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Formas diferenciais complexas

SMA-Funções de uma variável complexa

ICMC-USP
Verão de 2021

December 23, 2021

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Formas diferenciais

Uma forma diferencial complexa de grau 1 ou 1-forma diferencial é uma


aplicação ω : U → L(R2 , C), em que U é um subconjunto aberto de C e
L(R2 , C) é o espaço vetorial (com as operações usuais de soma e
multiplicação por escalar) das aplicações R-lineares de R2 em C.

Sejam dx, dy ∈ L(R2 , C) dadas por

dx(u, v ) = u e dy (u, v ) = v .

Dada T ∈ L(R2 , C), temos

T (u, v ) = T (u, 0) + T (0, v ) = uT (1, 0) + vT (0, 1)


= T (1, 0)dx(u, v ) + T (0, 1)dy (u, v )
= (T (1, 0)dx + T (0, 1)dy )(u, v ).

É imediato que {dx, dy } é LI, logo {dx, dy } é uma base de L(R2 , C).

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Portanto, se ω : U → L(R2 , C) é uma 1-forma diferencial em U ⊂ C,
existem funções A, B : U → C tais que

ω(z) = A(z)dx + B(z)dy

para todo z ∈ U.

Diz-se que a 1-forma diferencial ω é de classe C r se as funções A e B são


de classe C r .

Outra base de L(R2 , C) é {dz, d z̄}, em que

dz = dx + idy e d z̄ = dx − idy .

Se ω = Adx + Bdy , em que A, B : U → C são funções, então


1 1
ω = Adx + Bdy = (A(dz + d z̄) + (B(dz − d z̄)
2 2i
1
= (A − iB)dz + (A + iB)d z̄.
2
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Exemplo: Se f : U → C é uma função de classe C r , r ≥ 1, sua diferencial
é a 1-forma diferencial em U que associa a cada z ∈ U a derivada de f em
z, vista como um elemento de L(R2 , C), ou seja,

∂f ∂f
df (z)(h, k) = (z)h + (z)k,
∂x ∂y
logo
∂f ∂f
df = dx + dy .
∂x ∂y
Podemos também escrever
∂f ∂f
df = dz + d z̄.
∂z ∂ z̄
Observe que, se f é holomorfa, então
∂f ∂f
= f 0 (z) e = 0,
∂z ∂ z̄
logo df = f 0 (z)dz.
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Definição:
Uma 1-forma diferencial ω : U → L(R2 , C) de classe C r é exata se
existe uma função f : U → C de classe C r +1 tal que ω = df .
A função f é chamada uma primitiva de ω.
Se U é conexo e f1 , f2 : U → C são primitivas de ω, então existe
C ∈ C tal que f2 (z) = f1 (z) + C para todo z ∈ U.
Uma 1-forma diferencial ω : U → L(R2 , C) de classe C r +1 é fechada
se, para todo z ∈ U, existem uma vizinhança V de z e uma função
diferenciável f : V → C de classe C r tais que ω|V = df .

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Exemplo: Se g : U → C é um ramo do logaritmo em um aberto U ⊂ C,
então g (z) = ln |z| + if (z), em que f : U → R é um ramo do argumento
em U, logo
dg = d ln |z| + idf .
Por outro lado,
dz z̄dz xdx + ydy xdy − ydx
dg = g 0 (z)dz = = 2 = 2 +i 2 .
z |z| x + y2 x + y2

Assim,
xdx + ydy xdy − ydx
d ln |z| = 2 2
e df = 2 .
x +y x + y2
Portanto, a 1-forma diferencial dz ∞ em C∗ e é exata em
z é de classe C
qualquer aberto U ⊂ C no qual está definido um ramo do logaritmo, por
exemplo em qualquer aberto Uθ = {re iθ : r > 0, θ0 − π < θ < θ0 + π}.
Em particular, dz ∗ dz
z é fechada em C . Veremos adiante, no entanto, que z
não é exata em C∗ .

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Proposição: Uma condição necessária para que uma 1-forma diferencial
ω : U → L(R2 , C) de classe C 1 , ω = Adx + Bdy , definida em um
subconjunto aberto U ⊂ C, seja fechada é que
∂A ∂B
= .
∂y ∂x
Demonstração: Se ω é fechada, para todo z0 ∈ U, existem uma vizinhança
V de z0 e uma função diferenciável f : V → C tais que
∂f ∂f
ω|V = df = dx + dy .
∂x ∂y

Em particular, ∂f /∂x e ∂f /∂y são de classe C 1 , logo f é de classe C 2 .


