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Analysis of the Link between the Characteristics of the Intersection, the Land Use
and Traffic Accidents Frequency in South Zone of Rio de Janeiro
Camila Marangoni1, Marcos Rocha1, Paulo Maranhão2 & Carlos David Nassi3
1
Instituto Militar de Engenharia - IME
Seção de Engenharia Cartográfica
Praça General Tibúrcio, 80. CEP 22290-270 - Rio de Janeiro – RJ - Brasil
eng.camilamarangoni@gmail.com, menesesrocha@yahoo.com.br
2
Instituto Militar de Engenharia – IME
Seção de Engenharia Básico
Praça General Tibúrcio, 80. CEP 22290-270 - Rio de Janeiro – RJ - Brasil
maranhao@ime.eb.br
3
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Programa de Engenharia de Transportes- COPPE
Av. Horácio Macedo 2030. Bloco H, sala 106, Cidade Universitária. CEP 21941-972 - Rio de Janeiro – RJ - Brasil
nassi@pet.coppe.ufrj.br
RESUMO
Este artigo busca verificar a relação entre as características das interseções, o uso do solo e o número de acidentes
na zona sul do Rio de Janeiro. Para tal, utilizaram-se os coeficientes de Pearson para obter a correlação das variáveis
independentes entre si e com o número de acidentes. Para avaliar o quão as mesmas explicariam a distribuição dos
acidentes empregaram-se dois tipos de modelos estatísticos: modelos de regressão múltipla e modelos lineares gener-
alizados. O número de interseções semaforizadas e a extensão das vias com áreas de lazer e de uso misto apresentaram
os maiores valores de correlação com o número de acidentes. No entanto, a variável extensão das vias com uso misto
não foi empregada na modelagem por ser correlacionada com o número de vias semaforizadas. O modelo de regressão
múltipla apresentou resultado superior ao obtido pelo modelo linear generalizado com distribuição binomial negativa.
Palavras-chave: Modelagem de Acidentes, Pearson, Modelo de Regressão Múltipla, Binomial Negativa.
ABSTRACT
This paper aims to analyse the link between the intersection characteristics, land use and the number of accidents in
the south zone of Rio de Janeiro. For this purpose, Pearson´s correlation was utilized to correlate the independent vari-
ables with each other and with the number of accidents. To assess how these variables explain the distribution of the
accidents, two types of statistical models were employed: multiple regression models and generalized linear models.
Marangoni C. et al.
The number of signalized intersections and the road length with recreation areas and mixed use showed the highest
correlation with the number of accidents. However, the road length with mixed use variable has not been utilized in
modeling due to be correlated with number of signalized intersections. The multiple regression model showed best
results than generalized liner model with negative binomial distribution.
Keywords: Accident Modeling, Pearson Correlation, Multiple Regression Model, Negative Binomial.
da distribuição espacial dos acidentes na zona sul forte indicador do fluxo de veículos.
do Rio de Janeiro. Barbosa et al (2014) aplicaram Diversos estudos empregam variáveis
modelos de previsão de acidentes nas interseções socioeconômicas na modelagem de acidentes
das vias das cidades de Fortaleza, Belo Horizonte como densidade demográfica, idade, renda e
e Brasília. número de empregos (NOLANDANDQUDDUS,
2.1 Variáveis Explicativas 2004; PULUGURTHA & SAMBHARA, 2011;
HA et al, 2011; UKKUSURI et al, 2012, KIM
Os locais onde se tem uma maior quantidade et al, 2010). Alguns deles vêm associando os
de pedestres e de volume de tráfego, bem acidentes a índices de desenvolvimento de
como maiores valores de velocidade nas vias regiões da cidade (NOLAND & QUDDUS,
costumam apresentar maior exposição ao risco 2004; LICAJ, 2011; COTRILL & THAKURIAH,
de acidentes de trânsito. Miranda-Moreno et al 2010). A acessibilidade aos transportes públicos,
(2011) mostraram que uma redução de 30% no tais como número de pontos de ônibus, de
