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13.

A fluidez das membranas — condição essencial à sua funcionalidade — é afetada pela temperatura e pela respetiva
composição química. Face a alterações do meio, as células regulam a composição lipídica da membrana plasmática,
de forma que esta mantenha uma fluidez constante.
Com vista a determinar a influência de fatores externos na fluidez da membrana, comparou-se esta propriedade na
membrana das plaquetas de sete pacientes dependentes de álcool com um grupo de controlo composto pelo mesmo
número de indivíduos. A fluidez das membranas foi determinada, recorrendo-se à anisotropia fluorescente: quanto mais
altos forem os seus valores, menos fluida é a membrana. Para cada grupo, foram efetuadas duas determinações da
fluidez, no 1.º e no 14.º dias do estudo. A seguir à 1.ª determinação, os pacientes dependentes de álcool foram privados
do seu consumo. Os resultados obtidos encontram-se registados no gráfico da Figura 2. Durante a discussão dos
resultados, o autor deste estudo colocou várias reservas relativamente à possibilidade de generalizar as conclusões.

Figura 2

13.1. Na seleção dos indivíduos do grupo que serviu de controlo, procurou-se que estes
(A) apresentassem diferentes graus de dependência do álcool.
(B) constituíssem uma amostra aleatória da população.
(C) apresentassem a mesma distribuição de idade e de sexo que o grupo de pacientes.
(D) fossem medicados com substâncias que afetam a fluidez da membrana.

13.2. De acordo com os dados do gráfico, ocorreu um aumento da fluidez da membrana . Em consequência, no
fim do estudo, as membranas das plaquetas do grupo que serviu de controlo encontravam-se fluidas que as
dos pacientes dependentes de álcool.
(A) no grupo que serviu de controlo [...] menos
(B) nos pacientes dependentes de álcool [...] mais
(C) no grupo que serviu de controlo [...] mais
(D) nos pacientes dependentes de álcool [...] menos

13.3. Colocaram-se reservas relativamente à possibilidade de generalizar as conclusões deste estudo dado que
(A) se aplicou a mesma técnica de medição da fluidez da membrana nos dois grupos.
(B) se selecionou um reduzido número de indivíduos para qualquer dos grupos.
(C) se determinou a fluidez da membrana, nos dois grupos, nos mesmos dias.
(D) se privou do consumo de álcool, no mesmo dia, todos os pacientes dependentes de álcool.

14. Nos peixes, o processo digestivo


(A) ocorre no interior de organitos especializados.
(B) origina macromoléculas que são absorvidas ao longo do tubo digestivo.
(C) gera resíduos que são eliminados através da única abertura do tubo digestivo.
(D) dá-se ao longo de uma cavidade corporal.

15. Nos peixes, o fluido circulatório garante o transporte de nutrientes obtidos através da digestão
(A) intracelular realizada em vesículas endocíticas.
(B) intracelular realizada em vacúolos digestivos.
(C) extracelular realizada num tubo digestivo completo.
(D) extracelular realizada numa cavidade gastrovascular.

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16. A Figura 3 representa, esquematicamente, um conjunto de relações alimentares que se estabelecem entre seres
vivos de um ecossistema.
Figura 3

16.1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à obtenção de matéria
pelos seres vivos indicados no esquema da Figura 3.
(A) A matéria ingerida pela raposa sofre digestão extracelular e intracorporal.
(B) A digestão de alimentos pelo gafanhoto é realizada após ingestão e absorção dos nutrientes.
(C) A minhoca ingere cogumelos, que digere num tubo digestivo incompleto.
(D) A aranha serve de alimento à rã, que a digere num tubo digestivo com duas aberturas.
(E) As plantas fixam o dióxido de carbono para a produção de compostos orgânicos.
(F) Os cogumelos absorvem os restos de outros seres, após digestão extracorporal.
(G) No gafanhoto, ocorre digestão extracelular seguida de digestão intracelular.
(H) A cobra apresenta uma cavidade gastrovascular que se prolonga por todo o seu corpo.

16.2. Se a população de cobras sofresse uma diminuição brusca no número de indivíduos, numa primeira fase,
aumentaria a população de
(A) estorninhos.
(B) gafanhotos.
(C) rãs.
(D) aranhas.

16.3. A importância da biodiversidade reside essencialmente na sua capacidade para manter o equilíbrio nos
ecossistemas.
Relacione o processo de nutrição fotoautotrófica, característico de alguns seres vivos, com a função por eles
desempenhada nos ecossistemas.

