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PoeQ
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Poesia
ameríndia
no Brasil
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ameríndia
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Poeoia®
Numero
37 ^
^ ^/77JD ^
no Brasil
Rio de Janeiro
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidenta da República
Duma Rousseff
Ministra da Cultura
Marta Suplicy
Presidente
Renato Lessa
Diretoria Executiva
Maristela Rangel
José Eisenberg
Coordenadoria de Editoração
Marcus Venicio Toledo Ribeiro
EDITORIAL
Editor
Afonso Henriques Neto
Conselho Editorial
Ioyce Braga
Orelhas:
Mata A margem do Rio Amazonas. In: Tabulae
Digitalização de Imagens
physiognomicae Brasiuae regions, de Carl Friedrich
Otívio Oliveira Philip von Martius, 1840.
MINISTÉRIO DA CULTURA
Fundação BIBLIOTECA NACIONAL
w
Inistérlo da © 4^11
Cultura
DKAall,
Sumário
brasileira (1841)
ENTREVISTA
lago de e Arranjos de
pnrpnra
Ferdinand Denis I 45
literatura do Brasil
(1836)
de Magalhães I 79
Palavras iniciais
Os cantos "Ensaio
ameríndios aos sobre a história da literatura
pertencem
diferentes indígenas desde do Brasil", de Domingos Gonçalves
povos que, José
indígena em língua a
portuguesa,
geral nos cantos ameríndios, ou seja, Mas uma flecha ainda mais rápida
Poéticas ameríndias
' " I HIT.. I»l»lf I.IIII. «i—Mi ,i. m'A-
na literatura no Brasil
Sérgio Cohn
... estranho
- c muito -
o meu e teu
linjaguar
(Antonio Risério)
"nativo"
seguinte. E os índios foram tema de elemento como precursor
"inconfidente".
do independentismo no romantismo europeu, Denis defende
Costa vem para reforçar a tese de pela primeira vez de uma poesia indígena,
"essa
o indianismo romântico foi um poesia primitiva, jamais levada à
que
dessas etnias sem problemas. Mas não identidade. Uma nação se forma e
que
momento do
se aventuraram em viagens ao interior do país. As idéias de Denis
Se o interesse dos árcades era até hoje vistas como clássicas, como as
o imperador de um grande
dom Pedro II o nomeou o poeta", lamentou apenas
"poema
nacional" brasileiro. a de
pequena quantidade poemas
na independência: o sentimento
Gonçalves Dias não é meritório apenas os autores modernos. Sobre esse interesse
"Tabira",
cronistas. Seus como Augusto de Campos observou
poemas, já que
"I-Juca "Os
Pirama" e o épico inacabado o maranhense e
poeta pré-enunciou
incorporou à sua a matriz do canto de Amorim
poesia virou referência entre todos
situação
já é outra. Os
poetas
modernos amazônico
popular que Amorim
encontram um material mais extenso de emprega com freqüência, como
vezes "as
coletados utilizando o havia de oytáuytá; mulheres boiaboiavam
que
o fonógrafo Em todos
para gravar os mitos de esses casos, a natureza
do Jurupari coletada
por Stradelli, No fim da década de 1920, dois
modernistas
principalmente através dos por
Cassiano Ricardo, Menotti dei Picchia
"Lendas
manuscritos das em nheengatu e Plínio Salgado, com forte tendência
Dentro "Manifesto
desse olhar verde-amarelo, bases de referência. O
livro de
poemas, Marfim Cererê, com
grandes clássicos de nosso
pensamento.
influências de temáticas afro-brasileiras e Nele, defende Oswald:
ameríndias.
do foi também
grupo provavelmente Socialmente. Economicamente.
com o de Poronominare, o
pseudônimo dos Gracos. Só me interessa o
que
trapaceiro matador de antas da mesma não é meu. Lei do homem. Lei do
da leitura de Amorim:
em Cobra Norato,
pela primeira
suas viagens lá. Como ele mesmo migravam). Com isso, o interesse
por pelas
voz baixa. Para mim o livro vale de Guimarães Rosa, Maira, de Darcy
possui a seguinte nota de rodapé: surgiu em 1972, com o livro Urubu rei.
entre os mitos cadiuéus, narrados seu nome real (Ramiro Matos), incluiu
o
que fez Homero aproveitando-se Joyce com a busca de uma absorção
0
homem deixou o filho num cisco
em Gramiro o uso de tupi-guarani
[e saiu de
forma o arcabouço ideológico e
a
pé comendo fruta do mato
lingüístico do livro, na medida em
a língua se conformasse
[...] portuguesa
[do vento.
conhecido
por seus primeiros livros, Realizadas muitas vezes
por poetas, com
como Paranóia, onde fez uma renovação amplo domínio da linguagem, enfrentam
Paulo, dialogando com a poesia beat e o contextos muito diversos da nossa cultura
ônibus. Você tem uma relação não ameríndia e afro-brasileira, a edição foi
Viveiros de Castro:
2 O se encontrará
que nestas
páginas
A da segunda metade da alegremente
partir veementes, cheias de um
dos originais, e não apenas realizar se, em seguida, uma aliança entre
"Canto
etnografia e poesia, avance O da castanheira", na
que versão
retomada das
propriamente poética
textualidades extraocidentais
(e o Nai dai dai
humana. Por
que
fazem assim os Maí -
Kadine-kanhí - emplumando a
e originalmente no livro
publicado [castanheira, aqui aqui os Maí.
foi retrabalhada
por Antonio Risério,
que
editou, em
parceria com Roberto
ressalta:
Pinho, a revista Invenção do Brasil,
alterações, "Diga
abrasileirando os nomes belo nome de cantando o não
que
dos função tanto ser dito falando". Como
personagens (em pode afirma
"estranhamento" "a
do do Bruna, tolo na língua kuikúro
quanto palavra
estrato 'canto' 'pássaro'.
sonoro do texto), enxugando significa e Assim os
(nasais, por exemplo), etc, mas sem kuikúros, de grande beleza, é significativa
das traduções. Um exemplo está nos Sim, vamos botar nossos colares
banhar-me
quero
se fazer bonito; só depois ela caso dos dois livros de cantos maxakalis
poderá
"queimá-lo",
ou seja, fazer sexo com organizados Bosângela de Tugny,
por
"fura"
ele. Se o penis a vagina, ele é, Cantos e histórias do e
gavião-espírito
"queimado"
sua vez, ela: Cantos e histórias do morcego-espírito e
por por
ollios azuis olhos azuis olhos azuis livros de cantos ameríndios. 0 volume
bico branco bico branco bico branco Kosmofonia mbya guarani, organizado
seu canto triste traz saudade os livros organizados por Pedro Cesarino
olhos azuis olhos azuis olhos azuis Kosmofonia, como o nome indica, traz a
bico branco bico branco bico branco tradução de cantos mbya guaranis, com
resplandecente - o menino
povos-espíritos. Traduzi-los seria [sol
cantos tem função diplomática, mediando tradução de Nícia Adam Bonatti e o título
prefácio ao volume,
embriaguez de sua no
grandeza
É assim, escute. coração dos homens e das mulheres
[seus filhos,
o Colibri, original,
pássaro
brasileira, colocando-os em
a poesia pé de
traduções "a
das narrativas, realizadas Carvalho, faz suas
por poesia próprias
Aurora Fornoni Bernardini e leis". A contextualização
(Jurupari) de de
poemas
Henrique Roenick Para o literatura não é automática.
(Makunaíma). qualquer Ou
"Canto
Poesia.br, retrabalhou o da anta", a exigência de explicitar-se o contexto
Sou a anta: meu choro está nas cores ao leitor a fluência do texto, sem a
Sou a anta: meu choro está nas cores amplo entre as culturas envolvidas.
[vermelhas do caçador.
[penugein do caçador. 3
Sou a anta: meu choro está na coroa Indígenas, reunindo nomes como Daniel
Sou a anta: meu choro está nos Potiguara. Esses escritores indígenas
As flechas dele são tão belas como as suas tradições e também com uma
As flechas dele são tão belas como dentro de uma tendência importante, sem
As flechas dele são tão belas como compreensão sobre as suas etnias, mas
que se trata de
publicar
cantos brasileira, não apenas na literatura, mas
direitos indígenas conquistados durante trocas culturais, 011 seja, de contato com o
risco - e se reinvente.
pelas políticas governamentais
ameríndias
Esquece-se
maior diversidade lingüística cada língua implica em um mundo
que
atual/linguas/o-trabalho-dos-linguistas, acesso ^
Exemplos de cantos de cura referentes a
em 10/12/2012). A autora observa encontrados em um
que apenas povos pano podem ser
cerca de 20 línguas artigo de Graham Townsley sobre o xamanismo
possuem descrições mais
completas, ainda dos Yaminawa lhe ways and
que quase uma centena tenha ("Song paths:
sido objeto de estudos lingüísticos mais ou means of Yaminawa shamanic knowledge".
menos bem elaborados. L'Homme, 1993, n" 126-8, p. 449-468), no
ser marcados aprendizado rigoroso 15. shata
pelo txishã ipawê!
daí a de imperativos e da
presença
dá a da comunicação
partir entre o na colina da terra-espírito
outros.6
menokovãini
J
Tradução de Pedro Cesarino originalmente
riai koi shnvaya
CESARINO, Pedro de Niemeyer,
publicada em
"Poéticas
shavá avainita indígenas". São Paulo: Instituto
Por conta disso, tornou-se comum outra coisa fosse formada no mundo
(Ancestrais e suas sombras: uma etnografia da cuja complexa mitologia vem sendo
publicada
chefia kalapalo e seu ritual mortuário. Tese de
pela iniciativa dos próprios cantadores da
doutorado, UNB, 2012).
região nos oito volumes da Coleção Narradores
^
A arte narrativa ameríndia se aproxima mais Indígenas, editados desde a década de 1990.
da poesia dramática do que da prosa corrida, Sérgio Medeiros também tem se dedicado
como sugeriu DennisTedlock (The spoken word aos ciclos narrativos da América do Sul e da
redução à prosa corrida é uma constante em Paulo: Iluminuras, 2007, em colaboração com
diversas publicações, que foi revisada e criticada Gordon Brotherston). Vale também lembrar dos
da década de 1980 em diante por uma série de trabalhos de Alberto Mussa sobre a mitologia
Brasil, pouco desses corpus narrativos tem sido Baptista sobre os Guarani
(Roça barroca, São
estudado, traduzido e editado. As exceções ficam Paulo: Cosac Naify, 2011), entre outros
poucos
narrativas do Alto Rio Negro, tais como os publicados
por conta das por Betty Mindlin.
aflorou-se a fonte da fala e fez com mito e da tradição sobre elas ainda
que
ameríndias de reflexão
poética, tão
8 humano", e entram na
que
Iradução de Josely Vianna Baptista
(op. cit.,
composição das tais designações
p. 31-32).
"nós,
CLASTRES, Pierre. A etnocêntricas [do tipo, os seres
fala sagrada: mitos e
cantos sagrados dos índios humanos verdadeiros"], não denotam
guarani. Campinas:
Papirus, 1990.
p. 13.
a humanidade como espécie natural, o seu mundo, de modo que as
povoam
"
mas a condição social de pessoa, falas e pensamentos melhores de tais
magníficos, fulgurantes, e
perfumados
^ ^
Mais detalhes a respeito de tal teoria da
inconstância da alma selvagem. São Paulo: sobre a poética xamanística marubo citado
sem descanso imitá-los, muitas Uma condição lhes tem sido imposta
por que
e muitas vezes. Por conta desse vida nas margens das cidades e
pela
se tornem audíveis?" Então, eles Mas há, ainda, outro desafio não
retomavam seus cantos com as vozes menos difícil: o de fazer com suas
que
"se
ainda mais fortes e Foi tornem audíveis" os
potentes. palavras para
nós. Eles nos emprestam suas últimos têm lidar com a voracidade
para que
do modernista: Mário de
primitivismo
culturas ameríndias:
Carlos Fausto
uma dimensão semelhante às epopeias autoria muitas vezes ser coletiva, ou não
não conversam entre si, e as soluções dando urna legitimidade àquele canto
se criar uma equação entre o que é direito aquela entre os alemães ou italianos e nós.
que Eduardo Viveiros de Castro fez CP: Se vocês ficarem na ânsia de ter
filosofia), Pedro faz uma operação que indígenas mudem de maneira muito
equívocos. Só com o tempo saberemos da relação do seu começo até o seu fim.
para saber será o nosso norte daqui da cultura um dos centros de suas
qual
a anos. eu comecei reivindicações E isso causa
quinze Quando presentes.
idéia um tanto otimista ter ido nas aldeias hoje, é uma doença crônica,
parece
porque eles estão o tempo inteiro outra modalidade de domínio. Não
acaba, a doença não chega a um fim. diferentes, mas saibam numa aldeia
que
Você não vira branco lá no final. E esse indígena a única coisa não existe
que
muita angústia. Daí é a coletiva.
processo produz propriedade Justamente
iguais. Algumas delas não valem a têm dono e ser dono implica uma relação
pena.
