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as profissões em cinema e
audiovisual
Você já pensou em trabalhar com cinema e audiovisual? Tem dúvidas sobre as carreiras da área?
Então está no lugar certo!
Nesse texto, falaremos mais sobre as profissões de cinema e audiovisual. Em nosso texto sobre a
faculdade de Cinema e Audiovisual, apresentamos rapidamente as principais profissões do
ramo audiovisual, relacionadas ao conhecimento adquirido em uma faculdade de cinema. Aqui,
nossa intenção é dar informações aprofundadas sobre essas formas de trabalhar com
cinema, te ajudando a entender as variações de trabalho dentro de cada uma das grandes áreas.
Para conhecer as profissões de cinema, é preciso entender o básico sobre o funcionamento do
ramo. Esse funcionamento se adéqua ao próprio processo de criação de um filme ou de
um vídeo profissional. Vamos aprofundar esse processo em outros textos, mas vale aqui
entendermos quais são as funções envolvidas:
Concepção
Pré-produção
Produção
Pós-produção
Distribuição
Nesse caminho da criação de um filme até a sua exibição para o público estão os profissionais
do mercado e também as empresas.
CÍRCULOS
Nafase de concepção, estão os criadores. Podem
ser roteiristas, diretores, produtores e outras pessoas concebendo a ideia de um filme
ou vídeo. No caso de vídeos comerciais, essa concepção pode vir do cliente, uma
empresa que quer contratar um vídeo institucional, por exemplo. A concepção também
pode vir de músicos que querem filmar um videoclipe, de organizadores de eventos,
até de um casal apaixonado que quer um vídeo de seu casamento.
Cada tipo de vídeo muda o perfil de pessoas que têm a ideia, mas para praticamente
todos os tipos de vídeo, o desenvolvimento dessa concepção ocorre com o roteiro.
Na pré-produção, com o roteiro desenvolvido, as produtoras começam o seu
trabalho. Grande parte dos profissionais do ramo é envolvido nessa etapa, contratados
pelas produtoras para prestar serviços em cada projeto. Até mesmo vídeos comerciais
de agências de publicidade são em grande maioria feitos por produtoras contratadas
por essas agências.
No caso de filmes, a produtora cuidará de todas as etapas até a pós-produção e
tentará vender o produto para os players. No caso da televisão, os players são
envolvidos desde a pré-produção, aprovando o desenvolvimento de cada etapa do
projeto.
Ok, mas o que são players?
Os players
Dentre os players mais comuns, podemos destacar:
canais de televisão, muitas vezes chamados de programadores, por encaixarem
os programas e seriados em janelas de horários;
plataformas de VOD (Video on Demand) como Netflix, Amazon Prime, Hulu,
Disney+, entre outras;
distribuidoras de filmes;
salas de cinema;
a internet, com alternativas como financiamento coletivo.
Nessas empresas também atuam profissionais do ramo audiovisual, como equipes de
criação, de programação, de escolha de investimentos, dentre outras funções que
podem trabalhar com cinema.
Para filmes e programas de televisão, os players são os principais financiadores dos
projetos audiovisuais depois do governo. O público também financia os filmes
através da bilheteria, mas o seu dinheiro paga principalmente os distribuidores, que
compram o direito de distribuição dos filmes e precisam recuperar o investimento.
Por esse motivo que tanto se fala dos fracassos do cinema. Em geral, esses fracassos
são chamados assim por serem projetos que deram prejuízo aos players, que não
conseguiram recuperar todo o investimento que fizeram, ou que recuperaram, mas
lucraram abaixo das expectativas. No caso de vídeos comerciais, são as empresas
clientes que financiam toda a cadeia.
Vamos então detalhar agora as diferentes formas de se trabalhar com cinema, seguindo
as duas primeiras etapas da cadeia do mercado, que englobam as profissões que
abordaremos aqui.
Remuneração
CLT
O site vagas.com informa a média salarial de um roteirista contratado por CLT
em R$3.184. Essa média considera a atuação no mercado de publicidade e
comunicação, mas mesmo nesse mercado a atuação do roteirista raramente se
encaixa no modelo CLT.
Freelancer
Em geral, a atuação mais comum para roteiristas é trabalhar com cinema e TV. Para
esses cenários, há uma organização chamada ABRA (Associação Brasileira de Autores
Roteiristas) que busca fortalecer a profissão. A ABRA mantém uma tabela sugerida de
preços que você pode acessar aqui. Mas é importante entender que a tabela de preços
da ABRA, que sugere valores que um roteirista deve cobrar quando for contratado ou
quando vender uma obra sua, não é seguida à risca pelo mercado, especialmente
para profissionais iniciantes.
