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O romance regionalista "Vidas secas" do escritor Brasileiro Graciliano Ramos,

escrito em 1938 e narrado em 3° pessoa, retrata a história de Fabiano e sua família, que
são retirantes sertanejos que atravessam o sertão nordestino fugindo da seca e da miséria
e buscando uma vida melhor. O autor revela dificuldades do sertão nordestino e aborda
temas como pobreza, fome, seca, desigualdade, exploração, política regional e abuso de
poder. O romance é da segunda fase do movimento modernista, onde o regionalismo
dessa fase é muito presente na obra; Nessa segunda fase as características do realismo-
naturalismo retomam, e no livro é bem perceptível, onde o autor mostra a cruel
realidade, e faz uma crítica social.

No geral, o livro é bem escrito, onde o autor conseguiu que houvesse uma
interlocução entre o leitor e os personagens, mas achei a leitura um pouco arrastada e
confusa em algumas partes, pois os capítulos não são lineares. A individualidade que o
autor pôs nos personagens é bem interessante, onde cada um tem seus desejos,
pensamentos, sonhos e medos; a baleia principalmente, foi a mais humanizada, onde
Graciliano atribui pensamentos mais complexos, o que faz o leitor se apegar mais ao
personagem. A obra é cíclica, onde o primeiro e o último capítulo mostram que eles
estão em uma fuga constante, mas com esperanças.

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