"dono"
ritual, é o cara vai
pois que
PS: Corno é a da circulação comida alimentar
questão produzir para quem
de informação entre as diversas etnias fará o trabalho coletivo. Sem isso não se
ritual: acredito é se
há sim os mestres-donos dos que preciso preocupar
outra lógica.
I
Três textos
históricos
RESUME
DE LIIISTOIRE LITTÉRAIRE
DU
PORTUGAL
süivi nu
dü brésil;
dlh
PARIS,
X 826
Resumo da história
literária do Brasil
(1826)
Considerações sobre o
gerais
caráter a deve
que poesia
Ferdinand Denis
DE L'HISTOIRE
LHISTOIRE LITTERAIRE
UTTERAIRE
DU
DV
BRESIL.
BRÉSIL.
W <•» ^ • <••
*.V\W%WkVWW%iV%* %.-%?%. %.."%?*.
CHAPITRE PREMIER.
Considerations
Considéralions sut le
]e caractere
caractère la
l;i
gencrales
géperales que
long-temps I'Amerique
rAmerique ineridio-
inéridio-
Pendant
soumise au de deux
nale,
«ale, joug puissances
leurfour-
leur four-
europeennes,semblacondamneea
européennes,semblacondamnéeà
uii
uu desir
désir ardent
arderit d'ac-
le Nouveau-Monde
au temps oil
ou Ton
l'on retenir les
pouvait
plus
Considerações
gerais
sobre o caráter a
que
Novo Mundo
et ceux de rignorance. On
Ou
politiques par
eclifipper
écbftpper le de toutes
do.toutcs les counais-
germe
sances;
sancesj nous verrons ce cet
que produira
prodíiira
ecliange,
écliange, <<jui se faisajt sou vent
faisaitsouvent malgre
malgré nous,
jui
dans
datis la des etals
étals de 1'Ame-
l'Amé-
puisque plupart
rique du sudleslivres
sud les livres etaient
étaient
proliibes,ou
proliibés,ou
venaient s'enTouir
s'eníouir dans
daris les bibliotheques
bibliothòques des
moiues,
moines, et la
là trop souvpnt une oisive
que
II faut
íaut convenir cependanl
cependant 1c
le Portu¬
Portu-
que
mit
mil bien moins de rigueur dans ces
gal
l'ancien en
eu transpprtaut
transportant son
sou
goufernement,
gouvernement,
siege
sidge a
à Kio-Janeiro,
Rio-Janeiro, apporta aussi le
gout
Jeur
leur culture le Bresil
Brésil cessait alors d'etre
d'étre
;
une colonic;
colonie; l'odieux
1'odieux systeme tombai t
tombait do
de
lui-meme
lui-méme : annees
années lard les
quelques plus
Bresiliens
Brésiliens i'etissent
Teosscnt aneanli*.
anéanlí.
Neannioins, au commencement
cominencement du sieclc,
sièclc,
au Portugal faible's
faibles rayons de son
sou
quelques
ancienne
aneienne Jilteraire
liltéraire s'en
gloire pour parei
parer
les succes
succès les Bresiliens
Brésilieus eusseut
que pu
acquerir
acquérir etaient
étaient comptes
comptés rienjeomme
rienjcomme
pour
les ricliesses de
dc la terre
terre, ils allaient le
? grossir
políticos e da ignorância. Nos lugares de onde arrancávamos
0 ouro,
deixamos escapar o de todos os conhecimentos;
germe
vamos ver o essa troca, feita tantas vezes à
que produzirá
nossa revelia, visto na maior dos da América
que parte países
(lo Sul os livros estavam ou se enterravam nas
proibidos,
bibliotecas
dos monges, e lá, muitas vezes, uma ociosa
ignorância
os desdenhavam.
Contudo, no de
princípio século, o vasto império do Brasil
muito
pouco; igual às riquezas da terra, iam engordar o
DU TiUESlL. 5l5
lenr
pouvoir.
attéste la (Vim
jeunesse peuple.
região,
as conquistas dos europeus, haviam inspirado
já
aos homens do Novo Mundo; sem o deixavam-se
perceber,
arrastar
por um ambiente delicioso: da natureza,
poetas
haviam celebrado a beleza; submetidos às nobres e
paixões
ardentes,
cantavam o seu
poder.
0 Brasil, sentiu a necessidade de adotar instituições
que
diferentes
daquelas lhes haviam sido impostas
que pela
Europa,
já experimenta a necessidade de ir buscar suas
inspirações
poéticas em uma fonte verdadeiramente lhe
que
du toujours être
etre meconnues;
méconnues; elles ue
ne sont
traditions.
tjaditions. L'Amerique,
L7Amérique, brillante de
jeu-
comme elle;
ellej notre
notregloirelitteraire
litteraire ue
ne
giques gloire
toujours
tòujçurs I'e'clairer
l'e'ciairer d'unelueur sJaf-
pent
peut qui
quis3aí-
iaiblit en
eu traversant les mers, et doit
qui
s'evariouir
s'évanouir completement
complètement devant les inspi¬
inspi*
nergie.
ncrgie.
rester independarite,
indépendarite, et ne chercher sou
son
çhercher
dans 1'observatiori.
robservation. L'Amerique
L*Ãmeiiique
guide que
eunu
eufiu doit etre
être libre dans sa comme
poesie
poésie
dans son
gouvernement.
Le INouveau-Monde ne manquer
manque*'
peut
d'imposantes
dimposantes traditions}
traditionsj dans sie-
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quelques
cles,
cies, l'epoque
répoque ou
oíi nous sommes
parvenus,
1'epoque oil
ou se fonda sou independance,
indépendance, lui
Son tem
temps des fables mystérieuses
mysterieuses et
ps poe-
poé-
tiques, ce
cc seront les siectes
siècles ou vivaient des
plena de energia.
voz de seu deus era o raio; seu templo, o deserto; eles, mil
para
5lB
5i8 RESUME
resumi! DE
de 1,'hISTOIRE
t/histoire LITTER AIRE
litteraire
fantastiques la nature
genies
geuies qnimaieut
^nimaieut
favorisaient
favorisaier.it les liommt-s
hommès ou s'en faisaient
redouter. etudie
étudie les faibles tributs
Qu'on
ecliappes
ecliappés a.trois
à.trois sieclos-de
siècles^de destruction,
destruction; on
verra
veria encore
eneore toules
toulcs les
y pensees
perisées primitives
"
excitent
cxcitent fbrtementTimagination;
fortement 1'imagi nation: mai
raai("
qui
aux la
ia civilisation
civilisaíion detruit
détruit
peupladcs
pcupladfes que
lentementet caclient
caclxeüt lesmalheursde
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race
raçe americaine sur des rivages
ri vages ou on
o"n les a
/, intcrroge
intcrrôge les nations libres, leurs
Jeurs
qu'on
q;u'on
campagnes s.ont
s.orit encore aniipees
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pensees
perisées
• vraiment
poetiques.
D'uu
D'un autre CQte?
côte? lout
tout I'lieroismc du
^héroísmedu moven
moyen
age, tout
tont l'esprit
fesprit ardent et aventureux
avéntureux
des
temps
teiiips de chevalerie, ne
paraissent-ifs
paraissent-iís
pas'
pas
avec une teinlc
teinte dans ces
particuliere
particulière voya¬
voya-
des expiorateurs,
explorateurs, s'avaneant
s'avançant
ges premiers
premíers
visitant
visitaut des-nations
des-nations les
qui pouvaient ane'an-
anean-
tir P
tirP lis ne voulaieiit
vouiaient de
de l'or;
l'õr; mais
que onnc
on nc
leur refuser
reíYiser : J
,1a
pent
peut qne'.que
quelque gloire a
p0c-
p0('.
sie s'enxparer
sVmparer de leu rs
leurs courses
peut loin-
foin-
taines.
taines. ,
gênios fantást icos animavam a natureza, favorcciam os
livres, enxergar
poder-se-á os campos ainda animados por
pensamentos verdadeiramente
poéticos.
ia nature, s'animcnt de sa
qu'ils grandeur,
nepeut la connaitre.
<le
de secu t lons apres
peisecutions
pei |j avoir un re¬
rc
quapres
qu jete
jeté
de compassion sur les siecles
siècles
gard ecoulcs,
écoulcs,
il la saisisse; les
lesnatious
qu'il
quil nations annui¬
auéan-
plaigne
pjaigne
ties,
lies, excite une tardive,
qu'il pitie mais fa¬
fa-
vorable
vorable aux restes de$
de§ tribu's
tribus indiennes;
indienncs; el
ei
ses mceurs,
moeurs, ne soit
par qu'il oublie
oublié
point
etqu'il
et la
là cliante
diante lui-mdmc,
lui-même,
patrienouvelle, qu'il
tunes, se rejouisse
réjouisse avec la brillante
qu'il es-
I'Amerieain,
rAméricain, Her
íier de son climat, de sarichesse,
de ses institutions,
fastitutions, viendra un visiter
jour
1'Europe
1'JEJuvopè comme
corame nous nos vers
portons pas
les ruiues
mines de l'antique
1'antique Egypte. II deman-
lui
híi un tribut de reconnais¬
reconnajs-
paiera juste
sance. L'Eiirope
L'E*irope a fondd
fondé la du
grandeur
descende de 1'Européen,
1'Europeen, se
Qu'il qu'il
soit allie
aliié au noir ou a
à l'habitant
Plutbitant
de
primilif
primitif
sombrias ramagens de
escondem tantas cenas perseguição;
retome-a, depois de compaixão
de haver lançado um olhar
riqueza, de a Europa
suas instituições, virá um dia visitar
primitivo habitante da
DU BRiísiL. 5UI
le Brésilien est
^'Àmérique, uaiuicllement
<ít. livrer
se à lá il
pour poésie, rfesl
pas
i-uícessaire áit reçu réducation
qu'il des
viüüs; il semble le
que génie parliculier de
sans la réflexion y
po> que prenne part,
il contemple ce la nature
peut-étre que
..i5
América, o brasileiro de um modo natural a disposição
possui
sur Ic
fondes, ou les ílots meurent
paisibles
a do
pervinca-rosa ou a ipomeia recobrem as áridas areias
se dirigem
para alguma ilha distante, à configuração dessas
ílorestas
verdejantes, dessas frescas dessas férteis
praias,
colinas
que se desdobram diante dos olhos, a imaginação se
0 laranjal,
espalha-se no ar um leve acaricia
perfume que
0 olfato, dissipa-se
por momentos, se faz sentir outra vez,
e se
perde no espaço. Sob essa deliciosa atmosfera tudo se
reúne
para nos encantar; e o tempo da seca interrompe por
donne l'abondance de Ia
que lerre, au mu-
nessa fertilidade da
selvagem se mostra ao lado
que
fertilidade da
da arte, na esperança da abundância
provinda
terra, ao das
mugido das florestas ao fragor quedas
primitivas,
d água se lançam aos rugidos dos
que de rochedo em rochedo,
o e tanto
pensamento do brasileiro uma nova energia;
ganha
isso é verdade disposto a
o viajante sente-se naturalmente
que
tristeza se é baixa,
mostra muita vez no olhar; se fala, a voz
il faul sa
gination, qu'on partage penséej
0
presente, arrebatando-lhe a intensidade da imaginação,
° arrasta
e desvia-lhe os olhos do futuro; e o branco,
(Iue
partilha tanta vez o trabalho daqueles dois homens,
orgulhoso
de à raça dos vencedores, se constrói
pertencer
ern tradições novas, mas retém aquelas dos velhos tempos; o
seu
pensamento erra algumas vezes sobre as bordas daquele
fejo
jamais visto; a imaginação está em terras distantes,
et le coinage
courage de l'homme cuivre : son ame
est energique
énergique et son esprit rcveur;
rêvèurj de
gran-
de eette race
race J.
