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Maximização
Cafeeiro irrigado por pivô central: cerca de 10% da área com café são irrigadas, no Brasil; Catalão, GO, 2006
A irrigação já é uma realidade na cafeicul- Diversos enfoques foram adotados com eficiência do uso da água e da energia,
tura brasileira, e ocupa área significativa ao longo da evolução da cafeicultura sem prejuízo dos atributos físicos, quími-
entre as que são irrigadas no país. Levan- irrigada no Brasil. Inicialmente, a única cos e biológicos do solo, e de fitossanidade
tamentos indicam que cerca de 10% da preocupação era o aumento da produti- para o bom desenvolvimento do cafeeiro.
área com café são irrigadas, concentra- vidade; atualmente, a modernização da O manejo da irrigação envolve três etapas
das, principalmente, no norte do Espírito agricultura mundial agregou o conceito distintas e complementares:
Santo, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba da sustentabilidade, com a integração de
e norte/nordeste de Minas Gerais e oeste todos os fatores que interferem na pro- • Definição da época e da lâmina de água
da Bahia (Santinato e Fernandes, 2012). dução. Nesse contexto, é fundamental a a ser aplicada (parte básica);
Para que um projeto de irrigação atinja utilização eficiente da água e a conserva- • Definição das metas de eficiência na
seus objetivos, é necessário que o mesmo ção do ambiente, os grandes desafios da aplicação da água e de ajuste do fun-
seja bem dimensionado e o manejo da cafeicultura irrigada. cionamento do mesmo para atingir
irrigação eficiente. O manejo da irrigação esses limites;
tem, por um lado, o compromisso com a gerenciamento da irrigação • Manutenção preventiva e corretiva
produtividade do cafeeiro, e por outro, o Um programa de manejo da lavoura de dos equipamentos e sistemas para que
uso eficiente da água e da energia. café deve maximizar a produtividade, funcionem bem;
Métodos de manejo
Também as características, funciona- de reter água que precipita pelas chuvas A determinação da época da irrigação
mento e potencialidades de um sistema ou irrigações a fim de ser absorvida pe- e da quantidade de água a ser aplicada
de irrigação são aspectos que não podem las plantas posteriormente. Na Figura 1 pode ser feita com o monitoramento da
ser negligenciados. Tradicionalmente, está representada, esquematicamente, planta, do solo ou do clima.
dividem-se os métodos de manejo da a capacidade de armazenamento de
irrigação em três grupos: água nos poros do solo. Pode-se afirmar • Monitoramento da planta – O
• Os que se baseiam unicamente no co- que água disponível para as plantas é monitoramento da planta é o con-
nhecimento do estado hídrico do solo, a retida entre a capacidade de campo trole ideal, sob o ponto de vista do
ou seja, no manejo da água útil do solo; (CC) e o ponto de murcha permanente rigor científico, mas as implicações
• Os que se baseiam no conhecimento do (PMP). Antes de qualquer programa de técnicas e operacionais dificultam sua
estado hídrico da planta; manejo da irrigação, é aconselhável que utilização nas condições de campo.
• Os que se baseiam na variação do clima. se retirem amostras de solo, para que em Diferentes métodos permitem o mo-
laboratório obtenha a curva de retenção nitoramento das plantas, como: me-
Manejo da irrigação da água em camadas de 20 cm em 20 cm, dições do potencial hídrico; medições
O solo funciona como um reservatório até a profundidade efetiva do sistema da resistência estomática; medições da
de água para as plantas, pela capacidade radicular do cafeeiro – 60 cm – (Figura 1). temperatura das folhas, dentre outros.
Cada uma dessas técnicas apresenta
limitações de aplicabilidade em campo,
Figura 1 | Esquema representativo da capacidade de armazenamento de água nos em razão da pequena disponibilidade
poros do solo
de informações dos limites e dos índi-
Solo saturado ces recomendáveis, e dos problemas
Água de
percolação
Limite máximo operacionais.
Capacidade
de campo • Monitoramento do solo – O mo-
umidade
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quantidade de água a ser aplicada são no mercado. Os mais utilizados são Figura 4 | Pluviômetro para medição da
determinados mediante avaliação do tensiômetros, métodos eletrométri- precipitação
Figura 6 | Estação automática instalada próximo à lavoura de café reduzida área de captação da água da
chuva, o que leva a erros de medida (Fi-
André Luis Teixeira Fernandes
Referências bibliográficas
SANTINATO, R.; FERNANDES, A.L.T. Cultivo do
cafeeiro irrigado por gotejamento. 2 ed.,
Uberaba: Autores, 2012, 388 p.
SANTINATO, R.; FERNANDES, A.L.T.; FERNANDES,
D. R. Irrigação na cultura do café. 2. ed. Belo
Horizonte: O Lutador, 2008, 476 p.
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