1.5. Análise de Circuitos de Corrente Contínua

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Elemento de Competência da Unidade Didáctica

Caro(a) estudante!

Na unidade didáctica I, familiarizámo-nos com os principais parâmetros eléctricos,


nomeadamente tensão, corrente, potência. Falámos dos circuitos eléctricos e
seus componentes básicos e demos mais ênfase aos receptores. Nesta unidade
didáctica, vamos analisar circuitos eléctricos complexos de corrente contínua à
base das leis de Ohm e de Kirchhoff, circuitos esses que, para além de fontes de
tensão (reais ou ideais), terão também fontes de corrente ideais. Para análise dos
circuitos, teremos que utilizar métodos de transformação de redes, teoremas de
redes e modelos matemáticos. Vamos propor cinco (5) métodos úteis para análise
de circuitos complexos, em que, para cada um deles, vamos apresentar o
algoritmo de análise, a dedução do modelo matemático, dois (2) exemplos por
nós resolvido e outros dois (2) para você resolver. Dos cinco (5) métodos, apenas
três (3) serão discutidos e experimentados laboratorialmente e os restantes para
seu estudo individual.

Assim, ao terminar o estudo desta unidade didáctica, você deverá ser capaz de:

Elementos de Competência da Unidade Didáctica

Analisar circuitos eléctricos lineares de corrente contínua, sob o ponto de vista


teórico e prático

Eng. Vithor Nypwipwy 1


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Objectivos

No final desta unidade didáctica, você deve ser capaz de:

1. Definir e diferenciar os conceitos de malha, ramo e nó;

2. Aplicar a lei de Ohm para análise de um ramo de um circuito eléctrico;

3. Aplicar a lei de Kirchhoff na análise de ramos e de malhas dos


circuitos eléctricos;

4. Analisar circuitos usando o método das leis de Kirchhoff;

5. Analisar circuitos usando o método das malhas independentes;

6. Analisar circuitos usando o método de sobreposição;

7. Analisar circuitos usando o método de análise nodal;

8. Analisar circuitos usando o método de Thevenin.

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Esquema de apresentação dos conteúdos

1. CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA


1.1. Circuitos de malhas simples e múltiplas;
1.2. Tensão num ramo de um circuito eléctrico;
1.3. Lei de Ohm para um ramo;
1.4. Leis de Kirchhoff;
1.5. Troca de energia nos circuitos eléctricos;
1.6. Particularidades dos circuitos.
1.6.1. Circuito série
1.6.2. Circuito paralelo
1.7. Regra de Cramer

2. ANÁLISE DE CIRCUITOS COMPLEXOS DE CORRENTE CONTÍNUA


2.1. Método das leis de Kirchhoff
2.2. Método de malhas independentes
2.3. Método de sobreposição
2.4. Método de análise nodal
2.5. Método de Thevenin

3. RESUMO

4. EXERCÍCIOS DE AUTO – AVALIAÇÃO

5. BIBLIOGRAFIA

6. GLOSSÁRIO

7. CHAVE DE CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS

Eng. Vithor Nypwipwy 3


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Desenvolvimento dos conteúdos

1. CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA

Para melhor estudarmos os circuito eléctricos de corrente contínua, vamos


começar por fazer uma análise simples, que consistirá em definir e conceptualizar
malhas, ramos e nós. Vamo-nos concentrar no estudo das tensões eléctricas num
ramo qualquer de um circuito para melhor entendermos as leis fundamentais dos
circuito eléctricos, nomeadamente a lei de Ohm para um ramo e as leis de
Kirchhoff. Já sabemos que um dos componentes dos circuitos eléctricos é a fonte
de alimentação que fornece energia eléctrica aos restantes componentes do
circuito. Em particular os receptores, estes absorvem ou consomem quase toda a
energia fornecida pelas fontes. Desta forma teremos que falar da troca de energia
entre os componentes dos circuitos eléctricos.
No estudo dos circuitos de corrente contínua, a matemática e álgebra linear são
duas ciências largamente utilizadas pois permitem escrever modelos matemáticos
e calcular determinados parâmetros dos circuitos eléctricos. Para isso, vamos
usar o sistema de equações lineares (esperamos que você se lembre dos
métodos de substituição, de adição ordenada e misto), vamos usar matrizes de
dimensões até 5x5 e vamos calcular determinantes das matrizes. Para o caso dos
matizes e determinantes, vamos dar mais destaque a regra de Cramer.

1.1. Circuitos de malhas simples e múltiplas


Na unidade didáctica 1 definimos os circuitos
Contexto da experiência e da
como sendo um conjunto dos componentes
realidade
eléctricos interligados. Estes dividem-se em

Quando se fala de malha redes eléctricas constituídas por uma única via

pensamos logo em alguma fechada denominada


Observação reflectiva
grelha, uma rede qualquer, um malha e por várias

polígono regular “hexágono”, vias fechadas para a O que são malhas?

uma grade ou um xadrez. circulação da

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corrente eléctrica.
Caro(a) estudante, observe a figura 2.0 a), que
Conceptualização
mostra um circuito de malha simples, constituída
por uma força electromotriz E e uma resistor R ,
Malhas são percursos ou
na qual todos os componentes conduzem a
contornos fechados, que
mesma corrente e a figura 2.0 b) mostra um
compõem uma rede
rede eléctrica.
eléctrica
circuito de malhas múltiplas, constituída por uma
força electromotriz E e por
várias resistores R .
A figura 2.0 b) tem três malhas
ou percursos fechados cujos
contornos nós indicamos pelos
números na sequência abaixo:
1ª malha: 1, 2, 5, 6 e 1;
2ª malha: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 1;
3ª malha: 2, 3, 4, 5 e 2;

Até aqui estamos juntos? Se não, volte a figura 2.0 b) e para cada uma das
malhas do circuito, deve comparar com a sequência que apresentamos. Se
estamos juntos, então continuamos.
Cada uma destas malhas é constituída por dois ou mais
Observação reflectiva
ramos. Por exemplo, o circuito da figura 2.0 b) tem três
ramos que estão ligados O que são ramos?
Conceptualização
aos pontos 2 e 5, que nós
Ramos (r) são trechos de indicamos pelos números:
um circuito, compreendido
entre dois nós 1º ramo: 5, 6, 1 e 2;
consecutivos. 2º ramo: 2, 3, 4 e 5;
3º ramo: 2 e 5;

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Em muitos circuitos pode acontecer que você


encontre ramos que se cruzem, como os da
figura 2.1 b) e não estejam ligados
electricamente, como estão os da figura 2.1 a). Os ramos ligados electricamente
são representados por um ponto mais negro na zona de cruzamento dos ramos.
Dois ou mais ramos que se ligam electricamente
Conceptualização
num mesmo ponto formam um nó. Voltemos para
Nó (N) é um ponto de o circuito da figura 2.0 b). Ele tem dois nós,
interligação numa rede ou indicados pelos números:
malha onde três ou mais 1º nó: 2;
ramos se encontram 2 nó: 5;
ligados
Já sabemos o que é uma malha, um ramo e um
nó. Vamos determinar alguns parâmetros eléctricos, como tensão num ramo.

1.2. Tensão num ramo do


do circuito eléctrico

Caro(a) estudante, para podermos determinar a tensão num ramo de um circuito


eléctrico, vamos analisar a figura2.2 a) que mostra um ramo de um circuito
eléctrico qualquer, constituído por um resistor R , que é percorrido por uma
corrente contínua I , do terminal “a” ao terminal “b”.

A corrente num ramo qualquer circula de um terminal de potencial mais alto


para um outro de potencial mais baixo.

Portanto, o potencial em “a” que designamos por ϕ a é mais


alto que o potencial em “b” que designamos por ϕ b , e a
diferença destes dois potenciais ϕ a − ϕ b igual ao produto da
corrente I pelo resistor R , isto é:

ϕ a − ϕ b = IR

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Conceptualização ϕ a =ϕb + IR (eq 2.0 a)

Tensão num ramo de uma Por definição, tensão ou diferença de potencial


malha é a diferença de entre dois pontos é:
potencial que existe entre
dois pontos distintos desse U ab = ϕ a − ϕb (eq 2.0 b)
ramo.

mas se voltarmos a equação (2.0 a) e passarmos


ϕ b ao membro esquerdo teremos:

ϕa − ϕb = IR
A parte esquerda da equação que acabamos de escrever é igual à parte direita da
equação (2.0 b), então:

Uab = IR (eq 2.0 c)

Por outras palavras: a tensão U nos terminais de um resistor R é igual ao


produto da corrente I que o atravessa pelo valor óhmico desse mesmo resistor.

Estamos juntos? Se não, volte ao início do ponto 1.2 e torne a ler para melhor
perceber. Se sim, perfeito pois este é um grande ponto de partida.

Na teoria da electricidade, a diferença de potencial (ddp) entre os terminais de um


resistor Uab é muitas vezes chamada tensão aplicada ao resistor e em outros
casos é equiparada a uma queda de tensão no mesmo resistor. Nós vamos
utilizar esta última expressão no decurso do módulo.

Nota O sentido positivo da queda de tensão num ramo de um circuito


Nota:
eléctrico (sempre mostrado por uma seta) coincide com o sentido positivo
da corrente que atravessa o elemento de resistências.

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Vamos agora considerar a tensão através de um ramo de um circuito contendo


simultaneamente um resistor R e uma força electromotriz E , transportando uma
corrente I , como mostram as figuras 2.2 b) e 2.2 c).
Para tornar as coisas
mais simples,
comecemos por calcular
a diferença de potencial
(ddp) entre os terminais
“a” e “c” do circuito da
figura 2.2 b). Como definimos na equação (2.0 b), a tensão U ac será:

Uac = ϕa −ϕc

Vamos agora exprimir o potencial de “a” ϕ a em função do potencial de “c” ϕ c .


Caminhemos juntos do ponto “c” para “b”, na figura 2.2 b). Neste percurso
encontramos a força electromotriz E . Olhando para a figura 2.2 b) podemos ver
que o potencial em “b” é mais baixo (veja que “b” está ligado ao terminal negativo
da força electromotriz E e “c” ao terminal positivo, isto é, o sentido de E vai de
“b” para “c”), deste modo sofre um acréscimo igual a E , se passarmos de “b” para
“c”, isto é:
E = ϕc −ϕb

logo, definindo o potencial em “b” temos:

ϕb = ϕc − E (eq 2.1 a)

Olhemos para a figura 2.2 c). Ao caminharmos de “c” para “b”, vamos no sentido
da força electromotriz, sendo o potencial em “b” mais alto que em “c” (não
esqueça que o sentido de E está orientado de “c” para “b”), continuando a
diferença a ser E :

ϕb = ϕc + E (eq 2.1 b)

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A corrente eléctrica num ramo de um circuito vai sempre de um terminal com


potencial mais alto para outro de potencial mais baixo, então nos dois casos da
figura 2.2, (b e c ), o terminal “a” está a um potencial mais alto que o terminal “b”,
sendo essa diferença dada pela queda de tensão no resistor R , da equação
(2.0a)

ϕa =ϕb + IR

Já determinamos o potencial em “b”, na equação (2.1 a), portanto, para o circuito


da figura 2.2 b, substituindo a equação (2.1 a) na equação (2.0 a) tem-se:

ϕa = ϕc − E + IR (eq 2.2 a)

e passando ϕc para o membro esquerdo podemos determinar a queda de tensão


entre “a” e “c”:

Uac = ϕa −ϕc = IR− E (eq 2.2 b)

e para a figura 2.2 c), teremos:

ϕa =ϕc + E + IR (eq 2.2 c)

e a queda de tensão será dada por:

Uac = ϕa −ϕc = IR+ E (eq 2.2 d)

Como podemos ver Uca = ϕc −ϕa e Uac = ϕa −ϕc , portanto, tendo como referência
a corrente e conta que ela vai do potencial mais alto para o mais baixo, então
podemos concluir que Uca = −Uac . Por outras palavras, a inversão da ordem das
letras, implica uma inversão de polaridade da tensão, logo a tensão tanto pode
ser positiva como negativa.

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O sentido positivo da tensão nos esquemas é indicado por uma seta que deve
apontar do terminal designado pela primeira letra do alfabeto (terminal com
potencial mais alto) para o terminal designado pela segunda (terminal com
potencial mais baixo). Logo o sentido positivo para Uac é representado por uma
seta apontando do ponto “a” para “b”, veja figura 2.2 b ou c.

Agora que já sabemos calcular tensão num ramo ou diferença de potencial entre
dois pontos de um ramo qualquer, vamos falar das leis fundamentais dos circuitos
eléctricos, nomeadamente a lei de ohm para um ramo e as leis de Kirchhoff para
um nó e uma malha.

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Experimentação activa (1)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta da tensão num ramo de um circuito,
verifique se percebeu a matéria, respondendo as questões que seguem.

