Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CDU:
Assinatura da Aluna:
Data da defesa:
CAROLINA DA SILVA CARVALHO
Primeiramente agradeço à Deus por me dar forças e fé para acreditar e alcançar meus sonhos,
mesmo em momentos tortuosos.
Aos meus pais Maria da Glória e José pelo apoio, confiança e por me ensinar a importância da
construção e da coerência de meus próprios valores.
À meu namorado Antônio por entender e apoiar o caminho que resolvi trilhar, me
incentivando a superar todos os obstáculos.
Ao meu orientador prof. Dr. Leandro José Raniero por acreditar na potencialidade deste
projeto, por todo empenho, sabedoria, compreensão frente às minhas limitações e acima de
tudo, exigência.
Ao prof. Dr. Luís Eduardo Coelho Andrade, professor da Universidade Federal do Estado de
São Paulo (UniFesp), pelo carinho e apoio constante.
Aos voluntários, indispensáveis para realização deste estudo, que prontamente abraçou nossa
causa.
Ao prof. Dr. Airton Abrahão Martin, coordenador do Laboratório de Espectroscopia
Vibracional Biomédica, professor da Universidade do Vale do Paraíba (UniVap), agradeço
por me fazer descobrir a possibilidade da carreira científica, servindo-me de exemplo
profissional e ético.
Á prof. Dr. Maria Emília Loschiavo Arisawa, diretora da Faculdade de Ciências da Saúde,
professora da Universidade do Vale do Paraíba (UniVap), pela confiança e credibilidade dada
a minha carreira acadêmica.
Á prof. Dr. Maria Angélica Gargione, professora da Universidade do Vale do Paraíba
(UniVap), pelo auxílio e orientação laboratorial.
Ao aluno de mestrado Magno agradeço pelo companheirismo, incentivo e carinho, mas
principalmente por ser um grande e leal amigo.
Aos meus queridos colegas do LEVB, Jaciara, Bruna, Rodrigo, Jéssica, Gislene, João Lucas,
Maíra, Juliana, Patrícia, Maiara, Joyce, Tatiano, Laís e Ana Carla. É impossível descrever em
breves palavras a importância desta convivência, foram cinco anos entre iniciação científica e
mestrado de muito aprendizado, amizade e apoio.
Avaliação de doenças reumáticas por espectroscopia óptica
Figura 1. Principais regiões acometidas durante o processo inflamatório progressivo da AR. 18
Figura 2. Estrutura geral de um aminoácido. ............................................................................ 23
Figura 3. Estrutura primária de uma proteína (constituído por vários aminoácidos). ............... 23
Figura 4. Alfa-hélice mostrando esqueleto peptídico ................................................................ 24
Figura 5. Estrutura da beta-folha. .............................................................................................. 25
Figura 6. Estrutura de uma albumina humana (a) e de uma gamaglobulina (b). ...................... 26
Figura 7. Reação de citrulinização ............................................................................................ 33
Figura 8. Vibrações de um grupo de átomos (+ e - significam vibrações perpendiculares). .... 35
Figura 9. Espalhamento elástico Rayleigh. ............................................................................... 39
Figura 10. Esquema do mecanismo do espalhamento inelástico (Stokes e anti-Stokes) .......... 40
Figura 11. Instrumentação básica para medidas Raman. .......................................................... 41
Figura 12. Kits para pesquisa do PCR e FR em amostras de soro humano. ............................. 45
Figura 13. (a) Kit comercial para identificação dos peptídeos citrulinados e (b) Placa
contendo os micropoços (em amarelo os títulos positivos). ....................................................... 45
Figura 14. Lâminas para pesquisa do APF (à esquerda) e imunofluorescência em
queratinócitos orais humanos (à direita) ..................................................................................... 47
Figura 15. Microscópio FTIR (Spotlight 400-Perkin-Elmer), equipado com detector MCT
(Mercury Cadmium Telluride). .................................................................................................. 49
Figura 16. Sistema de espectroscopia Raman. .......................................................................... 51
Figura 17. Curva ROC das análises laboratoriais ▲ FR e ● PCR que representa a
sensibilidade em função de (1-especificidade). .......................................................................... 60
Figura 18. Percentual de positividade do APF e ACPA............................................................ 61
Figura 19. Média espectral do grupo N e AR............................................................................ 62
Figura 20. Segunda derivada dos espectros médios do grupo N e AR na região de 1700-1600
cm-1. ............................................................................................................................................ 63
Figura 21. Segunda derivada dos espectros médios dos grupos N e AR na região de 1560-
1520 cm-1. ................................................................................................................................... 65
Figura 22. Segunda derivada dos espectros médios dos grupos N e AR na região de 1320-
1220 cm-1. ................................................................................................................................... 66
Figura 23. Especificidade e sensibilidade em função dos ensaios clínicos RF (▲) e PCR (●). 69
Figura 24. Espectros médios do grupo normal e reumático e diferenças espectrais dadas pela
linha de subtração. ...................................................................................................................... 70
Figura 25. Loading plot a partir das seis primeiras componentes principais (dados totais)...... 71
Figura 26. Curva ROC a partir dos dados Raman na ADL. ...................................................... 73
Figura 27. Resultados estatísticos dos intervalos espectrais. .................................................... 76
LISTA DE TABELA
ß: Beta
α: Alfa
γ: Gama
ν: Modo de Estiramento
νs: Modo de Estiramento Simétrico
νas: Modo de Estiramento Assimétrico
C: Carbono
H: Hidrogênio
N: Nitrogênio
O: Oxigênio
cm-1: 1/Centímetro
%: Porcentagem
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 21
2.1 O sangue ......................................................................................................................... 21
2.1.1 Proteínas .................................................................................................................. 22
2.1.2 Anticorpos e albuminas ........................................................................................... 25
2.1.3 Carboidratos ............................................................................................................ 27
2.1.4 Lipídios .................................................................................................................... 27
2.2 Artrite reumatóide .......................................................................................................... 27
2.3 Fisiopatologia da Artrite Reumatóide............................................................................. 29
2.4 Medicações anti-reumáticas ........................................................................................... 30
2.5 Análises laboratoriais ..................................................................................................... 31
2.5.1 Fator Reumatóide .................................................................................................... 31
2.5.2 Proteína C-Reativa................................................................................................... 31
2.5.3 APF e ACPA ........................................................................................................... 32
2.6 FTIR ............................................................................................................................... 33
2.6.1 Modos normais de vibração..................................................................................... 34
2.7 Espectroscopia Raman.................................................................................................... 38
2.7.1 Princípios básicos .................................................................................................... 39
2.7.2 Instrumentação ........................................................................................................ 40
3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 42
4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................. 43
4.1 Espectroscopia por FTIR ................................................................................................ 43
4.1.1 Comitê de Ética ....................................................................................................... 43
4.1.2 Coleta das amostras de sangue ................................................................................ 44
4.1.3 Análises laboratoriais .............................................................................................. 44
4.1.4 APF .......................................................................................................................... 46
4.1.5 Medicações .............................................................................................................. 47
4.1.6 Alimentação ............................................................................................................. 48
4.1.7 Medidas no FTIR ..................................................................................................... 48
4.1.8 Análise estatística .................................................................................................... 49
4.2 Espectroscopia Raman.................................................................................................... 50
4.2.1 Amostras de sangue (coleta e armazenamento) ....................................................... 50
4.2.2 Espectroscopia Raman............................................................................................. 51
4.2.3 Análises laboratoriais .............................................................................................. 53
4.2.4 Medicação e dieta alimentar .................................................................................... 53
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 54
5.1 Análise do soro por FTIR ............................................................................................... 54
5.1.1 Fatores de risco e condição alimentar...................................................................... 54
5.1.2 Estado clínico e medicações .................................................................................... 57
5.1.3 Análise espectral (FTIR) ......................................................................................... 61
5.2 Análise do soro por ER................................................................................................... 68
5.2.1 Análises laboratoriais .............................................................................................. 68
5.2.2 Espectroscopia Raman............................................................................................. 70
5.2.3 Medicação e dieta alimentar .................................................................................... 73
5.2.4 Interpretação bioquímica espectral .......................................................................... 75
6 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 80
7 TRABALHOS FUTUROS .................................................................................................... 81
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 82
ANEXO A : Comitê de Ética em Pesquisa ............................................................................ 100
ANEXO B: Questionário ........................................................................................................ 101
ANEXO C: Termo de consentimento..................................................................................... 102
ANEXO D: Comitê de Ética em Pesquisa ............................................................................. 104
ANEXO E: Trabalhos publicados ......................................................................................... 105
17
1 INTRODUÇÃO
progressiva da cartilagem articular e óssea, atingindo principalmente as mãos (2, 16, 17)
ver figura 1.
