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FT Adamastor
FT Adamastor
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2.1. Num primeiro momento (est. 37, vv. 1-4), Vasco da Gama dá-nos conta do ponto do percurso
em que se encontravam (tinham saído há cinco dias da baía de Santa Helena) e da forma como
estava a decorrer a viagem (com ventos favoráveis). Porém, o aparecimento súbito de uma nuvem
densa e escura, acompanhada do rugir do mar ao longe, trouxe receio ao espírito dos navegantes
e inquietação a Vasco da Gama, pois perceberam que aquilo que se aproximava era algo mais
grave do que uma tempestade.
3.2. O Gigante nutre pelos Portugueses admiração pelo seu atrevimento, +coragem e
determinação e, simultaneamente, ódio pelo facto de essa “gente ousada” vir desvendar os
segredos do mar que, até aí, era só seu (est. 41 e 42, vv. 1-4).
3.3. Ele avisa os Portugueses que serão castigados pelo seu “atrevimento” (est. 42, vv. 5-6), pois
todas as naus que fizerem aquela viagem terão como inimigo aquele lugar, com “ventos e
tormentas desmedidas” e a primeira armada que por ali passar há de ter um inesperado e
destruidor castigo (est. 43), especificando concretamente as tragédias de Bartolomeu Dias, D.
Francisco d’Almeida e de Manuel de Sousa Sepúlveda.
3.4.1.
a. est. 45;
b. est. 48;
c. est. 47;
d. est. 44;
e. est. 46.
3.4.2. Por se tratar de casos futuros, que ainda não podiam ser do conhecimento de Vasco da
Gama, são relatados como vaticínios pelo Adamastor; estes casos são passados para Camões, e
futuros para Gama.
4.1. Na estância 40, a atitude foi de medo (“Arrepiam-se as carnes e o cabelo, / A mi e a todos, só
de ouvi-lo e vê-lo!”); agora, Vasco da Gama interrompe o Gigante e fala-lhe de cabeça erguida
(“alçado”), numa atitude de desafio, de igual para igual.
5.1. Adamastor apresenta-se como sendo o “oculto e grande Cabo” onde termina a costa africana
e que se estende em direção ao polo sul, que os grandes geógrafos da Antiguidade não
conheciam. É um filho da Terra, tal como o foram os Gigantes revoltados. Esteve em guerra contra
Júpiter e fez-se “capitão do mar”.
6.1. Ao contrário do sucedido no momento em que aparece (est. 39-40), infundindo o medo pela
sua figura e pelo tom da sua voz, o Gigante desaparece subitamente chorando, humilhado pela
recordação do seu sofrimento e, provavelmente, por ter tomado consciência que a sua força
aparente se transforma facilmente em fraqueza.
6.2. Gama invoca a proteção divina, pedindo a Deus que não permitisse que os casos vaticinados
pelo Adamastor viessem a acontecer (est. 60, vv. 5-8).