Seja dado o seguinte ramo de um circuito eléctrico:

a) Determine a expressão do potencial ϕ a e da tensão entre os pontos “a” e


“b” U ab

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1.3. Lei de Ohm para um ramo

Contexto da experiência e da Observação reflectiva


realidade
O quê representa cada furo?
Se tivermos um tambor de 25 Que relação existe com a corrente
litros, cheio de água e fizermos eléctrica?
dois furos de diâmetros
diferentes, veremos que o furo Cada um dos furos representa uma
de maior diâmetro derrama mais resistência eléctrica. Já vimos na unidade
água que o de menor diâmetro. didáctica 1 que ela depende da estrutura
física do material de que é construído. A
quantidade de água que passa por cada furo equipara-se à corrente eléctrica que
atravessa um resistor.
Já vimos que os circuitos podem ter vários ramos, contendo ou não fontes de
alimentação (fonte de tensão ou de corrente).
O que vamos fazer agora é analisar um ramo sem e com força electromotriz para
determinarmos matematicamente a lei de Ohm.

A lei de Ohm para um ramo sem força electromotriz, como o da figura 2.2 a)
relaciona a corrente com a tensão nos
Conceptualização
terminais:
A resistência eléctrica de um Uab = IR
resistor
resistor é directamente
proporcional à tensão aplicada Expressando a corrente em função da tensão
ao seus terminais e e da resistência, tem-se:
inversamente proporcional à
corrente que o percorre U ab ϕ a − ϕ b
I= = (eq 2.3 a)
R R

A lei de Ohm para ramo com força electromotriz , como o da figura 2.2 b) e c), dá
a corrente que flui no ramo, de acordo com a diferença de potencial nos terminais
(ϕa −ϕb ) e com a força electromotriz que ele contém. Assim, resolvendo a

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equação (2.2 b) de modo a expressar a corrente em função da tensão e da


resistência, teremos:

ϕ a − ϕc + E U ac + E
I= = (eq 2.3 b)
R R

De modo semelhante, para a equação (2.2 d) temos para a figura 2.2 c):

ϕ a − ϕc − E U ac − E
I= = (eq 2.3 c)
R R

No caso geral, por fusão das equações (2.3 b) e (2.3 d):

(ϕ a − ϕ c ) ± E U ac ± E
I= = (eq 2.4)
R R

A equação (2.4) é a expressão matemática da lei de Ohm para um ramo que


contenha força electromotriz. O sinal “+” antes de E aplica-se no caso da figura
2.2 b) porque o sentido da corrente I coincide com E e o sinal “-” no caso da
figura 2.2 c). No caso especial, quando E = 0 , a equação (2.4) reduz-se a
equação (2.3).
Vamos resolver um exemplo com aplicação da lei de Ohm

Exemplo 1:
Há um voltímetro ligado aos terminais “a” e “c” do circuito da figura 2.4. A
resistência interna do voltímetro é tão grande (teoricamente e
infinitamente grande) que não produz qualquer efeito sobre o
circuito. Quando uma corrente de 10A fluí de “a” par “c”, no
voltímetro lê-se Uac=-18V. Quando a mesma corrente de 10A
fluí de “c” para “a”, no voltímetro lê-se Uac=-20V. Determinar
a resistência R e a força electromotriz E .

Para resolver o problema vamos rescrever o circuito nas duas situações ou casos
colocados. O primeiro caso é aquele que se dá quando a corrente de 10 amperes

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fluí de “a” para “c”, e no voltímetro lê-se Uac=-18V e o segundo caso é aquele que
se dá quando a mesma corrente fluí de “c” para “a”, no voltímetro lê-se Uac=-20V:

Calculemos a diferença de potencial Calculemos a diferença de potencial entre


entre os terminais “b” e “c”: os terminais “b” e “c”:

ϕ b − ϕ c = − E; ⇒ ϕ b = ϕ c − E (1) ϕ b − ϕ c = − E; ⇒ ϕ b = ϕ c − E (1)

Vamos calcular a diferença de potencial Vamos calcular a diferença de potencial


entre “a” e “b”: entre “a” e “b”:

ϕ a − ϕ b = IR; ⇒ ϕ a = IR + ϕ b (2) ϕ a − ϕ b = − IR; ⇒ ϕ a = − IR + ϕ b (2)

Substituindo o potencial de “b” da equação Substituindo o potencial de “b” da equação


(2) pelo calculado na equação (1), temos: (2) pelo calculado na equação (1), temos:

ϕ a = IR + ϕ c − E; ⇒ ϕ a − ϕ c = IR − E (3) ϕ a = − IR + ϕ c − E; ⇒ ϕ a − ϕ c = − IR − E (3)

Por definição sabe-se que: Por definição sabe-se que:

ϕ a − ϕ c = U ac ϕ a − ϕ c = U ac

Logo: Logo:

′ = IR − E
U ac (4) ′′ = − IR − E
U ac (4)

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Vamos agora substituir os valores das leituras do voltímetro e da corrente nas


equações (4) do exemplo, obtemos:

1º caso 2º caso
´
Uac = −18= IR− E = 10R − E ´´
Uac = −20= −IR− E = −10R − E
10R − E = −18 −10R − E = −20

Analisando as duas equações resultantes, é fácil constatar que em ambos os


casos existem duas incógnitas, nomeadamente R e E . Isto leva-nos a um
sistema de duas equações de duas incógnitas:

Resolvendo o sistema de equações pelo método de adição ordenada, teremos:

Substituindo o valor de E em uma das duas equações do sistema, tomos:


10 R − E = − 18
10 R − 19 = − 18
10 R = 1
1
R= Ω
10
R = 0 . 1Ω

Os resultados são: E =19V e R =0,1Ω.

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Experimentação activa (2)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta da lei de Ohm para um ramo de um
circuito, verifique se percebeu a matéria, respondendo a questão que se segue.

Seja dado o seguinte ramo de um circuito eléctrico da figura 2.5:

a) Determine a corrente eléctrica I .

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1.4. Leis de Kirchhoff


As leis de Kirchhoff permitem analisar e determinar os valores e sentidos das
correntes e das tensões para qualquer dispositivo
Contexto da realidade e da
dos circuitos eléctricos de qualquer grau de
experiência
complexidade. Elas são o alicerce de toda a
analise das redes eléctricas.
Todo e qualquer circuito
Kirchhoff formulou duas leis, que passamos a
eléctrico obedecem às
enunciar:
duas leis de Kirchhoff.
A primeira lei (também conhecida por “lei das
correntes” ou “lei dos nós” ) de Kirchhoff pode ser enunciada de duas maneiras,
nomeadamente:

1 – A soma algébrica das correntes que fluem para a derivação ou nó de


um circuito é igual a zero.

∑I
i =1
i =0 (eq 2.5 a)

2 – A corrente total que entra em qualquer derivação (ou nó) de um circuito


é igual à corrente total que sai ou deixa essa derivação (ou nó).

n k

∑ Ii = ∑ I j
i =1 j =1
(eq 2.5 b)

Olhemos para a figura 2.6 a)

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Se partirmos do acordo de que as correntes que entram num nó são positivas e


todas as que saem ou deixam são negativas, resulta do primeiro enunciado da lei
de Kirchhoff (equação 2.6 a) que:

I1 − I 2 − I3 − I4 = 0

e do segundo enunciado da 1ª lei de Kirchhoff (equação 2.6 b):

I1 = I 2 + I3 + I 4

Naturalmente a lei das correntes de Kirchhoff implica que não pode haver
acumulação de cargas eléctricas em qualquer derivação (nó) de um circuito.

A segunda lei (“lei das tensões” ou “lei das malhas”) pode do mesmo modo ser
enunciada de duas maneiras:

1 – O total das quedas de tensão à volta de um circuito fechado (malha) é


igual à soma das forças electromotrizes no mesmo sentido à volta
desse circuito fechado (malha):

∑ IR = ∑ E (eq 2.6 a)

As quedas de tensão e as forças electromotrizes entram na respectiva soma com


sinal positivo (+) se os sentidos coincidem com o atribuído à circulação em volta
do circuito e com o sinal negativo (–) se não coincidem.

2 – A soma algébrica das tensões à volta de qualquer circuito fechado é


igual a zero:

∑U h =0 (eq 2.6 b)

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Voltemos ao circuito da figura 2.6 b). Para a malha (a e c d a), recorrendo a


equação (2.6 b) temos:

Uae + Uec + Ucd + Uda = 0

Exemplo:
Vamos escrever as equações à base das 2ª lei de Kirchhoff para o circuito da figura 2.7 a)

Primeiro, temos que escolher e indicar


arbitrariamente o sentido de circulação na malha.
O sentido de circulação está na figura
representada pela letra maiúscula “A” (você pode
usar outras letras). Isto significa que todas as
grandezas ( I , U e E ) cujos sentidos coincidem
com o da circulação na malha “A”, terão sinal
positivo e as que não coincidem, terão sinal
negativo.

Agora vamos escrever o primeiro enunciado da 2ª lei de Kirchhoff para a malha a,


b, c, a da figura 2.7 a):

I 1R1 + I2 R2 − I3R3 = −E1 + E2

Lembre--se que num memb


Lembre membro
ro colocamos o somatório das quedas de tensão e
no outro o somatório da forças electromotrizes.

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Os produtos I1R1 e I2 R2 e a força electromotriz E2 têm sinais positivos porque os


sentidos das correntes I1 e I2 e da força electromotriz E2 coincidem com o de
circulação na malha “A”, enquanto que o produto I 3 R3 e a E1 tem sinais negativos
porque o sentido da corrente I3 e da E1 não coincidem com o de circulação na
malha “A”.
Para melhor compreensão, vamos fazer a análise do circuito juntos. Comecemos
por colocar o circuito e o modelo matemático do primeiro enunciado da 2ª lei de
Kirchhoff lado a lado,
pois assim é fácil fazer
a análise: O modelo
relaciona quedas de
tensão (produtos IR ) e
forças electromotrizes
( E ). Para que
possamos ter as
quedas de tensão,
temos que indicar arbitrariamente o sentido das correntes que fluem em cada um
dos ramos, segundo a 1ª lei de Kirchhoff, pois são essas que provocam as
quedas de tensão nos resistores. Não devemo nos esquecer de marcar ou
assinalar os nós,
porque isso facilita o
nosso posicionamento
no circuito.

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Então, marquemos primeiro os sentidos das correntes que fluem em cada ramo.
Talvez para uma questão de
facilidades no tratamento dos
dados seja melhor que os
sentidos das correntes e das
forças electromotrizes do
mesmo ramo coincidam.
Temos que continuar junto do
modelo matemático: Uma vez
indicados os sentidos das
correntes nos ramos, temos que dar nome a malha, por exemplo “A” e indicar
também o sentido de circulação no interior da mesma ( ):
A malha “A” tem três nós (a, b, c) que ligam três ramos (ab, bc, e ca). Vamos
começar a escrever a parte esquerda do modelo matemático, partindo do nó “a”,
ramo “ab”, ramo “bc”, ramo “ca” e depois da volta completa terminamos no nó “a”,
o que significa que temos o circuito fechado:

No ramo “ab” circula a corrente


I2 , que provoca uma queda de
tensão no resistor R2 . Uma vez
que a corrente I 2 tem um
sentido que coincide com o
sentido de circulação na malha,
então a queda de tensão no
elemento R2 será positiva:

I2 R2

Terminamos o ramo “ab” e


entramos de seguida para o
ramo “bc”, onde fluí a corrente
I 3 que provoca uma queda de

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tensão no resistor R3 . O sentido da corrente I3 é oposto ao sentido de circulação


na malha “A”, logo a queda de tensão no elemento R3 terá sinal negativo:

I2 R2 − I3R3

Terminamos o ramo “bc” e


entramos automaticamente para o
ramo “ca”, onde circula a corrente
I1 que provoca uma queda de
tensão no elemento R1 . O sentido
da corrente I1 coincide com o de
circulação na malha “A”, logo a
queda de tensão no elemento R1
terá sinal positivo:

I2 R2 − I3R3 + I1R1

Terminado o ramo “ca”, voltamos logo ao nó de origem “a”, o que significa que
terminamos com a parte esquerda do modelo matemático. Agora vamos escrever
a parte direita, partindo do mesmo nó “a” em direcção ao ramo “ab”, onde
encontramos a força electromotriz E 2 cujo sentido coincide com o de circulação
na malha. Assim a E 2 terá sinal positivo:

I2 R2 − I3R3 + I1R1 = E2

Saímos do ramo “ab” e entramos para o ramo “bc”. É fácil constatar que neste
ramo não existe força electromotriz. Abandonamos o ramo “bc” e entramos de
seguida para o ramo “ca”, que tem uma força electromotriz E1 cujo sentido não
coincide com o sentido de circulação na malha, então ela terá sinal negativo:

I 2 R2 − I3 R3 + I1R1 = E2 − E1

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Terminamos no nó “a”. E assim está escrito o modelo matemático para o primeiro


enunciado da 2ª lei de Kirchhoff para o circuito da figura 2.7 a).