des clioses
choses sortiront
gortiront
Le Ills
fils d'un Europe'en
Européen et d'une noire, le
mulâtre
mulatre rappelle 1'Arabe
1'Árabe ses trai ts, sa
par par
taut
tant son ame, le rend entliousiaste;
entliousiáste; sa
pen-
see
sée estrapide, son imagination variee,
variée, son
coeur
cosur ardent. II est la nature
naturefa
l'a crec
créé
poete,
poete,
tel.
lutte liero'ique
liéroique developpa tous les caracte-
caiactè-
res, a
à l'epoque
1'époque ou la Ilollande lut vaincue
le Bre'sil,
Brésil, la nature oifrit
oiirit au monde un
par
spectacle nouveau
spectaclenouveauqui comprendre
qui putfaire
putlaire
roisme cnfeValeresque,
clífeValeresque, donna l'exemple
Texemple du
roisirie
les Europeens
Européens allient a
à la
lamédi-
medi¬
courage
que
reflexion.
réflexion. Calabar,
bravoure
quidedaignela
quidédaignela
tie
ue d'un blanc et
et, d'une Africaine,
Áfricame, doue
doué
des liistoircs
liistoires inventecs
inventées dansle
poetiques
poeliques pays.
e a coragem é enérgica e o
do homem acobreado: a alma
bravura nascido de
desdenha a reflexão. Calabar, pai
que
''ranço imaginação,
e mãe africana, dotado de uma incrível
tous, s'il
«'il n'eut^te
r/eutété un traitre et enfiti
eteníin
qu'eux j
ce Cameran
Cameran, , ce clief-celebre
clief-célèbre des Indiens
Iudiens,
?
s'e'galer
s*e'galer a
à eux, voulut toujours s'i-
pouvait
solcr
soler : il
ii se monlra le type de la race ame-
amei-
ricaine son
sou courage terrible,
lerrible, sa len-
par par
teur
perseverante.
il fallait
failait faire connaiLre
connaíüx' ces traits caracteris-
caractéris-
dilieront
difieront un mais est important
jour, qu'il
de ne oublier.
pas
Dans
Daus.cé
ce 011
oíi la nature ddploie
déploie tant
tani
pays,
de oh
oíi les esprits sont si ardens,
pompe,
rien ne done
donc rester faible, tout
lout doit
peut
s'elever
s'élever rapidement.
Mais uue
une chose vraiment. remarquable,
e'est
c'est riufluence
riníluence maintenant notre
qu'exerce
litteVature
litte'rature sur
s"ur celle des- Bresiliens. lis
íls sont
Tiers
íiers des auleurs ont fixe
íixé leur langue;
qui
uaisscntpresque
uaissent tous.
toas. Le role nous reste
presque qui
a
à dans ce est encore assez beau ,
jouer pays
et
ct si les Anglais ont nous cette in¬
in-
plus que
flueuce
fluence commerciale leur assigne
assigns
que
que par-
pela impassível
perseverança.
<lc
de voir une nation briUante de eu nesse
jjeunesse
et de s'attacher
s'attaclier à
a nos
genie
gícnie productions
litteraires, en
eu modtíier
modifier ses
propres produc¬
produc-
tions, et resserrer
resseurer les liens de 1'esprit
par
ceux do'ivent
doivent exister la
qui par politique1.
Le commencement de la litterature
littérature brcsi-
brési-
liermenedatepas
liennenedatepas d'une epoque
époque tres-recule'e,
très-recuíée,
et cependant.
eependant. il est assez diflicile
diílicile d'assigner
*
sa veritable
véritable origine
origin© nous la sepa-
sépa-
| puisque
mence
mencé relations imparfaites
par quelques
du seizieme
seizième siecle,
siècle, sont venues s'en-
Yen-
qui
Torre do Tombo.
En meme
même temps eut des historiens
historiais
qu'il y
il eut des el
et il est
y poetes, probable que
les cxplorateurs,
explorateurs, remplisd'enthou-
remplis d'enthou-
premiers
le celebrerent
célébrèrent d'une fois. La langue
Ianque
plus
se té, comme
com me Fitalieri,
Fitalien, aux
portugaise prete,
pré
tions
inspirations
inspira soudaines. Lesloisirs des voyages
s'allienl
s*alHcnt avec la reflexion:
réflexion: de nos les
íes
jours,
*i Voyez cc flit,
clit, dans !es
les Scenes
Scéncs de
dc
Voytz que j'ai la
la socicte
société bresilienne
brésilienue la
pour poesie.
poésie.
75
ce ceLte n'est
qu'e'tait poésie primitive, qui
dispositions , il eu
villes ces heuréuses peut
de avantages Ia lit-
résulter pour
puissans
tératu re.
77
camponeses
do Brasil concedem a nós uma idéia do era
que
esta
poesia nunca confiada à escrita, e nem
primitiva, que
Conforme
já se observou, não há confundir o lavrador
que
brasileiro
de raça branca com o da Europa; ao brasileiro são
estranhas
muitas formulações industriais, e sua ignorância
e vezes
por a superstição o tem sob mas o
profunda; jugo,
facilmente
da alma, e se a educação vier a desenvolver
m
''"¦-vf'
-
Soma pnmfira,
N°. I". -
1830.
Ensaio sobre a história
da literatura do Brasil
(1836)
Estudo
preliminar
ENSAIO
DO BRASII..
BRASIL.
ESTUDO
ESTODO PREL1MINAR.
PRELIMINAR.
A Lilteratura de
Lilteraturade um é o
6 desenvolvimento
povo do
elle tern
tem de mais sublime nas ideias,
idéias,
que de mais
no de mais heroico
philosophico
pbilosophico pensamento, na
de sua e 0
o reflexo
pertador gloria, progressivo desua
de sua
instiluiçoens,
instituicoens, suas crenças,
crencas, e costumes, a Littera-
tura so
só escapa aos rigores do tempo, annunciar
para
as
ás futuras f6ra
fôra o caracter
geracoens
geraçoens qual do
povo
do é ellao único
eellaounico representante na •¦
qual posteridade
tellacao,
tellação, e sobre tal
esobretal ponto
da terra um
pontoda povo existia
cujo
cnjo nome eu so conservo, cujos heroes eu so
só
conheco;
conheço; vos si também
tambem
porem
porém pertendeis conbe-
conhe-
e uma sombra
umasombra viva do elle
que foi.
povo,
Cada tern
tem sua Litteratura, como
povo cada ho-
mem
inem o sou
seu caracter, cada arvore 0
o seu fruclo.
fructo. Mas
Estudo
preliminar
A literatura de um
povo é o desenvolvimento do ele tem
que
(1(> mais
sublime nas idéias, de mais filosófico no de
pensamento,
Ir''"s heroico na moral, e de mais belo na natureza, é o
quadro
anunado
de suas virtudes e de suas o despertador dc
paixões,
sua
glória e o reflexo de sua inteligência. E
progressivo quando
esse
povo ou essa desaparece da superfície da Terra com
geração
todas
as suas instituições, suas crenças e costumes, a literatura só
uscapa
aos rigores do tempo, anunciar às futuras
para gerações
fual fora o caráter do do
povo, qual é ela o único representante
Ila
posteridade; sua voz como um eco imortal repercute toda
por
a
parte, e diz: em tal época, debaixo de tal constelação, e sobre tal
esta verdade,
que para os 6
é in-
ia-
primitivos povos
contestavel,
contestável, e absoluta, todavia alguma mcdifi-
cacao
cação experimenta entre aquelles, cuja civilisacao
civilisação
apenas 6
é um reflexo da civilisacao
civilisação de outro
povo.
i,ntao
Então similhante
similhanle as arvores enxertadas, vem-se
adquirem
adquirem, , dependentes da natureza
qualidades do
¦ tronco, Ihes
lhes da
dá o nutrimento, as
que quaes os dis-
confundidas em um so
só leito se deslisam,
dèslisam
, as duas
o separal-as. A Grecia,
Grécia, exemplo, tinha uma
por
erencas,
crenças, sua moral, seus costumes, uma Litteratura
toda Grega.
Inglaterra, ou a Hespanha,
Ilespanha, ou Portugal, apresenta
o exemplo da segunda
dasegunda alem da Littera¬
Lidera-
proposicao;
proposição;
tura, lhe 6
é desta Litteratura filha de sua
que propria,
própria,
civilisacao
civilisação originaria
originária do Christianismo, nos
nós abi ve-
mosoutraLitteratura,quecbamamosenxertada,que
mosoutraLitteratura,quéchamàmosenxertada,que
nao
não 6
é mais do uma lembranca
lembrança da mytbologia
mythologia
que
antiga, e uma
urna recordacao
recordação de costumes, ella
que
cultura de
<le ambas, e como diz Tasso fallando
(aliando do
magico
mágico Ismeno.
Para da terceira
prova proposicao,
proposição, no caso em
lherescas, e Arabes,
Árabes, restos da antiga civilisacao
civilisação dos
Arabes;
Árabes; algumas vezes si ella e
é christa
christã no seu fundo,
e
é ella Arabe
Árabe a forma.
quanto
Mas nao
não sao
são estas as unicas
únicas modificacoens,
modiíicaçoens,
que
entre os diversos experimenta a Litteratura
Littcratura
povos
;
civilisacao,
civilisação, e do dependeni
dependem
progresso ; por que seja
queseja
for a modificação,
modificacao, a Litteratura
Littcratura soffra,
qual que em
accordo
ac.cordo acha-se sempre esta modificacao
modificação com o
caracter,
Caracter, e estado de civilisacao
civilisação desse
povo.
povo.. As&im
Assim
a Litteratura e
é variavel como sao
são os seculos
séculos si-
o estado da atmosphera.
atmospliera.
gundo
11'uma
n'uraa mesina
mesma crenca
crença ; seus pensamentos se liarmo-
barmo-
uisam, <?
e um so
só fiwi
fia» tendem. Cada epocha
para
pa™ re-
entao
então uma ideia,
idéia, marcha escollada
escoltada
presenta que
rodieiado de sens
seus satellites; ella contem, e explica
marcham a à
par, como muitas vezes um mesmo se volta
poeta
cultura de ambas, e como diz Tasso falando do mágico Ismeno
quanto à forma.
desse
povo. Assim a literatura é variável como são os séculos,
semelhante ao termômetro, da
que sobe ou desce segundo o estado
atmosfera.
as outras ideias
idéias como as
primissas no raciocinio
raciocínio
conlem,
contem, e explicam a conclusao.
conclusão. Essa ideia
idéia e
é o es-
e a razao.occulta
razão occulta de todos os factos contemporaneos.
contemporâneos.