Figura 1. Principais regiões acometidas durante o processo inflamatório progressivo da AR. (18)
2 REVISÃO DE LITERATURA
Este trabalho foi baseado na análise do soro derivado do sangue humano. Diante desta
realidade, iniciaremos esta breve revisão abordando sua importância clínica e laboratorial
bem como seu aspecto composicional.
2.1 O sangue
representam cerca de 0.1 a 1.0% das células de órgãos linfóides secundários e medula
óssea. Em contraste a meia-vida de moléculas de anticorpos no soro é de menos de 3
semanas. A manutenção dos níveis de anticorpos séricos requer a secreção contínua de
anticorpos, ou seja, a persistência na ativação de CSA. Basicamente o soro de doadores
imunocompetentes (pessoas saudáveis) apresenta os seguintes percentuais de
imunoglobulinas: IgG (85%), IgM (5%), IgA (7-15%) e IgE-IgD (1%). (37)
Durante uma resposta inflamatória, outros mediadores ou moduladores dos processos
imunológicos também atuam eficazmente como as citocinas e fatores de crescimento
(Interleucinas (IL)-1 e 6, Fator de Necrose Tumoral (TNF), Interferon gama (IFN-γ) entre
outros). As citocinas são pequenas proteínas ou glicoproteínas secretadas por distintos
tipos de células (células estromais, monócitos, macrófagos, células T e B, células
endoteliais entre outros), normalmente após alguma forma de estímulo. Estas citocinas são
proteínas envolvidas na comunicação célula- célula. Algumas citocinas têm propriedades
de crescimento e/ou estimulatórias, outras inibem o crescimento celular ou induzem a
morte celular. A maioria das citocinas se liga a receptores específicos na superfície da
célula. A produção anormal destas citocinas pode prolongar algumas condições
patológicas ou mesmo provocar efeitos secundários como destruição da cartilagem
articular e óssea (quadro típico de doenças reumáticas como a AR). (16, 17, 39, 40)
2.1.1 Proteínas
Figura 3. Estrutura primária de uma proteína (constituído por vários aminoácidos). (45)
esqueleto polipeptídico central bem agrupado e espiralado, com as cadeias laterais dos
aminoácidos estendendo-se para fora do eixo central, de modo a evitar a interferência
estérica entre si. Uma alfa-hélice é estabilizada por várias pontes de hidrogênio entre os
hidrogênios da amida com ligação peptídica que são parte do esqueleto peptídico. As
pontes de hidrogênio estendem-se até a forma espiral, o oxigênio da carbonila de um
peptídeo ligado ao grupo –NH- de uma ligação peptídica, quatro resíduos adiante no
polipeptídeo. Isto assegura que todos, exceto o primeiro e último componentes da ligação
peptídica, estão ligados ao outro através de pontes de hidrogênio. Estas ligações são
individualmente fracas, mas coletivamente, servem para estabilizar a hélice, figura 4. (43)
Ponte de Cadeias
hidrogênio laterais de
intracadeia aminoácidos
estendem-se
para fora
Pontes de
Cadeias de hidrogênio
polipeptídeos entre as
quase cadeias
totalmente
estendidas
Vista lateral
quanto a estrutura das subunidades. A IgM por exemplo, consiste de cinco moléculas em
forma de Y distribuídas ao redor de uma subunidade J. A IgA ocorre sob a forma de
monômeros, dímeros e trímeros. (44)
As albuminas são as proteínas mais abundantes no soro humano, correspondendo a
50% das proteínas do soro sanguíneo, com uma concentração normal de 35 a 50 g/l. A
albumina é conhecida por ter um conjunto de funções bastante diversificado incluindo a
regulação da pressão oncótica, capacidades de ligação e transporte e propriedades
antioxidantes. Além disso, a albumina apresenta uma estrutura terciária que permite a
ligação e transporte distintos entre pequenos metabólitos como íons metálicos, ácidos
graxos, bilirrubina e medicações. (48, 49)
A figura 6 ilustra a estrutura secundária da albumina e gamaglobulina (IgG),
disponível no banco de dados do Protein Data Bank (PDB). Nas estruturas alfa-hélice de
albumina, as cadeias têm muitos centros polares e devido a isso a fibra é enrolada e forma
uma hélice. No caso das imunoglobulinas apresentam predominantemente estruturas ß-
folhas.
a) b)
Figura 6. Estrutura de uma albumina humana (a) e de uma gamaglobulina (b). (50,51)
2.1.3 Carboidratos
2.1.4 Lipídios
uma hora); 2. Artrite de três ou mais articulações (mãos, punhos, cotovelos, joelhos,
tornozelos, pés); 3. Artrite de articulações das mãos; 4. Artrite simétrica; 5. Nódulos
reumatóides; 6. Presença de fator reumatóide e 7. Alterações radiográficas (erosões e/ou
osteopenia justa-articular). Mas decorrente da falta de uma nova abordagem enfatizando a
detecção precoce dos sintomas uma versão atualizada foi postulada em 2010, descrito na
tabela 1.
Tabela 1. Critérios (A-D) de classificação para a AR segundo o ACR/EULAR, 2010. (22)Erro! Indicador
não definido.
AR: Artrite Reumatóide; ACR: Colégio Americano de Reumatologia; EULAR: Liga Européia contra o Reumatismo; FR: Fator
reumatóide; PCR: Proteína C-reativa; VHS: Velocidade de Hemossedimentação; ACPA: Anticorpo Anti-peptídeo Citrulinado.
†(Valores fortemente positivos=três vezes acima do limite positivo fornecido pelo laboratório).
