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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

COORDENAÇÃO LOCAL DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Anexo III

RELATÓRIO

MODALIDADE:

CNPq ( ) UNIOESTE ( X ) FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA ( ) PICV ( )

RELATÓRIO: PARCIAL ( ) FINAL ( X )

Aluno/Bolsista: Beatriz Torrilhas

Orientador: Márcia Rosângela Buzanello

TÍTULO DA PROPOSTA: Protocolo de Revisão Sistemática: Eficácia do Alongamento e


Fortalecimento na Fascite Plantar

1. Introdução
A síndrome dolorosa subcalcânea, mais conhecida como fascite plantar ou
esporão do calcâneo (Cardenuto Ferreira, 2014), é uma condição clínica que se
apresenta como dor aguda no calcanhar, e se estende desde a borda medial da
fáscia plantar até sua inserção na tuberosidade medial do calcâneo. A dor e a
sensibilidade provocada com a carga e após períodos de inatividade, podem causar
comprometimento da atividade e deficiência significativa (Crawford & Thomson,
2010; Fraser et al., 2017).
A fascite plantar é a causa mais comum de dor na região plantar do calcanhar.
Estima-se que uma a cada 10 pessoas experimentem dor na região subcalcânea ao
longo da vida (Cardenuto Ferreira, 2014). Ela é responsável por 80% dos pacientes
com sintomas, e seu pico de incidência na população geral é entre 40 e 60 anos
(Neufeld & Cerrato, 2008). Os fatores de risco incluem atletas de corrida, ocupações
que envolvem ficar em pé por muito tempo, pés planos, dorsiflexão limitada do
tornozelo e obesidade (Neufeld & Cerrato, 2008; Levent et al., 2021).
Na literatura, uma série de caso alcançam taxa de sucesso com tratamento
conservador da fascite plantar que varia entre 73% e 89% (Cardenuto Ferreira,
2014). O tratamento conservador da fascite plantar não é padronizado (Barry et al.,
2002), geralmente inclui alongamento, fortalecimento, órteses, faixas e terapia
manual (Fraser et al., 2017). As considerações para a indicação do tratamento

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cirúrgico devem ser feitas somente quando persistirem os sintomas que interferem
na vida diária ou atividade atlética desejada, sem melhoria significativa (Cardenuto
Ferreira, 2014).
Um programa de alongamento tem sido tradicionalmente a modalidade de
terapia primária para pacientes com fascite plantar. Os protocolos variam desde o
alongamento do tendão de Aquiles, até o alongamento específico da fáscia plantar
(Neufeld & Cerrato, 2008).

2. Objetivo
Realizar um protocolo de revisão sistemática: eficácia do alongamento e
fortalecimento na fascite plantar.

3. Material e Métodos
Inicialmente foi realizada uma pesquisa no Pubmed para levantamento de
revisão sistemática sobre a eficácia do alongamento e fortalecimento sobre a fascite
plantar e no International Prospective Register of Systematic Reviews (Prospero).
Uma vez que não foi encontrada nenhuma revisão sistemática publicada no Pubmed
e nem tampouco em andamento ou concluída no Prospero, verificou-se o gap na
literatura sobre a realização de revisão sistemática sobre o tema proposto. Desta
forma foi realizado o protocolo do Prospero sobre o tema proposto (Anexo I).
O protocolo foi elaborado em língua inglesa devido as exigências da
plataforma Prospero. O presente projeto foi realizado concomitante ao
desenvolvimento de uma revisão sistemática em parceria com outra aluna do PIBIC.
Desta forma, além de participar efetivamente da realização do protocolo atuei como
segunda revisora (R2) da revisão sistemática deste referido protocolo: Eficácia do
Alongamento e Fortalecimento na Fascite Plantar. Atuando como R2 na Fase 1:
leitura de títulos e abstracts; Fase 2: leitura dos textos na íntegra e na análise de
risco de viés. E, assim como de todo o processo de elaboração da revisão e de
elaboração do artigo de revisão sistemática.

4. Resultado
Seguem os resultados conforme o registro do protocolo. Após o registro desta
revisão sistemática ela foi executada em sua totalidade na qual fui a segunda
revisora (R2), como foi citado anteriormente.