A Litteratura abrangendo
grande parte de lodas
todas as
sua historia ou e
geral, particular, jamais perder-
se de vista a ideia
idéia do seculo,
século, lumi-
In
predominante mi-
noso na indagacao,
indagação, e coordenacao
coordenação dos factos,
guia
sem o a historia e
é nulla , e sua missao
missão illudida.
que
e
é a origem de sua Litteratura? seu
qual Qual pro-
os a cultivaram , e as circunstancias, em
que que
dilferentes
diííerentes tempos favoreceram, ou tolheram seu Ho-
flo-
recimente??
recimentc Ilavemos
Havemos mister rernontarmo-nos
remontarmo-nos
pois
d'ahi conta a
á historia, a
e á tradição
tradicao viva dos
pedindo
do desenvolvimente
desenvolvimento intellectual, e
a marcha pes-
o espirito a livre-
qimandooespirito
quizando que presidia, poderemos
nos dcmora
demora e o caso a explanemos.
aqui , pede que
Lugar e
é este de expormos as difficuldades,
difíiculdades, na
que
execucao
execução desta obra encontrainos.
encontrámos. Aquelles,
que
é o espírito e
raciocínio e explicam a conclusão. Essa idéia
contêm
e representante moral
todas as Ciências e Artes, e sendo ela só filha
ou particular, e
para traçar sua história geral, jamais
poder-se
circunstâncias em diferentes
Quais os a cultivaram, e as que
que
Litteratura
Litteraiura Brasileira sabem, mesquinhos e
que
exparsos são
sao os documentos, sobre ella consul-
cônsul-
que
tar-se Nenbum
Nenhum nacional, nos
nós conheca-
conheça-
podem. que
mos, occupadosetematehoje
occupadosetematéhoje com lal objecto. Doses-
trangeiros,
trangéiros, MM. Bouterwech,
Bouterwecb, SismondedeSimondi,
e Ferdinand
eFerdinand Diniz alguma.
alguma cousa disseram. O
pri-
a
á historia da Litteratura
Litteraiura Portugueza. No
pendece
impossibilidade em ficariamos
ficaríamos de nada
que poder-
de hem
bem monta f6i*a
fôra aá historia, Einpe-
Empe-
pouca para
camos
cámos estudar a nossa historia, e desde alii
ahi de-
por
com embaraços
embaracos o nosso esco-
paramos grandes para
Necessario
Necessário nos lbi
foi a leitura do immenso trabaiho
trabalho
po.
aqui c alii
alli o nome
home de um Brasileiro distinclo, no
literatura
portuguesa. No resumo da história literária de Portugal
e Brasil, M. Ferdinand
por Denis, separadas estejam
posto que
elas, e ventura mais extenso
por desenvolvimento esta última
\ ezes
e/.cs com hem
l)(;m
pouca critica.
crítica. Ainda assirn
assim convinha-
corivinha-
lyiris,
•yiris, de Roma,
Roma , doPlorenca,
dcPlòrenoa, do
de Paauaede
Padúâede oulras
outras
principaes cidades
principaescidades de Italia
Italia, vesitainos:
vesilamos: I'oi-nos
foi-nos
, que
preciso contenlar-nos
comentar-nos com
eoni o obiter.
obter.
qtie
que podemos
Acresse
A cresse mais dos nossos Poetas igno-
que primeiros
ramos as epochas
epOchas de sens
seus nascimentos, tanto
tan to
que
apreeo
apreço damos nos
nós aos homens,
homeris, nos
grandes que
horiram,
honram, desses homens cuja heranca
herança d
é hoje nossa
unica
única Esta diTlienldade
difliculdade foi reconhecida
gloWa.
gloria. j;i
ja
illustre
illust.ro Ediclor
Edictor do Parnassb
Parnasso Brasileiro,
Brasileiro, cujo
pelo
irabalho
trabalho tao
tão digno de louvor, assaz
assa/, servio-nos. Em
nos redusidos
rednsidos sem outro o nosso
quasi
quasí guia, que
queonostopro-
pro-
trabalhos, e obslaculos
obstáculos indicamos, nao
não com o fito
oTito
de realcar
realçar o mérito
merito deste nosso bosqilejo,
bosquejo, mas sim
merecer
mcrecer des-culpa de fallas,
faltas, e
para podermos penu-
inais
mais zelozos sejamos em e
c conscrvar
conservar'os
os
pesquirar,
monuinentos
monumentos de nossa as raças
racas fuluras,
futuras,
gloria para
barbaros
barbaras na o
nao nos aecusem,
accusem, como Ia riamos com
lariamoscom
justa
luro,
turo , como o nos A de uma
passado pertcnce.
pertence. gloria
Nacadj
Nação, (pie existe, ou
on existira, nao
não e senão
senao
que que
qbe j;i
ja'
I
<)1
um reflexo da de sens
seus homens de
gloria grandes ;
toda
ioda a antiga da dos Ciceros, e dos
grandeza patria
sas ruinas,
ruínas , tanto attrahem a vista do estran-
que
diz IVIadama
Madama de Stael : » A dos
que que gloria gran-
» des homens 6
é o de um livre; de
patrimonio paiz
aparecimento de um homem €
é uma epocha
grande
co a o
que possuimos
possuímos quando podemos possuir,
os meios necessarios,
necessários, en<5s
enós ho¬
ho-
possuiremos grandes
mens. Si e
é verdade a anima o trabalho, a
que paga
recompensa do Genio
Gênio e
é a , e segundo o hello
bello
gloria
sociedade <5
é uma dor
dor, , uma febre interior de se
que
da nao
não lhe adoca
adoça as
gloria penas.»
pensa
pensada
um Governador
umGovernador colonial com todo o de
costava peso
insufficiencia,
insuficiência, e de sua imbecilidade. Misqui-
sua
inlencoens
inlençoens nao
não avancar
avançar outra
nhas politicas, por
e
c da industria entorpeciam. Os
gressodacivilisação,
gressodacivilisacao,
um reflexo da de seus homens; de toda a antiga
glória grandes
grandeza da dos Cíceros e dos Virgílios apenas restam
pátria
suas imortais obras, e essas ruínas, tanto atraem a vista do
que
estrangeiro,
e no meio das Roma se sustenta e se enche de
quais
°igulho.
Que cada se convença do diz Madaine de Stael
qual que
"A
que: glória dos homens é o de um
grandes patrimônio país
ivre; depois de sua morte todos dela." 0 aparecimento
participam
de um
grande homem 6 uma época a história e semelhante a
para
uma
jóia preciosa, só a o
que possuímos quando podemos possuir,
S1 ,nesino,
como o ouro nas entranhas da terra, e só espera que
0 desencavem
para adquirir seu valor. Empreguemos os meios
necessários,
e nós homens. Se é verdade
possuiremos grandes
deffensores da Patria,
nós reservamos para para
que
dos nossos direitos, e das
sustentaculos guardas
devassidão.
pidos pela
habitadores doi Brasil)
Taes homens (os primeiros
aos Indios,
índios, esses
Portugueses.
Portuguezes. Quanto perseguidos
Papa Paulo, 3°
3o declarasse eram os Indios
índios ver^
ver^
que
' « os
nos Yasconcellos'
Yasconcellos um nos diz :
quadro, quando
Portuguezes, alii
alü estavam, e comecavam
começavam a
que ja
já
salteando os Indios,
índios, ou noscaminhos,
nos caminhos, ou
pobres
ainda : « viviam f os
fos Portuguezes)
Portuguezes do rapto dos In¬
In-
)
a estas citacoens?
citaçoens? Tal era todaa
toda a industria,
ajunctar
<' Chronica
Cliinuica da companhia dc Jesus;
compntihi'a Jesus, liv. 1,
pag. àfi.
pig,
hoje medra entre alguns aos índios, esses
portugueses. Quanto
perseguidos eram corri ferro e fogo, como se fossem animais
ei ozes;
nem eles em outra categoria eram considerados. Sabe-
st
que necessário foi uma bula do Paulo 3o declarasse
que papa
que eram os índios verdadeiros homens e capazes isso da
por
^ de Cristo; sem o os europeus talvez os houvessem de
que
todo exterminado. Da barbaridade de luis homens traça-nos
Vasconcellos1 "os
um nos diz: Portugueses, (|ue al
quadro, quando
Ia estavam, e começavam a povoar esses lugares, viviam a modo
('<
gerrlios; e os com o exemplo destes iam fazendo menos
gentios
conceito
da lei dos cristãos: e, sobretudo, viviam aqueles
que
portugueses de um trato vilíssimo salteando os índios, ou
pobres
nos caminhos, ou em suas terras, servirrdo-se deles, e avexando-os
contra "viviam
todas as leis da razão." E mais abaixo diz ainda:
1 . .
r rornca
da companhia de Jesus, liv. 1,
pág. 56
SOBRE A HISTOIUA
HISTORIA DA LlTTERATUfiA.
LlTTERATUttA. Ml
HI
e alcancar
alcançar um lugar em seu Dest'arte cir-
poder paiz.
cunscripto em tao
lão curto estadio,
estádio, extranho a
á nacio-
nao
não dirá,
dird, Portugal, com este
^regetava. Quem
Qnem que
systema exterminador so
só curava de atenuar, e en-
eu-
resses? nao
não dira,
dirá, elle temia a mais
Quem que que
seasse? Assim e
é um barbaro senhor algema seu
que
um braco
braço on
ou outro delle algum
prende quando
tido victoriosamente
victoriosamenle o erro, muito lavrava
quedesde
na um nao
não se engrandecer
politica, que povo pode
pôde
senao
senão a custa de outro e com o sacrificio
sacrifício de
povo,
homens e
é o destino, a Providencia tem
aos qual que
a este Imperio
Império da America. A Deos
marcado prasa,
de discordia,
discórdia, resaibo ainda da nao
não
este
germe
e sobre tudo
tudo aescravidao,
a escravidão, tão
tao
apurada educacao
educação ,
a moral, nao
não empecam
empeçam sua
artes, e tao
tão
perneciosa
colônia,
porque conhecia sua fraqueza, e ignorava seus
própria
mesmos interesses?
Quem não dirá ele temia a mais alto
que que
ponto o Brasil se erguesse, e a lhe ofuscasse? Assim é
glória que
um bárbaro senhor algema seu escravo, receoso ele se escape,
que
e só lhe desprende um braço ou outro dele algum trabalho
quando
requer. A Economia Política tem combatido vitoriosamente o erro,
marcha
prosseguindo, irá mostrando aos homens é o destino
qual
(I''e a Providencia tem marcado a este império da América. A
Deus
praza que este fermento, entre nós este
perigoso que gira,
germe de discórdia, ressaibo ainda da não apurada educação,
e: sobretudo
a escravidão, tão contrária ao desenvolvimento da
Estas consideracoens
consideraçoens talvez fora do ob-
parecerao
parecerão
aelle se ligarn,
ligam, e o explicam : ainda uma vez, e
por
coens nera
nem ha
há historia, nem drama.
çoens
com razao
razão accusar o Brasil de nao
não ter
podcr-se-ha
poder-se-ba
<>
o retinido das eadeias,
cadeias, e o ardor das
quando feri-
terra, o voz
vóz ergueo
erguèo no meio do Universo, e
gravou
so
só de scenas de miseria
miséria rodeiado soltar
, pode urn
um
dividualidade? Nao;
Não; as Sciencias, a Poesia e as
Art.es,
Artes, filhas da Liberdade,
Libcrdade, nao
não sao
são
parlilhas
partilhas do es-
listas considerações talvez fora do objeto a que nos
parecerão
cravo; frmaesda
Irmaesda fogem do
dopaiz amaldicoado
amaldiçoado
gloria, paiz
onde a escravidao
escravidão rasteja, e so
só com o Liberdade ha-
lia-
bitar
podem.
Eitteratos,
Litteratos, deassegurarlbes, coBQ
longcdeassegurarlbes,com
longe a uma
gloria,
independencia
independência individual, e um titulode
titulo de mais, ao
dos homens
homenspositivds, desdenhosos dizem: é um
6
positives, que
um ocisso, um nao
não a este
parasita, que pertence
in
mera
era inspiracao
inspiração celeste, esta necessidade de
f>or
por
canlar,
cantar, dar um
darum desafogo a seu coracao.
coração. Ao
para pren-
cipio cantava-se
cantava-sc louvar a belleza, a virtude,
para
interesse e so
só o Amor mesmo da Poesia, e de
pelo ,
sua Palria
Patria arrasta.
oarrasta.
o Elle dizer com o Epico
Épico
pode
Portuguez.
Vorcis
Vcreis <la Patria
amor da , nao
uno movido
Do
Dc vil.
premio
prcmto
Si em total csquecimenlo
esquecimento muitos d'elles exis-
tem,
tcm, isto cm da Lingoa ein
cm esere-
cscrc-
provem parte que
partilhas do escravo; irmãs da fogem do amaldiçoado
glória, país
onde a escravidão habitar
rasteja, e só com a liberdade podem.
De vil.
prêmio
e Inglaterra,
na Europa, particularmenteemFrança,
reputação se adquire; em
parte sobre nós deve recair a censura,
vezes mais
por imitação, que por própria crítica, apreciais vós as
de um Caldas?
