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Fengshui
Tradicional
Fengshui
Conhecimento antigo fundamentado na observação da Natureza e na experimentação que combina
elementos de diversas áreas. Propõe a estudar o posicionamento das edificações em relação às
influências naturais sutis. Os mestres chineses de Fengshui reconhecem que cada edificação
possui sua própria ‘vibração’ e está sujeito a várias influências do ambiente que a circunda. Eles
compreendem a importância de uma correta localização de edificações, móveis e objetos, e sabem
que certos tipos de influências dentro do ambiente e no seu entorno são benéficos enquanto outros
podem proporcionar dificuldades para o corpo e a mente. Descobriram que quando as pessoas
buscam o equilíbrio com as forças benéficas da Natureza, gozam de boa sorte, saúde e
prosperidade. Quando se alinham com influências nocivas, experimentam dificuldades e obstáculos.
Fengshui é uma expressão bastante comum. Pesquisadores afirmam que tem sua origem no Zang
Shu – O Livro dos Enterros – escrito pelo Mestre Guo Pu (276- 324 d.C). A sentença diz:
Traduzido de modo literal, os caracteres ‘Feng’ e ‘Shui’ significam ‘Vento’ e ‘Água’. Entretanto, na
simplicidade destas palavras repousam segredos para direcionar e conservar as influências
positivas ou benéficas. O principal objetivo do Fengshui é guardar a boa influência de modo a
permitir que permaneça e se distribua suavemente pela edificação. O segundo objetivo é reduzir os
efeitos negativos das influências nocivas. O terceiro é implementar ‘curas’ – através da forma, da
cor, do posicionamento, das alterações arquitetônicas – que podem estimular ou engrandecer as
características benéficas a fim de produzir resultados em termos de saúde, bem-estar e harmonia
para os moradores. Cada consulta de Fengshui é única, pois exibe situações de acordo com as
influências magnéticas do local, da edificação e de seus habitantes.
O Fengshui se apresenta em dois diferentes níveis ou aspectos: o aspecto ‘visível’ que se refere ao
que podemos ver, ou seja, às formas: a porta principal alinhada com a porta dos fundos, a escada
alinhada à porta de entrada, objetos pontiagudos ou de aparência desagradável na direção de
portas ou janelas, entre outros. Estas características são relativamente fáceis de remediar e, com
freqüência, apresentam resultados efetivos.
O aspecto ‘invisível’ não pode ser percebido pelos sentidos. Seu ‘mapeamento’ é realizado através
de cálculos matemáticos que descrevem o campo magnético existente. Temos apenas o resultado
de sua influência através de uma maior vitalidade para as realizações do dia a dia e um sentimento
de paz e tranqüilidade quando tais aspectos são benéficos. Caso contrário, manifestam-se através
de doenças, indisposição, má sorte. As influências invisíveis descrevem a característica magnética
do local ou ambiente, seja ele benéfico ou não. Isso explica porque certas áreas da edificação são
pouco ou nunca ocupadas, ou porque alguns moradores estão sempre adoentados. Ou ainda
quando nos sentimos confortáveis em determinado ambiente. As pessoas reagem intuitivamente
freqüentando ou evitando aquele espaço. As influências invisíveis também explicam certas
edificações ou áreas em uma cidade que são bem ocupadas, enquanto outras são evitadas pelos
habitantes.
Os aspectos invisíveis são mais importantes que os aspectos visíveis. Não é possível corrigir
problemas sem que sejam determinados, ou ‘mapeados’, os aspectos invisíveis. Se isso não ocorre,
não importa o que tenha sido feito no nível do visível, os resultados não serão efetivos. As
influências nocivas invisíveis precisam ser corrigidas no nível visível – cor, forma, número. De outro
modo, a solução não acontecerá.
“Feng Shui é parte de um conhecimento chinês denominado ‘shenmiwenhua’, que trata de coisas
misteriosas, secretas e impossíveis de ver. Seu território de ação situa-se na fronteira entre dois
mundos: o da Terra – denominado ken kai – visível e físico, e o do Céu – denominado yu kai –
desconhecido, invisível e vibracional. Daí resulta a tradução literal do termo Feng Shui em vento e
água. Vento como a energia invisível que se pode sentir, mas não se pode conter e água, a energia
visível que se pode direcionar. Seu principal trabalho é promover a boa circulação de uma energia
denominada Qi, que permeia tudo que vive no Universo”.
