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lémure-de-cauda-anelada[4] (lêmure-de-cauda-anelada em PB) (Lemur catta) é


um primata estrepsirrino de grandes dimensões e o lémure mais reconhecível devido à sua
cauda anelada de cores preta e branca. Pertence à família Lemuridae, uma das quatro
famílias de lémures. É o único membro do género Lemur. Tal como os outros lémures
é endémico da ilha de Madagáscar. Denominado localmente por hira (malgaxe)
ou maki (francês e malgaxe),[5] habita florestas de galeria e zonas arbustivas de
espinhosas, nas regiões mais a Sul da ilha. É herbívoro e é o mais terrestre dos lémures.
O animal é diurno, estando ativo exclusivamente em horas com luz de dia.
O lémure-de-cauda-anelada é altamente social, vivendo em grupos de até 30 indivíduos.
Quem domina são as fêmeas, uma característica comum nos lémures mas pouco comum
entre outros primatas. Para permanecerem quentes e para reafirmar os laços sociais,
amontoam-se formando uma bola de lémures. O lémures-de-cauda-anelada também
expõe o seu corpo ao Sol, sentando com postura ereta encarando a superfície inferior,
com o seu pelo branco mais fino exposto em direção à luz solar. Como outros lémures,
esta espécie depende fortemente do sentido do olfato e marca o seu território através
de glândulas odoríferas. Os machos têm uma forma peculiar de marcação por odores e
participam num comportamento de luta de cheiros, impregnando a sua cauda com o seu
odor e provocando lufadas de cheiro contra os oponentes.
Sendo um primatas mais vocais, o lémure-de-cauda-anelada utiliza
numerosas vocalizações, incluindo avisos de alarme e de coesão de grupo..[6] Apesar de
não possuir um cérebro muito grande (em relação aos primatas simiformes), experiências
mostraram que o lémure-de-cauda-anelada pode organizar sequências,
[7]
 perceber operações aritméticas básicas[8] e selecionar preferencialmente ferramentas
com base nas suas qualidades funcionais.[9]
Apesar de estar listada como espécie quase ameaçada pela Lista Vermelha da IUCN e
sofrendo de destruição de habitat,[2] o lémur-de-cauda-anelada reproduz-se de maneira
expedita em cativeiro e é o lémure com maior população em jardins zoológicos de todo o
mundo, atingindo números superiores a dois mil indivíduos.[10] Vive tipicamente 16 a 19
anos em estado selvagem e 27 anos em cativeiro.[11]

Etimologia
O termo lémur foi selecionado pelos biólogos porque os chamamentos de algumas
espécies de lémures traziam à mente os lamentos dos espíritos dos mortos, ou lemures,
da mitologia romana.[12] O nome específico, catta, deriva da semelhança entre as
vocalizações destes lémures e as dos gatos domésticos[13]

História evolutiva
Todos os fósseis de mamíferos de Madagáscar são de tempos recentes.[14] Por isso, pouco
é conhecido acerca da evolução do lémures-de-cauda-anelada. De referir que a
infraordem Lemuriformes compreende a inteira população primata endémica da ilha. No
entanto, evidências cromossómicas e moleculares sugerem que os lémures são mais
relacionados entre si do que com outros primatas estrepsirrinos. Para que isto possa ter
acontecido, pensa-se que uma pequena população ancestral chegou a Madagáscar
através de uma única dispersão do tipo rafting entre 50 e 80 milhões de anos atrás.[12][14]
[15]
 Subsequente radiação evolutiva e especiação criaram a diversidade de lémures
observada atualmente em Madagáscar. Pensa-se que o próprio lémur-de-cauda-anelada
partilhe afinidades mais próximas que o resto da subfamília Lemurinae, com os lémures do
género Hapalemur,[16][17] que pode ser um grupo irmão da família Lemuridade.[18]

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