Pelo Teorema de Schwarz,
   
∂A ∂ ∂f ∂ ∂f ∂B
= = = .
∂y ∂y ∂x ∂x ∂y ∂x

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Exemplo: Seja f : U → C uma função holomorfa, f = u + iv . Então

f (z)dz = (u + iv )(dx + idy ) = (u + iv )dx + (iu − v )dy := Adx + Bdy .

Pelas relações de Cauchy-Riemann,


∂B ∂u ∂v ∂v ∂u ∂A
=i − =i + = .
∂x ∂x ∂x ∂y ∂y ∂y
Veremos que a recı́proca da proposição anterior também é válida, ou seja,
se ω é de classe C 1 e ∂B/∂x = ∂A/∂y , então ω é fechada. Assim,
supondo f de classe C 1 , decorrerá que a 1-forma f (z)dz é fechada se f é
holomorfa.
Observação: O Teorema de Cauchy-Goursat, um dos principais resultados
da teoria de funções de uma variável complexa, afirma que a conclusão
acima continua válida sem a hipótese de que f seja de classe C 1 .
Daı́ decorrerá, em particular, que uma função holomorfa f : U → C é de
fato, analı́tica e, em particular, de classe C ∞ !.

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Integração de 1-formas diferenciais
Seja ω = Adx + Bdy uma 1-forma diferencial contı́nua em um aberto
U ⊂ C.
Seja γ : [a, b] → U um caminho de classe C 1 , isto é, uma aplicação de
classe C 1 em (a, b) tal que existem os limites

γ(a + h) − γ(a)
lim γ 0 (t) = lim+
t→a,t>a h→0 h
e
γ(b + h) − γ(b)
lim γ 0 (t) = lim .
t→b,t<b h→0− h
Definição: A integral de ω ao longo de γ é o número complexo
Z Z b Z b
0
ω= ω(γ(t))γ (t) dt = [A(γ(t))α0 (t) + B(γ(t))β 0 (t)] dt,
γ a a

em que γ(t) = α(t) + iβ(t) para todo t ∈ [a, b].


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Se ω = C (z)dz + D(z)d z̄, então
Z Z b
ω= [C (γ(t))γ 0 (t) + D(γ(t))γ̄ 0 (t)] dt.
γ a

Se γ : [a, b] → U é um caminho C 1 por partes, isto é, γ é contı́nuo e


existe uma partição P = {a = t0 < t1 < · · · < tn = b} tal que
γ|[tj−1 ,tj ] é de classe C 1 para todo j = 1, . . . , n, define-se
Z n Z
X
ω= ω.
γ j=1 γ|[tj−1 ,tj ]

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As fórmulas de mudança de variáveis
Sejam U, V ⊂ C abertos. Dada uma 1-forma contı́nua ω = Adx + Bdy
em V e uma aplicação de classe C 1 f : U → V , define-se a 1-forma f ∗ ω
em U por
(f ∗ ω)(z)(u, v ) = ω(f (z))(df (z)(u, v ))
para quaisquer z ∈ U e (u, v ) ∈ R2 .
Se f (u, v ) = (X (u, v ), Y (u, v ), então

f ∗ ω(z)(u, v ) = ω(f (z))(df (z)(u, v ))


∂X ∂X ∂Y ∂Y

= (A(f (z))dx + B(f (z))dy ) ∂u (z)u + ∂v (z)v , ∂u (z)u + ∂v (z)v

= (A(f (z)))( ∂X
∂u (z)u +
∂X
∂v (z)v ) + B(f (z))( ∂Y
∂u (z)u +
∂Y
∂v (z)v ),
logo
f ∗ ω(z) = A(f (z)) ∂X ∂Y

∂u (z) + B(f (z)) ∂u (z) du

+ A(f (z)) ∂X ∂Y

∂v (z) + B(f (z)) ∂v (z) dv .
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Exemplo: Seja f : U → V uma função holomorfa, com U, V ⊂ C abertos.
Aplicando-se a fórmula anterior para ω = dz = dx + idy , ou seja, para
A = 1 e B = i, obtemos
   
∗ ∂X ∂Y ∂X ∂Y
(f dz)(w ) = (w ) + i (w )du + (w ) + i (w ) dv
∂u ∂u ∂v ∂v
   
∂X ∂Y ∂X ∂Y
= (w ) + i (w ) du + i (w ) + i (w ) dv
∂u ∂u ∂u ∂u
= f 0 (w )(du + idv )
= f 0 (w )dw .