Professor Roger Green, in Feng Shui para o Hemisfério Sul (apostila)
“Feng Shui é arte e ciência tradicional chinesa de viver em harmonia com o ambiente.
Profundamente enraizado na cultura chinesa e na filosofia Taoísta, é o modo de observar e interagir
com a energia do Universo”.
Mestra Eva Wong, in A Master Course of Feng Shui
“Feng Shui não é uma superstição ou um conjunto de ‘faça isso’ e ‘não faça aquilo’. É a arte e a
ciência do entendimento das forças da Natureza para projetar residências e locais de trabalho que
se harmonizam com o meio-ambiente em vez de agredi-lo. Ele nos ajuda a viver em harmonia com
o mundo, promovendo o fluxo das energias positivas e neutralizando ou afastando as energias
negativas”.
Mestra Eva Wong, website
“O Feng Shui nos permite compreender aspectos do lugar em que vivemos e nos beneficiarmos do
ciclo natural, possibilitando a integração com o ambiente em vez de ir contra ele. Temos, assim,
melhor desempenho, percebemos oportunidades quando surgem e atuamos da melhor forma em
todos os aspectos da vida”.
Mestre Yap Cheng Hai, website
“Feng Shui é o estudo do ambiente. Tradicionalmente, acredita-se que fortes energias existem em
nosso ambiente – paisagem, água, edificações, estradas e etc. Algumas energias são boas e
trazem prosperidade e boa saúde para nossas vidas. Outras são ruins e causam dificuldades e má
sorte. O correto entendimento da natureza dessas energias e de onde elas podem ser encontradas
nos permite selecionar um bom local para a nossa casa, nossa cama, nossa mesa de trabalho e até
mesmo para objetos decorativos. Os chineses acreditam que se todas as coisas estão posicionadas
de acordo com os princípios do feng shui, podemos criar um ambiente saudável, próspero e
harmonioso e melhorar nossa qualidade de vida”.
Mestre Raymond Lo, in Feng Shui and Destiny for families
“Quase todo livro sobre Feng Shui explica que ‘feng’ é o caractere chinês para ‘vento’ e ‘shui’ é o
caractere para ‘água’. Contudo, este parece ser o único lugar de todo o livro onde vento e água são
mencionados. Na verdade, Feng Shui é o estudo sobre como proteger um local do ataque de ventos
fortes e como nutri-lo com águas gentis. Para evitar que o qi seja disperso pelo vento, precisamos
da presença de montanhas. Para trazer prosperidade a um local precisamos da presença de água.
Então, o estudo do Feng Shui é o estudo da montanha e da água. Este é o princípio fundamental”.
Mestre Joseph Yu
Acupuntura;
Moxabustão;
Massagens (Do-in, Shiatsu, etc...);
Exercícios respiratórios (Qi-qong);
Exercícios físicos (Tai-chi Chuan, Wu-shu e artes marciais em geral);
Alimentação saudável;
Fitoterapia; e
Fengshui.
Há muito se sabe que o Homem influencia o seu ambiente e é influenciado por ele. A contribuição
da MTC para o nosso estudo é a percepção de que esta influência acontece em um nível sutil capaz
de alterar a nossa saúde. Enquanto as outras disciplinas cuidam do corpo, o Fengshui cuida do
ambiente que este corpo habita ou trabalha. Nas palavras da Mestra Eva Wong: “Na cultura
chinesa, ventos (feng) suaves e águas (shui) calmas foram sempre associados com boa colheita e
boa saúde, enquanto ventos fortes e água estagnada têm sido relacionados à fome e doença. Desta
forma, ‘bom Fengshui’ significa fartura e boa sorte, e ‘mau Fengshui’ significa privações, doenças e
má sorte”. É curioso constatar que as teorias que estudaremos nos próximos capítulos – Qi,
Yin/Yang, Cinco Movimentos – são os mesmos tópicos estudados por Herbalistas, Acupuntores e
praticantes de artes marciais, entre outros profissionais que trabalham com as práticas chinesas.
