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Atividade 5 - Projeto Tecnologia Assistiva

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Alunas: XXX

XXX

I – Introdução/Justificativa

Muito se tem discutido sobre Tecnologia Assistiva voltada às pessoas com


deficiência. Esse projeto buscará atender à pessoa com surdez, atentando às suas
especificidades linguísticas, culturais e identitárias como um desafio que proponha a
quebra de barreiras linguísticas e pedagógicas que interferem no seu processo
educacional. Este trabalho será aplicado numa Escola Estadual da cidade de
Ituiutaba/MG, que atende um aluno com surdez, cursando o 6º ano do ensino
fundamental e, se aplicará à disciplina de Língua Portuguesa. Atualmente, o aluno
recebe todo o conteúdo em sua segunda língua (L2), o português, sendo que sua
primeira língua (L1) ou língua natural, é a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais. O
projeto inicia-se incorporando junto aos recursos humanos de acessibilidade já
disponíveis na escola: intérprete e instrutor de LIBRAS, o uso de um tablet com acesso
à internet, com alguns aplicativos já baixados dentre eles: o ProDeaf, Hand Talk,
VLIBRAS, além do Google e Youtube. Tal proposta implicará que o professor pesquise
sobre o assunto a ser ensinado e como adaptar o material para o aluno surdo. Em
seguida, deverá elaborar um plano de ensino nos quais os conteúdos deverão ser
repassados com antecedência mínima de 48 horas para o TILS (Tradutor e Intérprete de
Libras) para que este se aproprie do assunto e possa estudar os termos técnicos
adequados para seu trabalho de tradução e interpretação. Na sequência, o professor
seleciona e elabora os recursos didáticos para o ensino do português, respeitando as
especificidades do aluno que deverá ser observado, sobretudo nos seguintes aspectos:
sociabilidade, cognição, linguagem (oral, escrita, visoespacial), afetividade,
motricidade, aptidões, interesses, habilidades e talentos. Registram-se as observações
iniciais em relatórios, contendo todos os dados colhidos ao longo do processo e demais
avaliações relativas ao desenvolvimento do desempenho do aluno. Durante as aulas, o
aluno e a equipe pedagógica poderão manusear o equipamento (TA) disponibilizado,
nesse caso o Tablet, no intuito de conhecer os sinais e proporcionar a construção
imagética para o aluno surdo que possui uma comunicação espaçovisual.

II- Público-Alvo

Este projeto será aplicado numa Escola Estadual da cidade de Ituiutaba/MG,


para um aluno matriculado no 6º ano do ensino fundamental, com diagnóstico de surdez
bilateral (anacusia).

III – Tecnologia Assistiva

Compreendendo o conceito amplo de tecnologias educacionais focaremos nesse


momento, em um grupo específico que foi beneficiado grandemente por elas: os surdos.
Os surdos tem uma condição linguística específica devido a perda ou ausência da
audição. São sujeitos que tem suas interações com o mundo pautado na visualidade e
nos recursos imagéticos. Para Buzar 2009, “A singularidade visuoespacial tem sido
continuamente definida como uma capacidade especifica que possibilita às pessoas
surdas o desenvolvimento e a compreensão do mundo”. Partindo da consciência de que
o meio visuoespacial é o mais propício para o ensino e aprendizagem dos surdos,
podemos inferir que todas as tecnologias que privilegiem este meio serão bem aceitas
para o trabalho com estes sujeitos.

As tecnologias assistivas são todos os meios que auxiliam a educação


privilegiando a interação com o mundo por meio da visualidade, sendo assim recursos
como imagens, vídeos, materiais concretos e até mesmo a internet se tornam essenciais
para os surdos. Diversas tecnologias assistivas têm sido preparadas para atendê-los:
aparelhos de vídeo-chamada, softwares de tradução de texto escrito para Língua de
Sinais, dicionários de Libras entre outros são alguns bons exemplos. A forma de
utilização dessas tecnologias é essencial para poder auxiliar de fato a comunicação. É
fundamental que os profissionais que forem trabalhar com o aluno, tenha conhecimento
sobre a comunidade surda e compreenda a importância de estratégias específicas para a
sua formação. Desse modo, a utilização de computador ou tablet com acesso livre a
internet possibilitará ao aluno surdo atendido, apropriar-se do conhecimento de maneira
mais efetiva. Este projeto será desenvolvido na área de língua portuguesa,
especificamente no conteúdo de produção textual, onde nota-se grande dificuldade de
escrita do aluno surdo.