Vamos agora fazer a mesma análise para escrever o modelo matemático para o
segundo enunciado da 2ª lei de Kirchhoff para o mesmo circuito da figura 2.7 a).
Temos que representar as
tensões nos terminais das forças
electromotrizes, as correntes nos
ramos e o sentido de circulação
na malha “A” e sem
esquecermos o modelo
matemático do segundo
enunciado da 2ª lei de Kirchhoff:
Entrando pelo nó “a” para o ramo “ab” temos:

I 2 R2 −U2

A tensão U 2 tem sinal negativo porque o seu sentido é oposto ao de circulação na


malha “A”. Continuando pelo ramo “bc” teremos:

I 2 R2 −U2 − I3 R3

Não nos devemos esquecer que a corrente I3 é oposto ao sentido de circulação


na malha, logo a queda de tensão no elemento R3 terá sinal negativo.
Por fim encontramos o ramo “ca”,

I 2 R2 −U2 − I3 R3 + I1R1 +U1 = 0

Rescrevendo teremos:

U1 −U2 + I2R2 − I3R3 + I1R1 = 0

Eng. Vithor Nypwipwy 23


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Desta maneira escrevemos a equação que traduz o modelo matemático para o


segundo enunciado da 2ª lei de Kirchhoff.

O 2º exemplo será escrever o modelo matemático da 2ª lei de Kirchhoff para o


circuito da figura2.7 b). O circuito tem três malhas, nomeadamente malha “aecba”,
malha “abcda” e malha “aecda”.
Vamos escolher aleatoriamente duas malhas: “abcda” cujos componentes são
R1 , E1 , R2 , e E 2 e “aecba” cujos componentes são R3 , R4 , R2 , e E 2 . Para
escrevermos o modelo matemático da segunda lei de Kirchhoff . A terceira malha
“aecda” cujos componentes são R1 , E1 , R3 , e R4 será feita por você.

Indicamos arbitrariamente o sentido das correntes que fluem em cada uma dos
ramos das malhas escolhidas, de modo que seja satisfeita a 1ª lei de Kirchhoff e
escolhemos também arbitrariamente os sentidos de circulação nas mesmas
malhas. Nós propomos que a escolha do sentido da circulação nas malhas seja o
horário, mas você pode escolher o anti-horário.

Cada circulação deve-


deve-se representar por uma letra maiúscula ou por numeração
romana, sendo nesta última exigida muitíssima atenção (se você nomeia uma
circulação I e uma corrente Ix é muito fácil confundir
confundir estas representações no
tratamento dos dados).

Então ficamos com duas malhas , indicadas pelos contornos “abcda” e “aecba”,
com as circulações de malha indicados pelas letras “A” e “B” respectivamente.

Eng. Vithor Nypwipwy 24


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Os resultados que esperamos são:

Malha “abcda”
I1R1 − I2 R2 = E1 + E2
Malha “aecba”
I 2 R2 + I3 R3 + I3 R4 = −E2
I 2 R2 + I3 (R3 + R4 ) = −E2

Vamos escrever o modelo matemático para o primeiro enunciado da 2ª lei de


Kirchhoff. Para que isso se torne fácil, vamos colocar o circuito com a indicação
da malha que vamos analisar e do outro lado a fármula geral ou modelo
matemático do primeiro enunciado da 2ª lei de Kirchhoff.

Vamos escrever o membro esquerdo do modelo matemático. Partindo do ramo


“cda”, encontramos a
corrente I 1 que provoca
uma queda de tensão
I 1 R1 no elemento R1
cujo sentido da corrente
coincide com o sentido
de circulação na malha
“A”, logo a queda de tensão terá sinal positivo:

I1R1

Entrando para o ramo “abc” encontramos a corrente I 2 que provoca uma queda
de tensão I 2 R2 no elemento R2 . O sentido da corrente I 2 é oposto ao sentido da
circulação na malha, logo a queda de tensão terá sinal negativo:

I1R1 − I 2 R2

Vamos agora escrever o membro direito do modelo matemático.

Eng. Vithor Nypwipwy 25


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No ramo “cda”, encontramos a força electromotriz E1 cujo sentido coincide com o


da circulação na malha, logo a E1 terá sinal positivo:

I1R1 − I 2 R2 = E1

Entrando para o ramo “abc” e encontramos a força electromotriz E 2 cujo sentido


coincide com o da circulação na malha “A”, logo a E 2 terá sinal positivo. Assim o
modelo matemático para a malha “abcda “será:

I1R1 − I 2 R2 = E1 + E2

Entremos para a malha “aecba”:


Vamos escrever o membro esquerdo do modelo matemático. Partindo do ramo
“cba”, encontramos a
corrente I2 que
provoca uma queda
de tensão I 2 R2 no
elemento R2 cujo
sentido da corrente
coincidem com o
sentido de circulação
na malha, logo a queda de tensão terá sinal positivo:

I2 R2

Entrando para o ramo “aec” encontramos a corrente I 3 que provoca uma quedas
de tensão I 3 R3 e I 3 R4 no elemento R3 e R4 respectivamente, cujo sentido da
corrente coincidem com o da circulação na malha “B”, logo as quedas de tensão
terão sinais positivos:
I 2 R2 + I3 (R3 + R4 )

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Vamos agora escrever o membro direito do modelo matemático. No ramo “abc”


encontramos a força electromotriz E 2 cujo sentido não coincide com o da
circulação na malha “B”, logo a E 2 terá sinal negativo. Assim o modelo
matemático para a malha “aecba” será:

I 2 R2 + I3 (R3 + R4 ) = −E2

É desta maneira que se escrevem modelos matemáticos a partir das leis de


Kirchhoff.

Já dissemos anteriormente que as fontes de alimentação proporcionam energia


eléctrica aos circuitos. Será que a energia eléctrica fornecida por essas fontes de
alimentação é igual à energia que é absorvida pelos receptores eléctricos?
Vamos ver como se fazem as trocas de energia.

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Experimentação activa (3)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta das leis de Kirchhoff para os nós e
para as malhas de um circuito, verifique se percebeu a matéria, respondendo a
questão que se segue.

Seja dado o seguinte circuito eléctrico da figura 2.8:

a) Escreva a 1ª lei de Kirchhoff para os nós “a”, “b”, “c” e “d” do circuito;
b) Escreva a 2ª lei de Kirchhoff para as malhas “A”, “B” e “C” do circuito;

Eng. Vithor Nypwipwy 28


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1.5. Troca de energia nos circuitos


circuitos eléctricos

O facto da corrente percorrer elementos resistivos isso provoca a dissipação de


energia.Com base na lei de conservação de
Contexto da experiência e
energia, esta energia dissipada tem que entrar no
da realidade
circuito através de determinados elementos

A forma como um elemento geradores.

do circuito opera, depende Num circuito eléctrico qualquer, quando a

essencialmente
essencialmente do sentido corrente I tem o mesmo sentido que E, a fonte

da corrente I relativamente fornece energia ao circuito, e a quantidade de

à força electromotriz E. energia fornecida ( ou potência E * I em watts),


entra na equação que rege as trocas de energia
com sinal positivo “+”. Quando o sentido da I é
Conceptualização
contrário ao da E, a fonte absorve energia do
circuito (por exemplo, quando uma bateria esta à A quantidade de energia
carga), ficando esta (ou produto E * I ) com sinal fornecida a um circuito
negativo “-“ na equação da troca de energia. deve ser igual à
Quando num circuito operam unicamente quantidade de energia
geradores de tensão, a potência fornecida Pf a por este dissipada.
esse circuito será:

Pf = E * I

e a potência dissipada Pd pelos componentes resistivos do circuito será:

Pd = U * I
mas U = I * R então

Pd = I 2 * R

Os circuitos complexos apresentam mais de uma fonte de tensão e vários


resistores. Sendo assim, a equação que rege a troca de energia será em função
do somatório de toda potência dissipada e de toda potência fornecida:

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n m

∑ Pdk = ∑ Pf j
k =1 j =1

Fazendo substituição:

n m

∑ I k2 Rk = ∑ E j I j
k =1 j =1
(eq 2.7 a)

Se o circuito tiver também geradores de corrente e houver correntes a entrarem


ou a saírem dos nós, a equação que traduz as trocas de energia tem que conter
termos que representam a energia devida aos geradores de corrente. Supondo
que a corrente J i de um gerador de corrente entra no nó “a” seguindo até ou nó
“b”. A potência fornecida pelo gerador de corrente é U abi J i e a equação das
trocas de energia será:

n m l

∑ I k2 Rk = ∑ E j I j + ∑U abi J i
k =1 j =1 i =1
(eq 2.7 b))

Estes dois modelos matemáticos (eq 2.7 a) e (eq 2.7 b) permitem fazer o balanço
de energia entre as fontes e os receptores.

Nos circuitos onde devemos fazer o balanço de potência será frequente


encontrarmos um ramo com mais de um resistor (circuito série) ou conjunto de
ramos ligados a dois nós (circuito paralelo).

1.6. Particularidades dos


dos circuitos
circuitos

Dependendo do tipo de ligação, os circuitos podem ter os receptores ligados em


série, paralelo, estrela, triângulo e mais. Nesta unidade didáctica, vamos apenas
particularizar as ligações série e paralelo. Em relação as ligações estrela e
triângulo, falaremos na unidade didáctica 3.

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1.6.1. Circuito série


O circuito série caracteriza-se pela
ligação por apenas um ponto entre
cada resistor (esse ponto não é nó).

Conceptualização

Dois ou mais resistores estão


ligadas em série quando estão em
sequência e não existe derivação
em pontos intermédios.

1. A corrente total é a mesma ao longo de todos os resistores ligados em


série, de acordo com a 1ª lei de Kirchhoff.

2. A tensão aplicada a um agrupamento de resistores em série é a soma das


tensões de cada resistor associada, de acordo com a 2ª lei de Kirchhoff:

U = U1 +U2 +U3 +U4 = IR1 + IR2 + IR3 + IR4

3. A resistência equivalente de um agrupamento de resistores em série é a


soma das resistências associadas:

U = IR1 + IR2 + IR3 + IR4 ; U = IReq

I (R1 + R2 + R3 + R4 ) = IReq

R eq = R1 + R2 + R3 + R4

n
Req = ∑ Ri
i =1

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4. No circuito série, as tensões são directamente proporcionais às


resistências:
U1 U 2 U 3 U 4
= = = =I
R1 R2 R3 R4

U1 U 2 U 1 R1
= ou =
R1 R2 U 2 R2

Divisor de tensão:

U1 U R R1
= ⇒ U1 = U * 1 = U *
R1 Req Req R1 + R2

1.6.2. Circuito
Circuito paralelo
O circuito paralelo caracteriza-se
pela ligação por dois pontos entre
cada resistor (esses pontos são

Conceptualização

Dois ou mais resistores estão


agrupadas em paralelo quando os
seus inícios estão ligados entre si
e os seus fins também entre si,
isto é, estão ligadas de tal forma
que a mesma tensão está aplicada
aos terminais de cada resistor.
resistor

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1. A tensão entre os terminais de cada resistência é a mesma, de acordo com


a 2ª lei de Kirchhoff.

U 1 = U 2 = U 3 = ... = U

2. A corrente total é a soma das correntes associadas, de acordo com a 1ª lei


de Kirchhoff:

U U U U
I = I1 + I 2 + I 3 + I 4 = + + +
R1 R2 R3 R4

3. A condutância equivalente a um agrupamento paralelo é a soma das


condutâncias associadas:

U U U U U
I = I1 + I 2 + I 3 + I 4 = + + + ; I=
R1 R2 R3 R4 Req
U U U U U
+ + + =
R1 R2 R3 R4 Req
1 1 1 1 1
= + + + ⇒ Geq = G1 + G2 + G3 + G4
Req R1 R2 R3 R4

n
1
Geq = ∑ g i ⇒ Req = ;
i =0 g eq

4. As correntes nos ramos ligados em paralelo são inversamente


proporcionais às resistências respectivas:

U = I1 R1 + I 2 R2 + I 3 R3 + I 4 R 4 = IReq
I1 R2
I1 R1 = I 2 R2 ou =
I 2 R1

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Divisor de corrente
U = I1 R1 = I 2 R2 = IReq

Figura 2.12

R2 R1
I1 = I * ; I2 = I *
R1 + R2 R1 + R2

1.7. Regra de Cramer


Um método fácil de entender para resolver sistema de equações é a Regra de
Cramer. É fácil porque envolve apenas determinantes e portanto é bastante
prático para sistemas com um número pequeno (2, 3 ou 4) de equações.
Nós, só iremos aplicar a Regra de Cramer a sistemas de equações “quadrados”,
isto é, sistemas cujo número de equações é igual ao número de incógnitas. As
matrizes que vamos utilizar como exemplo terão as dimensões 3x3.