Sob esse ponto de vista, é fácil perceber que o Fengshui é um elemento que contribui para uma
saúde integral e não o elemento que resolverá definitivamente todos os problemas da vida de uma
pessoa. Sem a pretensão de ser a panacéia para todos os problemas humanos, estas são algumas
áreas onde o Fengshui pode ajudar:
Melhorar a saúde;
Estimular a motivação para os relacionamentos, para o trabalho e para atividades
acadêmicas;
Incrementar a criatividade;
Desenvolver a sensação de segurança;
Sentir-se mais confortável na residência ou local de trabalho;
Diminuir ou eliminar a depressão;
Prevenir acidentes;
Obter fama e respeito.
mesma forma as curas do Fengshui vão depender de tempo. Normalmente, num período de uma a
quatro semanas percebem-se os resultados. Às vezes, em alguns dias, mas não se deve esperar
por mudanças imediatas. O Fengshui incrementa a possibilidade de que eventos aconteçam,
portanto, alguns efeitos não são aparentes. Também aqui existe uma série de fatores envolvidos
que vão desde a quantidade e da qualidade das características vibracionais, das técnicas utilizadas
até o tipo de resultado que se espera. A melhor situação é que estes resultados sejam gradativos e
que levem a uma mudança de comportamento.
O fator humano também deve ser considerado. Por exemplo, após as implementações que visam
proporcionar um ambiente favorável à recuperação da saúde, se o morador continua com uma
alimentação inadequada, fumando ou bebendo em excesso, sem uma atitude que preserve sua
saúde, certamente o Fengshui não irá ajudar muito. Se a pessoa atravessa um período de baixa
resistência, com resfriados e gripes constantes, a aplicação do Fengshui – em conjunto com outras
terapias – poderá contribuir com um ambiente equilibrado que colabore para a recuperação da
saúde. Porém, se possui uma doença em fase avançada, a contribuição será pequena, pois
dependerá mais dos outros tratamentos que deverão se realizar em conjunto com o Fengshui.
O mesmo vale para o Fengshui. As pessoas sempre perguntam sobre dicas para um bom Fengshui
em casa ou no trabalho. As respostas são simples, como as que um médico daria. A aplicação pode
ser em vários níveis, de certo modo estamos falando do que denominamos ‘bom senso’. Atitudes
básicas definem o sucesso ou o fracasso das técnicas mais elaboradas. A compreensão dos
conceitos fundamentais será a garantia de bons resultados na utilização de um conhecimento
avançado. Podemos comparar a dirigir um carro de Fórmula 1: possui o melhor motor, a maior
potência, a melhor suspensão e os melhores pneus, porém, se não for utilizada a gasolina
adequada, não se conseguirá o resultado satisfatório.
Comece sua prática, analise os resultados, faça as suas conclusões. Apesar do que os mestres e
professores afirmam, a partir deste ponto tenha a certeza de que Fengshui não é ciência! Isso não
impede que tenhamos uma atitude de cientistas, o que significa praticar, observar, anotar
resultados, fazer conclusões. Durante este curso você receberá muitas informações, mas
infelizmente não posso lhe repassar experiência. Isso você terá que obter sozinho. Conhecer o seu
ambiente: esta é a tarefa que será desenvolvida ao longo de todo o curso.
BRISSAC, Chantal. Limpando a área. Publicado na revista Vida Simples, Edição 6, Julho/2003,
págs. 50-55.
DY, Vitor L. Feng Shui Básico: manual completo da milenar ciência chinesa aplicado à vida
moderna. Tradução Sílvia Branco Sarzana. São Paulo: Ground, 1997.
Começando:
Consiga a planta-baixa da sua residência, de preferência na escala de 1:50 (um para
cinqüenta), ou seja, cinqüenta vezes menor que o tamanho original. Em um caderno anote,
com data, as suas observações. Este será o diário da sua casa.
Caminhe por todo o imóvel com a planta-baixa nas mãos a fim de estabelecer as relações
entre o espaço e a sua representação gráfica. Este é um exercício importante. Você está
treinando seu olho e sua percepção do espaço construído.
Em seguida, desenhe os móveis como sofás, mesas, camas, escrivaninhas, armários e
guarda-roupas na planta. Coloque a localização e o tamanho aproximado. Se possuir
facilidade com lápis e régua, tire as medidas dos móveis e desenhe na escala da planta.