Poderı́amos também obter a fórmula acima diretamente como segue:

(f ∗ dz)(w )(h, k) = dz(f (w ))(df (w )(h, k)) = f 0 (w )(h+ik) = f 0 (w )dw (h, k)

para quaisquer w ∈ U e (h, k) ∈ R2 .

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Teorema (mudança de variáveis): Se f : U → V é uma aplicação de classe
C 1 , ω = Adx + Bdy é uma 1-forma contı́nua em V e γ : [a, b] → U é C 1
por partes, então Z Z
ω= f ∗ ω.
f ◦γ γ

Demonstração: Temos
Z Z b
f ∗ω = (f ∗ ω)(γ(t))(γ 0 (t)) dt
γ a
Z b
= ω(f (γ(t)))(df (γ(t))γ 0 (t)) dt
a
Z b
= ω((f ◦ γ)(t))((f ◦ γ)0 (t)) dt
Za
= ω.
f ◦γ

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Corolário: Se f : U → V é uma função holomorfa, com U, V ⊂ C abertos,
e A : V → C é uma função contı́nua, então
Z Z
A(z) dz = A(f (w ))f 0 (w ) dw .
f ◦γ γ

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Proposição: Sejam ω = Adx + Bdy uma 1-forma diferencial contı́nua em
um aberto U ⊂ C e γ : [a, b] → U um caminho C 1 por partes.
Seja h : [c, d] → [a, b] uma função C 1 por partes. Então
Z Z
ω= ω, se h(c) = a e h(d) = b
γ◦h γ
e Z Z
ω=− ω, se h(c) = b e h(d) = a.
γ◦h γ

Demonstração: Basta mostrar no caso em que γ : [a, b] → U é um


caminho de classe C 1 . O caso geral reduz-se facilmente a este.

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Se h(c) = a e h(d) = b, então
Z Z d
ω = ω((γ ◦ h)(t))(γ ◦ h)0 (t) dt
γ◦h c
Z d
= ω((γ ◦ h)(t))(γ ◦ h)0 (t) dt
c
Z d
= ω(γ(h(t)))(γ 0 (h(t))h0 (t) dt
c
Z b
= ω(γ(s))(γ 0 (s)) ds
Za
= ω.
γ

O caso em que h(c) = b e h(d) = a é análogo.

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Dados dois caminhos C 1 por partes γ1 : [a, b] → U e γ2 : [c, d] → U, em
que U ⊂ C é um subconjunto aberto, dize-se que γ2 é uma
reparametrização de γ1 de existe um homeomorfismo C 1 por partes
h : [c, d] → [a, b] com inversa C 1 por partes tal que γ2 = γ1 ◦ h.
A reparametrização γ2 de γ1 é positiva se h(c) = a e h(d) = b, e negativa
se h(c) = b e h(d) = a.
Escreve-se γ2 ∼ γ1 para representar que γ2 é uma reparametrização
positiva de γ1 .
R R
A relação γ2 ∼ γ1 é uma relação de equivalência e γ1 ω = γ2 ω para toda
1-forma diferencial contı́nua em U.
A classe de equivalência de um caminho C 1 por partes será chamada uma
curva orientada.

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Dado um caminho C 1 por partes γ : [0, 1] → U, diz-se que γ1 é a curva
inversa ou caminho inverso de γ se γ1 ∼ γ2 , em que γ2 : [0, 1] → U é dado
or γ2 (t) = γ1 (1 − t).
A curva inversa de γ é denotada por γ −1 .
R R
Temos γ −1 ω = − γ ω para toda 1-forma diferencial contı́nua em U.
Dados dois caminhos C 1 por partes γ1 , γ2 : [0, 1] → U, diz-se que um
caminho C 1 por partes γ é a justaposição de γ1 e γ2 se γ ∼ γ3 , em que
γ3 : [0, 1] → U é dado por

γ1 (t), se t ∈ [0, 1/2]
γ3 (t) =
γ2 (2t − 1), se t ∈ [1/2, 1].

Denota-se γ = γ1 ∗ γ2 .
R R R
Temos γ1 ∗γ2 ω = γ1 ω + γ2 ω para toda 1-forma contı́nua ω em U.

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Caracterização de 1-formas exatas

Sejam ω : U → L(R2 , C) uma 1-forma diferencial exata e f : U → C uma


primitiva de ω, ou seja, ω = df .
Dado um caminho γ : [a, b] → U de classe C 1 , temos
Z Z b
ω = ω(γ(t))(γ 0 (t)) dt
γ a
Z b
= df (γ(t))(γ 0 (t)) dt
a
Z b
= (f ◦ γ)0 (t) dt
a
= (f ◦ γ)(b) − (f ◦ γ)(a)
= f (γ(b)) − f (γ(a)).

