
compressor
Medir e registrar a temperatura de descarga junto
7.8 x
ao compressor
Medir e registrar a temperatura da linha de líquido
7.9 x
após o condensador

42
Medir e registar a temperatura da linha de líquido
7.10 x
antes do dispositivo de expansão
7.11 Verificar o nível de óleo no visor x
7.12 Completar o nível de óleo x
7.13 Verificar o teor de acidez do óleo x
7.14 Medir e registrar a pressão do óleo x
7.15 Ajustar a pressão do óleo na unidade centrífuga x
Medir e registar a temperatura do óleo antes e
7.16 x
depois do refrigerador do óleo

Medir e registar a temperatura do fluído refrigerante


7.17 x
antes e depois do refrigerador do óleo

7.18 Verificar o funcionamento do separador de óleo x


7.19 Medições elétricas x
Elementos de acionamento e transmissão
7.20 x
mecânica
7.21 Verificar o funcionamento do aquecedor de óleo x
Verificar a operação, durante a partida, do
7.22 x
dispositivo de redução de capacidade
Verificar a hermeticidade do selo de vedação do
7.23 x
eixo
7.24 Verificar o funcionamento das válvulas de serviço x
Verificar a temperatura dos mancais do compressor
7.25 x
centrífugo
Verificar a existência de vazamento com detector
7.26 x
eletrônico ou com outro processo externo
Verificar o funcionamento dos dispositivos de
7.27 x
segurança

Tabela 31 – PMOC da torre de resfriamento

8 Torre de resfriamento P S

8.1 Verificar a existência de sujeira, danos e corrosão x


8.2 Limpar externamente x
8.3 Limpar e revisar os elementos internos x
8.4 Eliminar focos de corrosão x

43
8.5 Ventilador - ver conjunto nº 1 x
8.6 Verificar a alimentação e distribuição de água x
8.7 Verificar o nível de água na bacia x
8.8 Ajustar o controlador do nível de água x
8.9 Verificar o sistema de purga x
Efetuar análise da água, quanto à sua
8.10 x
característica: corrosiva, neutra ou incrustante
8.11 Corrigir as características da água x
Ajustar o volume de purga conforme
8.12 recomendações técnicas definidas pela análise da x
água
8.13 Limpar o sistema de drenagem x
8.14 Limpar o filtro x
Verificar o funcionamento do dispositivo de
8.15 x
acionamento dos ventiladores
8.16 Verificar o funcionamento do termostato x
Ajustar a regulagem do dispositivo de acionamento
8.17 x
dos ventiladores

44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13971:


Sistema de refrigeração, condicionamento de ar, ventilação e aquecimento –
Manutenção Programada. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 16401-1:


Instalação de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários. Parte 1: Projetos das
instalações. Rio de Janeiro, 2008.

BRASIL, Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.523, de 28 de


agosto de 1998. Regulamento Técnico contendo Medidas Básicas referentes aos
Procedimentos de Verificação Visual do Estado de Limpeza, Remoção de Sujidades
por Métodos Físicos e Manutenção do Estado de Integridade e Eficiência de todos
os Componentes dos Sistemas de Climatização, para garantir a Qualidade do Ar de
Interiores e Prevenção de Riscos à Saúde dos Ocupantes de Ambientes
Climatizados. Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 31 de agosto de 1998.

PEREIRA, Enio Bueno; MARTINS, Fernando Ramos; DE ABREU, Samuel Luna;


RUTHER, Ricardo. Atlas Brasileiro de Energia Solar. 1ª edição. São José dos
Campos: INPE, 2006.

CAMPOS, Mayara Soares. Programa Para o Cálculo da Variação da Direção de


Incidência dos Raios Solares ao Longo do Ano. Pesquisa – Departamento de
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