A tabela sugere, por exemplo, que um roteirista contratado para uma sala de roteiro de
uma série de televisão fechada (canal de tv a cabo) receba cerca de R$ 12.000 por mês
de trabalho na sala. Mas a primeira posição em uma sala, a de assistente de roteiro,
pode variar bastante, entre R$ 1.000 e R$ 5.000 por mês de trabalho na
sala, dependendo da experiência do profissional e do orçamento do projeto. À
medida que se avança na carreira, os valores aumentam junto ao portfólio que o
roteirista tem para comprovar o seu trabalho.
Venda de roteiros
Há ainda uma terceira forma ser remunerado por seu trabalho: vendendo um roteiro
que você criou.
Quando o roteirista é criador de uma obra, ele pode negociar a venda dos direitos
do seu projeto para uma produtora, distribuidora ou para um canal – geralmente
uma produtora.
Em uma venda, os valores podem variar muito, dependendo das prioridades do
profissional, das características do projeto e do orçamento previsto. Algumas
negociações envolvem participação na receita de uma produção, uma porcentagem do
orçamento, enquanto outras estabelecem um valor fixo para a venda.
CINEASTA E DIRETOR
O diretor de um filme é o líder artístico do projeto, carregando, portanto, bastante
responsabilidade. É a figura mais conhecida dos filmes, chegando a receber créditos como “Um
filme de…” em várias obras.
Isso, é claro, vale para diretores que optam por trabalhar com cinema. Na televisão, a lógica muda
um pouco. Novelas podem trazer diferentes diretores, um como diretor-geral e os demais,
diretores auxiliares. Na TV fechada, uma temporada pode ser filmada por vários diretores
diferentes ou por apenas um, dependendo da agenda, dos critérios da produção e do canal.
Remuneração
O site salario.com.br destaca o diretor de cinema com vencimento médio de R$
6.150,41 no modelo CLT. Fora das CLT, a tabela do SINDCINE sugere que um diretor de
longa-metragem receba como piso cerca de R$ 4.000 por semana.
Divisão de trabalho
O diretor pode contar com diretores de 2º núcleo ou diretores de cena, que cuidam
da gravação de núcleos de menor importância na narrativa ou de planos-detalhes. O 1º
Assistente de Direção ou AD é a figura responsável pela garantia do funcionamento
do set para que o diretor possa se preocupar apenas com a parte criativa. Produções
maiores podem contar com um 2º e até um 3º AD.
Junto ao departamento da direção está também a figura do continuísta, que cuida
da garantia de continuidade entre as diferentes tomadas de uma mesma cena, e
também da continuidade ao longo do filme, vendo desde detalhes de cenário até a
posição de atores ou a forma com que seguram objetos entre uma tomada e outra.
PRODUÇÃO
O produtor é a última figura na etapa da criação e nos leva para a outra etapa da
cadeira, a das Produtoras. Apesar de muitos diretores de cinema também serem sócios
de produtora, a função dessas empresas está intrinsecamente associada a esse
cargo.
Um filme exige tantos detalhes que diferentes cargos de produção foram criados. Essa
figura máxima que recebe os prêmios é geralmente chamada de Produtor-
executivo. É difícil falar de salário para esse cargo, pois geralmente seus ganhos estão
associados diretamente ao orçamento ou ao rendimento do projeto em bilheteria, por
exemplo. Essa é a pessoa que cuida dos contratos e planeja o projeto como um
todo.
Divisão de trabalho
Uma equipe de filmagem pode contar com um Diretor de Produção, ou apenas
Produtor. Essa pessoa é a grande responsável pelo projeto quando o Produtor-
executivo não ocupa essa função – caso em que produtores-executivos são sócios de
uma produtora e atuam em um nível mais alto, cuidando de uma carteira de projetos
em vez de uma única obra.
O Produtor de Set ou Platô, como o nome diz, é o grande responsável pela logística
do set de filmagem. Deve se preocupar com a segurança, alimentação, transporte e a
garantia de condições de trabalho de todos os envolvidos no set.
Já o Produtor de Locação é a pessoa que encontra, agenda e organiza todos os
detalhes referentes às locações para a filmagem, sejam estúdios ou locações externas.
O Produtor de Elenco coordena todas as atividades de contratação e preparação
de elenco, atuando bastante junto ao Preparador de Elenco.
Por fim, o Produtor de Arte trabalha em conjunto com a Direção de Arte,
viabilizando todas as necessidades criativas da direção, de cenários a objetos e
figurinos.
Remuneração
Um Produtor-executivo contratado para um projeto ganha cerca de R$ 3.700 por
semana como piso sugerido pelo SINDCINE. Cada cargo de produção parte dessa base,
podendo ainda contar com Assistentes de Produção em cada função.
DIREÇÃO DE ARTE
A Direção de Arte é um dos maiores departamentos de um set de filmagens em
produções maiores, rivalizando com a Direção de Fotografia.