**Pontuação maior ou igual a 6 é necessária para classificação definitiva de um paciente com AR.
29
A PCR é uma proteína de fase aguda (PFA) sintetizada pelo fígado em grandes
quantidades após algum dano tecidual, inflamação ou infecção. (73) Assim sendo, o teste
PCR também não é específico para a AR e apresenta títulos elevados em todos os
processos inflamatórios e infecciosos. Os elevados níveis plasmáticos são detectados
dentro de 4 a 6 horas após a injúria e seu pico máximo ocorre após 24 a 72 horas. (74)
32
A descoberta dos anticorpos ACPA teve início em 1964 com a identificação do APF,
descrito por Nienhius e Mandema. (26) As reações de imunofluorescência indireta foram
iniciadas, e reagiam com células da mucosa oral humana. Esta reação baseia-se em uma
fluorescência citoplasmática em células epiteliais de mucosa bucal de indivíduos
saudáveis, primeiramente incubadas com soro de pacientes reumatóides e, posteriormente,
com conjugado anti-imunoglobulina humana total, marcada com fluoresceína. O padrão
de fluorescência observado era caracterizado por grânulos citoplasmáticos fluorescentes,
freqüentemente ao redor do núcleo (perinucleares). O antígeno reconhecido por esses
auto-anticorpo foi denominado fator perinuclear, daí o termo anticorpo antifator
perinuclear (APF). (25)
O APF é um anticorpo dirigido contra uma proteína (pró-filagrina) presente nos
grânulos queráto-hialinos das células da mucosa oral humana. Posteriormente Sebbag et
al. constataram que o APF tratava-se de uma proteína citrulinada associada a filamentos
de queratina pertencentes ao citoesqueleto. Inicialmente denominaram este auto-anticorpo
de antifilagrina. Contudo este teste de imunofluorescência é trabalhoso e de alto custo para
ser aplicado em rotinas clínicas. (25, 75)
A partir desta necessidade, iniciou-se a caracterização molecular do APF dando
origem ao teste comercial (ELISA) ou ACPA através do processo de citrulinização. A
citrulinização consiste em uma modificação pós-traducional de uma determinada proteína,
na qual um resíduo de arginina é convertido em citrulina. Após a conversão da arginina
em citrulina há alterações de carga do aminoácido. A arginina é um aminoácido de caráter
fortemente básico devido à presença de um grupamento guanidina. A citrulina resultante
perde tal característica básica devido a sua natureza neutra. O processo é catalisado pela
enzima PAD (Peptidilarginina Deiminase), figura 7. Além da reação de citrulinização, a
citrulina também pode ser gerada como produto secundário da ação entre o óxido nítrico
sintetase (ONS) e a arginina. (76)
33
2.6 FTIR
Vibrações de estiramento
Vibrações de deformação
Colesterol, triglicérides
565-1746 Sangue - (87)
e proteína
720-1602 Sangue Glicose e albumina - (87)
Glicose, sacarídeos,
900-1300 Plasma ν (C-O) (88)
lactato e glicerol
900-1300 Plasma Glicose e lactato ν (C-O) (89)
Fosfolipídeos de
925-1250 Soro νas (C-O-C) (30)
proteínas
950-1185 Soro Glicose - (90)
950-1100 Soro Colesterol - (90)
36
Ésteres de colesterol,
2860-2880 Plasma ν s (CH3) (88)
triglicérides e glicerol
Grupos metil e
2875-2930 Soro νas (C-H) (30)
metileno
Ácidos graxos e
2880-2950 Plasma ν as (CH2) (88)
fosfolipídeos
Ésteres de colesterol e
2950-2990 Plasma ν as (CH3) (88)
triglicérides
2960 Soro Proteínas e lipídeos ν as (CH3) (92)
3000-3600 Soro Proteínas C-H, N-H, O-H (30)
insaturados e ésteres de
colesterol
3068 Soro Amida B - (92)
3300 Soro Proteínas (Amida A) ν (N-H) (30)
3303 Soro Amida A ν (N-H) (92)
Estado virtual
Estado fundamental
E0=Ev
Figura 9. Espalhamento elástico Rayleigh. (102)
a luz interage com a molécula, resultando em energia oriunda de uma vibração molecular.
Logo, a freqüência da luz espalhada será maior que a da luz incidente (E=E0<Ev). Todavia,
no espalhamento inelástico Raman (Stokes), a frequência da luz espalhada será menor do
que a luz incidente (E=E0>Ev). Comumente, o espalhamento Stokes é o mais utilizado pela
maior intensidade de seu sinal em relação ao espalhamento anti-Stokes, pois enquanto o
primeiro depende da população do estado vibracional fundamental, o último depende da
população de estados vibracionais excitados. (99, 102). Esquematicamente podemos
representar o espalhamento inelástico e elástico como apresentado na figura 10 (Onde: E0
e Ev são freqüências proporcionais às energias da radiação excitante e radiação espalhada,
respectivamente).
Estado virtual
Transição vibracional
E0>Ev E0<Ev
Figura 10. Esquema do mecanismo do espalhamento inelástico (Stokes e anti-Stokes). (102)
2.7.2 Instrumentação
1
8 5 3 4
7
Este esquema representa os componentes básicos para captura do sinal Raman através
do computador, visualizados na forma de espectros. Os espectros podem sofrer algumas
manipulações, realizadas através de alguns softwares específicos e/ou serem armazenados.
(103)
42
3 OBJETIVOS
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Instituto e
Desenvolvimento (IP&D), seguindo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
Pesquisa envolvendo seres humanos, H119CEP/2010 (ANEXO A). A seleção das
voluntárias foi realizada através de um questionário (ANEXO B) contendo informações
sobre a alimentação, medicações, estilos de vida e a última refeição realizada. Todas as
voluntárias foram informadas sobre a pesquisa e assinaram um termo de consentimento
para utilização do material colhido, neste caso, o sangue venoso (ANEXO C).
Os parâmetros de exclusão e inclusão foram pré-ajustados para ambos os grupos. O
grupo de indivíduos saudáveis era composto apenas por mulheres entre 30-60 anos de
idade, devido a predominância desta enfermidade em mulheres. O grupo reumático era
formado por pacientes com diagnóstico confirmado de AR, de acordo com os critérios
estabelecidos pelo ACR 2010.
44
a) b)
Figura 13. (a) Kit comercial para identificação dos peptídeos citrulinados e (b) Placa contendo os micropoços
(em amarelo os títulos positivos).
46
4.1.4 APF
Figura 14. Lâminas para pesquisa do APF (à esquerda) e imunofluorescência em queratinócitos orais humanos
(à direita). (25)
4.1.5 Medicações
4.1.6 Alimentação
Para início da coleta espectral por FTIR as amostras foram armazenadas à temperatura
ambiente (~25ºC) e homogeneizadas manualmente por 10s. Em seguida uma gota (1μl) foi
depositada sob uma janela de fluoreto de cálcio (CaF2) e liofilizado por 45 min
(Eppendorf Concentrator 5301) para eliminar a influência da água. Os espectros das
amostras de soro humano foram obtidos em modo de ponto por absorbância (74-79%), no
intervalo de 4000-900 cm-1, com 64 varreduras e resolução espectral de 4 cm-1 utilizando o
espectrofotômetro Spectrum Spotlight 400 FT-IR (Perkin Elmer) equipado com detector
MCT operando a temperatura do nitrogênio líquido, figura 15.
49
Figura 15. Microscópio FTIR (Spotlight 400-Perkin-Elmer), equipado com detector MCT (Mercury Cadmium
Telluride).
Para cada amostra, dois espectros foram coletados durante 25 segundos, com três
acumulações. Posteriormente todos os espectros foram introduzidos ao programa
WinSpec® e o processamento de sinal iniciado, seguindo as etapas: 1) A correção da linha
de base foi feita usando a rotina do programa Matlab®, que corrige o ruído de fundo do
espalhamento Raman através de uma função polinomial (108); 2) Os espectros médios de
cada amostra foram calculados e suavizados (smoothed) usando uma média adjacente para
remover o ruído de fundo; 3) Em seguida os espectros foram normalizados dividindo-se
pelo pico de 1430 cm-1, que corresponde a intensidade máxima dos espectros, 4) e
52
2
_
ni X i X
F k 1 [1]
i 1Si2
n
n i 1
_
Onde: X é o valor médio na enésima amostra; X é o valor médio de todas as amostras
Neste estudo não foi estipulado nenhuma restrição alimentar ou dieta padronizada para
todos os indivíduos envolvidos. As amostras de sangue foram coletadas pela manhã,
momento em que todos os voluntários relataram a ingestão de uma dieta leve. Em ambos
os grupos, os indivíduos faziam uso de medicações específicas.
