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PRÓXIMA AULA

UNIDADE I: A evolução da produção


arquitetônica no Brasil – Do início do século
XIX à contemporaneidade.
1.5. Arquitetura Neocolonial
1.6. A consolidação da Arquitetura moderna;
1.7. A produção Moderna Brasileira.
O ESTILO NEOCOLONIAL e a SEMANA
DE ARTE DE 1922
A CONSTRUÇÃO DE UMA TRADIÇÃO
ARTÍSTICA BRASILEIRA
1. Contextualização
2. Características estilísticas
3. Principais nomes e obras
3.1 Ricardo Severo
3.2 Victor Dubugras
3.3 José Mariano e os Cariocas
3.4 Lucio Costa
3.5 Neocolonial pelo Brasil
4. Críticas
5. A semana de Arte Moderna de 1922
6. Referências
Período de transição entre os estilos historicistas /academicistas
e o modernismo.
O que foi?
O movimento em prol da criação de um estilo
arquitetônico brasileiro, vertente arquitetônica das
vanguardas artísticas e literárias que lutavam contra o
academicismo

Marco inicial
Conferência “A Arte Tradicional no Brasil”,
realizada pelo engenheiro civil e arqueólogo português
Ricardo Severo na Sociedade de Cultura Artística de São
Paulo em 1914.
Onde e Quando?
Germinou em São Paulo a partir da atuação do
arquiteto Ricardo Severo, na década de 1910, e ganhou
força no Rio de Janeiro, nos anos 1920.

Origem do termo
Foi utilizado na maioria dos países da América
Latina, no começo do século XX, para designar aqueles
movimentos que pregavam o retorno de uma tradição
arquitetônica autenticamente nacional (NATAL, 2009)
Porque em São Paulo?

• Sem grandes
importâncias no período
colonial e que desprezava
e destruía os vestígios
desse passado .

• Cidade inteiramente
voltada para o presente e
o futuro.
Câmara municipal de São Paulo.
Porque em São Paulo?

• Segundo Bruand (2008) o movimento começou na cidade por


causa de dois personagens estrangeiros: o português Ricardo
Severo e o francês Victor Dubugras.
“A arte tradicional no Brasil”

Ricardo Severo propôs uma


arquitetura que concebesse o passado
colonial brasileiro como a fonte de
uma tradição histórica e artística
nacional.

Era contrário ao ecletismo e a art


nouveau, nos principais centros
urbanos do Brasil, pois os entendia
como estilos falsos, plágios
desprovidos de tradição local e da
identidade nacional.
“A arte tradicional no Brasil”

“Aqui, a arquitetura teve um cunho estético e um caráter


próprio enquanto foi tradicional, muito embora tenham sido
humildes os seus princípios; deixou, porém, de ter essa
particular expressão artística quando foi cópia de estilos ou de
modelos estrangeiros. Readquirirá os foros de arte brasileira,
quando se reintegrar no seu meio local e tradicional, mesmo
com modelos importados e desde que estes provenham de
uma civilização ou raça afim da nossa e se amoldem por
completo às condições mesológicas nacionais.” (SEVERO,
1917, p. 419).
“A arte tradicional no Brasil”
“A arte tradicional no Brasil”

"Não procurem ver, meus senhores, nesta veneração


tradicionalista, diluída em nostálgica poesia do passado,
UMA MANIFESTAÇÃO DE SAUDOSISMO
ROMÂNTICO E RETRÓGRADO. Com efeito, para
criar uma arte que seja nossa e de nosso tempo cumprirá,
qualquer que seja a orientação, que não se pesquisem
motivos, origens, fontes de inspiração para muito longe de
nós próprios, do meio em que decorreu o nosso passado e
no qual terá que prosseguir o nosso futuro". (SEVERO,
1917).
“A arte tradicional no Brasil”
“A arte tradicional no Brasil”

"Para criar uma ARTE QUE SEJA NOSSA E DO


NOSSO TEMPO cumprirá (...) que não se pesquisem
motivos, origens, fontes de inspiração, para muito longe de
nós próprios, do meio em que decorreu o nosso passado e
no qual, terá que prosseguir o nosso futuro (...). É
necessário, pois, que os jovens arquitetos nacionais dêem
princípio a uma nova era de RENASCENÇA
BRASILEIRA; a eles ofereço esta lição inicial".
(SEVERO, 1917).
“A arte tradicional no Brasil”
A velha escola seria também culpada pela “falta de
educação artística” da população