17. Os recifes de coral são comunidades constituídas por uma grande variedade de seres vivos. Os corais, animais
que pertencem ao mesmo filo que as hidras, estabelecem uma relação de simbiose com algas unicelulares. Os
esqueletos dos animais mortos constituem a base do recife.

17.1. Nos corais, após a digestão no interior , ocorre a exocitose de alguns dos produtos da digestão.
(A) extracelular [...] da cavidade gastrovascular.
(B) intracelular [...] de vacúolos digestivos
(C) intracelular [...] da cavidade gastrovascular
(D) extracelular [...] de vacúolos digestivos

17.2. Os corais dependem da luz, uma vez que .


(A) diretamente [...] transferem energia luminosa para a matéria orgânica que sintetizam
(B) indiretamente [...] transferem energia luminosa para a matéria orgânica que sintetizam
(C) diretamente [...] consomem matéria orgânica sintetizada por seres autotróficos
(D) indiretamente [...] consomem matéria orgânica sintetizada por seres autotróficos

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18. Quando as células de Chlamydomonas são colocadas em meio de cultura, com uma atmosfera enriquecida em
CO2 marcado com 14C, é de esperar que o pirenoide (estrutura responsável pela síntese de amido) das células
apresente radioatividade, uma vez que o amido é o de reserva sintetizado a partir de substâncias produzidas
durante .
(A) monossacarídeo [...] o ciclo de Calvin
(B) monossacarídeo [...] a fotofosforilação
(C) polissacarídeo [...] o ciclo de Calvin
(D) polissacarídeo [...] a fotofosforilação

19. Durante a fotossíntese, na fase diretamente dependente da luz, ocorre


(A) oxidação de NADP+.
(B) fosforilação de ADP.
(C) descarboxilação de compostos orgânicos.
(D) redução de CO2.

20. Durante a fase fotoquímica, a incidência da luz nos tecidos clorofilinos da planta hospedeira provoca
(A) oxidação da água e imediata libertação de oxigénio.
(B) absorção da energia de comprimento de onda correspondente ao verde.
(C) redução da água e fixação de dióxido de carbono.
(D) fixação de dióxido de carbono com produção de compostos orgânicos.

21. Na fotossíntese, durante a fase diretamente dependente da luz, ocorre


(A) descarboxilação de compostos orgânicos.
(B) redução de moléculas de CO2.
(C) libertação de O2 com origem no CO2.
(D) formação de moléculas de NADPH.

22. Na fotossíntese, durante a fase não dependente diretamente da luz, ocorre


(A) produção de moléculas de ATP
(B) libertação de oxigénio com origem nas moléculas de H2O
(C) incorporação de carbono com origem nas moléculas de CO2.
(D) redução de moléculas de NADPH.

23. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de
acontecimentos relacionados com a fotossíntese.
A. Redução de dióxido de carbono. D. Formação de hidratos de carbono.
B. Cisão de moléculas de água. E. Libertação de oxigénio.
C. Excitação de moléculas de clorofila.

24. Uma das mais surpreendentes descobertas efetuadas no domínio da biologia das grandes profundidades foi a dos
ecossistemas ligados às fontes hidrotermais profundas, quer pela exuberância, quer pelas características dos
organismos.
Nos povoamentos hidrotermais profundos, a produção primária é assegurada por bactérias que obtêm a energia
necessária para a fixação do CO 2 a partir da oxidação de sulfuretos, tais como o H 2S ou o HS-, provenientes, na sua
maioria, dos gases vulcânicos que emanam das fontes hidrotermais. As bactérias que vivem nas fontes hidrotermais
são hipertermófilas, possuindo uma temperatura ótima de crescimento muito elevada. Para sobreviverem a tais
temperaturas, estas bactérias apresentam um grande número de adaptações, pois, à medida que as membranas
celulares são sujeitas a temperaturas altas, a estabilidade e a fluidez essencial ao bom funcionamento ficam
comprometidas. Assim, estas bactérias apresentam alterações na estrutura dos fosfolípidos constituintes das suas
membranas, que resultam no aumento do tamanho das caudas dos ácidos gordos e na sua saturação (remoção das
ligações múltiplas). Desta forma, os fosfolípidos ficam mais compactados, mantendo a estabilidade das membranas a
temperaturas e a pressões mais elevadas. O organismo mais característico do ecossistema hidrotermal é um animal
vermiforme tubícola, de grandes dimensões, Riftia pachyptila, que forma densos agregados e que não possui nem
boca nem tubo digestivo, intervindo na sua nutrição bactérias simbiontes. Este animal transfere sulfuretos para um
órgão especializado no seu corpo, onde se alojam as bactérias simbiontes.
Baseado em L. Saldanha, «Fauna das Profundezas Marinhas», Colóquio/Ciências, 1991