Agora caminhe novamente pelos ambientes direcionando sua atenção para o fluxo, ou
melhor, para a facilidade ou dificuldade de circular pelos ambientes e pela residência como
um todo. Fique atento também à decoração: quadros, vasos, cortinas. Responda às
seguintes perguntas:
Consigo me deslocar com facilidade por este ambiente? Pela residência?
Existem móveis ou objetos que dificultam a circulação?
Os ambientes estão arrumados ou desarrumados?
Existe algum móvel ou objeto com defeito?
Existe algum móvel ou objeto que você não esteja usando?
Existe algum móvel ou objeto que lhe desagrade? (Não é importante o motivo.
Apenas se o móvel ou objeto lhe desagrada ou não).
Os ambientes são de bom tamanho? Você os considera grandes demais? Pequenos
demais?
Os ambientes estão ocupados adequadamente pelos móveis ou objetos? Existem
móveis/objetos demais ou de menos?
Existem defeitos no piso, pintura, portas (fecham corretamente, estão rangendo?),
janelas, cortinas, quadros, forro? Existem infiltrações, paredes manchadas, torneiras
pingando?
Existem cantos, frestas ou ambientes pouco utilizados? Estes locais estão limpos e
organizados?
Existe quarto de despejo ou depósito? Está limpo e organizado?
Destaque na planta com canetas coloridas, os pontos onde o fluxo está bom,
mediano e ruim.
Talvez você tenha detectado alguns problemas que precisam se resolvidos. Calma.
Ainda não é o momento de resolvê-los. Vamos continuar o treinamento.
Examine agora o entorno próximo à sua residência. Como entorno próximo vamos definir os
elementos que são visíveis a partir de sua casa, que você pode visualizar de uma janela ou
porta. Este é um segundo nível de análise.
Você reside próximo a:
Prédios governamentais: prefeituras, sede de governo, embaixadas, etc...?
Templo, igreja, mesquita, etc...?
Cemitério ou casa funerária?
Açougue ou matadouro de animais?
Delegacia?
Locais de jogo (tipo bingo)?
Bordéis, boates ou casas de prostituição?
Escola?
Hospital ou pronto-socorro?
Construções antigas deterioradas ou em processo de demolição?
A sua residência:
É bem ventilada?
Recebe luz solar?
Estes tópicos são apenas o ponto de partida. Não se pretende esgotar todas as possibilidades, um
tópico pode se desdobrar em vários. Quanto mais anotações você fizer, mais vai estar treinando
seu olho e seu cérebro e melhorando sua capacidade de observação e análise.
As informações que você conseguiu são o início de uma consulta de Fengshui. Você detectou os
problemas, mas ainda não é o momento de resolvê-los. Vamos estudar agora como as diversas
escolas de pensamento do Fengshui trabalham, quais suas potencialidades e limitações.
As escolas de Fengshui
Existem diferentes práticas ou escolas de pensamento de Fengshui. Das mais simples – não
utilizadas por profissionais – até as mais sofisticadas. Todas têm como finalidade restaurar o
equilíbrio, criar harmonia e prosperidade e dar suporte às atividades humanas com diferentes
modos de fazê-lo. Os métodos variam de acordo com o consultor e sua prática. Apresentaremos as
mais conhecidas no Ocidente.
Escola da Forma
É bastante conhecida no Ocidente. Incorpora o estudo das influências vibracionais tênues, pois
envolve a observação das coisas – objetos e elementos da paisagem natural ou construída – que
podem perturbar estas influências e como isso acontece. Nas aplicações da Escola da Forma, o
praticante de Fengshui examina como as influências vibracionais fluem numa edificação; como a
estrutura da edificação pode conservar as influências benéficas e evitar as influências nocivas; que
tipo de implementação pode contribuir para isso; como posicionar objetos para corrigir ou
redirecionar o fluxo vibracional. Especificamente, a Escola da Forma lida com o aspecto visível do
Fengshui. Num nível mais profundo, a Escola da Forma examina a relação entre as formações da
paisagem e a edificação, e como essa relação se reflete sobre os seres humanos.