Divisão de trabalho
Na Arte, para criar cenários, objetos, manter o alinhamento com o figurino, a
maquiagem e cabelo, são necessários muitos profissionais cuidando de cada detalhe.
Algumas posições comuns são:
assistente de arte, que auxilia o diretor;
cenógrafo;
técnicos de efeitos especiais (efeitos práticos realizados no set de filmagem);
figurinista;
cenotécnico;
assistente de objeto;
camareiro;
costureira;
maquiadores;
cabeleireiros.
Algumas dessas profissões não costumam ser consideradas quando pensamos no que
é trabalhar com cinema, o que mostra a grande variedade de atuação na área.
Remuneração
O Diretor de Arte tem como piso sugerido cerca de R$2.700 por semana, e seu ganho
médio nas CLT segundo o site vagas.com é de R$ 3.272.
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Sim, a área de fotografia também pode trabalhar com cinema. A fotografia é
comumente definida como a arte de escrever com a luz. É uma função valorizada no
meio artístico e muito central a uma obra audiovisual. Também é complexa e conta
com uma série de profissionais para que o efeito da frase seja alcançado.
Divisão de trabalho
O departamento de fotografia cuida de todos os detalhes envolvendo iluminação
e câmera, englobando assim muitos técnicos. Além do Diretor de Fotografia, podem
haver:
operadores de câmera, alguns especializados em diferentes tipos de câmera
como a steadicam;
assistentes de câmera;
operadores de cabo;
operadores de vídeo assist, a tela que exibe o que está sendo filmado para a
equipe;
foquista;
operadores de movimento de câmera;
gaffer;
eletricistas.
O Gaffer é o chefe da equipe de eletricistas e iluminação, respondendo com seu
“subdepartamento” ao Diretor de Fotografia.
Remuneração
O piso de um Diretor de Fotografia é de cerca de R$ 3.800 semanais, e o do Gaffer
de R$2.800 semanais. Nas CLT, segundo o site vagas.com, o rendimento médio de um
Diretor de Fotografia é de R$ 2.578.
EDIÇÃO, MONTAGEM E SONORIZAÇÃO
A etapa de pós-produção pode levar meses e até anos, envolvendo uma série de
profissionais de efeitos visuais, de som e, claro, de finalização, incluindo o montador.
Divisão de trabalho
O montador tem nessa etapa o apoio de um produtor de finalização, além da
presença do próprio diretor, que deve tomar as decisões finais. É do montador o
trabalho de editar clipes e criar os significados na montagem que o diretor quis passar
durante o processo de filmagem.
Apoiando a finalização, há cargos como o de editores de som, assistentes de edição e
finalizador. Outros profissionais ou empresas podem ser contratadas para cuidar
dos efeitos visuais e do color grading, o ajuste de cores no produto final.
Os sonorizadores não precisam necessariamente trabalhar com cinema, tendo várias
outras áreas de atuação. Esses profissionais de som não recebem tanta fama nas
produções audiovisuais, mas a importância de seu trabalho não deixa dúvidas. O
departamento de som apoia a direção, contando com técnicos de som e
operadores de áudio.
Remuneração
O montador tem como piso sugerido cerca de R$ 2.800,oo semanais. O
site salario.com.br atribui ao montador um vencimento médio de R$ 1.607,25 no
modelo CLT. Um técnico de som tem um piso sugerido a partir de R$
1.800,00 semanais.
VIDEOMAKER OU FILMMAKER
O videomaker, a pessoa faz-tudo do audiovisual que tem crescido em importância
especialmente em conteúdos na internet, acaba trabalhando em muitas das funções
citadas no texto.
Remuneração
O SINDCINE inclui uma tabela para produções voltadas para a internet, mas ela
também separa os cargos conforme as tabelas de longa-metragem e de séries de
televisão. Um videomaker acaba tendo que determinar o valor de seu trabalho
como Pessoa Jurídica na grande maioria dos casos, considerando o orçamento dos
clientes. Ainda assim, sendo o diretor de seus próprios filmes, o videomaker pode
tomar essa função como referência.
Muitos profissionais dessas diferentes carreiras trabalham em outros setores, em
especial nos players: distribuidoras, canais de televisão, emissoras. Nessas empresas, o
modelo CLT é mais comum, já que os trabalhos não estão diretamente associados a
projetos. Podem ser profissionais que atuam na aquisição, no acompanhamento e no
controle de projetos, no estudo sobre o público e sobre a audiência.
O mercado audiovisual não alcançou essa complexidade do dia para a noite. No
próximo texto, vamos conhecer um pouco da história do cinema e do
desenvolvimento desse mercado no Brasil.
Esperamos que você tenha aprendido bastante sobre as formas de trabalhar com
cinema! São muitas informações e, claro, sempre que falamos de salários, há uma
grande variabilidade dependendo de cada situação existente no mercado de trabalho.