Você pode exercitar com outras matrizes de 2x2 ou 4x4.


Consideremos um sistema de equações na forma matricial:

RI= E

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Fazendo da matriz dos coeficientes (resistores) “R”, uma matriz quadrada de


dimensões 3x3, “I” uma matriz de incógnitas (correntes) de dimensão 1x3 e “E”
uma matriz de termos independentes (forças electromotrizes) de dimensão1x3,
teremos:

r11 r12 r13   I1  e1 


R = r21 r22 r23  ; I =  I 2  ; E = e 2 
r31 r32 r 33   I 3  e3 

RI = E

r11 r12 r13   I 1  e1 


 r r r  .  I  = e 
 21 22 23   2   2 
r31 r32 r 33   I 3  e3 

Fazendo o produto RI teremos o sistema de equações igual ao que obteremos


nos diferentes métodos de análise de circuitos:

r11 I 1 + r12 I 2 + r13 I 3 = e1



r21 I 1 + r22 I 2 + r23 I 3 = e2
r I + r I + r I = e
 31 1 32 2 33 3 3

seja ∆ j a matriz que se obtém pela substituição da coluna j da matriz de


coeficientes R pela matriz de termos independentes E . A solução da incógnita I j
será dada por:
det ∆ j
Ij =
det R

onde j varia de 1 até à dimensão da coluna.

Exemplo:
2 I 1 + 3 I 2 − 2 I 3 = 5

Seja dado o seguinte sistema:  I 1 − 2 I 2 + 3I 3 = 2
4 I − I + 4 I = 1
 1 2 3

Eng. Vithor Nypwipwy 35


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2 I 1 + 3I 2 − 2 I 3 = 52 3 − 2  I 1  5 
      
 I 1 − 2 I 2 + 3I 3 = 2 1 − 2 3  .  I 2  = 2 = RI = E
4 I − I + 4 I = 1 4 − 1 4   I  1 
 1 2 3    3  

De que resulta que:


 2 3 − 2 5 
R = ∆ = 1 − 2 3  E = 2
4 − 1 4  1 

Como a matriz R é de 3x3, então teremos três matrizes ∆ j :


∆ 1 que se obtém pela substituição da coluna 1 da matriz R pela matriz E;
∆ 2 que se obtém pela substituição da coluna 2 da matriz R pela matriz E;
∆ 3 que se obtém pela substituição da coluna 3 da matriz R pela matriz E:

5 3 − 2  2 5 − 2 2 3 5
∆ 1 = 2 − 2 3 ∆ 2 = 1 2 3 ∆ 3 = 1 −2 2
1 − 1 4  4 1 4  4 −1 1 

5 3 − 2  5 − 2
2 2 3 5
2 − 2 3 1
2 3 1 −2 2
   
∆ 1 1 − 1 4  ∆ 4
1 4  ∆3 4 −1 1 
I1 = = I2 = 2 = I3 = =
∆ 2 3 − 2 ∆ 2 3 − 2 ∆ 2 3 − 2
1 − 2 3  1 − 2 3 1 − 2 3
   
4 − 1 4  4 − 1 4  4 − 1 4 

Determinante de uma matriz 3 × 3:


a11 a12 a13 
Seja dado a matriz A = a 21 a 22 a 23  A diagonal principal desta matriz tem os
a31 a32 a33 
elementos a11 a 22 a 33 :

(a11 * a 22 * a 33 + a12 * a 23 * a 31 + a13 * a 21 * a 32 ) − 


det A =  
(a 31 * a 22 * a13 + a 32 * a 23 * a11 + a 33 * a 21 * a12 ) 

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Experimentação activa (4)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta da regra de Cramer, verifique se
percebeu a matéria.

Seja dado os seguintes sistemas de equações:

I1 + 2I 2 − I 3 = 1 2 I 1 + 3 I 2 − 2 I 3 = 5
 
a ) − I 1 − I 2 + 2 I 3 = 0 b ) − 2 I 1 + 3 I 2 + I 3 = 2
I + I + 2I = 1 4 I + 4 I − I = 1
 1 2 3  1 2 3

Resolva usando a regra de Cramer.

Eng. Vithor Nypwipwy 37


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2. ANÁLISE DE CIRCUITOS COMPLEXOS


Analisar um circuito significa encontrar ou determinar e em alguns casos, se
necessário, medir todos os parâmetros eléctricos que permitem perceber e
entender o funcionamento normal dos circuitos. Nesta unidade didáctica, nós
vamo-nos concentrar a determinar ou calcular as correntes dos ramos ou das
malhas, as tensões ou quedas de tensão nos distintos componentes, os
potenciais dos nós, as potências dissipadas pelos componentes e fornecidas
pelas fontes. Para que esta actividade se torne fácil, vamos usar maioritariamente
as leis de Kirchhoff e de Ohm.
Para a análise, nós vamos propor cinco (5) métodos, mas você pode investigar
outros:
• Método das leis de Kirchhoff;
• Método de malhas independentes;
• Método de sobreposição;
• Método de análise nodal;
• Método de Thevenin;

2.1. Método das leis de Kirchhoff


Este método é baseado nas leis de Kirchhoff. As duas leis de Kirchhoff são
escritas uma de cada vez e as equações resultantes são agrupadas de modo a
obter-se um sistema de equações, que vai permitir calcular directamente as
correntes desconhecidas. A aplicação deste método obedece um algoritmo.

Algoritmo:
1º. Determinar o número total de nós (N), o número total de ramos (r) e o
número de ramos com fonte de corrente (rc) no circuito;

2º. Marcar arbitrariamente os sentidos das correntes nos ramos;

Eng. Vithor Nypwipwy 38


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3º. Determinar o número de modelos matemáticos ou equações, a serem


escritas pela 1ª lei da Kirchhoff. O número de modelos matemáticos ou
equações é dado pelo número de nós (N) menos um (1):

N−1 (eq 2.9 a)

4º. Escrever os modelos matemáticos da 1ª lei de Kirchhoff, cujo número foi


determinada pela equação 2.9 a);

5º. Determinar o número de modelos matemáticos ou equações, a serem


escritas pela 2ª lei da Kirchhoff. O número de modelos matemáticos ou
equações é dado pela diferença entre o número total de ramos (r) e o
número de ramos com fonte de corrente (rc ) e o número de nós (N)
menos um (1):

(r − rc ) − (N −1) (eq 2.9 b)

6º. Marcar arbitrariamente os sentidos de circulação nas malhas. Deve


escolher o mesmo sentido de circulação para todas as malhas;

7º. Escrever os modelos matemáticos da 2ª lei de Kirchhoff, cujo número foi


determinada equação 2.9 b).

Cada malha escolhida não deve conter nenhuma fonte de corrente

8º. Escrever o sistema de equações a partir das equações escritas nos


pontos 4º e 7º;

9º. Resolver o sistema de equações, obtido no ponto 8º e determine as


correntes;

Eng. Vithor Nypwipwy 39


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10º. Com as correntes calculadas no ponto 9º, determinar as tensões nos


terminais dos resistores (produto I x R x ).

11º. Se a corrente, num determinado ramo for negativa, significa que na


realidade o sentido da corrente é oposto;

12º. Fazer a prova das soluções usando a equação das potências fornecidas e
consumidas (Balanço de potência).

Exemplo 2:
2
Vamos analisar o circuito da figura 2.7 b)

Começamos por indicar:


• Número total de nós: N=2;
• Número total de ramos: r=3;
• Número de ramos com fonte de corrente; rc=0;

Vamos marcar arbitrariamente os sentidos das correntes nos ramos:

Número de equações da 1ª lei de Kirchhoff


= N-1=2-1=1

Uma vez que o número de equações que


devem ser constituídas à base da 1ª lei de
Kirchhoff é igual a 1, vamos então escrever

Eng. Vithor Nypwipwy 40


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apenas uma única equação. Existem dois nós (a e c) mas devemos escolher
apenas 1. Nós escolhemos o nó “a”, mas você pode escolher outro:

I1 + I 2 − I 3 = 0
Número de equações a serem constituídas pela 2ª lei de Kirchhoff:

(r − rc ) − (N − 1) = (3 − 0) − (2 − 1) = 2

Devemos escrever 2 equações. Existem três malhas mas devemos escolher


apenas duas, onde vamos marcar arbitrariamente os sentidos de circulação com
as letras “A” e “B”:

Malha abcda
I1R1 − I2 R2 = E1 + E2

Malha aecba
I2 R2 + I3 (R3 + R4 ) = −E2

Sistema de equações obtido pelas equações da 1ª e 2ª leis de Kirchhoff:

I1 + I 2 − I 3 = 0
I1R1 − I2 R2 = E1 + E2
I2 R2 + I3 (R3 + R4 ) = −E2

Vamos substituir os valores dos resistores e das forças electromotrizes:

I1 + I 2 − I 3 =0  I1 + I 2 − I 3 = 0
 
6 I 1 − 4 I 2 + 0 I 3 = 80 + 64 ⇒ 6 I 1 − 4 I 2 + 0 I 3 = 144
0 I + 4 I + (3 + 1)I = −64 0 I + 4 I + 4 I = −64
 1 2 3  1 2 3

Vamos tirar o símbolo das correntes de modo a obtermos o produto das matrizes:

Eng. Vithor Nypwipwy 41


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1 1 − 1   I1   0 
6
 −4 0 *  I 2  =  144  ⇔ R*I = E
0 4 4   I 3  − 64

Do que resulta que:

1 1 −1 I1   0
R = 6 −4 0 I =  I 2  E =  144 
0 4 4   I 3  − 64

1 1 −1
A matriz R será igual a matriz Δ, isto é: R = ∆ = 6 −4 0
0 4 4 

É melhor marcarmos aqui a diagonal principal:


Esta diagonal começa no canto superior
esquerdo e desce até o canto inferior direito,
unindo os números “1”, “-4” e “4” (ela abrange
três números porque a matriz principal é do tipo 3x3)

Vamos agora calcular o determinante da matriz Δ: Para facilitar, vamos


acrescentar duas colunas na matriz Δ,
de modo de tenha a dimensão 3x5. As
duas colunas que vamos acrescentar
são 1ª e 2ª coluna da matriz Δ, isto é:

Voltemos a colocar a diagonal principal


(não se esqueça que a matriz principal é
do tipo 3x3). Vamos chamar a esta
diagonal principal de 1ª diagonal
descendente:

Eng. Vithor Nypwipwy 42


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Vamos colocar a 2ª diagonal, que seja


paralela a diagonal principal e que
abrange de novo três números que se
encontram na linha seguinte da diagonal
principal. Esta será a 2ª diagonal
descendente:

Vamos colocar a 3ª diagonal


descendente nas mesmas condições da
2ª diagonal descendente, como no
diagrama ao lado:
Temos que multiplicar os três valores
abrangidos por cada uma das diagonais descendentes de modo a obtermos três
produtos diferentes, depois vamos somar os três produtos e obtemos um
resultado das diagonais descendentes:

1ª diagonal :: 1 * (−4) * 4 = −16


2 ª diagonal :: 1 * 0 * 0 = 0
3ª diagonal :: (−1) * 6 * 4 = −24

soma de produtos descendentes


− 16 + 0 − 24 = −40

Guardamos este resultado e voltamos a


matriz 3x5:

Vamos colocar a 1ª diagonal


ascendente (não se esqueça que a
matriz principal é de 3x3):

Eng. Vithor Nypwipwy 43


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Agora 2ª diagonal ascendente:

3ª diagonal ascendente:

Vamos aos produtos e somas:

1ª diagonal :: 0 * (−4) * (−1) = 0


2 ª diagonal :: 4 * 0 * 1 = 0
3ª diagonal :: 4 * 6 * 1 = 24

soma de produtos ascendentes


0 + 0 + 24 = 24

O determinante da matriz R=Δ será dado pela diferença entre a “soma dos
produtos descendentes” e a “soma dos produtos ascendentes:

det R = det ∆ = −40 − 24 = −64

Vamos calcular o determinante para a corrente I 1 . Isso requer substituir na matriz


principal “R”, toda a coluna 1 (que corresponde a corrente I 1 ) pela coluna de “E”:

Eng. Vithor Nypwipwy 44


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0 1 −1
R1 = ∆1 = 144 −4 0
− 64 4 4

Vamos proceder de mesma maneira para calcular o det ∆ :

descendente ascendente
= [0 * (− 4) * 4 + 1 * 0 * (− 64) + (− 1) *144 * 4] − [(− 64) * (− 4) * (− 1) + 4 * 0 * 0 + 4 *144 *1] =

det ∆1 = −896

Vamos calcular o determinante para a corrente I 2 . Isso requer substituir na matriz


principal, toda a coluna da corrente I 2 pela coluna de E:

1 0 −1 1 0 −1 1 0
R2 = ∆ 2 = 6 144 0 det ∆ 2 = 6 144 0 6 144 =
0 − 64 4 0 − 64 4 0 − 64

descendente ascendente
= [1 *144 * 4 + 0 * 0 * 0 + (− 1) * 6 * (− 64)] − [0 *144 * (− 1) + (− 64) * 0 *1 + 4 * 6 * 0] =

∆ 2 = 960

Por fim, vamos calcular o determinante para a corrente I 3 . Isso requer substituir
na matriz principal, toda a coluna da corrente I 3 pela coluna de E :

1 1 0 1 1 0 1 1
R3 = ∆ 3 = 6 −4 144 det ∆ 3 = 6 −4 144 6 −4 =
0 4 − 64 0 4 − 64 0 4

Eng. Vithor Nypwipwy 45


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descendente ascendente
= [1 * (− 4) * (− 64) + 1 *144 * 0 + 0 * 6 * 4] − [0 * (− 4) * 0 + 4 *144 *1 + (− 64) * 6 *1] =

∆ 3 = 64
Como já calculamos os diferentes determinantes, vamos agora calcular as
respectivas correntes, aplicando o método de Cramer:

det ∆1 − 896 det ∆ 2 960 det ∆ 3 64


I1 = = = 14 A I2 = = = −15 A I3 = = = −1 A
det ∆ − 64 det ∆ − 64 det ∆ − 64

É de notar que as correntes I 2 e I 3 têm sinais negativos. Isso significa que os


sentidos que escolhemos para essas duas
correntes não são verdadeiros. Voltamos
ao circuito e colocamos os sentidos
verdadeiros dessas correntes:
Colocados os sentidos verdadeiros das
correntes, isso significa que os seus
valores tomam sinais positivos:
I 2 = 15A e I3 =1A.