No grupo reumático os tipos de drogas antireumáticas usadas e suas associações
dependiam do estágio, atividade e severidade da doença. As medicações mais utilizadas
foram: DMCD, corticoesteróides (usados em concentrações fisiológicas: quantidades
normalmente encontradas no organismo), antiinflamatórios não-esteroidais (AINE´s), e
antihipertensivos. No grupo controle 40% dos sujeitos reportaram fazer uso de medicações
antihipertensivas para controle da pressão arterial. (112, 113)
54
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3. Valor percentual (%) de fumantes, indivíduos que praticam atividade física (mínimo 3x/semana)
e alimentos ingeridos antes da coleta de sangue venoso no grupo N e AR.
N (%) AR (%)
VARIÁVEIS Sim Não p Sim Não p
Metotrexato 64 36 0.079
Prednisona 55 45 0.560
Leflunomida 26 74 *0.001
Cloroquina 13 87 *0.000
Adalimumabe 11 89 *0.000
Sulfasalazina 09 91 *0.000
Hidroxicloroquina 06 94 *0.000
Etanercepte 06 94 *0.000
Infliximabe 04 96 *0.000
Rituximabe 02 98 *0.000
Abatacepte 02 98 *0.000
Ciclosporina 02 98 *0.000
Antihipertensivos 47 53 0.771
AINEs 19 81 *0.000
1,0
0,0
0,0 0,5 1,0
1-Especificidade (%)
Figura 17. Curva ROC das análises laboratoriais ▲ FR e ● PCR que representa a sensibilidade em função de
(1-especificidade).
A figura 18 mostra a taxa de resultados positivos para ensaios do APF e ACPA para o
diagnóstico da AR, onde o ACPA têm sido considerado o biomarcador mais sensível e
específico para a doença. Ambos os marcadores têm sido amplamente avaliados como
uma poderosa ferramenta para o estabelecimento de um diagnóstico precoce da doença.
De acordo com o critério de classificação do ACR/ EULAR 2010, o ACPA pode preceder
a manifestação clínica da AR por muitos anos. E de acordo com nossos achados, este
também se faz presente mesmo após longos períodos de terapia medicamentosa.
61
80
ACPA
70
50
40
APF
30
20
10
0
Análises laboratoriais
Figura 18. Percentual de positividade do APF e ACPA.
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
5.1.3.1 Amida I
0,1
0,0 Amida I
2ª derivada
-0,1
-folha
-0,2
Média espectral
N AR
-hélice
-0,3
1700 1680 1660 1640 1620 1600
-1
Número de onda (cm )
Figura 20. Segunda derivada dos espectros médios do grupo N e AR na região de 1700-1600 cm-1.
Naumann et al. descreve que a absorção da banda de amida I em 1637 cm-1 pode ser
atribuída a estruturas ß-folhas de proteínas (relacionadas à globulinas) e os componentes
da banda em 1657 cm-1 à estruturas α-hélice (relacionadas à albumina) em análises
sorológicas humanas. (35) Muitos especialistas têm investigado esta molécula por
infravermelho na região de amida I. Miller et al. relata que a banda de absorção de 1644
cm-1 corresponde a espectros de proteínas desordenadas e polipeptídios em solução de
H2O. O pico de absorção em 1635 cm-1 também pode ser observado em proteínas que
contém estruturas ß-folhas. (135) De acordo com Ivanov et al. a região vibracional da
amida I é amplamente usada devido ao sinal mais intenso desta proteína, comparado por
exemplo, com a região de amida III. A deconvolução do espectro infravermelho da
albumina humana de doadores normais está na região de 1700-1600 cm-1. A banda de
absorção da amida I consiste em três picos máximos (~1684, 1656 e 1615 cm-1). O
componente mais intenso, com um valor máximo em 1656 cm-1, pode ser descrito como
vibrações de estiramentos de grupos CO de cadeias de polipeptídios em estruturas α-
hélice. (136) De acordo com Jackson e Mantsch, as proteínas apresentam regiões com
bandas de absorção induzidas por vibrações de grupos peptídeos. Para os espectros
infravermelho são as regiões de amida I, II e III. (137) Em contraste Bramanti e Benedetti
64
afirmam que através de análises com a albumina foi possível observar que as bandas no
infravermelho entre 1620 cm-1 e 1640 cm-1 são assinaturas de ß-strands. E que a banda em
torno de 1630 cm-1 têm sido proposta para representar segmentos-curtos de cadeias ß-
strands, conectando segmentos hélices e não estando envolvidas em típicas estruturas ß-
folhas. (138) Bourassa, Hasni e Tajmir-Riahi mencionam que a região de 1660-1654 cm-1
pertence a distintos tipos de estruturas secundárias referidas como α-hélice e que a região
de 1637-1614 cm-1 são estruturas ß-folhas de albumina livre e complexos albumina-àcido-
fólico. A associação da albumina com o ácido fólico resulta em redução do percentual de
estrutura α-hélice e aumento de estruturas ß-folhas. (139) Bértolo et al. notaram que os
pacientes reumáticos que fazem uso de glicocorticóides por um longo período (mais de
três meses) necessitam receber suplementação de àcido fólico e cálcio. (20) Baseado nesta
evidência sugere-se que o pico de 1660 cm-1 e 1640 cm-1 pode ter sido afetada por
distintas interações protéicas (vitaminas e medicações). A albumina está também
envolvida no transporte e disposição de ligantes endógenos e exógenos presentes no
sangue. Além de participar na distribuição e metabolismo de substâncias presentes no
soro, servindo como carreadora para medicações. (140) A interação de medicações anti-
reumáticas como o MTX com a albumina foi confirmada pelo cientista Sulkowska et al.
por espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio. (141) Apesar das
possíveis alterações conformacionais sofridas pela albumina, as pequenas variações
detectadas por espectroscopia no FTIR não mostraram variações significativas entre os
grupos N e AR no pico de 1660 cm-1 atribuído a estruturas α-hélice, com valor de p>0.05.
No entanto o soro não é composto apenas por albumina, mas também por globulinas
(α-1, α-2, ß e γ), lipídeos, carboidratos, glicose entre outros. As gamaglobulinas (γ)
correspondem às imunoglobulinas, que são proteínas que atuam como anticorpos,
representando cerca de 9-20% das proteínas no soro, (142) enquanto as albuminas ocupam
cerca de 50%. (48) As proteínas globulares ou globulinas incluem enzimas, proteínas de
transporte, proteínas motoras, proteínas regulatórias, proteínas de defesa (imunoglobulinas
ou gamaglobulinas) e outras proteínas com muitas funções. (42)
Em contraste, a região de 1644-1636 cm-1 relacionadas às gamaglobulinas (35)
mostrou variações significantes com p<0.05. Estas variações podem também ser atribuídas
a globulinas presentes nos pacientes com AR e não apenas às albuminas. Os indivíduos
com AR apresentam maiores variações de ß-folha em relação ao grupo N com valor de
p<0.05. Fato este, que pode estar associado com o processo inflamatório que eleva os
65
5.1.3.2 Amida II
0,0
Amida II
2ª derivada
-0,1
-hélice
Média espectral
N AR
-0,2
Wang et al. relata que o pico de 1547 cm-1 corresponde a bandas vibracionais de
estruturas α-hélice. (145) Ivanov et al. menciona que a região de absorção da banda de
amida II consiste em quatro componentes, com intensidade máxima nos picos de 1573 cm-
66
1
, 1548 cm-1, 1537cm-1 e 1514 cm-1. Em adição, os indivíduos saudáveis mostraram
maiores variações comparados aos pacientes com AR na faixa de 1548-1546 cm-1 e no
pico de 1530 cm-1, com valor de p<0.05. Estas pequenas alterações pode ser devido a
estruturas α-hélice relacionadas com a albumina. (136) Alárcon et al. sugere que pacientes
com AR apresentam um maior risco em desenvolver hipoalbuminemia devido ao uso de
medicações anti-reumáticas. (146)
A figura 22 mostra os modos de estiramento C-N e deformação N-H de amida III, que
aparece na faixa de 1320-1220 cm-1 ou 1330-1220 cm-1 respectivamente. (97, 144)
0,010
0,000
2ª derivada
-0,005
-0,010
Média espectral
-0,015
N AR
-0,020
1320 1300 1280 1260 1240 1220
-1
Número de onda (cm )
Figura 22. Segunda derivada dos espectros médios dos grupos N e AR na região de 1320-1220 cm-1.