“Estamos, pois, diante de um dilema. Ou corrigimos o


título da Escola Nacional de Belas Artes, que passaria a se
chamar “Escola Francesa de Belas Artes”, ou lhe mudamos
radicalmente a orientação. Nesse caso, então, se impõe a
criação da cadeira de História da Arte Nacional, destinada
a estudar com caráter cronológico as manifestações
artísticas observadas no Brasil (...).”
(MARIANNO FILHO, 1943, p. 150)
Um paradoxo

O NEOCOLONIAL reage contra o passado recente


olhando para trás.
É um revival que se pretende novidade

De acordo com Argan (1977, p. 7), o revival nasce


como experiência artística e como redescoberta romântica, e
mostra-se até nossos dias não só através da expressão na
pintura, na escultura e na arquitetura, como também numa
evocação de passados míticos relacionados com construções
políticas e ideológicas.
EMBATE
O neocolonial
é uma reação de vanguarda ao que era visto como
EXCESSO DE ESTRANGEIRISMO ECLÉTICO
na arquitetura que se fazia no Brasil do início do século,
porém transmuta-se em
RESISTÊNCIA AO MODERNISMO
calçada ideologicamente no tradicionalismo conservador.

...versus a
A SEMANA DE ARTE MODERNA (1922)
• Busca pelo novo, pelo atual ....porém atrelado à cultura brasileira
CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
Solar Monjope
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
Duas vertentes:

Ricardo Severo e os cariocas Victor Dubugras

• Usam os elementos •Fantasia pitoresca


decorativos do período colonial • Mistura de estilos –
em harmonia compositiva • ecletismo
Tem conhecimento erudito do
passado
• Insere-se na academia de
Belas Artes
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
Uso de elementos da arquitetura colonial

Varandas

Telha canal

Casa da Fazenda Mato de Pipa (1777). Um das mais antigas casa-


grande de fazenda de cana-de-açucar do norte do Rio de Janeiro.
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS

Balcões „
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
2 CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
A pequena fachada rosa de traços neocoloniais se destaca em meio ao cenário urbano da
Rua Brigadeiro Franco, quase na esquina com a Comendador Araújo. O contraste que a
construção compõe com o conjunto Evolution Towers, que abriga o hotel Pestana, é o
registro de um pedaço da história do Paraná e do Brasil reunida e mantida pelo intelectual
David Carneiro.
CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
A fachada é o que restou da residência da família Carneiro, que
hoje dá lugar ao Espaço Cultural que leva o nome de seu
construtor. A construção da casa data do final da década de 1940
e foi inspirada na residência do escritor português Eça de
Queiroz – “o ramalhete”. A mudança para o endereço, onde
antes funcionava a ervateira da família destruída em um incêndio,
ocorreu em decorrência do falecimento de uma das filhas do
intelectual, como lembra Elisa Marilia Prado Carneiro, neta de
David. “Como todos os lugares da antiga casa [na Rua
Desembargador Motta] lembravam a filha, meus avós resolveram
construir na Brigadeiro Franco. Esta casa era grande. Do lado
direito, olhando de frente, ficavam os quartos e do esquerdo a
biblioteca do meu avô”, conta.
OBRA - CASA DE DAVID CARNEIRO
OBRA - CASA DE DAVID CARNEIRO
OBRA - CASA DE DAVID CARNEIRO
OBRA - CASA DE DAVID CARNEIRO
ESTILO
Este estilo surgiu na tentativa de resgatar uma identidade nacional
da arquitetura no início do século XX. Portanto, esta estética que
remetia a arquitetura produzida no século XVIII veio a tona e foi
bem acolhida na época.

Olhando para as imagens, é fato que estas casas passam uma


sensação de aconchego e bucolismo, e de certa forma parecem
representar quem somos ou quem fomos. Isto nos agrada, e faz
com que atualmente haja um produção arquitetônica que remete
esta época.
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