IV- Objetivos

Objetivo geral:

 Fazer com que a criança possa ler seus livros favoritos e desenvolver o seu
vocabulário, possibilitando ao aluno surdo apropriar-se da escrita ampliando seu
vocabulário linguístico de L2 – Língua Portuguesa, respeitando o uso e
conhecimento da L1 - Libras.

Objetivos específicos:

 Aprofundar o conhecimento da Libras e da Língua Portuguesa;


 Organizar e produzir recursos didáticos visuais para que o aluno seja capaz de se
apropriar do conhecimento;
 Avaliar a aprendizagem do aluno através da Libras.

V – Duração/Cronograma

Dias da Semana Atividades


Segunda-feira Clássicos da Literatura Infantil com Tradução em Libras
Terça-feira Pesquisar em Libras e Língua Portuguesa palavras desconhecidas dos
Clássicos da Literatura infantil.
Quarta-feira Dramatização
Quinta-feira Oficina para produzir jogos que utilizem recursos visuais
Sexta-feira Avaliação
VI - Metodologia

Conforme o cronograma exposto acima o projeto será realizado no decorrer de


uma semana, para cada dia serão realizadas atividades que utilizam a presença do
intérprete de Libras e o Tablet, o qual é um recurso que auxiliará bastante no processo
de ensino-aprendizagem do educando surdo. Todas as atividades propostas serão
realizadas com os demais alunos da sala, fazendo com que haja a inclusão e facilite a
socialização e o aprendizado de todos inclusiva em relação à Libras.

Na segunda-feira será realizada a atividade “Clássicos da Literatura Infantil com


Tradução em Libras”, a qual terá a duração de 50 minutos. O andamento da aula se dará
da seguinte forma: Serão disponibilizados diversos livros de clássicos da literatura
infantil á todos os alunos da classe, com tradução em Libras. Neles serão explorados os
recursos visuais e linguísticos da língua de sinais. Ao final da leitura, os alunos farão
um debate sobre o que leram. Para o aluno surdo, o debate será mediado pelo TILS.

Na terça-feira a atividade a ser realizada terá a duração de 100 minutos e os


mesmos livros disponibilizados para leitura, são disponibilizados no site
http://www.lsbvideo.com.br/ em fitas VHS, CD/DVD traduzidos para a língua de sinais
brasileira por um surdo, em que são explorados os recursos visuais e linguísticos da
língua de sinais. Nessa etapa os alunos assistem a história escolhida e discutem o que
entenderam. Em seguida, anotam todas as palavras que não conhecem e pesquisam seu
significado tanto no dicionário de língua portuguesa como no dicionário de Libras, o
sinal referente. Lembrando que terão em mãos um tablet, com acesso à internet.

Na quarta-feira os alunos farão uma dramatização que reproduza a história do


clássico literário lido em sala. A atividade terá a duração de 50 minutos. Essa será uma
atividade que colaborará com a socialização e a expressividade dos educandos.

No quinto dia, ou seja, na quinta-feira será realizada uma oficina, onde os


alunos, mediados pelo professor, desenvolverão recursos visuais que ilustrem o clássico
literário lido. Poderão criar quebra-cabeça, jogos, cartazes, dentre outros. Todo o
material será apresentado numa feira literária tradicional da escola. Essa atividade irá
trabalhar com a criatividade e a cooperação entre todos que estarão envolvidos nesse
processo. Para a realização dessa oficina serão utilizados 100 minutos, ou seja, serão
utilizadas duas aulas.
No último dia do projeto proposto, na sexta-feira, utilizando 50 minutos, o
professor deverá escolher algumas frases do texto e pedir aos alunos que escolham uma
delas e recrie uma nova história a partir da frase escolhida, podendo ou não estar
condicionada ao texto base. O objetivo é avaliar a organização das ideias e a utilização
da língua portuguesa.