É fácil ver que a fórmula acima continua válida se γ é C 1 por partes.

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Em particular, se γ1 , γ2 : [a, b] → C são caminhos C 1 por partes tais que
γ1 (a) = z0 = γ2 (a) e γ1 (b) = z = γ2 (b), então
Z Z
ω = f (z) − f (z0 ) = ω.
γ1 γ2

No caso em que γ : [a, b] → C éR um caminho C 1 por partes fechado


(γ(a) = γ(b)), concluı́mos que γ ω = 0.

Teorema: Se ω é uma 1-forma contı́nua definida em um aberto conexo


U ⊂ C, então as seguintes afrmações são equivalentes:
(a) ω é exata;
(b) γ ω = 0 para qualquer caminho fechado C 1 por partes γ : [0, 1] → C;
R

(c) γ1 ω = γ2 ω para quaisquer caminhos C 1 por partes


R R

γ1 , γ2 : [0, 1] → C tais que γ1 (0) = γ2 (0) e γ1 (1) = γ2 (1).

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Demonstração: Já vimos que (a) =⇒ (b). Provemos que (b) =⇒ (c).
Se γ1 , γ2 : [0, 1] → C são caminhos como em (c), então γ = γ1 ∗ (γ2−1 ) é
um caminho fechado em U, logo
Z Z Z Z Z
0= ω= ω+ ω= ω− ω.
γ γ1 γ2−1 γ1 γ2

Para mostrar que (c) =⇒ (a), precisamos do seguinte


Lema: Se U ⊂ C é um aberto conexo e z, w ∈ U, existe uma poligonal
[z0 , · · · , zk ] ⊂ U tal que
(i) z0 = z e zk = w ;
(ii) [zj−1 , zj ] é paralelo a um dos eixos coordenados para todo
j ∈ {1, . . . , k}.
Em particular, U é conexo por arcos de classe C 1 por partes.

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Fixemos agora z0 ∈ U e definamos uma função f : U → C por
Z
f (z) = ω,
γ

em que γ : [0, 1] → U é um caminho C 1 por partes tal que γ(0) = z0 e


γ(1) = z.
A hipótese (c) implica que f está bem definida.
Provaremos agora que, se ω é de classe C r (r ≥ 0), então f é de classe
C r +1 e df = ω.
Fixemos z1 ∈ U e um caminho C 1 por partes γ : [0, 1] → U tal que
γ(0) = z0 e γ(1) = z1 .
Seja D = D(z1 , r ) um disco tal que D ⊂ U.
Se z1 = x1 + iy1 e z = x1 + h + iy1 , com h ∈ (−r , r ), então [z1 , z] ∈ U e

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f (z) = f (x1 + h + iy1 )
Z
= ω
γ∗[z1 ,z]
Z Z
= ω+ ω
γ [z1 ,z]
Z
= f (z1 ) + ω,
[z1 ,z]

logo
Z Z 1
f (x1 + h + iy1 ) − f (x1 + iy1 ) = ω= A(x1 + th + iy1 )h dt,
[z1 ,z] 0

em que ω = Adx + Bdy , uma vez que t 7→ x1 + th + iy1 , t ∈ [0, 1], é uma
parametrização de [z1 , z].

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Portanto
f (x1 + h + iy1 ) − f (x1 + iy1 )
− A(x1 + iy1 )
h
R1
= 0 (A(x1 + th + iy1 ) − A(x1 + iy1 )) dt.

Usando o lema seguinte para z(t) = A(x1 + th + iy1 ) − A(x1 + iy1 ) e a


continuidade de A, segue facilmente que

∂f f (x1 + h + iy1 ) − f (x1 + iy1 )


(z1 ) = lim = A(z1 ),
∂x h→0 h
ou seja, ∂f /∂x = A. Analogamente se mostra que ∂f /∂y = B, logo
df = ω.
Lema: Se γ : [a, b] → C é um caminho contı́nuo, então
Z b Z b

z(t) dt ≤ |z(t)| dt.

a a

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Exemplo: Já vimos que a forma dz/z é fechada em C∗ .
Veremos agora que dz/z não é exata em C∗ .
De fato, se γ : [0, 2π] → C é o caminho fechado dado por γ(θ) = e iθ ,
então Z Z 2π iθ
dz ie
= dθ = 2πi 6= 0,
γ z 0 e iθ
logo dz/z não é exata em C∗ pelo teorema anterior.

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Exercı́cios: Resolver os exercı́cios de 1) a 7) do parágrafo 1 do Cap. III do
livro texto!

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