COMO A GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA PODE CONTRIBUIR PARA A
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA: MUDANÇAS DE PARADGMAS.
O comportamento do contribuinte é influenciado por diversos fatores
principalmente no que tange sua relação com o Estado.
Por volta dos anos de 1970 tinha-se como paradigma a teoria da
economia do crime, ou seja, a relação entre o contribuinte e o Estado estava baseada simplesmente na força coercitiva, no receio que o contribuinte tinha da auditoria fiscal e das penalidades que dela poderiam decorrer.
Foi observado que era necessário haver uma dinâmica entre o
contribuinte e o governo esse é o paradigma do serviço, onde deve ter uma administração tributária amigável fomentando à confiança mútua. Para a eficácia dessa teoria três medidas são necessárias: Incremento na eficácia das políticas de detecção e punição de infrações fiscais; Adoção de postura “consumer-friendly” que é tratar o contribuinte como cliente; Indução, por parte do Estado, de mudança na cultura de cumprimento das obrigações tributárias, a partir do paradigma da confiança.
A administração tributária deve atuar como influenciador no que tange
a Governança Corporativa Tributária incentivando comportamentos de observância e cumprimento das leis.
A governança tributária é uma via de mão dupla, favorece as empresas
e aumenta a arrecadação do Estado a partir do cumprimento voluntário das obrigações fiscais. Observa-se pelos símbolos e mascotes da Receita Federal do Brasil que esta prioriza e se utiliza da teoria do enforcement onde ainda é a força coercitiva que rege as relações entre o contribuinte e o Estado. A relação entre contribuinte e fisco no Brasil é qualificada por tensão, antagonismo, litigiosidade, baixa cooperação e pouca transparência, ou seja, continuamos no paradigma de 1970.
Em demasia lento, as autoridades brasileiras tem percebido as
vantagens da abordagem baseada na confiança mútua e práticas de governança tributária. Mais ainda é tido mais prioridade as metas fiscais de curto prazo ao buscar formas que induza a sociedade a comportamentos profícuos de longo prazo, exemplo disso são os tantos REFIS que parcela e anistia obrigações tributárias.
De modo a concluir, é necessário que o Estado brasileiro seja eficiente
e promova a eficiência, além disso, que construa um sistema tributário nacional, menos ambíguo e previsível no longo prazo.