Assim os resultados serão:


I1 =14A; I2 =15A; I3 =1A

Vamos agora fazer o balanço de potência para termos a certeza de que as


correntes estão certas.

n m

∑ I k2 Rk = ∑ E j I j
k =1 j =1

I12 R1 + I 22 R2 + I 32 (R3 + R4 ) = E1 I1 + E2 I 2

142 * 6 + 152 * 4 + 12 * (3 + 1) = 80 *14 + 64*15

Eng. Vithor Nypwipwy 46


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1176+ 900 + 4 = 1120+ 960

2080 W = 2080 W

Isto significa que a potência fornecida é exactamente igual à potência consumida,


logo os valores das correntes e das tensões estão certos.

Exemplo 3:
3
Vamos analisar o circuito:

• Número total de nós: N=3;


• Número total de ramos: r=5;
• Número de ramos com fonte de corrente; rc=2;

Vamos marcar arbitrariamente os sentidos das correntes nos ramos:

Número de equações da 1ª lei de


Kirchhoff = N-1=3-1=2

Vamos escrever duas equações.


Escolhemos os nós “a” e “c”:

nó a: I1 + I 2 − I 3 + J 4 = 0
nó c : I3 − J 4 − J5 = 0

Eng. Vithor Nypwipwy 47


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Substituindo os valores das fontes de corrente J 4 e J 5 na equação do nó “c”,


podemos determinar a corrente I 3 :

I 3 = J 4 + J 5 = 2,5 + 1 = 3,5 A

Número de equações a serem constituídas pela 2ª lei de Kirchhoff:

(r − rc ) − (N −1) = (5 − 2) − (3 −1) = 1

Devemos escrever apenas uma equação. Para isso vamos escolher uma malha
que não contenha fonte de corrente, onde, arbitrariamente, marcaremos o sentido
de circulação e damos o nome de “A”:

I1R1 = −E2

É fácil ver que a corrente I 1 pode ser


determinada por:

− E 2 − 50
I1 = = = −1,25 A
R1 40

Já determinamos as correntes I 1 , I 3 e conhecemos o valor da fonte de corrente


J 4 . Substituindo seus valores na equação do nó “a”, tem-se:

− 1,25 + I 2 − 3,5 + 2,5 = 0


I 2 = 2,25 A

Vamos fazer o balanço de potência. Não se esqueça que se trata de um circuito


que também contém fonte de corrente:

Eng. Vithor Nypwipwy 48


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n m l

∑I
k =1
2
k Rk = ∑ E j I j + ∑ U abi J i
j =1 i =1

Temos que determinar as tensões (U ad ) e (U bc ) nos terminais das fontes de


corrente:

Para a malha “acd”: e para a malha “acb”:

I 3 R3 + J 4 R4 − U ad = 0 I 3 R3 − U bc = E 2

U ad = 3,5 * 50 + 2,5 * 10 U bc = I 3 R3 − E 2 = 3,5 * 50 − 50

U ad = 200V U bc = 125V

Já estão calculadas as duas tensões, voltemos ao balanço de potência:

I 12 * R1 + I 32 * R3 + J 42 * R4 = E 2 * I 2 + U ad * J 4 + U bc * J 5

1,25 2 * 40 + 2,5 2 * 10 + 3,5 2 * 50 = 50 * 2,25 + 200 * 2,5 + 125 * 1

737,5 = 737,5

Eng. Vithor Nypwipwy 49


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Experimentação activa (5)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta do método das leis de Kirchhoff,
verifique se percebeu a matéria, respondendo as questões que se seguem.

1. Analisar o circuito abaixo, usando o método das leis de Kirchhoff:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

2. Analisar o circuito abaixo, usando o método das leis de Kirchhoff:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

Eng. Vithor Nypwipwy 50


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2.2. Método de malhas independentes


Neste método, assinala-se por um símbolo a corrente que circula em cada uma
das malhas da rede ou do circuito, consideradas independentes uma das outras.
As equações são escritas em função destes símbolos de corrente de malha, e é a
partir deles que, depois de resolvidos os sistemas de equações se encontram as
correntes em todos os ramos. Este método diferencia-se do anterior devido ao
facto deste poder eliminar as equações escritas pela 1ª lei de Kirchhoff, ficando
apenas as escritas pela 2ª lei. Vejamos o algoritmo de cálculo:

Algoritmo
1º. Determinar o número de malhas independentes (número de equações):

neqo = (r − rc ) − (N −1)
Onde:
N – é o número total de nós
r – é o número total de ramos
rc – é o número de ramos com fonte de corrente

2º. Designar o sentido de circulação das correntes de malha em cada malha.


É preciso tomar em conta a influência das fontes de corrente. Para tal é
preciso marcar também as correntes das malhas conhecidas, tantas
quantas forem as fontes de corrente existentes no circuito. Para isso,
devemos sempre tentar obter um ramo contendo uma fonte de corrente
como ramo independente, para que a corrente de malha coincida com a
corrente da fonte de corrente;

3º. Escrever as equações para a 2ª lei de Kirchhoff, para as malhas


escolhidas, segundo o ponto 2.1 deste algoritmo;

4º. Resolver o sistema de equações, isto é, determinar as correntes de


malha. Se a corrente de malha for negativa significa que na realidade o
sentido desta corrente é ao contrário;

Eng. Vithor Nypwipwy 51


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5º. Determinar as correntes reais nos ramos. Nos ramos independentes a


corrente real é igual a corrente de malha. Nos ramos dependentes (ramos
por onde circulam correntes de malhas vizinhas), a corrente real é igual à
soma algébrica das correntes de malha nesse mesmo ramo;

6º. Fazer a prova das soluções usando a equação das potências fornecidas e
consumidas (Balanço de potência);

Exemplo 4:
4
Vamos analisar o circuito da figura 2.5 b)

• Número total de nós: N=2;


• Número total de ramos: r=3;
• Número de ramos com fonte de corrente; rc=0;

Número de equações a serem constituídas pela 2ª lei de Kirchhoff:

(r − rc ) − (N −1) = (3 − 0) − (2 −1) = 2

Devemos escrever 2 equações. Para isso escolhemos duas malhas, onde vamos
marcar os sentidos das correntes de malha “I” e “II”:

Eng. Vithor Nypwipwy 52


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Malha “abcd”:
A corrente de malha “I” passa pelos resistores R1 e R2 provocando queda de
tensão I (R1 + R2 ) . A corrente de malha “II” provoca uma queda de tensão no
resistor R2 que deve ser compensada:

I (R1 + R2 ) − IIR2

Os sentidos das forças electromotrizes E1 e E 2 coincidem com o sentido da


corrente de malha “I”, o que faz com que tenham sinais positivos:

I (R1 + R2 ) − IIR2 = E1 + E2

Malha “aecb”:
A corrente de malha “II” passa pelos resistores R2 , R3 e R4 , provocando uma
queda de tensão positiva nesses elementos: II (R2 + R3 + R4 ) . A corrente de malha
“I” provoca uma queda de tensão no resistor R2 que deve ser compensada:

− IR2 + II (R2 + R3 + R4 )

A força electromotriz E 2 tem sentido contrário a corrente de malha “II”, logo o seu
sinal é negativo:

− IR2 + II(R2 + R3 + R4 ) = −E2

Eng. Vithor Nypwipwy 53


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Temos duas malhas, duas equações e duas incógnitas. Vamos formar o sistema
de equações e substituir os valores das constantes:

 I (R1 + R2 ) − IIR 2 = E1 + E 2  I (6 + 4) + 4 II = 80 + 64 10 I − 4 II = 144


 ⇒  ⇒ 
− IR2 + II (R2 + R3 + R4 ) = − E 2 − 4 I + II (4 + 3 + 1) = −64 − 4 I + 8II = −64

Vamos usar o método de adição ordenada para eliminar “II” e calcular primeiro “I”

2 * (10 I − 4 II = 144) 20 I − 8 II = 288 224


 ⇒ ⇒ 16 I = 224 ⇒ I = = 14 A
(−4 I + 8 II = −64) − 4 I + 8 II = −64 16

Vamos substituir o valor da corrente de malha “I” na 1ª equação de modo a


calcularmos a corrente de malha “II”:

−4
10 * 14 − 4 II = 144 ⇒ 4 II = 140 − 144 = −4 ⇒ II = = −1A
4
 I = 14 A

 II = −1A

Voltando ao circuito, é fácil ver que:

I 1 = I = 14 A
I 3 = − II = 1A
I 2 = I − II = 14 + 1 = 15 A

Eng. Vithor Nypwipwy 54


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Exemplo 5:
5
Vamos analisar o circuito da figura 2.13

• Número total de nós: N=3;


• Número total de ramos: r=5;
• Número de ramos com fonte de corrente; rc=2;

Número de equações a serem constituídas pela 2ª lei de Kirchhoff:

(r − rc ) − (N −1) = (5 − 2) − (3 −1) = 1

Devemos escrever uma equação. Para isso escolhemos uma malha, onde vamos
marcar o sentido da corrente de malha “I”:

E 2 50
IR1 = E 2 ⇒ I = = = 1,25 A
R1 40

Vamos agora calcular as correntes dos


ramos:
Comecemos por determinar a corrente I 1 , que é oposta à corrente de malha “I”:

I1 = −I = −1,25A

Eng. Vithor Nypwipwy 55


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No nó “b” entra a corrente J 5 e saem I 1 e I 2 . Vamos escrever a 1ª lei de


Kirchhoff para este nó para que possamos calcular a corrente I 2 :

I1 + I 2 = J 5 ⇒ I 2 = J 5 − I1 = 1 + 1,25 = 2,25A

Pelo nó “a” entram as correntes I 1 , I 2 e J 4 e sai apenas a corrente I 3 . Vamos


escrever novamente a 1ª lei de Kirchhoff para este nó para determinar a corrente
I3 :

I 3 = I1 + I 2 + J 4 = −1,25 + 2,25 + 2,5 = 3,5A

Eng. Vithor Nypwipwy 56


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Experimentação activa (6)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta do método das malhas
independentes, verifique se percebeu a matéria, respondendo as questões que se
seguem.

1. Analisar o circuito abaixo, usando o método das malhas independentes:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

2. Analisar o circuito abaixo, usando o método das malhas independentes:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

Eng. Vithor Nypwipwy 57


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2.3. Método de sobreposição


Este método baseia-se no teorema de sobreposição. Em qualquer ramo de um
circuito é feita soma a algébrica das correntes devidas
Conceptualização
a cada uma das fontes. Elas são analisada em
A corrente em qualquer
separado, uma de cada vez e removendo-se todas as
ramo de uma rede é a
outras. O teorema de sobreposição é válido para
soma algébrica das
todos os circuitos lineares, isto é, para os circuitos em
correntes devidas a
que a característica volt-ampérica I(V) é uma linha
cada uma das fontes
recta. A aplicação deste teorema de sobreposição
de tensão ou de
requer que a quando da execução de cálculos se
corrente, consideradas
tome uma fonte de tensão de cada vez e que todas
separadamente,
separadamente, uma a
as outras fontes sejam retiradas do circuito. A partir
uma.
dai, as correntes individuais poderão ser somadas
algebricamente para dar o valor correcto da corrente devido a todas as fontes no
circuito original. Ao retirar uma fonte de tensão deixamos ficar a resistência
interna. Como o seu valor é muitíssimo pequeno, quase zero, então a resistência
é curto circuitada. A fonte de corrente tem uma resistência interna muitíssimo
grande, quase infinita, então a resistência é um circuito aberto.