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24.1. De acordo com o texto, tendo em conta a forma como produzem matéria orgânica, as bactérias das fontes
hidrotermais são seres
(A) quimiotróficos, pois utilizam a energia térmica das fontes hidrotermais.
(B) quimiotróficos, pois utilizam energia resultante da oxidação de substratos minerais.
(C) fototróficos, pois utilizam energia luminosa.
(D) fototróficos, pois utilizam a energia resultante da atividade vulcânica.

24.2. No processo de produção de matéria orgânica descrito no texto, a fonte de eletrões é o


(A) hidrogénio.
(B) sulfureto de hidrogénio.
(C) oxigénio.
(D) dióxido de carbono.

24.3. De acordo com o texto, uma das adaptações das bactérias hipertermófilas à temperatura está relacionada com
alterações moleculares da membrana celular ao nível da
(A) região polar das proteínas intrínsecas.
(B) região não polar das proteínas intrínsecas.
(C) extremidade hidrofílica dos fosfolípidos.
(D) extremidade hidrofóbica dos fosfolípidos.

24.4. Ordene as letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com
a obtenção de matéria orgânica pelas bactérias que habitam nas fontes hidrotermais profundas. Inicie a sequência pela
letra A.
A. Captação de sulfuretos.
B. Oxidação de sulfuretos.
C. Redução do dióxido de carbono.
D. Fixação do dióxido de carbono.
E. Síntese de ATP.
F. Síntese de matéria orgânica.

24.5. Riftia pachyptila tem, na sua extremidade, uma pluma vermelha que absorve água sulfurosa utilizada pelas
bactérias que vivem no seu interior. As bactérias penetram no verme quando este ainda está no estádio juvenil, pois,
mais tarde, a boca desaparece.
Explique, tendo em conta a morfologia de Riftia pachyptila, no estado adulto, os benefícios que as bactérias simbiontes
e o referido animal retiram desta associação.

25. O crescimento das plantas depende da atividade fotossintética. Esta é fortemente influenciada por vários fatores
ambientais. Num determinado habitat, a luz e a temperatura variam significativamente ao longo de um dia, por
conseguinte, a fotossíntese ocorre a uma taxa abaixo do seu valor máximo durante parte do tempo.
Para reconhecer até que ponto os fatores ambientais influenciam a taxa de fotossíntese, foi realizada uma experiência
com plantas de sardinheira, em diferentes condições experimentais. Nos doze ensaios realizados, foram utilizados
lotes de plantas com o mesmo grau de desenvolvimento, submetidas a concentrações de dióxido de carbono e a
temperaturas que variaram de acordo com a Tabela I. Nestes ambientes, as condições de humidade e de intensidade
luminosa foram semelhantes e não limitantes.
Tabela I
Temperatura (°C)
Lote 1
15 25 30 35 45 50
Concentração atmosférica de CO2
Lote 2
15 25 30 35 45 50
Concentração saturante de CO2

As taxas de fotossíntese obtidas em cada ensaio permitiram traçar os gráficos da Figura 4.

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Figura 4

25.1. A análise dos resultados obtidos permite concluir que as plantas do submetidas a concentrações normais
de CO2, apresentam a maior taxa de crescimento à temperatura de .
(A) lote 1 [...] 40 °C (C) lote 2 [...] 40 °C
(B) lote 2 [...] 30 °C (D) lote 1 [...] 30 °C

25.2. De acordo com os resultados da experiência, pode concluir-se que o crescimento das plantas do lote 1 foi menor,
porque
(A) a quantidade de CO2 disponível era inferior à capacidade de assimilação das plantas.
(B) as temperaturas utilizadas não foram as mais adequadas à realização da fotossíntese.
(C) a intensidade luminosa não variou durante a realização da experiência.
(D) a água fornecida ao longo da experiência foi insuficiente.

25.3. As taxas de fotossíntese registadas nos ensaios do lote 2 apresentam variações que dependem
(A) exclusivamente da temperatura. (C) exclusivamente do dióxido de carbono.
(B) da intensidade da luz e da temperatura. (D) da humidade e do dióxido de carbono.

25.4. Submetidas a temperaturas com valores semelhantes, as plantas dos lotes 1 e 2 apresentaram taxas de
fotossíntese diferentes.
Justifique os resultados obtidos, tendo em conta as condições em que a experiência foi realizada.