A banda de absorção mais intensa localiza-se nos picos de 1309 cm-1, 1266 cm-1 e
1241 cm-1 que são assinaturas para conformação α-hélice e agrupamento de proteínas
67
desordenadas. Além de apresentar fracas bandas em 1225 cm-1 e 1205 cm-1 para estruturas
ß-folhas para albumina humana. (136) Wang et al. relata que vibrações OH de água não
interfere na banda de amida III. A assinatura de diferentes elementos de estruturas
secundárias em amida III (1330-1220 cm-1) pode ser usada para estimar a sobreposição de
bandas na região. O autor também menciona a presença de estruturas alfa-hélice na região
de 1330-1290 cm-1, random coil em 1270-1250 cm-1, beta turn em 1290-1270 cm-1 e ß-
folha em 1250-1220 cm-1. Finalmente, descreve que a formação de estruturas ß-folhas
aparece com alterações conformacionais de proteínas causadas pelo calor. (145)
Nas análises intra-grupo, o grupo AR mostrou maiores variações em relação ao grupo
N com p<0.05 nas faixas de 1278-1262 cm-1, 1242-1224 cm-1 e 1304-1296 cm-1. No
entanto, estas variações podem estar associadas com diferentes estruturas presentes no
soro. Gunasekaran et al. descreve que o pico de 1240 cm-1 corresponde a outras
biomoléculas como vibrações de estiramento assimétrico de fosfolipídios. (92)
As divergências na denominação e caracterização de substâncias sorológicas
dificultam a interpretação e validação dos achados. As bandas sobrepostas mascaram uma
melhor explanação a respeito das alterações espectrais nestas regiões.
Diferentes estudos envolvendo a análise do soro humano por FTIR mostram
diferenças na classificação das bandas. As alterações ressaltadas em diferentes bandas
espectrais são pobremente exploradas e um maior entendimento se faz necessário. O
grande número de variáveis envolvendo as análises sorológicas como alimentação,
medicação e tabagismo dificulta a eficácia da interpretação destas alterações. Todavia a
técnica de FTIR mostrou-se eficaz na identificação de proteínas sorológicas que podem ser
usadas como parâmetro para avaliar a hipoalbuminemia (diminuição de albumina
plasmática) ou hiperalbuminemia (aumento de albumina plasmática) e imunoglobulinas ou
globulinas. Finalmente, as análises laboratoriais do ACPA de segunda geração provaram
ser o mais específico para o diagnóstico da artrite reumatóide mesmo após longos períodos
de terapia medicamentosa (pacientes crônicos).
68
Os resultados das análises Raman são apresentados em duas partes. Na primeira parte
todas as amostras foram analisadas usando os testes clínicos padrão e os valores de
especificidade e sensibilidade foram determinados. Na segunda parte todas as amostras
foram analizadas usando a metodologia Raman desenvolvida neste trabalho e os valores
de especificidade e sensibilidade determinados. Finalmente providenciamos uma
interpretação biológica a partir dos dados coletados pela técnica Raman.
1,0
(0.54, 1.00)
Sensibilidade (%)
(0.58, 0.87)
0,5
A figura 24 mostra a média espectral dos grupos N e AR. Para tentar auxiliar na
identificação de sutis diferenças, uma linha residual foi criada, após subtração dos
espectros dos grupos AR e N. As flutuações negativas e positivas foram representadas
pela área escura preenchida, indicando as variações bioquímicas. Esta figura evidencia
pequenas diferenças na estrutura molecular do soro de ambos os grupos. Baseados nesta
evidência, a estatística inferencial foi usada para ressaltar as variações bioquímicas do
soro.
Espectros Médios
1 2 3 N 4 5 6 7 8
1,0
AR
Intensidade normalizada (u.a.)
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
Subtração (AR-N)
A análise das componentes principais (CPs) foi realizada na faixa de 775 cm-1 a 1775
cm-1 pela matriz de covariância. A figura 25 mostra o loading plot para as seis primeiras
CPs, que corresponde às variações das CPs em função do deslocamento Raman. (As seis
primeiras CPs foram consideradas com base nos autovalores e na proporção de variação,
que foram respectivamente: CP1) 11.87 e 29.7%; CP2) 8.99 e 22.5%; CP3) 4.93 e 12.3%;
71
CP4) 3.21 e 8%; CP5) 2.6 e 6.5%; CP6) 1.3 e 3.4%. A CP 1, 2 e 3 representam 64.5% da
variância total dos dados.
I II III IV V VI VII
10
CP6
0
-10
10
CP5
-10
10
CP4
0
-10
10
CP3
0
-10
10
CP2
0
-10
10
CP1
-10
Grupos classificados N AR
N 14 1
AR 2 23
Total 16 24
Número de acertos 14 23
1,0
AUC 0.90625
Sensibilidade (%)
0,5
Raman
0,0
A dieta alimentar e o regime de drogas vêm sendo descritos como possíveis fatores
que interferem nas análises espectrais por Raman. A seguir discutimos e referimos alguns
estudos que documentam alguns destas interferências, ocasionando mudanças na
concentração e conformação de proteínas e lipídeos no soro humano.
As DMCDs como o metotrexato (MTX) e leflunomida, são as principais medicações
usadas por pacientes com AR neste estudo. O MTX é uma medicação que atua como um
anti-folato e são comumente usadas no tratamento da AR, podendo estar associada com
outras medicações, como leflunomida. O uso prolongado de MTX causa intolerância
gastrointestinal, mucosites, alopecia e complicações mais graves/e ou raras como
anormalidades hematológicas, hepatoxicidade e toxicidade pulmonar. (152-155) O
leflunomida inibe a síntese de pirimidina e regula a proliferação de células T CD4 (156),
que pode causar náusea, diarréia, alopecia, hipertensão, e elevação dos níveis de algumas
enzimas no fígado. No entanto ambas as medicações não estão associadas com
dislipidemias. (152) Park et al. descrevem que a disfunção hepática não é comum mesmo
com altas doses de MTX, desde que os fatores de riscos sejam controlados durante a
utilização da medicação. (157) Park et al. sugerem que as alterações lipídicas estão
presentes antes do início da terapia medicamentosa com DMDC´s. (158) Neste estudo a
monitorização laboratorial através do hemograma completo, testes de função hepática
(AST e ALT), e monitoramento da creatinina foram usados para checar possíveis efeitos
colaterais nos pacientes com AR. Kermani e Luthra afirmam que o uso do ácido fólico
74
durante o tratamento com MTX reduz os efeitos colaterais. A combinação destas drogas é
feita por muitos de nossos pacientes. (159)
Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) como diclofenaco e cetoprofeno tem
um potente efeito antiinflamatório com propriedades analgésicas e antipiréticas, sendo
bem absorvidas oralmente e dissolvidas nos fluidos intestinais. (160) A dipirona é um
potente analgésico que causa menores efeitos adversos. (161)
Os corticosteróides como prednisona são usados apenas em casos de dor intensa e são
ingeridos em doses fisiológicas (quantidades normalmente encontradas no corpo) em
combinação com suplementação de carbonato de cálcio (CaCO3) e vitamina D
(colecalciferol). O uso de corticosteróide esta associado com sérias disfunções, como
hipertensão, retenção de líquidos, distúrbios gastrointestinais, aumento da glicose no
sangue, osteoporose e dislipidemia. (152) Contudo, no grupo AR, estas medicações foram
prescritas apenas em doses fisiológicas, durante crises álgicas.