Caro(a) aluno, este teorema não pode ser usado para determinar potências
desenvolvidas em resistências como soma das potências devidas às correntes
individuais I 2 R ≠ ( I ′) 2 R + ( I ′′) 2 R , pois a potência é uma função quadrática da
corrente

Eng. Vithor Nypwipwy 58


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Exemplo 6:
6
Vamos analisar o circuito da figura 2.7 b)

Vamos marcar os sentidos das correntes:

Vamos retirar a fonte de tensão E1 e deixamos ficar a resistência interna. Uma


vez que esta tem valor quase nulo, então fica no lugar desta um shunt (curto-
circuito):

Olhando para o circuito dá para ver que os resistores R3 e R4 estão ligados em


série, dai que aplicando o 3º ponto da particularidade do circuito série tem-se:

Eng. Vithor Nypwipwy 59


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Req 3, 4 = R3 + R4 = 1 + 3 = 4Ω;

Assim o circuito fica reduzido a:

Os resistores R1 e R3, 4 estão ligados em paralelo e aplicando o 3º ponto da


particularidade do circuito paralelo, tem-se:

R1 * R3, 4 6*4
Req 1,3, 4 = = = 2,4Ω;
R1 + R3, 4 6+4

O circuito ficou reduzido ainda mais:

Aplicando a 2ª lei de Kirchhoff sobre a malha, tem-se:

I 2′ (R2 + Req 1,3, 4 ) = E 2

E2 64
I 2′ = = = 10 A
R2 + R3, 4 2,4 + 4

Eng. Vithor Nypwipwy 60


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Uma vez calculada a corrente I 2′ , temos que calcular as restantes correntes. Para
tal temos que antes calcular a tensão entre os pontos “c” e “a”, (veja 1º caso do
exemplo 1):

U ca = ϕ c − ϕ a = E2 − I 2′ R2 = 64 − 10 * 4 = 24V

U ca 24
I 3′ = = = 6A
Req 3, 4 4

U ca 24
I1′ = = = 4A
R1 6

Terminamos os cálculos das corrente à base fonte de tensão E 2 . Vamos devolver


a fonte E1 e desta vez tirar a fonte E2 :

Olhando novamente para o circuito dá para ver que os resistores R3 e R4


continuam ligados em série, dai que aplicando o 3º ponto da particularidade do
circuito série tem-se:

Req 3, 4 = R3 + R4 = 1 + 3 = 4Ω;

Assim o circuito fica reduzido a:

Eng. Vithor Nypwipwy 61


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Os resistores R2 e R3, 4 estão ligados em paralelo e aplicando o 3º ponto da


particularidade do circuito paralelo, tem-se:

R2 * R3, 4 4*4
Req 2,3, 4 = = = 2Ω;
R2 + R3, 4 4+4

O circuito ficou reduzido ainda mais:

Aplicando a 2ª lei de Kirchhoff sobre a malha, tem-se:

I 1′′(R1 + Req 2,3, 4 ) = E1

E1 80
I 1′′ = = = 10 A
R1 + R2,3, 4 2 + 6

Uma vez calculada a corrente I 1′′ , temos que calcular as restantes correntes. Para
tal temos que antes calcular a tensão entre os pontos “a” e “c”:

Eng. Vithor Nypwipwy 62


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U ac = ϕ a − ϕ c = E1 − I1′′R1 = 80 − 10 * 6 = 20V

U ac 20
I 2′′ = = = 5A
R2 4

U ac 20
I 3′′ = = = 5A
R3, 4 4

As correntes do circuito original serão determinadas em função das correntes


correspondentes nos circuitos com fontes removidas. Vamos sobrepor os três
circuitos:

I 1 = I 1′ + I 1′′ = 4 + 10 = 14 A; (as 3 correntes têm o mesmos sentidos);

I 2 = I 2′ + I 2′′ = 10 + 5 = 15A (estas também têm o mesmos sentidos);

I 3 = I 3′ − I 3′′ = 6 − 5 = 1A (a I 3′′ tem sentido oposto que as outras)

Eng. Vithor Nypwipwy 63


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Exemplo 7:
7
Vamos analisar o circuito da figura 2.13

Este circuito tem três fontes, uma de tensão e duas de corrente. Vamos retirar
uma a uma até a completa análise do circuito. É fácil fazer a análise pelo método
de sobreposição. Vamos primeiro marcar os sentidos das correntes:

Vamos retirar as fontes E 2 e J 5 simultaneamente e deixando ficar as respectivas


resistências internas. A E 2 tem uma resistência muito pequena, quase nula, dai
que ela é substituída por um shunt enquanto que a J 5 tem uma resistência
muitíssima grande, quase infinita, dai que ela será substituída por um circuito
aberto:

Eng. Vithor Nypwipwy 64


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Você consegue ver que as correntes I 1′ e I 2′ são nulas pois os ramos por onde
fluem estas correntes, estão ligados aos nós “a” e “b” que se encontram no
mesmo potencial. Toda a corrente fornecida pela fonte j 4 fluí sobre o ramo “ac”,
dai que I 3′ = J 4 , isto é:
I 1′ = I 2′ = 0

I 3′ = J 4 = 1A

Vamos retirar as fontes E 2 e J 4 simultaneamente e deixando ficar as respectivas


resistências internas. A E 2 tem uma resistência muito pequena, quase nula, dai
que ela é substituída por um shunt enquanto que a J 4 tem uma resistência
muitíssima grande, quase infinita, dai que ela será substituída por um circuito
aberto:

Sobre o resistor R1 não circula nenhuma corrente devido ao curto-circuito entre os


nós “a” e “b”. Toda corrente fornecida pela fonte J 5 circula nos ramos “ba” e “ac”,
dai que as corrente I 2′′ = I 3′′ = J 5 , isto é:

Eng. Vithor Nypwipwy 65


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I 1′′ = 0

I 2′′ = I 3′′ = J 5 = 2,5 A

Por fim, vamos retirar as duas fontes de corrente e deixamos ficar a fonte de
tensão E 2 .

É fácil ver que no ramo “ac” não há circulação de corrente. As correntes I 1′′′ e I 2′′′
são iguais. Aplicando a 2ª lei de Kirchhoff tem-se:

E 50
I 1′′′ = I 2′′′ = = = 1,25 A
R1 40

I 3′′′ = 0

Sobrepondo os 4 circuitos tem-se:

I 1 = I 1′ + I 1′′ − I 1′′′ = 0 + 0 − 1,25 = −1,25 A

I 2 = I 2′ + I 2′′ + I 2′′′ = 0 + 1 + 1,25 = 2,25 A

I 3 = I 3′ + I 3′′ + I 3′′′ = 2,5 + 1 + 0 = 3,5 A

Eng. Vithor Nypwipwy 66


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Experimentação activa (7)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta do método de sobreposição, verifique
se percebeu a matéria, respondendo as questões que se seguem.

1. Analisar o circuito abaixo, usando o método de sobreposição:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

2. Analisar o circuito abaixo, usando o método de sobreposição:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

Eng. Vithor Nypwipwy 67


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2.4. Método de aná


análise nodal
A corrente em qualquer ramo de uma rede pode ser calculada pela lei de Ohm
como se se tratasse de um ramo isolado contendo uma força electromotriz. Basta
para isso conhecer a diferença de potencial entre os seus extremos ou entre os
nós que limitam o ramo. O método de cálculo no qual, para aplicação deste
raciocínio, figuram como grandezas desconhecidas as tensões a que estão
submetidos os diferentes ramos é chamado de Método de Análise de Nós ou
Método de Análise Nodal. Vamos ver o algoritmo de analise:

Algoritmo
1º. Potencial de um único nó de ser igual a zero, isto é, escolhemos um nó
qualquer e ligamos à terra para ter potencial nulo;

2º. Determinar as equações necessária e escrevê-las a partir da 1ª lei de


Kirchhoff:
N eqo = N − 1
Conceptualização

Uma fonte de tensão ideal (fti) Quando alguns dos ramos contem fontes de
é aquela em que a resistência tensão ideai, o número de equações
E = const.
interna é nula; isto é, necessárias determina-se pela fórmula:
Rin = 0
cujo gráfico da sua
N eqo = N − 1 − N fti
característica é paralela ao eixo
onde:
das abcissas
N fti - número de fontes de tensão ideal

3º. Constituir as equações segundo o método de análise nodal:


3º.1. Escrever equações da lei de Ohm para cada um dos ramos contendo
correntes desconhecidas;
3º.2. Expressar as correntes desconhecidas em cada uma das equações
escritas no ponto 3º.1;
3º.3. Converter todas as resistências em condutâncias;

Eng. Vithor Nypwipwy 68


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3º.4. Substituir as correntes deduzidas no ponto 3º.2 nas equações obtidas


no ponto 2º;
3º.5. Agrupar os potenciais desconhecidos num membro e os valores
conhecidos no outro;

4º. Resolver o sistema de equações obtido em relação aos potenciais


desconhecidos;

5º. Sabendo os potenciais, determinar as correntes;

6º. Fazer a prova usando o balanço de potência ou equilíbrio de potências

Exemplo 8:
8
Dedução do método de analise nodal

Vamos marcar arbitrariamente os sentidos das correntes em cada ramo do


circuito:

Eng. Vithor Nypwipwy 69


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Vamos enumerar os nós e ligar à terra um único de modo que o seu potencial
seja nulo. Aterramos o nó 3 (você pode escolher qualquer):

Vamos agora escrever as equações à base da 1ª lei de Kirchhoff:

• Número de nós: N=3


• Número de equações=N-1=3-1=2;

Devemos escrever apenas duas equações (escolha os nós com potenciais não
nulos):

Nó 1 :: J 1 + I 1 − I 2 − I 4 = 0

Nó 2 :: I 2 + I 4 − I 3 − J 2 = 0

As correntes desconhecidas são: I 1 , I 2 , I 3 e I 4 que se encontram nos ramos “1-


3”, “1-2”, “1-2” e “2-3” respectivamente. Então vamos escrever a lei de Ohm para
esses ramos e expressar as correntes:

Caro estudante, não se esqueça que condutância é o inverso da resistência

Eng. Vithor Nypwipwy 70


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Ramo 1 a 3, que envolve os elementos ϕ1 , ϕ 3 , I 1 , E1 e R1 :

ϕ 3 − ϕ1 + E1 1
ϕ1 = ϕ 3 + E1 − I 1 R1 ⇒ I1 = ; ϕ 3 = 0; =G 1 log o
R1 R1

I 1 = (E1 − ϕ1 ) * G1

Ramo 1 a 2, que envolve os elementos


elementos ϕ1 , ϕ 2 , I 2 , E 2 e R2 :

ϕ1 − ϕ 2 + E 2 1
ϕ 2 = ϕ1 + E 2 − I 2 R2 ⇒ I2 = ; =G 2 log o
R2 R2

I 2 = ( E 2 + ϕ1 − ϕ 2 ) * G 2

Ramo 2 a 3, que envolve os elementos ϕ 2 , ϕ 3 , I 3 , E 3 e R3 :

ϕ 2 − ϕ 3 + E3 1
ϕ 3 = ϕ 2 + E3 − I 3 R3 ⇒ I3 = ; ϕ 3 = 0; =G 3 log o
R3 R3

I 3 = ( E 3 + ϕ 2 ) * G3

Ramo 1 a 2, que envolve os elementos ϕ1 , ϕ 2 , I 4 e R4 :

ϕ1 − ϕ 2 1
ϕ 2 = ϕ 1 − I 4 R4 ⇒ I4 = ; =G 4 log o
R4 R4

I 4 = (ϕ1 − ϕ 2 ) * G4

Eng. Vithor Nypwipwy 71


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Já temos as quatro correntes deduzidas. Vamos agora substituir nas duas


equações escritas à base da 1ª lei de Kirchhoff:

I 1 = (E1 − ϕ1 ) * G1 


I 2 = ( E 2 + ϕ1 − ϕ 2 ) * G 2   J 1 + I1 − I 2 − I 4 = 0
 
 Substituir em  ⇒
I 3 = ( E 3 + ϕ 2 ) * G3  I + I − I − J = 0
 2
 4 3 2



I 4 = (ϕ1 − ϕ 2 ) * G4 

 J 1 + (E1 − ϕ1 ) * G1 − (E 2 + ϕ1 − ϕ 2 ) * G2 − (ϕ1 − ϕ 2 ) * G4 = 0

⇒ 
(E + ϕ − ϕ ) * G + (ϕ − ϕ ) * G − (E + ϕ ) * G − J = 0
 2 1 2 2 1 2 4 3 2 3 2

Não se esqueça que as incógnitas são ϕ1 e ϕ 2 . Vamos agora agrupar as


incógnitas num membro e as constantes no outro:

ϕ1 (G1 + G2 + G3 ) − ϕ 2 (G2 + G4 ) = E1 * G1 − E 2 * G2 + J 1

− ϕ1 (G2 + G4 ) + ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) = E 2 * G2 − E 3 * G3 − J 2

Caro(a) estudante, preste muita atenção nas equações que acabamos de


escrever:
• No membro esquerdo de cada umas das equações temos apenas somas
e diferenças dos produtos ϕG ;
• No membro direito temos somas e diferenças de produtos EG e somas
ou diferenças de J

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Estimado(a) estudante, este método parece ser muito complicado mas não é.
Vamos encontrar uma forma de resolução deste método, que nos parece ser
ainda mais fácil, é uma forma semelhante ao método de malhas independentes:
Comecemos por buscar o circuito de novo:

Já indicámos arbitrariamente os sentidos das correntes, já aterramos o nó “3” cujo


potencial é zero, e temos que determinar apenas os potenciais dos nós (“1” e “2”),
nomeadamente ϕ1 e ϕ 2 .