26. As plantas carnívoras têm todas as características de qualquer outro ser vivo do reino das plantas. Contudo, para
assegurarem a sua vitalidade e a sua sobrevivência, estas plantas necessitam de completar a sua nutrição com os
aminoácidos resultantes da digestão de pequenos animais. Este processo ocorre nas folhas, em zonas glandulares
caracterizadas por intensa atividade de enzimas que digerem as presas. Vários estudos têm demonstrado que a
nutrição heterotrófica aumenta o crescimento e o desenvolvimento destas plantas e que, em algumas espécies, parece
ser essencial à floração, possibilitando a perpetuação da espécie.
Ao longo dos tempos, a seleção natural foi favorecendo a sobrevivência de plantas oriundas de famílias diferentes,
mas que conseguiam capturar e digerir pequenos animais.
De entre as diversas plantas carnívoras existentes em Portugal, destacam-se as orvalhinhas. As suas folhas
modificadas encontram-se cobertas por tricomas glandulares, estruturas que produzem mucilagem, uma substância
que retém as presas e que é segregada sob a forma de gotículas. Após o contacto com a presa, geralmente pequenos
insetos, as folhas, cobertas por glândulas, começam a curvar-se, de modo a envolver a «refeição». Segue-se a ação
das enzimas digestivas, que são libertadas pelas glândulas, e a absorção dos produtos assimiláveis. Findo todo este
processo, as glândulas e a folha retomam a forma inicial, sendo bastante comum encontrar restos mortais dos últimos
insetos que foram capturados e digeridos pela planta.

26.1. Nas orvalhinhas, o carnivorismo é essencial para a formação de


(A) ácidos gordos. (C) hidratos de carbono.
(B) proteínas. (D) fosfolípidos.
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26.2. Quando digerem pequenos animais, as orvalhinhas fazem digestão
(A) intracorporal e intracelular. (C) extracorporal e extracelular.
(B) intracorporal e extracelular. (D) extracorporal e intracelular.

27. Os corais são animais cujo corpo é constituído por uma parte mole (o pólipo) e por uma parte dura (o exosqueleto).
Nas células periféricas do pólipo vivem associadas algas unicelulares (xantelas).
No sentido de compreender as relações metabólicas entre as algas e o pólipo, foi desenvolvida a investigação seguinte.
Ensaio 1
Colocaram-se algas com metabolismo semelhante ao das xantelas num meio de cultura, em condições controladas de
temperatura, alternadamente na obscuridade e à luz. Inicialmente, o meio de cultura esteve desprovido de CO2. Ao fim
de alguns minutos, adicionou-se ao meio de cultura uma gota de uma solução enriquecida com CO2.
A variação da concentração de O2 ao longo do tempo encontra-se registada no Gráfico 1.
Ensaio 2
Prepararam-se as seguintes culturas:
Cultura 1 – algas isoladas em água do mar filtrada e enriquecida com CO2 radioativo;
Cultura 2 – pólipos associados às algas em água do mar filtrada e enriquecida com CO2 radioativo;
Cultura 3 – pólipos desprovidos de algas em água do mar filtrada e enriquecida com CO 2 radioativo.
Registou-se a emissão de radioatividade em moléculas orgânicas, nas algas e nas células dos pólipos, ao longo do
tempo, em condições de obscuridade e de luminosidade. Os resultados encontram-se expressos na Tabela 2.
Gráfico 1

DETEÇÃO DE RADIOATIVIDADE
Condições de nas algas nos pólipos nos pólipos
luminosidade da cultura 1 da cultura 2 da cultura 3
Obscuridade – – –
Tempo de 5 + – –
exposição à luz 30 + – –
(segundo) 360 + + –
(+) Deteção de radioatividade nas diversas moléculas orgânicas; (–) Não deteção de radioatividade.

27.1. No ensaio 1, as variações registadas dependem


(A) exclusivamente do O2. (C) da luminosidade e do CO2.
(B) exclusivamente do CO2. (D) da luminosidade e do O2.

27.2. De acordo com os dados do Gráfico 3, a velocidade da fotossíntese é superior à velocidade da respiração no
período compreendido entre
(A) C e D. (C) A e B.
(B) D e E. (D) B e C.

27.3. Indique as culturas utilizadas como controlo no ensaio 2.

27.4. Explique, tendo em conta o fator tempo, os resultados obtidos no que respeita à deteção de radioatividade nas
algas da cultura 1 e nos pólipos da cultura 2.
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