Nada de exclusão,
cxclusao, nada de deprezo. Tudooque
6
é ver melhor o e
é saber como
passado, presente , se
O amanteda
amante da verdade caminhos nao
não tri-
porem, per
se exlasia
extasia na consideracao
consideração de uma florzinha
florzinha desço-
desco-
nhecida, o homern
homem bronco tantas
tautas vezes vira com
que
dest'arte o envoitorio
envoltório de trevas, e achara
achará di-
pera
perá
o nosso século,
seculo, elle se levanta como um im-
anima
dao
dão sustenla.
sustenta. Luz e ; eis sua diviza.
que , progresso
Nao,
Não, oh Brazil, no meio do movimento, tu
tu
geral
nao
não deves ficar immovel e tranquillo como o colono
sem ambição
ambicao e sem esperancas.
esperanças. O da civili-
germen
10
1
na imobilidade como o império indo-chinês.
nação o seu
poderá prever futuro, ela não conhece o
quando
0 amante da verdade,
porém, por caminhos não trilhados, em
sacao
sação depositado em teu seio Europa
pela , nao
não tem
es
radicaes
radica tem tolhido seu desenvolvimento.
Tu
entreval-as
que
qne pode.
pôde.
Nao
Não se lisongear muito o Brasil
pôde
pode de dever
devei' a
dagas a
á America nao
não seu^aracter
perderam Euro-
vestida a
á Franceza, e aPortugueza, e climatisada
no
Brasil; e
é uma Virgem do Helicon
Helicon,
, que, peregri-
riando
nando Mundo, estragara seu manto,
pelo talhado
maos
mãos de Homero, e sentada a
á sombra
pelas das Pal-
Pai-
da larangeira. Encantados
galhos por este nume
1lhantc
haute a Armida deTasso, cuja belleza, arteficios, c
o
pela Europa, não tem dado ainda todos os frutos, deveria
que
dar; vícios radicais iu afastaste
têm tolhido seu desenvolvimento,
respira, cultiva e
as ciências, as artes, as letras, a indústria,
combate tudo,
que entrevá-las pode.
doces attrahiram,
altrahiram, desorientaram
palavras e
edesorientaram os
prin-
prin¬
cipals
cipaes de Goffredo. E
É rica
guerreiros a mvtholo»ia
mytholo°ia
& '
sao
são bellas suas ficcoens,
ficçoens, mas a
á forca
força deserem
de serem repe-
lidas, e
c copiadas vão
vao desmerecendo, alem de
que,
cbmo
como o da fábula,
fabula, despimos nossas
passaro plumas
apavonar-mo-nos com antigas
para gallas, que nao
não
invencao,
invenção, e nuvidade;
nuvidade ; repetidas imitacoens
genio,
gênio,
honram. O da
dá realce, e nomeada a alguns
que dos
nao
não colhidas nos livros, mas so
só a Pátria
Patria
que Ihes
lhes
o Genio
Gênio Brasileiro exerceo
exercèo a Grega mythologia
vezes Poelas
Poetas Brasileiros em se metamor-
pastores
e vao
vão apassentar seu rebanho nas
plioseam
phoseam , mar-
do Tejo, e cantar a
á sombra da faias.
laias.
gens
Mas existe
exisle no homem um instinclo occulto,
que,
em despeilo
despeito dos calculos
cálculos da educacao,
educação, o dirige; e
de tal modoesle
modo este instinclo aguillioa
aguilliòa o homem,
que
sidade, a n6s
nós cbamamos
chamamos ordem, ou natureza
que
instincto ; e lentamente,
porem guiou-os posto que
'
Iraodoce, esposa de Eudoro, dos Martyres de M. de Chateubriand.
SOliUE A HISTORIA DA L1ETERATUKA. 14:)
novo dc um Rei, e os
ao solo Brasileiro o aspecto
se olvida, e adormentada sonha com as graciosas mentiras, que
temeu o braço do árbitro dos reis cair fizesse sobre sua cabeça
que
o de seus avós. Ele foge, e com ele toda a sua corte deixam
palácio
Irmao
Irmão foi elevado. Sem a Revolucao
Revolução Franceza,
que
nao
não daria. Com este facto uma nova
riova ordem de cou-
modernos daEuropa.
da Europa. O como vimos, di-
primeiro,
vido foi a
á Revolucao
Revolução Franceza, o segundo a
á
promul-
da constituição
constituicao em Portugal, eapressado
e apressado
gacao
gação pela
volta do Rei a
á Lisboa. O Bi-asil
Brasil entao
então nao
não
podia
ao antigo esiado
es lado de colonia.
cplonia. Necessario
Necessário era a Inde-
avidos
ávidos de Liberdade, e de E
progresso. quem pode
oppor-se á
a marcha impetuosa de um Povo,
que
se nao
não O Brasil,
podem prever. que parece pautar
suas accoens,
acçoens, e siguir as da Nagao
Nação Fran¬
Fran-
pegadas
ilirono
throno da Franca
França o Rei, o occupava, aceorde
que
' os restos de uma sem brilho. Eis aqui como o Brasil
grandeza
eixou de ser colônia, e à categoria de Reino Irmão foi elevado.
Sem a Revolução
Francesa, tanto esclareceu os este
que povos,
passo tão cedo se não daria. Com nova ordem de
este lato uma
coisas abriu-se
para o Brasil. Aqui deve a época
parar primeira
''•> História do Brasil. Começa a segunda, em ele colocado
que
sobre mais ampla estrada se apresta conquistar a liberdade,
para
< onsequericia
necessária do seu estado de civilização. As épocas da
I üstória
do Brasil são como espécies de contrapancadas, ou ecos
dos
grandes fastos modernos da Europa. O vimos,
primeiro, como
devido foi a Revolução Francesa, o segundo, à da
promulgação
constituição
em Portugal, e apressado volta do rei a Lisboa.
pela
^ Brasil então não mais viver debaixo da tutela de uma
podia
metropole,
que de suas riquezas se nutria, e o reduzir ao
pretendia
antigo estado de colônia. Necessário era a Independência; todos a
desejavam,
impossível era sufocar o unânime dos corações
grito
brasileiros
ávidos de liberdade e de E opor-
progresso. quem pode
se a marcha
impetuosa de um conhece sua força
povo, que própria
e firma sua vontade? A Independência foi em 1822,
proclamada
e reconhecida .3 anos depois. Mais tarde a experiência mostrou
(iue tudo não estava feito; coisas há se não O
que podem prever.
Brasil,
que parece pautar suas ações, e seguir as da nação
pegadas
francesa, 110 ano seguinte ao de 1830 em caiu do trono da
que
' rança o rei,
que o ocupava, acorde movimento experimentou ele;
SOltHK
SOBHK A IIISTOItlA
IIISTOIUA. DA
DA LITTJiHATUHA.
LJTTKltATUIlA. 15?
151
movimentoexperimenlou
movimenloexperimeutgu elle;
clle; e acorda,
acoróa, cingia
que
a fronte
Ironte <le
<lc um Princepe Porluguez,
Portuguez-, reservado
pela
Providencia assignalar-se
para na terra de sua Pa-
tria,
Iria, e cujo coracao
coração nao
não
palpitava de amor sua
por
Pallia
Pátria adopliva,
adoptiva,
passou o Joven Imperador,
para
l'dra
IVSra ao nascer auras da America
que pelas bafejado,
e <los t^picos,
iropieos aquecido.
pelo sol
pelosol dos Assim lem sempre
nos lisongeamos
noslisongeamos elle nao
não retrogradara
retrogradará
que , tomando
esta meslra
mestra
grande por guia.
De duas deslinelas
destinelas cousla
consta a historia
hisloria do
partes
os escriptores são
sao destes differentes tempos,
quaes
o caracter, e o a Litteralura
qual progresso, que
No seculo
século XVII alguns appareceram Poetas, e Pro-
sadores, de fallaremos
fatiaremos em em um ar-
que particular
tigo
ligo consagrado a este objcclo.
ohjeclo. Em diremos
geral
se abre
abrc a carreira Lideraria
Litteraria no Brasil,
que seudo
sendo a
do seculo
século anterior tao
tão mingoada, apenas
que serve
a hisloria.
historia. Neste seculo
século os mocos,
moços,
para
para a Eu-
que
ropa collier
colher iam os fructosda
fruclos da sapiencia,
sapiência, trouxeram
compreendendo
a os séculos XVI, XVII e XVIU; a
primeira
segunda
o curto espaço, de 1808 até os nossos dias decorre.
que
Examinaremos
agora os escritores são destes diferentes
quais
tempos,
qual o caráter, e o a literatura tem feito.
progresso, que
No século XVI, é o do descobrimento, nenhum escritor existiu
que
('e
que notícia tenhamos. No século XVII alguns apareceram
poetas, e de falaremos em em um
prosadores, que particular
aitigo consagrado a este objeto. Em diremos como
geral que,
debaixo dos auspícios da religião, e trabalhos dos as
jesuítas,
primeiras povoações se fundaram, a literatura nesse século
notável
propensão religiosa mostra, a prosa,
particularmente
•lue toda consiste de orações sagradas. É no século XV11I que
se abre a carreira literária no Brasil, sendo a do século anterior
tao minguada
que apenas serve a história. Neste século, os
para
nioços, à Europa
que colher iam os frutos da sapiência, trouxeram
cias, eArtes;
e Artes; aqui
acjiii benigno acolhimento acharam
acharani
nos espiritos
esjjiritos avidos
ávidos de saber, e dest'arte
desfarte se
sepropa-
propa-
as Iuzes,
luzes, dado <jue a estrangeiros,
garam que e alguns
terario v
x
partictllarmente
particularmente tern
tem existido. Originaes, ou
no século XVIII
seculoXVIII asSciencias, e as Lettras, e con-
por
siguinte ao Brasil. Entao
Então vasto campo Litterario
abrio-se no Brasil,
brasil, todos os ramos da Eitteratura
Litteratura
ahi
abi foram cultivados
cultivados; ; homens de suhida
subida tempera
seculo
século XIX com as mudancas,
mudanças, e reformas
politicas,
políticas,
tem o Brasil experimentado, nova
que face Littera-
a ideia
idéia da Patria; e 11 a
ella domina tudo, tudo se faz
por
ella, ou em sen
seu nome. Independencia, Liberdade,
inslituieoens
instituiçoens soeiaes
sociaes , reformas,
politica
política em fim
taes sao
são os objectos, attrahem a
que attencao
attenção de
todos,
iodos, e os unicos,
únicos, ao interessam.
que povo Tem-se
asepochas revolucionarias.
revolucionárias. Em taes crises a Poesia,
morre, so falia
sofalla a lingoagcmdoenthusiamo
lingoagem doenthusiamo
quenuncamorre,
quenunca
Patriot ico,
Patriótico, e das ea
éa epocha aos
paixoens, Tyrteos.
volucoens;
voluçoens; nos
nós conhecemos sua missao
missão na historia
indispensaveis
indispensáveis o de
para progresso genero humano,
benigno acolhimento acharam nos espíritos ávidos de saber, e
e al6
até mesmo o movimento, e Littera-
Littera-
para progresso
rio. ellas agilam
agitam as sociedades,
Quando e
é verdade,
remoçada
remocada em sua carreira, como o viajor repousa
lempeslade
tempestade ameacam
ameaçam ; mas, finda ella, con-
pincua
nos
nós a como um
seus habitantes, que passamos prin-
inútil
inulil insistir em
insistirem demonstral-a com
cipio, e cremos
A hi
Ahi estao
estão Butlon, e Montes¬
Montes-
losophos apresentados.
a demon strain.
demonstram. Ainda hoje Poetas
assaz
quieu ,
quieu, que
Chateaubriand, eDelamartineso-
e Delamartineso-
Bvron,
Byron,
piracoens.
meditaram. Ainda hoje se admira
bre seus tumultos
seuslumultos
eo ceo
eoceo inspirara a Virgilio
Virgílio
Homero , e a Pindara,
Homero, que
progresso literário. Quando elas agitam as sociedades, é verdade,
Examinemos.