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4.1 Registro de protocolo
Este protocolo de revisão sistemática foi submetido ao International
Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO), com o registro
CRD42021296710.
4.2 Critérios de elegibilidade
O acrônimo PICOS foi utilizado na condução deste protocolo (população,
intervenção, comparação, desfechos e desenho de estudo), foi aplicado na
formulação da pergunta da revisão: O alongamento e fortalecimento muscular são
eficazes na dor e funcionalidade em indivíduos com fascite plantar?
Critérios de inclusão: indivíduos com fascite plantar crônica, homens e
mulheres, sedentários e atletas, com um ou ambos os pés sintomáticos, com fascite
plantar há pelo menos 3 meses, idade >18 anos; intervenção de uso de
cinesioterapia na fascite plantar, comparado a placebo, fototerapia, termoterapia,
eletroterapia e sem tratamento, pacientes que relatam fascite plantar, dor ou
sintomas no calcanhar (dor na planta/plano do pé não devido a outras patologias) e
dor no momento do recrutamento, diagnosticada por exame de imagem (ultrassom,
ressonância magnética) ou exame clínico (sinais e sintomas); desenho de estudo
ensaios clínicos randomizados.
Critérios de exclusão: indivíduos com qualquer outro diagnóstico (ex.
fibromatose plantar fascial, lesão do nervo plantar, fratura, tumor, síndrome de
Morton, patologias diabéticas como úlceras, osteoartrite, patologias reumáticas,
patologias neurológicas, infecções agudas ou crônicas, síndrome do túnel do tarso),
tratamento cirúrgico e gravidez.
Tipo de intervenção: o uso de cinesioterapia na fascite plantar.
Comparação: com placebo, sem tratamento, fototerapia, termoterapia e
eletroterapia.
4.3 Tipos de medida de resultado
O desfecho primário da revisão foi os níveis da dor e os desfechos
secundários funcionalidade e amplitude de movimento (ADM).
4.4 Estratégia de pesquisa
Foram pesquisadas as seguintes bases de dados: PubMed, Embase,
Cochrane Library, Physiotherapy Evidence Database (PEDro), Scopus e LILACS.
Além disso, a literatura cinzenta via Google Scholar, LIVIVO e Biblioteca Brasileira
de Teses e Dissertações (CAPES).

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4.5 Seleção de estudos
Todos os registros serão importados para o gerenciador de referências
EndNote Web. Após a remoção dos artigos duplicados, serão importados para o
Rayyan QCRI (Qatar Computing Research Institute, DOH, MQ), onde duas revisoras
(B. T. e R.A.S.) independentes leram os títulos e resumos para identificar possíveis
estudos incluídos (Fase 1) e posteriormente a leitura dos textos na íntegra (Fase 2).
Quaisquer discordâncias foram resolvidas em discussão com uma terceira revisora
(M.R.B).
4.6 Extração de dados
Duas revisoras independentes (B. T. e R.A.S.) selecionaram os artigos
incluídos em duas fases. Na fase 1 as duas revisoras leram os títulos e resumos de
acordo com os critérios de elegibilidade: na Fase 2, foi realizada a leitura na íntegra.
As divergências foram realizadas pela terceira revisora (M.R.B). Da mesma forma a
tabela sumária da revisão foi realizada pelas duas revisoras cegas. As informações
coletadas foram: autor; tipo de estudo; ano de publicação; país; características da
amostra (tamanho da amostra, sexo e idade); características clínicas.
4.7 Avaliação de qualidade
A avaliação do risco de viés dos estudos foi realizada pelas duas revisoras
independentes usando a ferramenta Cochrane Collaboration, ROB 2. As
divergências foram realizadas pela terceira revisora (M.R.B).

5. Discussão
O conhecimento científico inicia-se por meio de buscas sobre o tema que
deseja conhecer. É mediante dessas buscas, também, que são identificados o que
se sabe, as controvérsias e o que ainda precisa ser esclarecido, consequentemente,
possibilidades de pesquisas. Assim, a revisão de literatura é o procedimento de
organizar as buscas e os resultados, para vislumbrar um melhor panorama e uma
discussão mais embasada dos achados (Ferreira, et al., 2021).
A colaboração Cochrane também, prepara, mantém e promove revisões
sistemáticas (Cochrane Reviews) para informar decisões sobre saúde e assistência
social, buscando reunir evidências que se encaixem em critérios de elegibilidade
pré-especificados para responder a uma questão de pesquisa específica, visando
minimizar o viés usando métodos explícitos e sistemáticos documentados
antecipadamente com um protocolo. Sendo assim, a elaboração do protocolo é

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importante, pois é um registro público da questão de interesse e dos métodos
pretendidos antes que os resultados dos estudos sejam totalmente conhecidos. Isso
ajuda os leitores a julgar como os critérios de elegibilidade da revisão, os resultados
declarados e os métodos planejados abordarão a questão de interesse pretendida
(Chandler et al., 2022).
A revisão sistemática escrita a partir do protocolo criado, avalia
sistematicamente as evidências disponíveis sobre a eficácia cinesioterapia na fascite
plantar, visando melhoria da qualidade metodológica das revisões e procurando
maiores informações do método aplicado e buscando maior reflexão sobre o tema
de estudo. Sendo assim, os pontos fortes deste protocolo é registrar de forma
simples e objetiva todo o processo que envolve a realização desta revisão, bem
como definir as análises realizadas. Assim, minimizar o risco de erros sistemáticos
ou vieses, podendo auxiliar profissionais com estratégias de decisão nos
tratamentos da fascite plantar para planejar novos atendimentos de sucesso.
No entanto, há sempre um método ou ajuste que poderia ser aprimorado a
esta revisão sistemática, apresentando também algumas limitações, como
dificuldade na tradução da língua inglesa, podendo haver viés de idioma. Além
disso, o contato com os diversos softwares e ferramentas utilizados na coleta de
dados da revisão, exigindo muita atenção e competência a cada detalhe, para que
concluíssemos a revisão sem perca de dados ou fontes importantes, e o menor
número de divergências entre as revisoras.
Desse modo, prevê-se que as descobertas fornecerão sugestões para uso
clínico, como instrumento de pesquisa para tratamento de indivíduos que sofrem
com fascite plantar. Procurando maiores informações do método aplicado e
buscando maior reflexão sobre o tema de estudo.