Outras classes de medicações consideradas em nosso estudo são os antihipertensivos
como os ß-bloqueadores (Atenolol), inibidores da ECA (captopril e enalapril), diuréticos
(hidroclorotiazida) e bloqueadores dos receptores de angiotensina II. Papadakis et al.
afirmaram que medicações antihipertensivas não causam alterações significativas nos
níveis de lipídeos. (162) Krone, Nagele e Hamburg sugeriram que antagonistas ß-
adrenérgicos e antagonistas de cálcio afetam o metabolismo lipídico, mas estas mudanças
não foram claramente elucidadas, o que sugere que as análises anteriores precisam ser
reinvestigadas para excluir a preexistência de dislipidemias. (163) Hadda et al. relata que
os níveis de lipídeos em pacientes com AR tendem a normalizar com o controle da
atividade da doença com uso das medicações anti-reumáticas. (164) Steiner e Urowitz
mostraram que DMCD apresentam efeitos benéficos sobre a inflamação e manutenção dos
níveis lipídicos, limitando com isso, o risco de doenças cardiovasculares. (165) Seven et
al. mostraram que o aumento de lipídeos, proteínas, marcadores de oxidação de DNA, e
fatores antioxidantes pode indicar a atividade da AR, mostrando que a peroxidação
lipídica pode servir como um marcador para a AR. (166) Estes estudos corroboram com os
achados de nosso estudo, mostrando que anormalidades lipídicas encontradas pela
espectroscopia Raman pode predizer a atividade da AR.
75
Os espectros Raman foram divididos em várias partes, sendo baseados nas assinaturas
moleculares da tabela 3 e também da variância obtida a partir da análise das CPs (figura
24). As figuras 23 e 24 apresentam regiões espectrais selecionadas, separando os seguintes
intervalos espectrais: I) 776 cm-1 -900 cm-1; II) 902 cm-1 - 1049 cm-1; III) 1051 cm-1 -1098
cm-1; IV) 1100 cm-1-1180 cm-1; V) 1181 cm-1- 1370 cm-1; VI) 1372 cm-1- 1599 cm-1, e
VII) 1601 cm-1 -1776 cm-1.
Para determinação da significância estatística de cada região analisada, as áreas foram
calculadas e analisadas pelo teste estatístico paramétrico. (172) O teste paramétrico
76
assume que ambos os grupos AR e N têm uma distribuição normal. Para cada região
espectral, o teste de normalidade foi verificado por meio da estatística descritiva usando o
método de Kolmogorov e Smirnov também conhecido como Teste (KS). (109)
As regiões foram analizadas usando o método ANOVA One-Way. (109) As regiões II,
III, IV e V apresentam um número intenso de variações como mostrado na figura 24
(Subtração: AR-N), mas estas regiões não foram estatisticamente relevantes devido a
elevada variância dos dados. As variações presentes nestas regiões são decorrentes de
outras variáveis (ver seção 5.2.3). As regiões I, VI e VII têm variações que são
estatisticamente significantes e podem ser decorrente da AR. As áreas calculadas para
estas regiões com valores de p significantes são mostrados na figura 27.
90
N
*p significante <0.05
80 AR
* p 1372-1599
70
* p 1601-1776
60
Àrea (u.a)
50
* p 776-900
40
30
20
10
0
1 6 7
Grupos
Figura 27. Resultados estatísticos dos intervalos espectrais.
plasmáticas mais abundantes no soro são as albuminas que contribuem para o transporte e
processos regulatórios das células. A fosforilação da tirosina é importante para a regulação
de vários processos fisiológicos como a proliferação celular, migração e diferenciação.
(172) No entanto, há estudos que afirmam que diferentes tirosinas participam na
fisiopatologia da AR, e que os inibidores destas tirosinas contribuem para a redução dos
sintomas e da atividade da doença. Existem evidências de que os inibidores da tirosina
quinase têm a capacidade de inibir a produção de citocinas. (174) O triptofano é
necessário para a biosíntese de proteínas e é um precursor para vários compostos
biologicamente importantes. In vivo, ocorre uma maior degradação do triptofano induzido
por citocinas durante a resposta imune celular. (175) Com relação ao triptofano,
evidências têm mostrado que pacientes com AR apresentam uma deficiência na
concentração de peptídeos livres, que poderá resultar em menor proteção dos tecidos
conectivos durante a instalação de um processo inflamatório. (176) A variação da área
calculada em 829-851 cm-1 pode indicar um maior envolvimento de modos tirosinas em
pacientes com AR que perpetuam o processo inflamatório. As citocinas são mediadores
protéicos que atuam localmente, e estão envolvidos em quase todas importantes atividades
biológicas (crescimento celular, ativação, inflamação, imunização e diferenciação). (177)
Assim verifica-se que não há um consenso entre vários estudos sobre o papel da citocina
nas doenças auto-imunes, como a AR. (17, 177, 178) Estudos sugerem que o aumento de
citocinas como IL-1α, IL-8 e TNF-α não são derivadas de monócitos circulantes de
pacientes com AR. Alguns autores acreditam que a fonte destas citocinas é a articulação
inflamada. (177, 179) No caso da AR, o aumento na concentração de PFA, IL-1, TNF-α, e
IL-6 no sistema circulatório é comumente associado com o estágio severo, durante a
progressão da doença. (180) No entanto os modos vibracionais de citocinas são ainda
desconhecidos. Muitos autores vêm estudando o soro por FTIR e modos vibracionais na
região de (900-1300 cm-1) têm sido correlacionado com modos de estiramento CO de
glicose e lactato. (88, 89, 96)
78
Esta região apresenta modos atribuídos a albumina (720-1602 cm-1) (87, 167) como
mostrado na tabela 7. A albumina está envolvida no transporte de íons metais, ácidos
graxos, bilirrubina e drogas no sangue. Além disso, também está associada à
farmacocinética de várias medicações que podem estar ligadas a esta proteína. As
alterações nos modos vibracionais da região VI pode ser devido ao uso de drogas anti-
reumáticas usadas por pacientes com AR. (48, 181) Pezolet, Pigeon-Gosselin e Coulombe
(1976) descrevem que a região de 1406 cm-1 pode corresponder a estiramentos de modos
vibracionais de imunoglobulinas G (IgG) que por sua vez, são compostas por cadeias de
peptídicas e triptofano na faixa de 1554-1584 cm-1. (182) Deléris e Petibois (2003)
informam que esta região pertence à assinaturas moleculares para estiramentos COO- e
deformação CH2 e CH3 de aminoácidos, ácidos graxos, fosfolípideos e triglicerídeos. (88)
carboidratos e glicose (88, 89, 187-189) e também para avaliar alterações na composição
sorológica. (190) A espectroscopia Raman é um importante método analítico para
identificação de moléculas específicas (191) e pode ser usada para valor diagnóstico ou
prognóstico para verificação de alterações bioquímicas. (191, 192) Um dos fatores
limitantes encontrados é a falta de padronização das bandas espectrais de moléculas
específicas presentes no soro. A idealização de novos marcadores se faz necessário para
tentar estabelecer uma relação entre análises sorológicas e a espectroscopia óptica através
de entidades químicas que não sofram a interferência de fatores alimentares ou interações
medicamentosas.
80
6 CONCLUSÕES
7 TRABALHOS FUTUROS
REFERÊNCIAS
(2) WALJEE, J.F.; CHUNG, K.C. Outcomes research in rheumatoid arthritis. Hand.