Durante todo o desenvolvimento do projeto serão realizadas observações em


relação ao aluno com surdez e os demais alunos, o professor juntamente com a equipe
envolvida no processo farão as anotações que julgarem importantes em um diário de
bordo, para poderem recorrer à esse instrumento sempre que preciso e a partir disso
fazer as intervenções necessárias. Além disso, serão registradas por meio de fotografia e
vídeos todas as atividades realizadas, e no final da execução do projeto serão mostrados
os registros para todos os alunos e poderá ser realizada um roda de conversa com os
discentes perguntando a opinião deles em relação ao projeto desenvolvido. Também
poderá ser solicitado aos alunos que redijam uma redação sobre a experiência de terem
participado do projeto.

Cabe ressaltar que em todas as atividades propostas estarão à disposição o


Tradutor Intérprete de Libras e os recursos disponíveis no Tablet, assim o aluno com
surdez poderá ter a comunicação assegurada e quando necessário recorrer ao Tablet.
Todas as ações propostas foram planejadas e adequadas de acordo com as
especificidades do aluno com surdez, e pensadas também nos demais alunos, pois são
atividades que contribuem para a inclusão, socialização e cooperação entre os
indivíduos que participarão desse projeto.

VII - Recursos pedagógicos e Materiais

Recursos utilizados nas atividades:

1ª dia:

 Clássicos da Literatura Infantil; Tradutor e Intérprete de Libras;

e Tablet.

2ª dia:
 Livros Digitais em Libras dos Clássicos da Literatura Infantil; Dicionário da
Língua Portuguesa e da Libras; Tradutor e Intérprete de Libras; e Tablet.

3ª dia:

 Tradutor e Intérprete de Libras e Tablet.

4ª dia:

 Cartolinas; EVA; Tesouras; Cola; Papeis Coloridos; Botões; Palitos; Tradutor e


Intérprete de Libras e Tablet.

5ª dia:

 Papéis com frases retiradas dos Clássicos Literários Infantis; Tradutor e


Intérprete de Libras e Tablet.

VIII - Instrumentos e Critérios de Avaliação: 

A avaliação será realizada de forma qualitativa, a qual é um processo contínuo e


sistemático, compreensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite
avaliar o conhecimento do aluno, portanto, ela não pode ser esporádica nem
improvisada, mas ao contrário, deve ser constante e planejada, fornecendo feedback e
permitindo a recuperação imediata quando for necessário. Ela não tem um fim em sí
mesma, mas é sempre um meio, um recurso, e como tal, deve ser usada. A avaliação
será processada de acordo com os registros realizados pelos discentes e docentes
envolvidos nas atividades; para isso serão feitas rodas de conversas e redações
produzidas pelos alunos.

No final do processo será avaliado no caso do aluno com surdez se ele conseguiu
fazer a leitura dos livros e compreender o conteúdo dos clássicos literários infantis;
além disso, observar se o aluno conseguiu desenvolver seu vocabulário e a escrita da
Língua Portuguesa; observar também se os recursos pedagógicos (Jogos) produzidos
pelos alunos contribuíram para a eficácia do ensino-aprendizado. Durante todo o
processo de avaliação o Tradutor Intérprete de Libras estará presente fazendo com que a
avaliação se dê em Libras, mediando a comunicação entre surdos e ouvintes,
respeitando as particularidades e especificidades do referido aluno.
IX – Resultados esperados

Espera-se que no final do projeto o aluno surdo consiga ampliar o seu


vocabulário da Língua Portuguesa; consiga se apropriar de maneira mais eficiente da
escrita do português; que todas as pessoas envolvidas no projeto conheçam a realidade
do surdo e também adquiram conhecimento da Libras. Além disso, que o projeto possa
colaborar com a inclusão, através da socialização, conhecimento e cooperação entre os
sujeitos participantes dessas atividades.

X - Referências:

BUZAR, Edeilce. A. S. A Singularidade Visuo-Espacial do Sujeito Surdo: Implicações


Educacionais. 2009. 122 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de
Educação, Universidade de Brasília, Brasília, UnB, 2009.

BERSCH, R.; TONOLLI, J.. Introdução ao conceito de tecnologia assistiva e


modelos de abordagem das deficiências. Disponível em:
<http://www.bengalalegal.com/tecnologia-assistiva>. 2006. Acesso em: 02 set. 2015.

PELOSI, M. B. A. Inclusão e Tecnologia Assistiva. 2008. Volumes I e II, 303f. Tese


(Doutorado em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de
Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

TIC Educação 2012. Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação
no Brasil. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2013.

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