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Complementos de Matemática

Aula 5: Limites, Continuidade, Diferenciabilidade e


Analiticidade

Seja f uma função complexa definida em uma vizinhança deletada de z0 , e


seja L um número complexo. O limite de f à medida que z tende a z0 existe e é
igual a L, o que é representado como limz→z0 f (z) = L, se, para todo  > 0, existe
algum δ > 0 tal que | f (z) − L| <  sempre que 0 < |z − z0 | < δ.
Se f se aproximar de dois números complexos L1 , L2 ao longo de duas
curvas ou percursos diferentes que passam por z0 , então limz→z0 f (z) não existe.

z
Exemplo 1: O limite limz→0 não existe.
z

Exemplo 2: Prove que limz→1+i (2 + i)z = 1 + 3i.

Dada uma função real F(x, y), o limite de F à medida que (x, y) tende a
(x0 , y0 ) existe e é igual ao número real L se, para todo  > 0, existir δ > 0 tal que
|F(x, y) − L| <  sempre que 0 < (x − x0 )2 + (y − y0 )2 < δ.
p

Teorema: Sejam f (x, y) = u(x, y) + iv(x, y), z0 = x0 + iy0 e L = u0 + iv0 . Então,


limz→z0 f (z) = L se e somente se
lim(x,y)→(x0 ,y0 ) u(x, y) = u0 e lim(x,y)→(x0 ,y0 ) v(x, y) = v0

Exemplo 3: Calcule limz→1+i (z2 + i).

Propriedades de limites complexos: Sejam f e g funções complexas. Se


limz→z0 f (z) = L e limz→z0 g(z) = M
1. limz→z0 c f (z) = cL, c é uma constante complexa.
2. limz→z0 f (z) ± g(z) = L ± M.
3. limz→z0 f (z) · g(z) = L · M
f (z) L
4. limz→z0 = , desde que M , 0.
g(z) M

Exemplo 4: Sabendo que limz→z0 c = c , onde c é uma constante complexa, e


limz→z0 z = z0 , calcule:

(3 + i)z4 − z2 + 2z
a. limz→i
z+1

1
z2 − 2z + 4
b. limz→1+ √3i √
z − 1 − 3i

Uma função complexa f é contı́nua em um ponto z0 se:


1. limz→z0 f (z) existe;
2. f é definida em z0 e
3. limz→z0 f (z) = f (z0 ).
Uma função complexa f é contı́nua em um conjunto S se f for contı́nua em z0 ,
para todo z0 em S. Se uma função complexa f não for contı́nua em um ponto
z0 , dizemos que f é descontı́nua em z0 .

Exemplo 5: A função complexa f (z) = z2 −iz+2 é contı́nua no ponto z0 = 1−i.

Exemplo 6: A função raiz quadrada principal f (z) = z1/2 é descontı́nua no


ponto z0 = −1.

Teorema: Se f (z) = u(x, y) + iv(x, y) e z0 = x0 + iy0 , a função complexa f é


contı́nua no ponto z0 se e somente se as duas funções reais u e v forem contı́nuas
no ponto (x0 , y0 ).

Exemplo 7: A função f (z) = z é contı́nua em C.

Se f e g são contı́nuas no ponto z0 e c é uma constante complexa, então as


f
funções c f, f + g, f − g, f · g e (g , 0) são contı́nuas no ponto z0 .
g

Exemplos de Funções contı́nuas:


1. Funções polinomiais complexas são contı́nuas em todo o plano complexo.
2. Funções racionais complexas são contı́nuas em seus domı́nios.
3. A composição de funções contı́nuas é uma função contı́nua.
Obs: Se uma função f for contı́nua e não nula em um ponto z0 , então f (z) , 0
em toda uma vizinhança desse ponto.
Dizemos que uma função complexa f é limitada em R se existir uma constante
real M > 0 tal que | f (z)| < M para todo z em R. Tem-se que, se uma função
complexa f for contı́nua em uma região fechada e limitada R, então f é limitada
em R.
Seja a função complexa f definida em uma vizinhança de um ponto z0 . A
derivada de f em z0 , denotada por f 0 (z0 ) ou w0 ou dw/dz, é
f (z0 + ∆z) − f (z0 )
f 0 (z0 ) = lim∆z→0
∆z

2
desde que este limite exista. Nesse caso, dizemos que f é diferenciável em z0 .

Exemplo 8: Determine a derivada de f (z) = z2 − 5z.

Regras de Diferenciação:
d
1. c = 0.
dz
d d
2. [c f (z)] = c f (z).
dz dz
d d d
3. [ f (z) + g(z)] = f (z) + g(z).
dz dz dz
d d d
4. [ f (z) − g(z)] = f (z) − g(z).
dz dz dz
d f (z) g(z) f 0 (z) − f (z)g0 (z)
5. [ ]= .
dz g(z) [g(z)]2
d
6. [ f (z) · g(z) = f 0 (z) · g(z) + f (z) · g(z)]
dz
d
7. f (g(z)) = f 0 (g(z))g0 (z) (Regra da cadeia).
dz
d n
8. z = nzn−1 , n inteiro.
dz

Exemplo 9: Calcule as derivadas das funções f (z) = 3z4 − 5z3 + 2z, g(z) =
2
z
, h(z) = (iz2 + 3z)5 e s(z) = (1 − 4z2 )3 .
4z + 1

Exemplo 10: A função f (z) = x + 4iy não é difenciável, qualquer que seja o
ponto z.

Uma função complexa w = f (z) é analı́tica em um ponto z0 se f for dife-


renciável em z0 e em todo ponto em alguma vizinhança de z0 . Uma função f é
analı́tica em um domı́nio D se for analı́tica em todo ponto de D. Uma função
que é analı́tica em todo ponto z no plano complexo é denominada função inteira.
Um ponto z onde uma função w = f (z) não é analı́tica é denominado ponto
singular.

Exemplos de Funções analı́ticas e inteiras:


1. Funções polinomiais complexas p(z) = an zn + an−1 zn−1 + · · · + a1 z + a0 , sendo
n um inteiro não negativo, são funções inteiras.

3
p(z)
2. Funções racionais complexas f (z) = , sendo p e q funções polinomiais,
q(z)
são analı́ticas em qualquer domı́nio D que não contenha um ponto z0 para
o qual q(z0 ) = 0.

3. Se as funções f e g são analı́ticas em um domı́nio D, então, a soma, a


diferença e o produto dessas funções são funções analı́ticas.
Teorema (Diferenciabilidade Implica Continuidade): Se f for diferenciável
em um ponto z0 em um domı́nio D, f é contı́nua em z0 .

Teorema (Regra de L’Hôpital): Se f e g forem funções analı́ticas em um


ponto z0 , e se f (z0 ) = 0, g(z0 ) = 0 e g0 (z0 ) , 0, então:

f (z) f 0 (z0 )
limz→z0 = 0
g(z) g (z0 )

z2 − 4z + 5
Exemplo 11: Calcule limz→2+i .
z3 − z − 10i

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