Capitolio,
Capilolio, e as doColiseo,
doColisêo, sim, elle d
é bello; mas oh!
o do Brasil nao
não lhe cede em belleza! failem
faílem
que por
nós
nos todos os viajores, estrangeiros, de
que, por sus-
peitos nao
não serao
serão taxados. Sem duvida fazem elles
justica,
justiça, e o coracao
coração do Brasileiro, nao
não tendo muito"
muito
nas fadigas, so
só com o tempo se adquirem, enche-
que
se, e de satisfacao,
satisfação, vendo as sublimespaginas
sublimes
palpita paginas
de Langsdorff. Nisved, Spixet et Martins, Saint-
Europa.
leitosd'ouro, epedraspreciosasrolamsuas
epedras
quesobreleitosd'ouro,
quesobre preciosas rolam suas
com o de tao
tão flores, em chu-
perfume peregrinas que
laçamento
lacamento formados dos ramos de mil especies; estes
e melancólica
melancolica das aves, e dos
grave quadrupedes;
quadrúpedes;
collocado se ere
crê o homem no espaco,
espaço, mais chegado
a
á terra, e debaixo de sens
seus vendo
ao ceo,
céo, que pes
pés
dispararo
disparar o raio; com lão
tao felizes disposicoens
disposiçoens da Na-
da musica, e da
eda Poesia se avantajavam. Entre todas,
eram tambem
também os mais talentosos; em suas festas, e
occasiao
occasião de combates, inspirados scenas,
per pelas
Em urn
um manuscripto antigo, cujo Auctor ignora-
os sao
são muito respeitados dos
bailadores, quaes
onde vao,
vão, » Mas nao
não s6
só a raca
raea
gcntios
gentios por quer que
dos Tamoyos as
ás outras superava pelogenio
pelo gênio musical
os Caitds
Caités e mais ainda os Tupinambas,
Tupinambás,
e ; ,
poetico
poético
veviam com os e em costu¬
costu-
em primeiros,
que paz
se assimilhavam , tambem
lambem cultivavam a
mesaa
mes elles
1 aá Bibliolheca
Bibliolheea real de
Jioteiro
Roteiro do Brasil,
JBrasil, manuscripto perlenceslc
perlencesle
Pill is.
Paris.
as tormentas, e disparar o raio; com tão felizes disposições da
"Os
No mesmo manuscrito lemos ainda: tupinambás se prezam
^
Roteiro do Brasil, manuscrito
pertencente à Biblioteca Real de Paris.
156
156 ENS A10
ENSAIO
veneração
veneracao os e musicos,
músicos, lembra-nos
para poetas,
antigo a familia
família doLyrico Grego. E',
quistador para
á Poesia
a ea
eá Musica é dado
e o assenhorear-se da li-
que
cao'. So
Só as theorias de algunshomens
alguns homens
ção'. positivos, que
i Ein
Em cousas de faelos
faclos de anteriores seculos
séculos nada
podemos avancar
avançar
inspirados "Entre
uma dá-nos o mesmo autor, diz:
prova quando
os são
gentios os músicos muito estimados, e onde
por quer que
vao são bem agasalhados, e muitos atravessaram o sertão
já por
entre seus contrários sem lhes fazerem mal." Tal veneração para
°s e músicos
poetas lembra-nos esses trovadores, de estado em
que
estado livremente
peregrinavam, e ante se abriam as
quem portas
dos castelos dos senhores da média idade; e ainda a respeitosa
magnanimidade do
grande conquistador antigo a família do
para
1/ ?
nco
grego. E que à
poesia e à música é dado o assenhorear-se da
liberdade
humana, vibrar as fibras do coração, abalar e extasiar o
mal
mui estudam a Nature/,a,
Natureza, desmerecer a im-
podem
tanciadestas duassublimesIrmaes
duas
poi sublimes Irmaés nasociedade,
na sociedade,
c
e apenas considcral-as
considerai-as corno
como meras artes de luxo, e
do ti ecrcaeao
ecreaçao de ociosos. Mas nao e
é nosso coso agora
tecer sen
seu
panegyrico.
' Apostolos
Os Apóstolos do Novo Mundo, lao
tão solícitos
solicitos nos
desertos do Brasil na da Fe
Fé calholica,
propaganda catholica,
mas não
nao consta (pie ao trabalho se dessem de
dc ver¬
ver-
que
ier
ter cm lingoagem vulgar os canticos
cânticos dos Indios.
índios.
mos, loda
ioda via, lalvez
talvez nas bibliothecas conven-
que
tuaes,
luaes, com espicialidade asdaBahia,
asda Bahia, seachem
se achem a todo
trio
tão amigos da liberdadc,
liberdade, e da independencia,
indèpendencia,
que
com ao captiveiro cm
em cardumes caiam
preferencia
tentavam submeitel-os
submettel-os a sou
seu tyrannico. Talvez
jugo
cilas
ellas de influir sobre a actual
actúal Poesia
livessem
tivessem Brasi-
influiram
influíram do Norte da Europa, e hoje, harmo-
Poesia
Poesia
nisando sens
seus melancólicos
melancolicos accentos com a sublime
do Chrislianismo,
Christianismo, em loda
toda a Europa do¬
do-
gravidade
minant.
minam. Do (pie dito havemos, concluimos,
concluímos, (pie ;í
a
que
*• Traduzia a doutrinn
Trnduzm doutrina isitt,
Oluislfi,
Cln co mylcrios
mylorios da F6
Fó dispostos a modo
raodo
do Diálogos , cm
Diftlogos hcncíiciQ dos
hcncficio Índios calhccumcnos
tios Indios calliccumcnos , c foz
Icz tralado,
tratado, c in-
oooonfossar-so.
oonfessar-so. Simaodc
Siniaodc Vafiooiiocllos. icia do
VaftCOiiOG^los. ^N iua P. Anolnola,
Ancliicta. ?«'>.
L. I, p. 25,.
natureza, desmerecer a importância destas duas sublimes
podem
urnas na sociedade, de
e apenas considerá-las como meras artes
seu
panegírico.
do Brasil na
propaganda da fé católica, compunham em
liberdade
e da independência, com ao cativeiro
que preferência
em cardumes caíam debaixo das espadas dos portugueses, que
embalde tentavam submetê-los a seu tirânico. Talvez tivessem
jugo
elas de influir sobre a atual brasílica, como os cânticos do
poesia
bardo da Escócia sobre a poesia influíram no norte da Europa,
se avantajaram, "O
mas não escravizar-se. independente, diz
poeta
Schiller, não reconhece lei senão as inspirações de sua alma,
por
Ihes
lhes toca,
loca, tendoso
tendo só afinal
afina) augmentado a d'aquelles.
iGomo
Gomo nos estudamos a historia, não
nao com o unico
único
fito de conhecer o
passado, mas sim tirarmos
para
uteis
úteis licocns
liçoens o
para presente , assim no estudo do
sua reproducao
reprodução imilativa. A estrada
estrada nossos il-
pelos
dal-'a
dal-a traçada
tracada em
cm caracol n'uma
numa montanha, nao
não
elle
,elle , o mais curto caminho c
e trilhal
trilhai a, mas com o
cuidado não
nao nos deixemos incantar har-
que pela
nos arredara
arredará nos
nós recuaremos ; e certas aves mor-
;
se amontoarão
seamontoarao sobre nos,
nós, tomando-
a nossa queda,
6
é a a nós
nos, a nossa
(>
é o risco, segura queda. Quanto ,
D. J.
I. G. DE MAGALIIAENS.
isso lhes toca, tendo só afinal aumentado a
pouca glória por
D. J. G. de Magalhães.
POÉTICAS.
PRHCIDIDAS DE UM.
PER
fcit r|UR«J»m
tentis, •> non dalur ultra.
prodire
¦oitrin.
UMUWVVM UMVWtVW VV*>
RIO DE JANE1110.
Il841.
Bosquejo da história
da brasileira
poesia
(1841)
/. Introdução
Do lodos
iodos os auioricanos
americanos 6
ó sem exagera^So
cxngernção alguma o
povos
brasilciro
brasileiro o mais
mm digno da veneraQao
veneração dos estrangeiros,
estrangeiros. O
pri-
mciro
aieiro conheceu a necessidade do
de sua independencia,
independence,
que quo
inlcntou
intentou vezes sacudir o da escravidao
escravidão e
o constituir-sc
consliluir-so
per jugo
nagao
nação livre e
c independcute,
independente, foi tambem
também o ensaiou-
prirneiro
primeiro que
o
c tiuhamos
Unhamos historiadores , que
historiadores, memorassem as da
ja glorias pa-
tria,
trio, e
c celebrassem as victoria6
victoriaí do seus concidadaos,
concidadãos,
poetas que
recommendando
recommcndando seus nomes o feitos
e á
& ninda
ainda nao
não
posleridadc;
posteridade;
eramos
éramos na^ao,
nação, mas umn colonia avexada caplivciro,
coptivciro, ondo
pelo
a instruc<;ao
instrucção era um delicto
delicio e os livros expressamente
prohi-
Lidos,
hidos, e
o da lam
lauí somente o uorne
nome conhecido fama
patria pela
das
dasproducçoensseleclnsde do suns
suas magestosas
mogestosas mattas,
maltas, din-
dia-
produc<;oensselectns pelos
mantes
mantos do seus scrros
serros eprcciosos
epreciosos metaesde
melaesde suns
suas minas; enfim
dogura
doçura do
de seu clima , belleza do
de scu
seu ceo o
e furtilidado
fertilidade
pela pela
do seu tcrrcno,
terreno, cortado maiores rios do mundo, e
polos
pelos ja
Aruerieas
Américas ea
ca unica
unicn <la
da meredional.
merodional. Abrn-se
Abra-se a historia do lira-
sil; cis-ahi
eis-ahi a cada uma fac^ao
facção brilhante,
pagjna
pngjna eis-ahi a cada
um magnanimo,
iiugnanimo , apezar
apeznr da escravidão
cscravidao
periodo
período povo o op
oj>-
quo
que
, arrancando uni brado
hrado heroico,
heróico, dando um
uni signal
prime
primo do
de sua
intrepido
intrépido Rabelliuho,
Rabellinho, de iin
un impavido
impávido Negreiros, de hum cora-
Henrique Dias, de
dc dons tcrriveis
terríveis Martim-Affonsos,
Marlim-Affonsos,
joso de um
forle
forte Jorge de
dc Albuquerque C.oclho
Coelho, , a as cm-
em-
quem grandes
tanto enthusiasniavam
enthusiasníavam , que so
se deixou arrastar sen
seu
prezas
prczas pclo
pelo
niau
mau fudo
fado As
ás campinas ensanguentndas
ensangüentadas de Alcaccrquiver,
Alcncerquiver, de
uma valentc
valente fluminense, coino
como fora 1).
D. Maria
Marin Ursula de Abreu
Abrcu
Clara Fetippa
Felippa Cnniarao
Camarão , de.
de, uma deslimidnpaulistann,
dcgtimidopaulistana, como se
destinsuirp
destinguir,*» I),
l). ilosa Maria de
dc Siqueira, e
o de lanlos
lautos outros vaile-
1
*
mfentos,
mentos, esmaltam as laudas
landas dc nossa
nossa historia c etcrnisa-
eternisa-
que
de heroes
heroos sn'idos
saídos de um cantinho
canlinho da Kuropa
Europa ,
um
per punhado
«>s brasileiros, cujo D'mis
Dmis era TupA,
TapA, essa escellencin,
excellencia,
os selvagens
espantosa, Ihes
lhes fallava
faltava tupa^unvnga,
tiipaçuntinga,
essa que
qua pelo
potencia
potência
se lhes ro»'elnva
Ihes revelava tupaberaba,
lupabr.raba, era
(pie era o
n trovao;
trovão; que pelo que
que
Icmplo cram
eram as magestosas
mngestosas florestas, eleva-
0
o relâmpago;
relampago; cujo
nmcricanos
americanos sua imagsnncao
imaginação ardento
nrdento
vnm-sp
vam-se A
h cima dos povos pela
scenas, em
mi
e As incanlndore»
iVicantndores que quadros portentosos
poetica.
poética.
todps
todos os sitios dc nossa os ins-
ofierecc a nature/a
natureza per patrin,
patria,
rudes c
rndesc barbards
barbàtos os faziam Os
e
o de povos poetas.
pirava, povos
o
0 Uio
Rió dc
de Janeiro, os Tupinambas
Tupinamliás
Tamoyos , habftavam
habitavam que
que
se assimilhnvam
assimilhavam , e os lamosos
famosos Coethés
Coethes ,
cm costumes a cites
ellcs
antes o cangtor
canglor horrivel das
sempre voavam a que
que guerra,
confuses
conTusos do-
dos marakas,
marahas, e suas hor-
"uerreiras
'J inúbins
hultfos , o;
o? so:i<
so:i«
r»
r*
única da meridional. Abra-se a história do Brasil, eis aí a cada
e As encantadoras cenas, em
poética. que quadros portentosos
risonas voeifern^ocs,
vociferoçÕcs, cadcnciassem o hymno tia
da annun-
guerra,
ciassem o combate; antes inllimmadas
inllammadas as suas settas
scttas levos-
levas-
que
seui
sem a morto aos contrarios
contrários co incendio
incêndio as suas lahas, reccbiam
recebiam
JnspiragScs
inspirações de
do valor e dc
de constancia
constando canticos
cânticos dc
de
pelos gucrrn
guerrn
celcbravam
celebravam sens
seus Tyrleus aos sons dc
de suas murimuris,
muremurés, e
que
a victoria
vicloria Ihes
lhes era canteens
cançoens deglorio
de Ihcs
lhes vo-
quandoa
quando propicia, glorio
ovam
«vam d'entre
d'cntre os labios,
lábios. Conquistados, submctlidos
submcltidos ao
jugo,
desappareceram
desopporcceram de
do sobrc
sobre n lace
face da torra,
terra, como dcsapparecem
dcsapparccem
as nagoens
naçoens bcllicosas.
bellicosaí.
