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ITAN TI ODÙ OKANRAN

Buru, Boye e Boshe, eram os nomes dos Babalawo que consultaram Ifá para os macacos.

Naquela época, os macacos possuíam penas muito fracas, o que os impediam de trepar em
árvores, permitindo-lhes apenas movimentarem-se com muita dificuldade sobre o solo.

Expostos a perigos constantes, resolveram consultar os três adivinhos, para saberem o motivo
de tanta adversidade e de que forma poderiam fortalecer-se um pouco mais.

Quando foi feita a consulta para os macacos, surgiu Okanran Meji, que os mandou recolher
todas as frutas que encontrassem e que as trouxessem junto com duas cabaças, duas galinhas,
uma pequena talha com alças, uma outra de igual tamanho sem alça, duas estacas de madeira
do tamanho de pernas humanas e oferecessem a Elegbara todas estas coisas, para que
pudessem se tornar semelhantes aos homens.

Imediatamente os macacos saíram em busca do material necessário, voltando pouco depois


com tudo, que entregaram aos adivinhos para procederem ao ebó.

Os adivinhos fizeram o ebó e recomendaram aos macacos, que voltassem no dia seguinte.
No outro dia, os adivinhos entregaram aos macacos um amasi, para que fosse utilizado em
banhos durante 15 dias, garantindo que no décimo sexto dia, tudo estaria mudado, suas
pernas estariam tão fortes que poderiam andar sobre dois pés como qualquer ser humano.

Acontece que os homens, dando falta das frutas da floresta e preocupados com o
procedimento dos macacos foram também consultar os adivinhos, para saberem o que estava
acontecendo.

Na consulta surgiu novamente Okanran Meji, que ordenou que fossem trazidas duas galinhas,
duas cabaças e todas as frutas encontradas, para que fosse feita uma oferenda, que deveria
ser transportada por duas pessoas.

As duas cabaças foram repartidas em dezesseis pedaços e, em cada um desse pedaços, foram
colocadas as frutas mais deliciosas. Um homem foi encarregado de oferecer um pedaço a
Mawu-Ji (Oeste) e se esconder nas proximidades. Um outro pedaço foi oferecido por outro
homem, a Lisa-Ji (Leste), e o ofertante se escondeu ali por perto. Um terceiro e um quarto
pedaços foram oferecidos, respectivamente a Vovoliwe e a Xu-Ji (Norte e Sul), restando,
portanto, doze pedaços, dos quais, quatro deveriam ser colocados da seguinte maneira: um
entre Mawu-Ji e Lisa-Ji, um entre Lisa-Ji e Vovoliwe, um entre Vovoliwe e Xu-Ji e o quarto entre
Xu-Ji e Lisa-Ji.

Os oito pedaços restantes foram dispostos, simetricamente, entre cada um dos pedaços já
oferecidos, permanecendo um homem escondido, perto de cada um deles.

Quando Ifá concedeu aos macacos a graça desejada, obrigou-os a jurar que jamais revelariam
aos homens o ocorrido e também que jamais ficariam de pé diante deles, até que se
passassem dezesseis dias, sob pena de nada dar certo.

Os macacos, sempre que encontravam um seu humano, punham-se de quatro, a fim de


manter em segredo a dádiva recebida.

No décimo sexto dia, os macacos resolveram a se reunir, para fazerem o ultimo preceito e,
antes da cerimônia, encontram os pedaços de cabaça com as frutas que os homens haviam
sacrificado, sem saber, no entanto, que cada um estava sendo vigiado por um humano.

Neste momento, o macaco Lwe, chamou o macaco Xã e disse: “Xã, veja o que os nossos
Bokono fizeram para nós! Está tudo bem, amanhã teremos o que comer em nossa floresta”, Xã
passou a notícia a Kran, que avisou a Tokran, que comunicou a Ziwo, que avisou a todos os
macacos: “Falta apenas um dia para que possamos fazer tudo na frente de todo mundo!”.

Empolgado, Kran ficou de pé. Como Lwe o reprovasse, afirmou em altos brados: “Não!
Acabou! Nós podemos fazer tudo o que quisermos diante de todo mundo!” e caminhou
imponente, apoiado nas pernas traseiras... e todos os macaco o imitaram, marchando e
cantando:

“Meu Ashe disse que me levantarei amanhã,

Eu me levantarei amanhã,

Sim, eu me levantarei amanhã...”

Os homens que a tudo assistiam, de repente se mostraram: “Então é assim? Vocês são animais
peludos, não são como nós! Se desejam ser semelhantes a nós, preferimos voltar a nossa
origem em Mawu!”
E os macacos somente puderam ficar um pouco parecido com os homens, esboços de seres
humanos, dos quais só tem semelhanças nos membros e nas nádegas.

Ainda hoje, cheios de inveja, os macacos gritam pela floresta:

“Kran we!

Kran we!

Akran we”!

(Foi Kran que errou! Foi Kran que errou! Foi Okanran que puniu!)!

Este Itan determina que a pessoa tem a sua posição ameaçada por outras pessoas que lhe tem
inveja e querem vê-la derrotada. Um ebó deverá ser oferecido, para que o mal que lhe
desejam, volte para quem o desejar.

Ler mais: https://orisaimole.webnode.pt/news/itan-ti-od%C3%B9-okanran/

Itan de Okanran Meji (Fonte: Abimbola. Ifá Divination Poetry)


Oya é Mais Perigosa do Que Sàngó;
A Esposa é Mais Perigosa
Do Que o Marido
Quando nós vemos um Òkànràn neste caminho, e vemos um outro Òkànràn naquele caminho,
A marca é de Òkànràn Méjì
que significa boa sorte.
Foi quem jogou Ifá para Sàngó,
apelidado Olúòrójò. Bámbí,
fonte daqueles que usam duzentas pedras de raio para vencer seus inimigos. Quando ele
estava indo tomar Oya, como esposa.
Foi dito a Sàngó para ser cuidadoso.
Porque a esposa com a qual ele estava indo se casar
Seria mais bem sucedida que ele.
Mas, Sàngó recusou-se a fazer sacrifício.
Ele estava curioso de como sua própria esposa
Poderia ser mais bem sucedida que ele.
Se Sàngó jogar pedras de raio em algum lugar,
Todo mundo começaria a gritar o seu nome.
Mas, se Oya,sua esposa,
Matasse duas pessoas no mesmo dia,
Ninguém ouviria sobre o incidente.
Se ela quisesse, Ela sopraria um vento forte contra uma parede,
E a parede cairia sobre as pessoas e matá-las.
Se ela quisesse derrubaria àrvores em cima das pessoas e as as mataria.
Mas, se Sàngó mata uma só pessoa,
Todo mundo vai ouvir do incidente.
Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá Usaram suas boas vozes para louvar
Ifá.
“Quando nós vemos um Òkànràn na direita,
E nós vemos outro Òkànràn na esquerda,
A marca é de Òkànràn Méjì, que é sinal de boa sorte.
Foi quem jogou Ifá para Sàngó, apelidado Olúòrójò, Bámbí, fonte para aqueles que usam
duzentas pedras de raio para
vencer seus inimigos. Quando ele estava indo para tomar Oya como esposa. A esposa é mais
perigosa que o marido. a esposa é mais perigosa que o marido. Oya é mais perigosa que
Sàngó. A esposa é mais perigosa que o marido.”

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