volume de veículos nas interseções de sua área estações de metrô ou de trem, também vêm
de estudo, diminuíam em 50% o risco médio dos sendo utilizados como indicadores do fluxo de
pedestres na região e em 35% os acidentes com pedestres em uma região, o qual teria impacto
danos aos pedestres. no número de acidentes (THAKURIAH et
O volume de veículos e de pedestres é al, 2012; COTRILL & THAKURIAH, 2010;
tradicionalmente medido por meio de contadores UKKUSUKI, 2012, KIM et al, 2010). O uso
instalados em locais estratégicos das vias ou por do solo, seja para fins comerciais, industriais
meio de Instrumentos Autônomos de Medição de ou residenciais (PULUGURTHA et al, 2013;
Velocidade, conhecidos como radares, pardais UKKUSUKI, 2012), bem como número de
ou lombadas eletrônicas. No caso do Brasil, escolas, de estabelecimentos que vendam
tais medições estão limitadas a poucas vias pelo bebidas alcoólicas, dentre outros, também
seu alto custo, sendo muitas vezes realizadas vem sendo apontados em alguns estudos como
somente quando se planeja algum evento. relacionados à quantidade de acidentes em uma
Verificou-se que a relação entre o número região (CLIFTON & KREAMER-FULTS,
de acidentes ocorridos nas interseções e o total de 2007; UKKUSUKI, 2012). Diversos estudos
acidentes é considerável, sendo que cerca de 43% envolvendo a presença de escolas, costumam
dos acidentes nos Estados Unidos e 40% dos associar o risco de acidentes com a capacidade
acidentes da Noruega ocorrem nas interseções de se caminhar em torno das mesmas, o que
(LORD et al, 2005 apud TAYANDRIFAAT, está relacionado com a qualidade das calçadas,
2007). Segundo Pulugurtha et al (2011), cerca de a geometria das vias e até mesmo com o fluxo
21% das fatalidades em acidentes de trânsito nos de veículos Giles-Corti et al (2011).
Estados Unidos ocorreram em interseções, o que
3. ÁREA DE TRABALHO E DADOS
comprova a importância de se trabalhar com as
EMPREGADOS
mesmas. As interseções semaforizadas possuem
um destaque especial por serem o encontro de A área de trabalho utilizada foi a zona sul do
vias com certo fluxo de veículos ou de pedestres Rio de Janeiro, região esta com grande importância
que justificam a colocação dos semáforos. econômica e turística para a cidade, possuindo
Como variáveis explicativas, diversos cerca de 10% da população da cidade e 13% dos
autores vêm utilizando aquelas associadas acidentes da mesma. Apresenta grande quantidade
à geometria das vias, tais como largura e de áreas de lazer, tais como cinemas, teatros,
comprimento, bem como à conectividade como, museus e shopping centers, destacando-se as áreas
por exemplo, densidade de interseções (ZHANG de lazer ao ar livre, tais como as praias situadas
et al, 2013; UKKUSURI et al, 2012; HA et al, às margens do oceano Atlântico e da baía da
2011). Rocha e Nassi (2012) encontraram na Guanabara, bem como a região da Lagoa Rodrigo
mesma região de estudo uma maior quantidade de Freitas e da Floresta da Tijuca. Neste estudo
de acidentes nas zonas de tráfego com maior dividiu-se a região em 32 (trinta e duas) zonas
densidade de vias e maior densidade de vias do de tráfego (Figura 1), definidas no Plano Diretor
tipo arterial primária, sendo esta hierarquia um de Transporte Urbano- PDTU em 2003/2005.
݂ሺݕ Ǣ ߠ ሻ ൌ ݁ݔሾݕ ܾሺߠ ሻ ܿሺߠ ሻ ݀ሺݕ ሻሿ (3) ܵ ൌ ʹሺ݈መ െ ݈መ ሻ (5)
onde b(.), c(.) e d(.) são funções conhecidas. onde S p é o desvio do modelo e ݈መ e ݈መ
são respectivamente, os máximos da log-
b) A distribuição de todos os Yi´s é da verossimilhança para o modelo saturado (número
mesma forma, ou seja, a função densidade de observações n igual ao número de parâmetros
conjunta de Y1, Y2, ..., Yn pode ser escrita da p dos coeficientes β’s) e para a investigação
seguinte forma: (p<n).
O desvio é uma medida de distância entre
ሺݕଵ ǡ ǥ ǡ ݕ Ǣߠଵ ǡ ǥ ǡ ߠ ሻ ൌ ݁ ݔ ݕ ܾ ሺߠ ሻ ܿ ሺߠ ሻ ݀ ሺݕ ሻ൩
(4) os valores ajustados e observados e segundo
Cordeiro (1986) embora pouco seja conhecido
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