Entfio
Então vierom
vieram novos Brasiloiros
Brasileiros , filhos dos conqnistadores
conquistadores
bom
bem inspirados
portuguezes, que que
quo pelas piclurcscas
piclurescas payza-
pnyza-
nao
não os souberam cantar, antes exemplo abriram,
America,
de^graQa
desgraça seguido foi longo tempo.
tempo. Quando devi-
que por per
das tradiccoens
tradicçoens das t ri bus,
tribus, cs nossas
nossasflo-
fio-
conccitospopularcs,
conceitos populares, qucos
que
nbratjaram
abraçaram as ideias
idéias do As
ás nos-
grego polytheismo,
polythcismo, que
pocsin,
poesia,
abordaram coin
com as armas deixaram
deixaram-se
se
sas portnguczas;
portuguesas;
praias
das bellezas dos o romanos e imitar
fascinar grcgos
gregos poctas,
poetas,
dc
de Canities,
Camões, dc
de Bemardcs,
Bemardes, de Caminha, dc
do Fcr-
Fer-
proenraram
procuraram
Oriente e tantos outros bucolicos
nao
não Alvarcs
Alvares do portuguezes,
porluguezes,
em iam us
ús margens do Tejo.do
Tejo,do
o
c metamorpboscados
metamorphoseados pastorcs
pastores
seus rebanhos! L';dta
Falta de rellexao,
reflexão,
Mondcgo
Mondego ou doDouro,
do Douro, pascer
tnnta
tanta da cm
em suas
sim melhores com¬
com-
crro
erro grnvissimo,
gravíssimo, que quebra
quebrada
lodos;
Iodos; alguns houve, ,
hotivc si bem cm
1 Mas ncm
nem quo
que
posicoens!
positions
admiradores das acçoens
actions
diminuto numero,
numcro, que gloriosas, quo
que
de
dc uossa
nossa histuria,
histeria, canlaram,
cantaram, e
o cantaiam
cantai am
illustram
illuslram as
paginas
nao
não movidos de
do vil . mas
como o valo
ovate lusitano, premio
prêmio pelo
çomo
almejar outro sinao
sinão a
nmor
ninor da sem almcjar gnlardao
galardão gloria.
pallia,
patria,
mais nobres assurnptos.
ossumpios.
E d'esscs
d'esses cantos, inspirados pelos
, dignos dos
movidos a mais hcroicn
heróica paixao,,
paixão |freniios
pn-mios que
quo
pel
pela
raros clrgaram
chagaram a nossos dias,
dias. al-
at-
ambicionavam seus auctorcs,
auetores,
vociferações, cadenciassem o hino da anunciassem o
guerra,
vergonhosa de nacional!
pundonor
no e envilecido Portugal
E ossn epidemia , que pobre gras-
obras a defrauda.
pundonor nacional!
dado
datlc <3
11 dous
dons on
011 trcz
Ircz do
dc nossos
que auctorcs em
cm caslelhano
castelhano
compozcram
compozcram, , uias outros vieram (jue acharam fjuo
queacharam so
se lhes nao
não
quo
levaria em mal o escrever cm
em diversas línguas
linguas , como Claudio
Cláudio
como Manuel o Lo I li o
JBotelho
13 de Oliveira,
Oliveira t cjuc
que querendo dor
dar de
dc
provas
provos
saber caslelhano,
castelhano, lalim
latim e italiano deu á
portugucz,
portuguez, & luz um
volume de
dc n'estes
n'estcs idiomas cscriptas,
escriptas, a íim
fim de estimar-se,
pocsias
poesias
nao
não clegancia
elegancia dos conceitos ao menos
quando pola pola multi-
tinos e alguns
nlguns s:\be
sabe Deus como
poetas,
nismo não
nao mais inspirarcm
inspirarem aos de nossa ! Por ven¬
vcu-
poetas patria
tura nao
não nos approximamos a essa epocha ? 0
O fluminense,
genio
gênio
o auctor
auetor dos Suspiros e saudades, deu o signal
poeticos
poéticos ja para
paro
a reform-J.
reform-j. Com o sou
seu estnndarte
estandarte clle tnarcha
marcha a frcntc
frente da cspe-
espe-
raixjosa
rançosa mocidade brasilcira,
brasileira, bradando-lhe: «— A vante,
a 6 nossa ! —
nossa! » Chefc
Chefe de uma revolu<;ao
revolução toda
quo
que posteridade
clle
elle marcou nos nnnaes
annaes da littcratura do novo mun¬
mun-
littcrarioj
olhos
ollios tempos,
tempos» mencionando
mcncionando os auc*
auc¬
saremos os pelos passados
passodos
mais se distinguiram ,
sedistinguiram, csboQando
esboçando rapidamcnte
rapidamente a bio-
torcs
tores que
um e
c analysando as suas obras. Mas antes dc
do
de
dc cada ,
graphia
em lam
Iam trabalho, confessamos que sobre mui-
trab»lho,confessamosqucsobremai-
entrarmos penoso
o nosso não
nao nos ser
tas obras nao
não emittiremos juizo, por possi-
obstante os csforcos
esforços n6s
nós leitos.
feitfls.
vel obtel-as, nao
não grandes
graudes per
Y»
Vrjn-sr da
dft Mustca
Musicu do Parnaso.
(*)
(*J ja-sr j>rologf>
j>rologo
ou três de nossos autores em castelhano compuseram, mas outros
" -
brasileira, bradando-lhe: Avante, a posteridade é nossa!"
que
OS TEMAS INDÍGENAS
Grecório de Maios
Basíeío da Gama
Gonçalves Dias
Bernardo Guimarães
José de Alencar
Gastro Alves
Luiz F. Papi
Jorge Tufic
Walmir Avala
Olca Sanaiiv
Roberto Piva
Graça Graúna
Bernardo Vii.hena
ElIANE PoTlCUARA
Chacal
Ailton Ivhenak
André Vallias
Gregório de Matos
(1636-1696)
moqueca, caruru,
pititinga,
num de Piraguá.
pisado pilão
A masculina é um Aricobé,
Dormiu no de Passe.
promontório
Bahia
(excertos)
Canto II
XLIV
[...]
XLV
XLVI
[...]
LX1
LXI1
LXIII
LXIV
ou no verniz, têm
pintam que por gala;
0 Uraguai
(excertos)
Canto II
•••]
[...]
Canto III
[•••]
I-Juca-Pirama
II
Ferve o cauim;
Reina o festim.
Sentado está,
Jamais verá!
Mostra-lhe o fim
Do o festim!
que
Secos estão;
Do coração.
Mas um martírio, encobrir
que não
pode,
Em rugas faz
A mentirosa do rosto
placidez
Na fronte audaz!
No horrendo?
passo
Folga morrendo.
Iolga morrendo;
porque além dos Andes
Revive o forte,
Da fria morte.
Lá murcha e
pende:
Somente ao tronco,
que devassa os ares,
O raio ofende!
Como viveu;
E o caçador o avistou
que prostrado
Esmoreceu!
Revive o forte,
Da fria morte.
III
A do sacrifício cabe
quem as honras.
Orgulhoso e — Ao
pujante. menor
passo
Colar d'alvo marfim, insígnia d'honra,
Serem e brasão
glória d'imigos feros.
"Eis-me
aqui", diz ao índio
prisioneiro;
"Pois
fraco, e sem tribo, e sem família,
que
"Dize-nos
és, teus feitos canta,
quem
"Ou
se mais te apraz, defende-te." Começa
IV
Guerreiros, ouvi:
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Da tribo pujante,
Guerreiros, nasci;
Guerreiros, ouvi.
Já vi cruas brigas,
De tribos imigas,
E as duras fadigas
Da
guerra provei;
Os silvos fugaces
Lidei cruas
guerras,
Vi lutas de bravos,
Vi fortes — escravos!
De estranhos ignavos
Calcados aos
pés. '59
E os campos talados,
E os arcos
quebrados,
E os coitados
piagas
Já sem maracás;
E os meigos cantores,
Servindo a senhores,
Com mostras de
paz.
Aos do imigo
golpes
Caiu a mi!
junto
Com rosto,
plácido
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.
Já cego e
quebrado,
De ralado,
penas
Firmava-se em mi:
Cobertos d'espinhos
Chegamos aqui!
0 velho no entanto
Sofrendo tanto
já
De fome e quebranto,
Só morrer!
qu'ria
Me valer.
quero
Então, forasteiro,
Caí
prisioneiro
De um troço
guerreiro
Com me encontrei:
que
0 cru dessossego
Do fraco e cego,
pai
Enquanto não chego,
Na noite sombria,
A só alegria
Em mim se apoiava,
Em mim se firmava,
Em mim descansava,
Ao velho coitado
De ralado,
penas
— Morrer.
Que resta?
Enquanto descreve
O tão breve
giro
Da vida teve,
que
Deixai-me viver!
Do choro;
pranto que
Se a vida deploro,
És um ilustre, um chefe,
guerreiro grande
Debalde.
Es livre;
parte!
Ora
não
partirei; quero provar-te
Talvez o assaltava um
que pensamento...
Já não... na enlutada fantasia,
Que
VI
"—
Eilho meu, onde estás?
Ao vosso lado;
Tardaste muito!
— Sim,
demorei-me a divagar sem rumo,
Perdi-ine nestas matas intrincadas,
Convém partir, e
já!
Que novos males
Mas tu tremes!
Oh filho caro!
Partamos!... —
A dor a futura
passada, previsão
— Vós o dissestes. .6
Dos
índios?
— Sim.
— De
que nação?
Timbiras
E
a muçurana funeral rompeste,
Nada! —
Emudecem;
Eis-me aqui.
Na
di reção do sol, transmonta.
quando
Longe?
Não muito.
Tens razão:
partamos.
E
quereis ir?...
Na direção do ocaso.
"Por
amor de um triste velho,
A vida a um
prisioneiro.
Vi eu
jamais praticada
Senhores em
gentileza.
"Eu
porém nunca vencido,
Vós o dizeis
prisioneiro,
Seja assim como dizeis;
A maça do sacrifício
E a muçurana ligeira:
E eu for só na terra,
quando
Coberto de cicatrizes,
De haver-me se ufane!"
por pai
Os sobrolhos encrespando,
Ao velho Tupi
guerreiro
Aviltaria o triunfo
Só de heróis fazemos —
pasto.
Do velho Tupi
guerreiro
A surda voz na
garganta
VIII
"Tu
choraste em presença da morte?
"Não
encontres doçura no dia,
Nunca descanso
possas gozar:
Onde a fronte
possas pousar.