Vamos nos posicionar no nó “1” para escrevermos a primeira equação, logo o


potencial ϕ1 é positivo. O nó “1” tem a ele ligados 4 ramos por onde flúem as
correntes I 1 , I 2 , I 4 e J 1 . As correntes I 1 , I 2 e I 4 passam por resistores R1 , R2 e
R4 respectivamente, então vamos multiplicar o potencial ϕ1 pela soma das
condutâncias G1 , G2 e G4 . (não esqueça que condutância é o inverso da
resistência):

ϕ1 (G1 + G2 + G4 )

O resistor R1 está ligado entre os potenciais ϕ1 e ϕ 3 e os resistores R2 e R4


estão ligados entre os potenciais ϕ1 e ϕ 2 . Temos que retirar do produto
ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) as influências de ϕ 3 sobre a condutância de R1 e de ϕ 2 sobre as
condutâncias de R2 e R4 :

ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) − ϕ 3G1 − ϕ 2 (G2 + G4 )

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Não esqueça que ϕ 3 = 0 , logo, ficamos com:

ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) − ϕ 2 (G2 + G4 )

Já escrevemos o membro esquerdo. Vamos agora ao membro direito:


No ramo onde circula a corrente I 4 não existe nenhuma fonte de alimentação;
No ramo onde circula a corrente I 1 existe uma fonte de tensão cujo sentido é de
ϕ 3 para ϕ1 , logo, o produto E1G1 será positivo (é positivo porque o sentido de E1
está orientado para ϕ1 ):

ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) − ϕ 2 (G2 + G4 ) = E1G1

No ramo onde circula a corrente I 2 existe uma fonte de tensão cujo sentido é de
ϕ1 para ϕ 2 , logo, o produto E 2 G2 será negativo (porque o sentido de E 2 está
orientado para ϕ 2 ):

ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) − ϕ 2 (G2 + G4 ) = E1G1 − E 2 G2

No ramo onde circula a corrente J 1 existe uma fonte de corrente cujo sentido é
de ϕ 3 para ϕ1 , logo, J 1 será positiva:

ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) − ϕ 2 (G2 + G4 ) = E1G1 − E 2 G2 + J 1

Desta maneira está completa a 1ª equação.


Vamos à 2ª equação: Posicionamo-nos desta vez no nó 2, que também tem 4
ramos por onde circulam as correntes I 3 , I 2 , I 4 e J 1 . As correntes I 3 , I 2 e I 4
passam por resistores R3 , R2 e R4 respectivamente, então vamos multiplicar o
potencial ϕ 2 pela soma das condutâncias G3 , G2 e G4 .

ϕ 2 (G2 + G3 + G4 )

Eng. Vithor Nypwipwy 74


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O resistor R3 está ligado entre os potenciais ϕ 2 e ϕ 3 e os resistores R2 e R4


estão ligados entre os potenciais ϕ 2 e ϕ 3 . Temos que retirar do produto
ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) as influências de ϕ 3 sobre a condutância de R3 e de ϕ1 sobre as
condutâncias de R2 e R4 :

ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1 (G2 + G4 ) − ϕ 3G3

ϕ 3 = 0 , logo:
ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1 (G2 + G4 )

Já escrevemos o membro esquerdo. Vamos agora ao membro direito:


No ramo onde circula a corrente I 4 não existe nenhuma fonte de alimentação;
No ramo onde circula a corrente I 2 existe uma fonte de tensão cujo sentido é de
ϕ1 para ϕ 2 , logo, o produto E 2 G2 será positivo:

ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1 (G2 + G4 ) = E 2 G2

No ramo onde circula a corrente I 3 existe uma fonte de tensão E 3 cujo sentido é
de ϕ 2 para ϕ 3 , logo, o produto E 3G3 será negativo:

ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1 (G2 + G4 ) = E 2 G2 − E3G3

No ramo onde circula a corrente J 2 existe uma fonte de corrente J 2 cujo sentido
é de ϕ 2 para ϕ 3 , logo, J 2 será negativa:

ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1 (G2 + G4 ) = E 2 G2 − E3G3 − J 2

As duas equações são:

ϕ1 (G1 + G2 + G4 ) − ϕ 2 (G2 + G4 ) = E1G1 − E 2 G2 + J 1

ϕ 2 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1 (G2 + G4 ) = E 2 G2 − E3G3 − J 2

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Nós pensamos que desta maneira será mais fácil chegar ao resultado. É de
salientar que em nenhum momento nos discorramos ou abandonamos o algoritmo
de análise.

Exemplo 9:
9
Calcule o circuito usando o método de analise nodal

Vamos primeiro marcar arbitrariamente os sentidos das correntes no circuito.

Vamos enumerar os nós e aterrar um qualquer:

Eng. Vithor Nypwipwy 76


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Seja ϕ 2 = 0

A fonte E 5 é uma fonte de tensão ideal porque no ramo “2-3” não existe nenhum
resistor.
• Número de nós: N=4;
• Número de fontes de tensão ideal: N fti = 1
• Número de equações = N-1- N fti =4-1-1=2

Vamos escrever duas equações segundo a 1ª lei de Kirchhoff para os nós 1e 4:

nó 1 :: J 1 + I 2 + I 7 − I 6 = 0

nó 4 :: I 3 − J 1 − I 2 − I 4 = 0

Como a fonte de tensão ideal está no ramo “2-3” e que ϕ 2 = 0 então ϕ 3 = E 5 , isto
é:
ϕ 3 = ϕ 2 + E5 = 0 + E5 = 8V

Precisamos saber apenas sobre os potenciais dos nós “1” e “4”, isto é, ϕ1 e ϕ 4 :
Vamos começar e a nossa referência será o nó “1”. Parados neste nó vemos o
potencial ϕ1 a multiplicar a soma das condutâncias G2 , G6 e G7 e não multiplica a
condutância G1 porque esta está ligada a uma fonte de corrente, isto é:

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ϕ1 (G2 + G6 + G7 )

Vamos subtrair os efeitos de ϕ 2 sobre R6 , de ϕ 4 sobre R2 e de ϕ 3 sobre R7 :

ϕ1 (G2 + G6 + G7 ) − ϕ 3G7 − ϕ 4 G2

No membro direito teremos a soma do produto E 2 G2 e J 1 :

ϕ1 (G2 + G6 + G7 ) − ϕ 3G7 − ϕ 4 G2 = E 2 G2 + J 1

Para escrever a 2ª equação temos que mudar de referência para o nó “4”, onde o
potencial ϕ 4 multiplica a soma das condutâncias G2 , G3 e G4 e não multiplica a
condutância G1 porque esta está ligada a uma fonte de corrente, isto é:

ϕ 4 (G2 + G3 + G4 )

Temos que subtrair os efeitos de ϕ 2 sobre R3 , de ϕ1 sobre R2 e de ϕ 3 sobre


R4 :

ϕ 4 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1G2 − ϕ 3G4

No membro direito teremos a somas e diferenças de produtos E 2 G2 , E 3G3 , E 4 G 4 e


J1 :

ϕ 4 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1G2 − ϕ 3G4 = E3G3 − E 2 G2 − E 4 G4 − J 1

As duas equações são:

ϕ1 (G2 + G6 + G7 ) − ϕ 3G7 − ϕ 4 G2 = E 2 G2 + J 1

ϕ 4 (G2 + G3 + G4 ) − ϕ1G2 − ϕ 3G4 = E3G3 − E 2 G2 − E 4 G4 − J 1

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Vamos agora substituir os valores:

= = 0,5 [1 / Ω] = 1 [1 / Ω ] = = 0,125 [1 / Ω]
1 1 1 1 1
G2 = G3 = G4 =
R1 2 R3 R4 8

= = 0,25[1 / Ω] = = 0,2 [1 / Ω ]
1 1 1 1
G6 = G7 =
R6 4 R7 5

Começamos:

ϕ1 (0,5 + 0,25 + 0,2 ) − 0,5ϕ 4 = 8 * 0,2 + 10 * 0,5 + 0,5




− 0,5ϕ + ϕ (0,5 + 1 + 0,125) = 8 * 0,125 + 2 * 1 − 10 * 0,5 − 4 * 0,125 − 0,5
 1 4

0,95ϕ1 − 0,5ϕ 4 = 7,1




− 0,5ϕ + 1,625ϕ = −3
 1 4

Resolvendo este sistema usando um dos métodos que você conhece


(substituição, adição ordenada e misto) teremos:

ϕ1 = 7,758V


ϕ = 0,541V
 4

Vamos agora calcular as correntes dos ramos:

ϕ 4 − ϕ1 + E 2 0,541 − 7,758 + 10
ϕ1 = ϕ 4 + E 2 − I 2 R2 ⇒ I2 = = = 1,3915 A
R2 2

ϕ1 − ϕ 2 7,758
I6 = = = 1,9395 A
R6 4

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ϕ 3 − ϕ1 8 − 7,758
I7 = = = 0,0484 A
R7 5
ϕ − ϕ 4 + E3 0 − 0,541 + 2
I3 = 2 = = 1,459 A
R3 1

ϕ 4 − ϕ3 + E4 0,541 − 8 + 4
I4 = = = −0,4324 A
R4 8

nó 3 :: I 5 + I 4 = I 7 ⇒ I 5 = I 7 − I 4 = 0,0484 + 0,4324 = 0,4808 A

Caro(a) estudante, nós já calculámos todas as correntes dos ramos, mas você
deve fazer o balanço de potência para comprovar se estes valores das correntes
estão certos. Não se esqueça que este circuito tem fonte de corrente, pois você
sabe qual é o tratamento que se dá ao balanço de potência nestas situações.

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Experimentação
Experimentação activa (8)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta do método de análise nodal, verifique
se percebeu a matéria, respondendo as questões que se seguem.

1. Analisar o circuito abaixo, usando o método de análise nodal:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

2. Analisar o circuito abaixo, usando o método de análise nodal:


a) Determinar as correntes nos ramos;
b) Fazer a prova usando o balanço de potência.

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2.5. Método de Thevenin


Uma rede de dois terminais contendo no
Contexto da experiência e da
interior uma fonte de tensão ou de corrente ou
realidade
ambas é chamada activa e se não tiver

Em qualquer rede é sempre nenhuma destas fontes é passiva.

possível tirar um ramo e Conceptualização


simbolizar o restante da rede
por uma caixa,
caixa, que constitui Rede de dois terminais ou bípolo é aquela
uma rede de dois terminais.
terminais que tem dois terminais acessíveis,
mediantes
mediantes os quais pode ser feita a
ligação a um ramo ou circuito externo.
Teorema de Thevenin:
Em relação a um ramo removido, a rede de dois terminais que ficou pode ser
equiparada a um gerador cuja força electromotriz é igual à diferença de potencial
que aparece nos terminais quando o ramo está aberto, isto é, sem carga, e cuja
resistência interna é igual à resistência medida entre os dois terminais, depois de
substituídos os geradores pelas suas resistências internas.

U ab ,mv - significa tensão entre os terminais “ab”, marcha em vazio.

Algoritmo
1º. Retira o resistor ou o ramo e marcar os terminais por “a” e “b” (você pode
usar outra designação);

Eng. Vithor Nypwipwy 82


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2º. Determinar a tensão em vazio entre os terminais “a” e “b” U ab ,mv , quando
o respectivo ramo ou resistor é retirado;
3º. Determinar a resistência equivalente Req que o bipolo apresenta quando
vista desses dois terminais “a” e “b”. Neste caso as fontes de tensão são
retiradas, ficando no esquema as suas resistências internas (como no
método de sobreposição). As fontes de corrente devem ser desligadas e
ficando circuito aberto pois as suas resistência internas têm valores
infinitos.