A Escola da Forma é considerada o mais antigo estudo de Fengshui. Lida com as influências
vibracionais mais óbvias ou tangíveis, enquanto que com o uso da Luopan (bússola chinesa
desenvolvida para o Fengshui) se detecta os aspectos invisíveis ou intangíveis. Toda escola de
Fengshui utiliza também elementos da Escola da Forma, pois com a combinação dos aspectos
visíveis e invisíveis restauramos a harmonia e o equilíbrio do ambiente. A Escola da Forma é
considerada um importante componente de qualquer análise e, sem ela, os aspectos invisíveis não
podem ser corretamente avaliados.
Figura 2: Elementos naturais (rochas, cursos d’água, etc) e construídos (prédios, rodovias,
etc) também são levados em consideração no estudo de Fengshui.
Figura 3: ‘Ba Gua’ utilizado pelos praticantes da Escola do Figura 4: Hou Tian Ba Gua, ou Arranjo do Céu Posterior
Chapéu Negro
Praticantes desta escola sugerem objetos simbólicos para cada setor do imóvel com a finalidade de
desenvolver os aspectos da vida. Também enfatiza a intenção (propósito) com o uso das curas
transcendentais - Técnica do Reforço dos Três Segredos - que envolvem a visualização
(concentração), mudras (gestos simbólicos feitos com as mãos) e mantras (sons sagrados) para
ativar as curas.
Existem algumas considerações a serem feitas quanto a esta aplicação de Fengshui. A primeira é
que a tradução dos setores não corresponde à tradução do trigrama (ver lição 05) associado à
direção e ao setor. Por exemplo, no setor da Prosperidade, o trigrama Xun/Vento não significa
prosperidade. Na tradução original seu significado corresponde a trabalho, romance e comércio ou
negócios.
Esta escola não incorpora qualquer consideração quanto às qualidades vibracionais das direções
que estão intrinsecamente relacionadas ao modo como as influências sutis ‘fluem’ em uma
edificação. Mesmo na Natureza, o conhecimento das direções é um aspecto fundamental. O Sol
segue um ‘caminho’, nascendo no Leste e se pondo no Oeste. Aves migratórias voam para o Norte
ou para o Sul de acordo com a mudança das estações. As árvores direcionam seu crescimento
conforme os ventos predominantes. Quando conversamos, voltamos nosso corpo e nossa atenção
para a direção de nosso interlocutor. Direção é uma parte fundamental do Fengshui. Existem certas
influências invisíveis ou sutis numa edificação que continuarão existindo em razão da orientação
magnética do imóvel. Estas influências não podem ser detectadas com as ferramentas da Escola do
Chapéu Negro, pois os setores são fixos para qualquer edificação. Em conseqüência, as curas
serão as mesmas para cada setor e serão aplicadas da mesma forma. A simplicidade das
ferramentas utilizadas não permite uma análise profunda.
Finalmente, a Escola do Chapéu Negro não leva em consideração o fator Tempo, ou seja, não
considera que as influências sutis mudam com o correr dos dias, meses e anos. Dependendo do
período de tempo, pode haver dois, às vezes até três setores de uma edificação relacionados à
prosperidade que podem ser ativados, e não apenas um.
As denominações dos setores não são importantes, e sim o conceito, a interpretação dos auspícios
de cada setor. Também se calcula o ‘Ming Gua’ ou ‘Trigrama da Vida’, de acordo com o ano de
nascimento do morador, que indica as direções pessoais benéficas e nocivas. O objetivo desta
escola é posicionar os moradores em locais adequados e direcioná-los para suas direções pessoais
auspiciosas de modo a que possam receber os benefícios destes fluxos vibracionais. Alguns
praticantes incluem uma ‘estrela móvel’ (Tempo) como componente da análise com a finalidade de
verificar as influências anuais e seus efeitos sobre os setores benéficos e nocivos.
Uma consideração da Escola das Oito Residências é que a posição dos auspícios nos setores
muda de acordo com a direção do imóvel. A escolha da localização e da orientação da edificação
torna-se um aspecto importante. Por conta de sua flexibilidade e relativa facilidade de aplicação
tornou-se muito popular nos países asiáticos e no Ocidente.
