Graciliano Ramos é considerado o mais importante romancista do modernismo,
integrando o grupo pioneiro de escritores críticos realistas, representando questões gerais ou específicas do Brasil em uma determinada região. É uma obra literária que reflete os problemas sociais proeminentes durante o período de criação do romance. Trata-se de uma literatura de sensibilização, cujo lema nos romances regionalistas é criticar e condenar os problemas sociais. Atenção à linguagem e particularidade do escritor. Seu interesse narrativo se concentra em questões humanas. Os interesses estão diretamente centrados nas atitudes e no comportamento humano. A descrição da paisagem deriva da representação psicológica das personagens: Vidas secas de (1938) é considerada uma obra-prima de Graciliano Ramos. Conta a história de uma família de imigrantes nordestinos que foi atingida pela seca e obrigada a vagar pelo sertão em busca de melhores condições de vida. O trabalho visa expressar a tirania da terra cruel atuando sobre o homem. Graciliano Ramos também escreve obras autobiográficas, onde reúne acontecimentos e cenas selecionadas pela memória e é extremamente subjetivo. Nessa linha, destacam-se Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953), o autor descreve sua dolorosa experiência durante nove meses de reclusão. Conhecer a obra de Graciliano Ramos — que começou a ser escrita no começo do século e permanece atual traz uma possibilidade de entender a história, de recuperar valores e de trazer novas perspectivas para o trabalho com a literatura. Seu romance Vidas Secas retrata como nenhum outro o sofrimento humano das populações castigadas pela seca no sertão da região nordeste do Brasil e faz-nos conhecer de fato o que retirantes vivenciam em nosso país. Graciliano foi uma pessoa oprimida pelo governo Vargas, resultando até em sua prisão e criação da obra Memórias do Cárcere que foi lançado após sua morte em 1953. "Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período—riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras, não deixar vestígios de ideias obliteradas. (Graciliano Ramos)