4º. Calcular a corrente no ramo ou resistor que se removeu pela equação:

U ab , mv
I =
R eq + R

Potência transferida de um bipolo activo à carga

Para que a potência seja máxima temos que derivar a potência “P” em função da
resistor “R” na carga , uma vez que é a resistor “R” que pode mudar de valores
bruscamente e não a tensão entre os terminais “ab” (entre estes terminais a
tensão U ab , mv não muda, independentemente dos valores que “R” pode assumir),
dP( R )
isto é, vamos determinar: =0
dR

Eng. Vithor Nypwipwy 83


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Segundo a análise matemática, a derivada de um quociente é igual à diferença


entre a derivada do primeiro membro pelo segundo e o primeiro membro pela
derivada do segundo, tudo isto dividido pelo quadrado do segundo membro:


 U  U ′ *V − U *V ′
  =
V  V2

R
Já sabemos que P( R ) = U ab
2
. A tensão U ab , mv é constante, uma vez que
, mv
(R eq + R)
2

não muda de valores.

Então:
 2 R  R
d U ab 
dP( R ) 

, mv
(Req + R )  2 (Req + R )2 2  R ´
2  d
= = U ab ,mv = U ab ,mv
dR dR dR  (R + R )2 
 eq 

2

 R 
´

 =U2 
 R ´ (R + R )2 − R (R + R )2
eq eq ( )  =
´

 (R + R )2 ( )
U
 (Req + R )
ab , mv ab , mv
 eq   2 2

 

(R + R ) − 2 R(Req + R )
2

=U 2 eq
ab , mv
(R eq + R)
4

dP( R ) Req2 + 2 RReq + R 2 − 2 RReq − 2 R 2


=U 2

dR
ab , mv
(R eq + R)
4

dP( R )
Uma vez que = 0 , então:
dR

Req2 + 2 RReq + R 2 − 2 RReq − 2 R 2


= 0 ; (Req + R ) ≠ 0 ;
2 4

(R + R)
U ab , mv 4
eq

Req2 − R 2 = 0 ⇒ Req = R

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Caro estudante, a potência máximo somente é conseguida quando a resistência


equivalente do bipolo for igual à resistor da carga:

Req = R

Assim a potência máxima de um bipolo será:

2
Uab
P( R) max =
,mv

4Req

Exemplo 10.
10
Calcular a corrente I2 que circula no resistor R2 usando o método de Thevenin.

Vamos retirar o resistor R2 e marcar os terminais por a e b.

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Neste caso, a corrente que circula sobre R1 é a mesma que circula em R3 :

E1 72
I1 = I 2 = = = 4,8 A
R1 + R3 3 + 12

Vamos calcular a tensão U ab ,mv aplicando a 2ª lei de Kirchhoff:

U ab ,mv − I 1 R1 = E 2 − E1

U ab ,mv = E 2 + I 1 R1 − E1 = 48 + 4,8 * 3 − 72 = −9,6V

Calculada a tensão U ab ,mv , vamos agora determinar a resistência equivalente Req .


Para isso temos que retirar as fontes de tensão e deixar as suas respectivas
resistências internas:

R1 * R3 3 *12
Req = = = 2,4Ω
R1 + R3 3 + 12

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Já calculámos a tensão U ab ,mv e a resistência equivalente Req . Agora vamos


calcular finalmente a corrente I 2 com base na fórmula que se encontra no ponto
5.4 do algoritmo deste método:

U ab ,mv − 9,6
I2 = = = 1,5 A
Req + R2 2,4 + 4

Exemplo 11.
11
Calcular o valor e o sentido da corrente I3 que circula no resistor R3 usando o método de
Thevenin. Determinar a potência do bipolo.

Vamos retirar o resistor R3 e marcar a tensão U ab ,mv :

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Caro(a) estudante, se reparar para o nó “c” verá que a corrente J 1 entra no nó e


que as correntes J 6 e I 4 saem do mesmo nó. Então vamos aplicar a 1ª lei de
Kirchhoff sobre o mesmo nó, de modo a determinarmos a corrente I 4 :

nó c :: J 1 − J 6 − I 4 = 0 ⇒ I 4 = J 1 − J 6 = 1 − 0,355 = 0,645 A

Uma vez determinada a corrente I 4 , podemos agora calcular a tensão U ab ,mv .


Para isso temos que contornar a malha formada por U ab ,mv , R5 , R4 , R2 e E3 . É
necessário fazer a marcação da circulação nessa malha que escolhemos:

Então, escrevendo a 2ª lei de Kirchhoff para a malha escolhida tem-se:

U ab ,mv + J 6 R5 − I 4 R4 − J 1 R2 = − E3

U ab ,mv = I 4 R4 + J 1 R2 − J 6 R5 − E3 = 0,645 * 4 + 1 * 2 − 0,355 * 6 − 1,045 =

U ab ,mv = 1,405V

Vamos agora determinar a resistência equivalente Req . Para isso temos que
retirar a fonte de tensão e deixar ficar a sua resistência interna (curto-circuito) e as
fontes de corrente e no seu lugar fica um circuito aberto, uma vez que as
respectivas resistências internas são infinitas:

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Req = R2 + R4 + R5 = 2 + 4 + 5 = 11Ω

Calculada a resistência equivalente, vamos agora determinar a corrente I 3 a


partir da fórmula do ponto 4º do algoritmo deste método:

U ab ,mv 1,405
I3 = = = 0,1A
Req + R2 11 + 3

Agora vamos calcular a potência máxima do bipolo:

2
U ab 1,405 2
Pmax = = = 0,04486W
, mv

4 Req 4 * 11

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Experimentação activa (9)

Caro(a) estudante!
Depois da consideração que foi feita à volta do método de Thevenin, verifique se
percebeu a matéria, respondendo as questões que se seguem.

1. Analisar o circuito abaixo, usando o método de Thevenin:


a) Determinar a corrente no resistor R4 ;
b) Calcular a potência máxima do bipolo.

2. Analisar o circuito abaixo, usando o método de Thevenin:


a) Determinar a corrente no resistor R1 ;
b) Calcular a potência máxima do bipolo.

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RESUMO

Os circuitos ou redes podem ser de malha simples, contendo um único ramo ou


de malhas múltiplas, contendo vários ramos e nós. Os ramos encontram-se
ligados a dois nós com potenciais diferentes, o que faz com que se possam
determinar as tensões nos ramos como sendo a diferença de potencial entre os
dois nós que delimitam o ramo.
Qualquer corrente que fluí por um ramo pode ser determinado com o auxílio da lei
de Ohm, independentemente da existência ou não de fonte de tensão no ramo.
As leis de Kirchhoff são a base fundamental e mais importante para a análise e
estudo dos circuitos eléctricos complexos, uma vez que permitem determinar as
correntes que flúem sobre os componentes ou ramos do circuito, as tensões e
potências dissipadas nos componentes.
Associadas as leis de Kirchhoff estão os métodos de análise dos circuitos
complexos, que permitem determinar várias correntes que flúem em diferentes
ramos, tensões nos componentes, a corrente nas malhas, os potenciais dos nós.
Os métodos permitem ainda a remoção das fontes de alimentação, dos resistores
sem alterar as características do circuito principal.

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EXERCÍCIOS DE AUTO – AVALIAÇÃO

1. Analise o circuito usando o método de sobreposição. Calcular as correntes


em todos os ramos e fazer o balanço de potências

2. Analise o circuito usando o método de malhas independente. Calcular as


correntes em todos os ramos e fazer o balanço de potências

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3. Analise o circuito usando o método das leis de Kirchhoff. Calcular as


correntes em todos os ramos e fazer o balanço de potências

4. Usando o método de Thevenin, calcular a corrente que fluí no resistor R5 .


Calcular a potência máxima do bipolo.

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5. Usando o método de analise nodal, calcular os potenciais de todos os nós, as


correntes em todos os ramos e fazer o balanço de potências

6. Analise o circuito usando o método das leis de Kirchhoff. Calcular as


correntes em todos os ramos e fazer o balanço de potências

Eng. Vithor Nypwipwy 94


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BIBLIOGRAFIA

AIUB, José Eduardo & FILONi, Enio. Electrónica: Electricidade – Corrente


Contínua. 12ª edição. São Paulo: Editora Érica, 2005;

BESSONOV, L – Electricidade Aplicada a Engenharia,


Engenharia 2ª ed.; Porto: Edições
Lopes da Silva, 1977

BOLTON, W – Análise de Circuitos Eléctricos – São Paulo: makron Books, 1994

CRAMER DVI. Regra de Cramer. Disponível em:


<http://www.mat.ubi.pt/~pbeites/mat2/0506/Cramer.pdf> . Acesso em 16 Jan.
2007.

FOLHA6M1.DVI. Métodos de Gauss e Gauss-Jordan. Regra de Cramer.


2005/2006. Disponível em:
<http://dme.uma.pt/mauricio/Disciplinas/20052006/1%C2%BASemestre/mat1/doc
umentos/folha6m1.pdf> . Acesso em: 16 Jan. 2007.

HAYT, Jr. William H. & KEMMERLY, Jack E. – Análise de Circuitos em


Engenharia – São Paulo, McGRAW-HILL, 1975;

O'MALLEY, John - Análise


Análise de circuitos - São Paulo: McGRAW-HILL, 1983

SISTEMAS LINEARES. Matrizes e sistemas de equações lineares. Disponível


em:
<http://www2.brazcubas.br/professores1/arquivos/14_luizhenu/MatemaC/Notas-
Aulas01-Canesin.pdf> . Acesso em 16 Jan. 2007.

Eng. Vithor Nypwipwy 95


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GLOSSÁRIO

Ampere (A) – medida de quantidade de corrente eléctrica;


Corrente contínua – corrente cujo valor é independente do tempo, isto é, não
provoca oscilações de polaridade;
Corrente eléctrica – é o fluxo de cargas eléctricas de um condutor;
Ligação eléctrica – união de partes condutoras entre si;
Ohm – unidade de medida de resistência eléctrica;
Malha – percurso fechado que compõem uma rede eléctrica;
Nó – ponto de ligação de três ou mais ramos;
Potencial – nível eléctrico de um ponto ou nó;
Ramo – troço compreendido entre dois nós;
Resistência (Ω
(Ω) – grandeza eléctrica escalar que caracteriza a propriedade de um
elemento de circuito de converter energia eléctrica em calor, quando
percorrido por uma corrente eléctrica, cuja unidade no sistema
internacional é o Ohm;
Resistor – dispositivo eléctrico utilizado para introduzir resistência eléctrica num
circuito eléctrica;
Tensão eléctrica – unidade grandeza que determina a diferença de potencial entre
dois pontos do mesmo circuito, cuja unidade no sistema internacional é
o Volt;
Volt (V) – unidade de medida da tensão eléctrica;
Watt (W) – unidade de medida da potência eléctrica;

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CHAVE DE CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS

Experimentação activa (1)

ϕ a = ϕ b − E1 + E 2 + I (R1 + R2 ) U ab = ϕ a − ϕ b = − E1 + E 2 + I (R1 + R 2 )

Experimentação activa (2)

I = −2,5 A

Experimentação activa (3)

Nó a ∴− I 1 + J 3 + I 4 = 0
malha A ∴ I 1 R1 + I 6 R6 + I 4 R4 = − E1
Nó b ∴− I 4 − I 5 + I 6 = 0
malha B ∴− I 2 R 2 − I 5 R5 − I 6 R6 = − E 2
Nó c ∴ I 5 − J 3 − I 2 = 0
mala C ∴ I 5 R5 + J 3 R3 − I 4 R4 = 0
Nó d ∴ I 1 + I 2 − I 6 = 0

Experimentação activa (4)

 I 1 = −0,25  I 1 = −1,125
 
a)  I 2 = 0,75 b)  I 2 = 0,75
 I = 2,25  I = 2,5
 3  3

Experimentação activa (9)

1. I 4 = 2,639 A 2. I 1 = 4 A
Pmax = 695,82W Pmax = 33,33W

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Auto – avaliação

1.
I 1 = 1,2 A I 2 = 0,4 A I 3 = 0,6 A I 4 = 0,2 A I 5 = 1A

Balanço de potência : 10,48W = 10,48W

2.
25 7 6 97 79 8
I1 = A I2 = A I3 = A I4 = A I5 = A I6 =
39 39 13 39 39 3

Balanço de potência :: 17,59 = 17,59

3.
5923 2323 211 180 549
I1 = A I2 = A I3 = A I5 = A I6 = A
4540 4540 2270 227 908

Balanço de potência :: 55,52W = 55,52W

4.
34
U ab ,mv = 13,6V Req = 14Ω I5 = A
45

5.
I1 = 2,7143A; I 3 = 4,7143A; I 4 = 3,1429A; I 5 = 3,4286A; I 7 = 1,5714A

6.
46 2 2 4 34
I1 = A I2 = A I3 = A I4 = A I5 = A
45 9 45 15 45

Balanço de potência :: 8,7289 W = 8,7289 W

Eng. Vithor Nypwipwy 98

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