Clin., v.27, p.115-126, 2011.
(6) EBRINGER, A.; RASHID, T.; WILSON, C. Rheumatoid arthritis, proteus, anti-
CCP anibodies and Karl Popper. Autoimmun. Rev., v.9, p.216-223, 2010.
(7) WYNESS, S.P., et al. Performance characteristics of three random access cyclic
citrullinated peptide antibody assays. Clin. Chim. Acta., v.411, p.428-432, 2010.
(10) MATA, M.S., et al. Dor e funcionalidade na atenção básica à saúde. Cien.
Saude Col., v.16, p.221-230, 2011.
83
(11) PEREIRA, J.R., et al. Análise das demandas judiciais para o fornecimento de
medicamentos pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina nos anos de
2003 e 2004. Cien. Saude Col., v.15, p.3551-3560, 2010.
(12) HARO, I., et al. Antibodies against β-fibrin synthetic peptides: a study of their
association with the immunogenetic background and disease course of
Rheumatoid Arthritis patients. Eur. J. Med. Chem., v.11, p.S0223-5234, 2011.
(13) FILIPOVIC, I., et al. Quantifying the economic burden of productivity loss in
rheumatoid arthritis. Rheum. Adv., v.50, p.1083-1090, 2011.
(21) ARNETT, F.C., et al. The American Rheumatism Association 1987 revised
criteria for the classification of rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum., v.31,
p.315-324, 1988.
84
(23) MALAVIYA, A.N., et al. Effect of baseline rheumatoid factor (RF) levels on
DAS28-response to standard DMARD-combination treatment in patients with
rheumatoid arthritis (RA). Indian J. Rheum., v.4, p.51-55, 2009.
(24) CAI, B., et al. Performance evaluation of Elecsys analysis system for anti-
cyclic citrullinated peptide detection in comparison with commercially available
ELISA assays in rheumatoid arthritis diagnosis. Clin. Biochem., v.44, p.989-
993, 2011.
(25) SANTOS, W.S., et al. Diagnostic value of antiperinuclear factor and anti-
stratum corneum antibody in rheumatoid arthritis. Rev. Bras. Reumatol., v.37,
p.251-259, 1997.
(28) NARVÁEZ, J., et al. Usefulness of magnetic resonance imaging of the hand
versus anticyclic citrullinated peptide antibody testing to confirm the diagnosis of
clinically suspected early rheumatoid arthritis in the absence of rheumatoid factor
and radiographic erosions. Semin. Arthritis Rheum., v.38, p.101-109, 2008.
(34) RANIERO, L., et al. In and ex vivo breast disease study by Raman
Spectroscopy. Theor. Chem. Acc., 2011. Doi:10.1007/s00214-011-1027-7.
(35) NAUMANN, D.; LASCH, P.; FABIAN, H. Cells and biofluids analysed in
aqueous environment by infrared spectroscopy. In: Biomedical Vibrational
Spectroscopy III: Advances in Research and Industry. Proc. Spie., v. 6093
609301, p. 1-12, 2006.
(37) FOLKOW, B., NEIL, E. Circulation. New York: Oxford University Press,
1971. 593 p.
(39) THORPE, R., et al. Detection and measurement of cytokines. Blood Rev., v.6,
p.133-48, 1992.
(43) CHAMPE, P.C.; HARVEY, R.A. Bioquímica Ilustrada. In: Estrutura das
proteínas. São Paulo: Artmed, 1994. 19-29 p.
86
(44) VOET, D.; VOET, J.G.; PRATT, C.W. Fundamentos de Bioquímica. São
Paulo: Artmed, 1999. 94, 125-157 p.
(55) GOELDNER, I., et al. Artrite reumatóide: uma visão atual. J. Bras. Patol.
Med. Lab., v.47, p.495-503, 2011.
87
(57) KLARESKOG, L., et al. A new model for an etiology of rheumatoid arthritis:
smoking may trigger HLA-DR (shared epitope)-restricted immune reactions to
autoantigens modified by citrullination. Arthritis Rheum., v.54, p.38-46, 2006.
(58) HARTY, L.C.; VEALE, D.J. Irish smokers with rheumatoid arthritis suffer
more than their smoking counterparts. J. Rheumatol., v.37, p.1062, 2010.
(62) LIAO, F., et al. Porphyromonas gingivalis may play an important role in the
pathogenesis of periodontitis-associated rheumatoid arthritis. Med. Hyp., v.72,
p.732-735, 2009.
(63) PIZZO, G., et al. Dentistry and internal medicine: from the focal infection
theory to the periodontal medicine concept. E.J.I.M., v.21, p.496-502, 2010.
(66) JIANG, M., et al. Risk factors of gastrointestinal and hepatic adverse drug
reactions in the treatment of rheumatoid arthritis with biomedical combination
therapy and Chinese medicine. J. Ethnopharmacol., 2011.
Doi.org/10.1016/j.jep.2011.07.026.
(68) SUTTON, B., et al. The structure and origin of rheumatoid factors. Immunol.
Today., v.4, p.177-183, 2000.
(69) RYU, H.J., et al. The diagnostic utilities of anti-agalactosyl IgG antibodies,
anti-cyclic citrullinated peptide antibodies, and rheumatoid factors in rheumatoid
arthritis. Rheumatol. Int., v.31, p.315-319, 2011.
(75) SEBBAG, M., et al. The antiperinuclear factor and the so-called antikeratin
antibodies are the same rheumatoid arthritis-specific autoantibodies. J. Clin.
Invest., v. 95, p.2672-2679, 1995.
(76) ALIVERNINI, S., et al. Citrullination: the loss of tolerance and development
of autoimmunity in rheumatoid arthritis. Reumatismo., v. 60, p.85-94, 2008.
(79) GÖEB, V.; JOUEN, F.; GILBERT, D.; LE LÖET, X.; TRON, F.; VITTECOQ,
O. Diagnostic and prognostic usefulness of antibodies to citrullinated peptides.
Joint Bone Spine., v.76, p.343-349, 2009.
89
(80) CAI, B., et al. Performance evaluation of Elecsys analysis system for anti-
cyclic citrullinated peptide detection in comparison with commercially available
ELISA assays in rheumatoid arthritis diagnosis. Clin. Biochem., v.44, p.989-
993, 2011.
(81) SZODORAY, P., ET AL. Anti-citrullinated protein/peptide autoantibodies in
association with genetic and environmental factors as indicators of disease
outcome in rheumatoid arthritis. Autoimmun. Rev., v.9, p.140-143, 2010.
(91) HEISE, H.H., et al. Multicomponent assay for blood substrates in human
plasma by Mid-Infrared Spectroscopy and its evaluation for clinical analysis.
Appl. Spectrosc., v.48, p.85-95, 1994.
(96) PETIBOIS, C., et al. Glucose and lactate concentration determination on single
microsamples by Fourier-transform infrared spectroscopy. J. Lab. Clin. Med.,
v.135, p.210-215, 2000.
(97) LIU, Y., et al. Studies on the interaction of total saponins of panax notoginseng
and human serum albumin by Fourier transform infrared spectroscopy.
Spectrochim. Acta Part A., v.59, p.2747-2758, 2003.
(106) HOET, R.M.; VOORSMIT, A.C.A.; VAN VENROOIJ, W.J. The perinuclear
factor, a rheumatoid arthritis-specific autoantigen, is not present keratohyalin
granules of cultured buccal mucosa cell. Clin. Exp. Immunol., v.84, p.59-65,
1991.
(110) VAN VENROOIJ, W.J.; VAN BEERS, J.J.B.C.; PRUIJN, G.J.M. Anti-CCP
antibody, a marker for the early detection of rheumatoid arthritis. The Year in
Immunology. Ann. NY. Acad. Sci., v. 1143, p.268-285, 2008.