Até o momento, não se tem informações acerca da existência de registros históricos sobre a autoria
do sistema, mas pesquisadores afirmam que provavelmente esta técnica foi desenvolvida durante a
Dinastia Tang (618-907 d.C.). Credita-se ao sábio Jian Da Hong, oficial do império durante a
Dinastia Ming (1368-1644 d.C.) o fato de ter sido o primeiro mestre de Fengshui a utilizar as
Estrelas Voadoras.
Por causa dos segredos que cercavam a transmissão oral do Fengshui, o conhecimento sobre as
Estrelas Voadoras esteve próximo de desaparecer. Em meados da Dinastia Qing (1644-1911),
aconteceu um novo interesse pelas culturas antigas, inclusive por Xuankong.
No início da década de 1920, Mestre Shen Zhu-Nai começou a escrever um livro chamado “Shen
Shi Xuan Kong” (Estudo de Shen sobre o Tempo-Espaço) que explicava como estabelecer os
padrões das Estrelas Voadoras além de anotações práticas e estudos de caso. Infelizmente ele
faleceu antes de terminar o livro. O trabalho foi concluído por seus filhos e discípulos, e publicado
em 1927. Posteriormente, em 1933, publicou-se uma edição ampliada com anotações de amigos,
discípulos e peritos do passado. O livro do Mestre Shen atualmente exerce grande influência na
prática do Fengshui, na China e em outros países asiáticos. Uma nova geração de mestres tem
publicado edições comentadas do Shen Shi Xuan Kong tornando esta escola mais acessível aos
praticantes modernos de Fengshui.
A aplicação de Xuankong Feixin utiliza raciocínio lógico em conjunto com fórmulas matemáticas e
se refere a quatro aspectos: Tempo, Espaço construído (edificações), Ambiente (entorno) e
Pessoas (usuários), pois examina como a influência vibracional do ambiente e do espaço produzido
pelo Homem age sobre a saúde e a prosperidade das pessoas ao longo do tempo. Esta é uma
visão dinâmica do Fengshui através da qual é possível verificar que a qualidade vibracional de um
ambiente muda ao longo do tempo se não for renovada. Esta influência é demonstrada pelo que
denominamos de ‘Carta das Estrelas Voadoras’. As técnicas têm como fundamento uma
observação cuidadosa das influências ambientais. Através destas técnicas, é possível atuar sobre
as influências de modo a redirecioná-las ou modificar suas características originais.
A Escola das Estrelas Voadoras pode ser identificada pelo uso da bússola Luopan para encontrar a
orientação magnética da edificação. Esta informação e o período de tempo no qual o imóvel foi
construído formam a base para os cálculos que determinarão a carta que mostra as influências
invisíveis e proporciona os meios de atuar sobre estas influências ao longo do tempo. Esta atuação
também deve levar em conta as influências visíveis, ou seja, a influência das formas internas e
externas à edificação.
Xuankong Feixin faz parte de um sistema denominado San Yuan (Três Períodos). Ao estudar
Xuankong Feixin estaremos estudando San Yuan. Ao contrário do que normalmente se afirma,
ambos estão intimamente relacionados e por vezes se confundem. Não é correto afirmar que
Xuankong Feixin e San Yuan são coisas completamente diferentes.
Bibliografia recomendada
ANTHONY, Carol K. A Filosofia do I Ching. Tradução de Lia Averga-Wuler. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1989.
ANTHONY, Carol K. O Guia do I Ching. Tradução de Luisa Ibanez. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1990.
BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
CAPRA, Fritjof. O Tao da Física. São Paulo: Cultrix, 1995.
CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. São Paulo: Cultrix, 1996.
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1999.
CHERNG, Wu Jyh. I Ching: A Alquimia dos Números. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.
CHUEN, Mestre Lam Kam. O Livro do Feng Shui. São Paulo: Editora Manole, 1998. (Tradução de
The Feng Shui Handbook)
CHUEN, Mestre Lam Kam. Manual Pessoal de Feng Shui. São Paulo: Editora Manole, 2000.
(Tradução de The Personal Feng Shui Manual)
DINES, Debora. Feng Shui. Superinteressante/Coleção Para Saber Mais. São Paulo: Editora Abril,
2003.
DOCZI, Gyorgy. O Poder dos Limites. São Paulo: Mercuryo, 1990.
