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PASCAL NOUVEL
Tradução:
Vanina Carrara Sigrist
Rodolfo Eduardo Scachetti
P A P I R U S E D I T O R A
© Presses Universitaires de France
Título da edição original: Philosophie des sciences
13-06022 CDD-501
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 9
Livros e artigos citados.............................................................................................. 13
Sugestões de leitura................................................................................................... 14
Bibliografia................................................................................................................. 15
2. A CIÊNCIA MODERNA.............................................................................................. 43
Matematização e experimentação.............................................................................. 43
O termômetro de Boyle.............................................................................................. 47
Nicolau Copérnico: A inversão do mundo.................................................................. 49
Galileu Galilei: As bolas de madeira e o livro do mundo............................................ 50
Isaac Newton: Uma filosofia matemática.................................................................... 53
A ciência moderna...................................................................................................... 54
Sugestões de leitura................................................................................................... 62
Bibliografia................................................................................................................. 62
4. O DETERMINISMO................................................................................................... 97
Introdução: A origem do termo “determinismo”........................................................ 97
Relação entre indução e determinismo.................................................................... 100
O método experimental............................................................................................ 102
As ciências da vida................................................................................................... 107
Vitalismos e animismos............................................................................................ 111
O determinismo de Laplace...................................................................................... 115
Duas noções de indeterminismo.............................................................................. 119
Genealogia da noção de determinismo.................................................................... 123
Sugestões de leitura................................................................................................. 127
Bibliografia............................................................................................................... 132
5. O POSITIVISMO..................................................................................................... 135
A filosofia das ciências.............................................................................................. 135
A classificação de Ampère e de Comte..................................................................... 136
Ampère: Classificação racional................................................................................. 139
A classificação de Auguste Comte............................................................................ 143
O positivismo de Auguste Comte.............................................................................. 145
Sugestões de leitura................................................................................................. 153
Bibliografia............................................................................................................... 154
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época contemporânea, quando a questão pôde ser renovada notadamente
pelos trabalhos de Nelson Goodman.
O quarto capítulo é dedicado à noção de “determinismo”. Dois
personagens desempenharam um papel fundamental na elaboração e,
depois, no interesse dirigido a esse conceito: de um lado, o matemático e
físico Pierre-Simon Laplace; de outro, o fisiologista Claude Bernard. Cada
qual, por razões diferentes, contribuiu para a elaboração de uma noção
que seria chamada para suplantar a de indutivismo nas discussões sobre
o fundamento das ciências (veremos em que medida as duas noções são
como duas faces de uma mesma moeda, o lado direito e o lado avesso de
uma mesma peça de roupa). No século XX, com Henri Poincaré, a noção
de “determinismo” foi objeto de intensos debates, nos quais uns sugeriam
que o futuro da ciência se situava do lado de uma “física indeterminista”,
enquanto outros contestavam vigorosamente a própria noção de física
indeterminista, considerando que tal ideia seria uma contradição nos
termos. Nós seguiremos esses debates.
O quinto capítulo é dedicado a uma noção que desenvolveu um
grande papel na filosofia e na história das ciências a partir do século XIX
(quando ela apareceu): o “positivismo”. O termo foi introduzido por
Auguste Comte (na verdade, ele o recuperou do conde Claude de Saint-
Simon, um primo do duque de Saint-Simon, famoso memorialista da
corte de Luís XIV). Ao mesmo tempo em que foi introduzido em francês,
vemos reaparecer a questão da classificação das ciências, um problema
aparentemente técnico, com o problema filosófico da unidade da ciência (e
especialmente a unidade das ciências da natureza e das ciências humanas).
Uma unificação de todas as ciências é possível? Sim: essa será a convicção
partilhada por todos os positivistas desde Auguste Comte. O verdadeiro
progresso das ciências consiste precisamente nessa unificação.
O sexto capítulo é dedicado ao materialismo e ao nascimento da
teoria atômica. Nós examinamos as ligações entre o atomismo antigo
(aquele de Demócrito e de Lucrécio) e o atomismo moderno, que nasce
com Dalton no início do século XIX e se desenvolve em seguida até a
época contemporânea, quando as partículas elementares, constitutivas
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da obra de Kuhn, a sociologia relativista das ciências, e seguimos um
determinado número de problemas que foram desenvolvidos em torno
dessa corrente. Finalmente, apresentamos a obra de um filósofo que é,
sobretudo, conhecido por suas posições críticas no que diz respeito às
ciências: Martin Heidegger.
Por meio desse percurso, a filosofia das ciências surge como um
fruto híbrido, nutrido, ao mesmo tempo, pelas letras, com seu tradicional
humanismo, e pelas ciências, com sua tradicional recusa de se pronunciar
sobre a questão dos valores (as ciências só se interessam pelos fatos).
Portanto, a expressão “filosofia das ciências” aparece – e cada vez mais
claramente à medida que a disciplina se desenvolve – como um oxímoro.
Como podemos ser a um só tempo “filosofia” (privilegiar certos valores
em nome da sophia) e “das ciências” (não privilegiar nenhum valor em
nome da sapiência)? É precisamente essa situação paradoxal que provoca
todo o interesse pela filosofia das ciências.
Sugestões de leitura
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coletânea de textos fundamentais que também pode constituir uma boa
introdução a essa disciplina.
Bibliografia