(111) HEIDARI, B.; HEIDARI, P.; TAYEBI, M.E. The value of changes in PCR and
ESR for predicting treatment response in rheumatoid arthritis. APLAR J.
Rheumatol., v.10, p.23-28, 2007.
92
(112) LIN, F., et al. Pilot-scale production of low molecular weight peptides from
corn wet milling byproducts and the antihypertensive effects in vivo and in vitro.
Food Chem., v.124, p.801-807, 2011.
(119) STAIB, A., et al. Disease pattern recognition testing for rheumatoid arthritis
using infrared spectra of human serum. Clin. Chim. Acta., v.308, p.79-89, 2001.
(123) KLAASEN, R., et al. The value of rheumatoid factor and anti-citrullinated
protein antibodies as predictors of response to infliximab in rheumatoid arthritis:
an exploratory study. Rheumatol., v.50, p.1487-1493, 2011.
(125) ATZENI, F., et al. Adalimumab clinical efficacy is associated with rheumatoid
factor and anti-cyclic citrullinated peptide antibody titer reduction:one-year
prospective study. Arthritis Res. Ther., v.8, p.1-8, 2006.
(129) LIND, L., et al. Long-term metabolic effects of antihypertensive drugs. Am.
Heart J., v.128, p.1177-1183, 1994.
(131) VAN DER LINDEN, M.P., et al. Toward a data-driven evaluation of the 2010
American College of Rheumatology/European League against rheumatism
criteria for rheumatoid arthritis: Is it sensible to look at levels of rheumatoid
factor? Arthritis Rheum., v.63, p.1190-1199, 2011.
(132) ZAVALA-CERNA, M.G., et al. Serum IgG activity against cyclic citrullinated
peptide in patients evaluated for rheumatoid factor correlates with the IgM
isotype. Rheumatol. Int., v.28, p.851-857, 2008.
94
(134) ROMIC, Z., et al. Anti-citrullinated protein antibody and rheumatoid factor in
patients with end-stage renal disease. Clin. Chem. Lab. Med., v.47, p.959-962,
2009.
(136) IVANOV, A.I., et al. Infrared and Raman spectroscopic of the structure of
human serum under various ligand loads studies albumin. J. Appl. Spectrosc.,
v.60, p.5-6, 1994.
(137) JACKSON, M.; MANTSCH, H.H. The use and misuse of FTIR spectroscopy
in the determination of protein structure. Crit. Rev. Biochem. Mol. Biol., v.30,
p.95-120, 1995.
(139) BOURASSA, P.; HASNI, I.; TAJMIR-RIAHI, H.A.. Folic acid complexes
with human and bovine serum albumins. Food Chem., v.129, p.1148-1155,
2011.
(140) LI, Y., et al. Interaction of rhein with human serum albumin investigation by
optical spectroscopy technique and modeling studies. Biochim. Biophys. Acta.,
v.1774, p.51-58, 2007.
(146) ALARCÓN, G.S., et al. Risk factors for methotrexate-induced lung injury in
patients with rheumatoid arthritis: A multicenter, case-control study. Ann.
Intern. Med., v.127, p.356-364, 1997.
(148) BIZARRO, N., et al. Diagnostic accuracy of the anti-citrulline antibody assay
for rheumatoid arthritis. Clin. Chem., v.47, p.1089-1093, 2001.
(151) ROGOWSKI, O., et al. Introducing the wide range C-reactive protein (wr-
PCR) into clinical use for the detection of microinflammation. Clin. Chim.
Acta., v.358, p.151-158, 2005.
(153) STAMP, L., et al. The use of low dose methotrexate in rheumatoid arthritis-are
we entering a new era of therapeutic drug monitoring and pharmacogenomics.
Biomed. Pharmacother., v.60, p.678-687, 2006.
96
(157) PARK, S.H.; CHOE, J.Y.; KIM, S.K. Assessment of liver fibrosis by transient
elastography in rheumatoid arthritis patients treated with methotrexate. Joint
Bone Spine., v.77, p.588-592, 2010.
(158) PARK Y. B., et al. Effects of antirheumatic therapy on serum lipid levels in
patients with rheumatoid arthritis:a prospective study. Am. J. Med., v.113,
p.188-193, 2002.
(162) PAPADAKIS, J.A., et al. Effect of hypertension and its treatment on lipid,
lipoprotein(a), fibrinogen, and bilirubin levels in patients referred for
dyslipidemia. Am. J. Hypertens., v.12, p.673-681, 1999.
(164) HADDA V., et al. Disease activity and lipids in rheumatoid arthritis: a
prospective study. Indian J. Rheumatol., v.4, p.137-140, 2007.
97
(165) STEINER, G.; UROWITZ, M.B. Lipid profiles in patients with rheumatoid
arthritis: mechanisms and the impact of treatment. Semin. Arthritis Rheumatol.,
v.38, p.372-381, 2009.
(166) SEVEN, A., et al. Lipid, protein, DNA oxidation status in rheumatoid arthritis.
Clin. Biochem., v.14, p.538-543, 2008.
(167) QI, D.; BERGER, A.J. Chemical concentration measurement in blood serum
and urine samples using liquid-core optical fiber Raman spectroscopy. Appl.
Opt., v.46, p.1726-1734, 2007.
(169) VIRKLER, K.; LEDNEV, I.K. Raman spectroscopic signature of blood and its
potential application to forensic body fluid identification. Anal. Bioanal. Chem.,
v.396, p.525-534, 2010.
(170) HERRERO, AM., et al. Plasma powder as cold-set binding agent for meat
system: Rheological and Raman spectroscopy study. Food Chem., v.113, p.493-
499, 2009.
(171) FLEURY, F., et al. Camptothecin-binding site in human serum albumin and
protein transformations induced by drug binding. FEBS Lett., v.411, p.215-220,
1997.
(172) PAJEVIC, S.; BASSER, P.J. Parametric and non-parametric statistical analysis
of DT-MRI data. J. Magn. Reson., v.161, p.1-14, 2003.
(173) XIE, Y., et al. The Raman detection of peptide tyrosine phosphorylation. Anal.
Biochem., v.332, p.116-121, 2004.
(176) MCARTHUR, JN., et al. Mode of action of antirheumatic drugs. Br. Med. J.,
v.2, p.667-679, 1971.
98
(178) CASSIM, B.; MODY, G.; BHOOLA, K.D. Kallikrein cascade and cytokines in
inflamed joints. Pharmacol. Ther., v.94, p.1-34, 2002.
(185) SADLER, P.J.; TUCKER, A.; VILES, J.H. Involvement of a lysibe residue in
the N-terminal Ni2+ and Cu2+ binding site of serum albumins. Comparison with
Co2+, Cd2+ and A13+. Eur. J. Biochem., v.220, p.193-200, 1994.
(190) LASCH, P., et al. Detection of preclinical scrapie from serum by infrared
spectroscopy and chemometrics. Anal. Bioanal. Chem., v.387, p.1791-1800,
2007.
ANEXO B: Questionário
102
O pesquisador irá utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa.
103
Consentimento:
DECLARO QUE LI E ENTENDI TODAS AS INFORMAÇÕES E CONCORDO COM A MINHA
PARTICIPAÇÃO. TENHO LIBERDADE DE RETIRAR O MEU CONSENTIMENTO EM QUALQUER
FASE DA PESQUISA, CASO NÃO QUEIRA CONTINUAR PARTICIPANDO DA MESMA, SEM
PREJUÍZO ALGUM PERANTE O AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES DA UNIFESP E/OU
SERVIÇO DE HEMATOLOGIA OU HEMOTERAPIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.
Nome do participante:
Assinatura:
104