5. Conclusão
Conclui-se que o objetivo de realizar e também submeter este protocolo de
revisão sistemática na plataforma Prospero foi alcançado. Assim como a
participação como segunda revisora da referida revisão.

7. Financiamento
Esta investigação recebeu financiamento da UNIOESTE.

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8. Referências

Barry, L.D., Barry, A.N. & Chen, Y. (2002). A retrospective study of standing
gastrocnemius-soleus stretching versus night splinting in the treatment of plantar
fasciitis. Journal of Foot and Ankle Surgery Data Trace Publishing Company 41,
221–
227. http://www.jfas.org/article/S1067251602800187/fulltext. Acesso em 3 de Abril
de
2021.

Cardenuto Ferreira, R. (2014). Talalgia: plantar fasciitis. Revista Brasileira de


Ortopedia (English Edition) Georg Thieme Verlag KG 49, 213–217.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rboe.2014.03.012. Acesso em 3 de Abril de 2021.

Chandler J, Cumpston M, Thomas J, Higgins JPT, Deeks JJ, Clarke MJ. Capítulo


I:Introdução. In: Higgins JPT, Thomas J, Chandler J, Cumpston M, Li T, Page MJ,
Welch VA (editores). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of
Interventions versão 6.3 (atualizado em fevereiro de 2022). Cochrane, 2022.
Disponível em www.training.cochrane.org/handbook .

Chandler J, Cumpston M, Thomas J, Higgins JPT, Deeks JJ, Clarke MJ. Capítulo III:
Relatando a revisão. In: Higgins JPT, Thomas J, Chandler J, Cumpston M, Li T,
Page MJ, Welch VA (editores). Cochrane Handbook for Systematic Reviews of
Interventions versão 6.3 (atualizado em fevereiro de 2022). Cochrane, 2022.
Disponível em www.training.cochrane.org/handbook .

Crawford, F. & Thomson, C.E. (2010). Interventions for treating plantar heel pain.
Cochrane Database of Systematic Reviews Wiley.

Fraser, J.J., Glaviano, N.R. & Hertel, J. (2017). Utilization of Physical Therapy
Intervention Among Patients With Plantar Fasciitis in the United States. journal of
orthopaedic & sports physical therapy | 47, 49–55. www.jospt.org. Acesso em 3 de
Abril de 2021.

Levent, A., Suero, E.M., Gehrke, T. & Citak, M. (2021). Risk Factors for Aseptic
Loosening After Total Knee Arthroplasty with a Rotating-Hinge Implant. Journal of
Bone and Joint Surgery Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health) 103, 517–523.

Neufeld, S.K. & Cerrato, R. (2008). Plantar fasciitis: Evaluation and treatment.
Journal
of the American Academy of Orthopaedic Surgeons 16, 338–346.

Ferreira, S.M.R., Tanikawa, L. & Retondario, A. (2021). Protocolo de Revisão de


Escopo e Revisão Sistemática na Área de Alimentos. Visão Acadêmica 22, 1518-
8361.

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Anexo I - Protocolo do Prospero na íntegra

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Comprovante de Inscrição EAICTI

DIFICULDADES ENCONTRADAS/CRÍTICAS OU SUGESTÕES:


Elaboração do protocolo em língua inglesa dificulta um pouco.

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PARECER DO ORIENTADOR QUANTO AO DESEMPENHO DO BOLSISTA NO
PROJETO.
( x ) favorável ( ) desfavorável
Justifique o parecer
A aluna realizou todas as atividades de maneira responsável conforme cronograma.

INFORMAR O DESTINO DO BOLSISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA APÓS A


CONCLUSÃO DA ATUAÇÃO COMO BOLSISTA:
Pós-Graduação: Especialização ( ) Mestrado( ) Doutorado ( )
Mercado de Trabalho: Público ( ) Privado ( )
Outros (citar):
Graduação: ( X )
Sem atividade futura ( )

Data: 19/09/22
Assinaturas (digitalizar as assinaturas e inserir nas células abaixo: Inserir Imagem)

Bolsista Orientador

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