DY, Vitor L. Feng Shui Básico: manual completo da milenar ciência chinesa aplicado à vida
moderna. Tradução Sílvia Branco Sarzana. São Paulo: Ground, 1997.
GRANET, Marcel. O Pensamento Chinês. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto,
1997.
JAVARY, Cyrille. O I Ching: o grande livro do Yin e do Yang . São Paulo: Pensamento, 1991.
JULLIEN, François. Figuras da imanência: para uma leitura filosófica do I Ching, o clássico da
mutação. São Paulo: Editora 34, 1997.
LACY, Marie Louise. O Poder das Cores no equilíbrio dos ambientes . São Paulo: Pensamento,
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MORAN, Elizabeth & YU, Master Joseph. The Complete Idiot´s Guide to the I Ching . Alpha Books,
2002.
MORAN, Elizabeth. YU, Master Joseph & BIKTASHEV, Val. The Complete Idiot´s Guide to Feng
Shui - Second Edition. Alpha Books, 2002.
MUTZENBECHER, Alayde. I Ching – O Livro das Mutações: Sua Dinâmica Energética . Rio de
Janeiro: Gryphus, 2002.
SOLANO, Carlos. Feng Shui - Kan Yu, Arquitetura Ambiental Chinesa . 1a edição. São Paulo:
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TSE, Lao. Tao Te Ching: o livro do caminho e da virtude . Tradução [do chinês] de Wu Jy Cherng.
Rio de Janeiro: Mauad, 2001.
TZU, Lao. Tao Te Ching - O Livro do Sentido e da Vida . Texto e comentários de Richard Wilhelm.
São Paulo: Pensamento, 1990.
WILHELM, Richard. I Ching - O Livro das Mutações. São Paulo: Pensamento, 1995.
WILHELM, Richard. A Sabedoria do I Ching: Mutação e permanência . São Paulo: Pensamento,
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WONG, Eva. Feng Shui: The Ancient Wisdom of Harmonious Living for Modern Times . Boston:
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WONG, Eva. Master Course in Feng Shui. Boston: Shambhala, 2001.
WONG, Eva. Feng Shui: A Antiga Sabedoria do Viver em Harmonia nos Tempos Atuais . São Paulo:
Pensamento-Cultrix, 2002. (Tradução de Feng Shui: The Ancient Wisdom of Harmonious Living
for Modern Times)
Referências na Internet
Sites (em Português)
Kan Yu Brasil: http://revistafsbrasil.vilabol.uol.com.br
Recomendação Especial
Peabody Essex Museum - Yin Yu Tang, A Chinese House: www.pem.org/yinyutang
Biografia
Ricéles Araujo Cósta, Arquiteto e Urbanista graduado pela União das Escolas Superiores do Pará-
UNESPa (1993), com especialização em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas pelo Núcleo de
Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará-NAEA/UFPa (1996). Atuando como
Consultor na área de Arquitetura e Patrimônio Cultural e como Professor e Consultor de Fengshui.
Iniciou seus estudos de Fengshui em 1997 com professores da Escola do Budismo Tântrico
Tibetano (Escola do Chapéu Negro). Em 1999, participa em São Paulo de curso com o Profº Roger
Green criador da Escola do Hemisfério Sul. Em 2000, assiste ao curso introdutório sobre a Escola
das Oito Residências (Ba-zhai) com o consultor Raul de Sorôa (Salvador-BA).
No ano de 2001, conhece o Mestre Joseph Yu durante a realização do I Congresso Internacional de
Feng Shui em São Paulo. Em seguida é recebido como aluno do Monge Hamilton Fonseca da
Sociedade Taoísta do Brasil com quem começa a estudar Xuankong Feixin Fengshui (Estrelas
Voadoras do Tempo-Espaço).
Ministra cursos online de Xuankong Feixin, realiza palestras e consultorias de Fengshui. Edita a
revista on-line Kan Yu Brasil que divulga as escolas tradicionais.
Contatos
Telefone: (63) 3554 1518
Celular: (63) 9962 9936
E-mail: riceles@uol.com.br
Website: http://riceles.vilabol.uol.com.br
Revista Kan Yu Brasil: http://revistafsbrasil.vilabol.uol.com.br