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Curso de Psicologia
Disciplina: Técnicas em Exame Psicológico
III
Parnaíba - PI
2023
Sumário
1. Introdução
2. Fundamentação Teórica
3. Análises e Discussões
3.1 Florescimento Perma
3.2 Escala Adult Self Report Scale
3.3 Impulsividade de Barrat
4. Conclusão
5. Referências
Apêndice A - Protocolo de Observação
1. Introdução.
O presente trabalho tem por objetivo analisar os resultados obtidos na atividade
prática da matéria de Técnicas de Exame Psicológico III, que ocorreram na Universidade
Federal do Delta do Parnaíba, onde as alunas e observadoras Andressa Pereira de Jesus e
Nauane Kaylane Pereira Gomes entrevistaram uma a outra para coletar dados referentes às
escalas estudadas em sala de aula. Os testes aplicados foram: Escala de Florescimento
PERMA-Profiler, Escala de Impulsividade de Barrat e Escala Adult Self Report, feito para fins
de estudo, sem requerimento de um diagnóstico pós teste. A aplicação das escalas
aconteceram em dois dias distintos, ambas em sala de aula.
Por fim, é preciso reforçar que esse estudo não irá emitir diagnósticos, mas tem o
intuito de contribuir com estudos e prática na matéria de TEP III, relacionando com artigos
sobre a área e o que foi estudado em sala de aula.
2. Fundamentação Teórica.
Nas escalas aplicadas, duas dizem respeito a observação de Transtorno do Déficit de
atenção e Hiperatividade, que são a Escala de Impulsividade de Barrat e Escala Adult Self
Report, já a Escala de Florescimento PERMA-Profiler busca analisar o bem-estar através
dos scores em emoções positivas (P), engajamento (E), relacionamentos positivos (R),
sentido de vida (M) e realização (A), além de analisar saúde física, emoções negativas e
felicidade em geral.
3. Análises e discussões.
Desse modo, a atividade proposta utiliza de escalas, ou seja, grupos de itens que
estão sendo utilizados para falar sobre a mesma variável e são colocados em ordem de
dificuldade ou intensidade, também chamado de escalonamento (PASQUALI, 2011). As
escalas não foram usadas para tecer um diagnóstico ou laudo, tendo os objetivos focados
no aprendizado durante as aulas e na prática para possíveis futuras aplicações. Agora
analisaremos os instrumentos utilizados e seus resultados.
Quanto às críticas tecidas pela dupla, pôde-se observar que a linguagem utilizada é
de fácil entendimento. Apesar de alguns itens que utilizam a expressão “o quanto” não se
relacionarem de maneira totalmente encaixada com as suas respostas “nada” e
“completamente”. Um exemplo é no item 7 “em geral, o quanto você leva uma vida
significativa e com propósito?” A expressão “o quanto” se relaciona melhor com advérbios
de quantidade ou intensidade como muito e bastante ou pouco, quase nada e pouquíssimo.
Essa troca não alteraria o sentido do item e poderia se repetir nos itens 8, 9, 10, 11, 12, 19,
20, 21, 22 e 23. Além disso, apesar do florescimento ter uma grande relação com o meio e
as pessoas ao redor, há apenas o item 18 que expressa ideia de comparação ou o entorno
como análise do sujeito.
Tendo em vista isso, após o preenchimento dos itens faz-se a análise dos resultados.
Estes são obtidos a partir do somatório da pontuação dos itens que estão divididos entre os
fatores correspondentes e depois o cálculo de sua média aritmética. Os itens 3, 13 e 22
(soma igual a 21) se relacionam com as Emoções Positivas (P) e obtiveram média 7. Em
relação ao fator Engajamento (E), correspondente aos itens 2, 10 e 7 (soma igual a 20), a
média foi 6,6. Já para o fator Relacionamentos Positivos (R), equivalente aos itens 8, 20 e
21 (soma igual a 23), a média teve resultado 7,6. Sobre o fator Sentido de Vida,
correspondente aos itens 7, 9 e 19 (soma igual a 23), a média também foi de 7,6. Concluindo
o último fator PERMA, a Realização (A), referente aos itens 1, 5 e 15 (soma igual a 17),
obteve média de 5,6. O PERMA Geral (itens: 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9, 10, 13, 15, 17, 19, 20, 21, 22
e 23) somou 110 de escore, com média 6,8. Por fim, os itens Emoções Negativas nos itens
4, 14 e 16 (soma igual a 20) com média 6,6; Saúde Física nos itens 6, 12 e 18 (soma igual a
19) com média 6,3 e a Solidão de item 11 e pontuação 9, completam todos os fatores
analisados na escala.
Portanto, os resultados obtidos a partir da escala poderão auxiliar em uma
interpretação qualitativa. Essa análise pode ser feita a partir da comparação com outras
pontuações que se assemelham com o perfil de quem respondeu a escala. Um exemplo foi
que durante a sala de aula pudemos fazer análises a partir de um recorte específico de idade
que os escores obtidos foram maiores do que a média da sala. Porém, quando comparados
com outros recortes que levem rotinas como esportes e trabalho em conta, além de outra
faixa etária e gênero, o resultado pode-se apresentar de maneira diferente.
Quanto às críticas tecidas pela dupla, pôde-se observar que a linguagem utilizada é
de fácil entendimento, assim como nas duas escalas apresentadas anteriormente. Em
relação aos itens, achamos alguns gerais e ambíguos, como “meus pensamentos são
rápidos”, disposto no número 4, ou “eu falo rápido”, disposto no número 26, que se
relacionam apenas de maneira subjetiva com o sujeito. Além disso, os itens 11, 13 e 16
apresentam uma formulação que nos causou estranhamento. No 11, por exemplo, em que
possui a frase “eu quero ter um trabalho fixo para poder pagar minhas contas” se mostra
como um pouco vazio. Assim, mesmo que algumas pessoas desejem possuir bastante
flexibilidade quanto ao trabalho, em um contexto brasileiro e até mesmo mundial, onde o
trabalho e produção são supervalorizados, o desejo e a subjetivação do sujeito gira em volta
de se sustentar ou apenas tentar sobreviver com o seu trabalho, demonstrando parte de um
consenso geral e que para melhores fins da escala poderia ser trazido de outro modo. Algo
parecido acontece nos itens 13 (“eu gosto de ficar pensando em problemas complicados” e
16 (“eu me canso com facilidade tentando resolver problemas mentamente de cabeça”) , em
que situações incômodas são apresentadas e que pode-se pensar que a tendência geral é
se afastar destas.
Tendo em vista isso, após o preenchimento dos itens faz-se a análise dos resultados.
Estes são obtidos a partir do somatório da pontuação correspondente a frequência
assinalada em cada item, onde raramente/nunca é 1, às vezes é 2, frequentemente é 3 e
sempre ou quase sempre é 4. Além disso, os itens podem ser subdivididos entre os três
âmbitos da impulsividade descritos no começo do tópico. Quando retirada a pontuação total,
esta é comparada com os escores relativos a muito controlados (menor que 52), limites
normais de impulsividade (52 a 71) e altamente impulsivos (maior que 72).
Em relação a impulsividade motora, correspondente aos itens 2, 3, 4, 16, 17, 19, 21,
22, 23, 25 e 30, a pontuação total foi de 28. Já para impulsividade atencional,
correspondente aos itens 6, 5, 9, 11, 20, 24, 26 e 28, a pontuação total foi de 22. Por fim,
para impulsividade relacionada ao planejamento, correspondente aos itens 1, 7, 8, 10, 12,
13, 14, 15, 18, 27 e 29, a pontuação total foi de 30. Somando-se os três aspectos, obtemos
o escore 80, classificado como altamente impulsivo. Nesse sentido, pode-se perceber que há
um prejuízo em relação a tomada de decisão e controle, sendo necessário, assim como na
escala anterior, uma investigação se o motivo de tal resultado ter sido tão elevado faz parte
da sintomatologia de algum transtorno ou de alguma situação adversa.
4. Conclusão.
No presente trabalho foi possível observar a importância do entendimento de como
funciona a Avaliação Psicológica, principalmente no tocante à aplicação de escalas. Em
suma, a produção do presente trabalho proporcionou um grande aprendizado em relação
aos processos e técnicas em exames psicológicos, o uso da observação e a formatação de
um relatório. Além da atividade crítica acerca dos instrumentos utilizados e a importante
orientação da professora durante todo o processo. O contato direto proporcionou muitos
questionamentos e esclarecimentos acerca da prática como psicólogo clínico e
entendimentos sobre os fenômenos psicológicos relacionados ou não com transtornos
psicológicos e a importância de inserir um olhar despatologizante, desmedicalizante e ético
em todo o processo. Nesse sentido, um diagnóstico, propriamente dito, deve ser analisado
por cada caso a partir de equipes multidisciplinares, pensando o sujeito de maneira
completa, para, ao final, pensar planos de intervenção e o que seria terapêutico em cada
caso.
Referências
Carvalho, T. F., Marot, T. A., & Natividade, J. C.. Evidências de validade da escala de
florescimento PERMA-Profiler para o contexto brasileiro. In: 49a Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Psicologia, 2019, João Pessoa. 49a Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Psicologia, 2019.
DINIZ, et al. Tradução e adaptação cultural da Barrat Impulsiveness Scale (BIS-11) para
aplicação em adultos brasileiros. J. Bras. Psiquiatr., Belo Horizonte, v. 59, n. 2, 11 de
maio de 2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/KJHvdcGNxgqy4DGCjHBnxqM/?lang=pt>. Acesso
em: 31 de janeiro de 2023.
3. Relato do ambiente físico: Sala de aula. A sala de coloração branca possui um formato
retangular e apresenta cadeiras escolares com apoio para escrita, que estão geralmente em
paralelo e uma mesa com cadeira para utilização do professor.
4. Descrição do sujeito observado: A, gênero feminino, 20 anos, solteira, natural de
Parnaíba, Estudante de Psicologia na UFDPar, classe média.
5. Relato do Ambiente Social: No ambiente estavam em torno de 30 alunos e a professora.
6. Técnica de registro: O registro foi de modo escrito apenas por uma das observadoras
enquanto a outra era entrevistada.
7. Registro: As estudantes Andressa Pereira de Jesus e Nauane Kaylane Pereira Gomes
fizeram a aplicação de escalas psicológicas uma com a outra. Foram feitas perguntas iniciais
do modelo de entrevista, onde ambas responderam que não possuem diagnóstico de
transtornos. Após aplicação dos testes em horário de aula, foi discutido os resultados das
escalas, e percebeu-se que os valores da A. eram mais elevados, e, por isso, decidiu-se
usar os questionários avaliativos que ela respondeu.