"Que
a teus a relva se torre;
passos
"Sempre
o céu, como 11111 teto incendido,
E o oceano de denegrido
pó
"Um
amigo não tenhas
piedoso
Voz de ouviu
guerra que já tantas vezes
De e de — Vale, e de sobra.
guerreiro pai:
Da humana tempestade
propagando
De um e um só se aniquilasse.
jacto por
Basta!
Clama o chefe dos Timbiras,
Basta,
guerreiro ilustre! Assaz lutaste,
Guardou a memória
Do ele contava,
que
"Eu
vi o brioso no largo terreiro
Cantar prisioneiro
Parece vejo,
que
"Eu
disse comigo: infâmia d'escravo!
que
Guardava a memória
0 elixir do
pajé
Em erguias as inflamadas,
que guelras
Tremendas cabeçadas?
E sustos derramando
Faminto e arquejante,
Pedias um cabaço!
E assim deixou-te e
pálido pendente,
Olhando o solo,
para
De esmorecer,
Alívio ler.
E mil brilhantes
glórias
Sentindo-se incapaz
A lhe conselho
pedir
Que já de encarquilhado,
De velho e cansado,
Ao som do boré,
Na taba ou na brenha,
Deitado ou de
pé,
No macho ou na fêmea
De noite ou de dia,
Fodendo se via
O velho
pajé!
Se acaso ecoando
Na mata sombria,
Medonho se ouvia
O som do boré,
Dizendo: — "Guerreiros,
O vinde ligeiros,
Feroz aimoré,
Assim respondia
0 velho pajé,
Brandindo o caralho,
Batendo co'o
pé:
"Mas neste trabalho,
Dizei, minha
gente,
Mais forte é?
quem
Ao som do boré,
Na taba ou na brenha,
Deitado ou de
pé,
No macho ou na fêmea,
Fodia o
pajé.
Se a inúbia soando
A dança sagrada
Chamava os
guerreiros,
De noite ou de dia,
Ninguém via
jamais
velho
pajé,
Na taba na brenha,
No macho ou na fêmea,
Deitando ou de
pé,
E o duro marzapo,
A nada cedia!
Vassoura terrível
odendo
passou,
Levando de rojo
Donzelas e
putas,
No seio das
grutas
Fodendo acabou!
Milhares de
gretas
Fazendo
punhetas
Saudosas deixou...
Já pródiga em favores
Cobrindo-te de bolor...
Do inacróbio centenário
Ao esquecido marzapo,
Põe a escancarada
porta
E em cento de fêmeas
pode
Eoder de fio a
pavio,
Eu te entrego a minha
porra!
A todos vença em
potência,
E, com abonos,
gloriosos
Seja logo
proclamado,
Os de Tupã
filhos (excertos)
1° Canto (A guerra)
VII
[...]
[...]
Rosto nu moldava o
que pensamento
0 beijoiin as recendentes,
gomas
Na casca da marima;
E na
plumagem
A em Tamandaré surgindo
prole que
IX
Fulminam de os inimigos,
pavor
0 Abaeté, sobranceiro
grande que
Gerado vento na
pelo palmeira;
Florestas de eu habito;
guerreiros que
Lá responde a dos
pocema guerreiros.
"Tupã!
Tupã! Tupã! crebro rebrama
ao tronco
Que já não volta em
que nascera
"0
feroz Aresky manda ao
guerreiro
0 do tacape brandimos,
peso que
As inimigas se desdobram
guerras
2o Canto (O combate)
Da roçam face
procela que pela
Do de imoto e plácido,
gigante pedra,
Eram irmãos;
gêmeos gêmeos guerreiros.
Mais robusto, Caribe afigurava
II
Nela a transmitia-se
geração pura
Do sangue de Tupã. Era seu chefe
Aí se dividira em tribos,
grandes
Perdera antigos ritos e juntara
Cloriosa e vetusta
procedência.
Cidade
que Vitória inda se chama,
Na fundação de Olinda
protegeram
Do Jaguaribe ao Parnaíba,
pingue
0 vulto saudariam do
guerreiro
Libertador da a bravura
pátria, que
III
Os Muras na destreza
que primavam
Os Guatós, se arriscaram
que primeiros
E as infindas savanas
percorriam
De a história comemora
quem pátria
IV
Da se adestra no combate.
prole que
Retraindo-se ao os inimigos.
golpe,
[...]
[•••]
No vórtice rompendo o
girou: punho
Abrindo de um o largo
guerreiro peito.
[...]
VI
Mais de sob o
pujantes quantos passo
[...]
Lá repercutem sobre
golpes golpes.
As cavernas do se dilatam,
peito
"Tu és forte,
guerreiro das florestas,
Foge, ao da montanha
pois, guerreiro
VII
Os olhos negros e
grandes profundos
[...]
[...]
3o Canto vitória)
(A
Ao certo a sombra
pouso precedendo
As flores da aroeira.
perfumadas
Enquanto no terreiro
pressurosas
As da enfurece.
pocemas guerra que
[...]
VI
Como a e menina
gentil gárrula
Arrulha a e turturina,
juruti plangente
Um momento — na voragem
pairando,
VII
Um longo, um só
gemido pavoroso
O corpo,
já carniça, e torpes restos
De um
guerreiro Tupi cativa outrora,
Mãe! Morre!
Clama a filha; e a mãe tornando:
Mãe!
Suplicou, e a mãe cruel tirana
[•••]
Ao dois de
julho
De um de imensa serrania.
pedestal
Revista de Antropofagia
ENDEREÇO: —
- —
- SÃO PAULO
13.
13, RI14
RUA RFNI1MIN
BENJAMIN CONSTAM
CONSTANT —
- 3.° P1V.
PAV. SílA
SALA 7 CAIXA POSTAL N.° 1.569
I.269
3."
.—
ABRE-ALAS manhã
"#li
Staden - Cap.
<V. Hans 28)
2
RESOLANA
Poema
SÃO PAULO
AUGUSTO MEYER
LARANJA DA CHINA
A vacca Christina, de madrugada,
DE Vem de belengue no longo da rua.
Uei,
Antonio de Alcantara Machado
Olha o leite da vacca Christina!
E
DE
E passa a noturna da zona.
patrulha
Cassiano Ricardo E' a hora em o Bango cansado cochila.
que
Somente enche o resto da noite deserta
E
O belengue molango no longo da rua:
"Ai,
Do livro a sahir: seu Mé".
MENOTTI DE PICCHIA
A
Revista de Antropofagia 3
MANIFESTO ANTROPOFAGO
SEIS POETAS
PEDRO-JUAN VIGNALE — Sen- A ascensão de Jorge de Uma é uma Henrique de Resende, Rosário Fus*
timiento de Germana — Buenos delícia. De soneto Acendedor de Iam- co e Ascanio Lopes — Poemas
Aires — 1927. peões ao poema Essa negra Fulô. Su- Cataguazes — 1928.
jeito inteligente como poucos soube pro- E' a gente simpática da Verde de Ca*
Os versos são de uma ternura foi te e curar e achou. Abençoado Manuel Ban- taguazes.
daquele picguis- deira. Livro naturalmente desigual
grave. Muito differente Dos Poemas eu separo G. W. B. R.
puxando
110 para três lados.
mo rimado dos poetas que sussurram
sussurram no Gostosura de lirismo vagabundo, alegre, Henrique de Rezende é o mais velho da
rimado dos poetas que
Pedro-Juan Vignalc, levado tios diabos. Dá vontade na turma. Engenheiro rodoviário vai anotando
ouvidinho da amada. gente
de repetir a viajem tendo o poema bem nas margens do cadcrno de medições c
maestro e entomôlogo, ama á moderna.
guardado na memória. Separo esse por de cálculos os aspectos dos caminhos Quc
E poeta á moderna. Seus ditirambos em
ser o meu predileto. Mas não o único êle1 abre
honra de Germana não são declarações
notável. Rio de São Francisco também
tem
de namocado bisonho: antes de que como um cordame de veias
senti- mc agrada bastante. Baía de Todos os
fé convencida e invencível num no corpo adusto
Nada de Santos, Santa Dica, Floriano-Padre Cf-
mento muito alto mas palpável. da terra inhospita.
cero-Lampeão' igualmente têm cousas
dúvidas cruciantes ou queixumes suspl-
que a gente não esquece. Principalmente Não sei se como engenheiro é bom
rados. Nenhuma alusão á morte salva-
o primeiro. E do magnífico Changô pula poeta. Mas sei que como poeta é bom
dora. engenheiro. Seus versos são solidamente
um bodum danado, rebenta um ritmo
Através da mulher o poeta ama a terra
infernal. Inútil querer resistir. construídos sobre leito bem empedrado-
onde ela nasceu: esta terra. Sentir uma Nem
De vez em quando uma descaida sen- falta o rôlo compressor de unia
£ áentir a outra. auto-critica severa. E êsses caminhos têm
timcntal ou pueril, livresca, oratória ou
conceituosa que desaponta mas não as- sombras para a gente repousar a vista
En tus manos ávidas
sombra. Porque não é assim tão fácil- tonta da luz das paisagens. A ermida Por
traes
Brasil mente que se Tompe com certos cacoetes exemplo: tão comovente e tão bonita.
los cielos dei
literários. Não vê. A cousa é dura como Rosário Fusco é um menino. Esta
O:: vindo a voz cálida de trópico é quê. Não tem importância : Jorge de Li- dito tudo: mistura timidez com audácia»
ma está ficando cada vez mais escovado. brutalidade com ternura, larga o esti-
que éle vê
Por isso duvido muito que em seus livros lingue paTa choramingar no colo de ^m
futuros apareçam versos como OraçSo, afecto Í>om. Tem talento. Quanto a iss°
esa tarde paulista
Meninice, Poemas dos bons fradinhos, não pode haver dúvida. Tem talento, von-
exprimirse
i\ voz da igrejinha e o Painel de Nuno tade de acertar e uma desenvoltura ótima
sobTe el Tietê
Gonçalves sobretudo. na qual a gente não pode deixar de pôr a
hasta inundarlo
Agora Essa negra Fulô. E' das cousas maior das confianças. Eu gosto muito deste
O que é positivamente lindo.
mais marcantes que a poesia nordestina poeminha — SaJa de gente pobre — do
Esse contracto de poeta, tão profun- nos tem enviado de muito tempo para qual tomo a liberdade de suprimir o útt*-
damente vigoroso com o tema lírico Bra- cá. Essa negra Fulô sim. Bole com a gen- mo verso:
sil ainda nos dará (penso eu) muita cou- te. Pinica a sensibilidade da gente. Em- Um banco.
sa ótima. bala o sensualismo da gente. Canção e Uma mesa.
história da escravidão sem querer ser. Um quadro: Nossa Senhora
— Livro de Poesia boa, cheirosa, suarenta, apetito-
JORGE FERNANDES Outro quadro: São José....
— Natal — 1927. sa, provocadora.
poemas
Um lampeão.
Nem ambição de mais coisas.
A poesia de Jorge Fernandes machuca. Ora sedeu que chegou
Deante dela fica-se com vontade de gri- Os defeitos de Rosário Fusco são dc-
(isso já faz muito tempo)
tar como o próprio poeta na Enchente: no bangüê dum meu avô feitos de quem tem dezesete anos. Em
uma negra bonitinha geral porque há alguns mais graves quC
Lá vem cabeçada...
chamada negra Fulô podem virar crônicos se não forem cura-
E vem mesmo. Poesia bandoleira, vio- dos logo: linguagem meio cá meio 1®'
lenta, golpeando a sensibilidade da gente quedazinha para o lugar-comum, imagem
Essa negra Fulô!
que nem o tejú brigando com a cobra: de efeito,^ final arranjadinho. È outros
Léxol léxo! Essa negra Fulôl
mais. Porém eu já disse e repito
que em
Ao lado disso uma afeição carnal e Rosário Fusco a gente
pode ter seiu medo
selvagem pela terra sertaneja como de- muitíssima confiança.
monstra entre outras a expléndida Can- Ò' Fuiô?' O* Fulô?
Ascanio Lopes também é menin»: m*"
çáo do invernot. E feitlo uide de dizer (Era a fala da Sinhá nino malicioso, gozador, cheio de suben'
as cousas. Jorge* Fernandes tem a mão chamando a negra Fulô)
tendidos. O principal defeito dêle é o me»*
dura: tira lascas das paisagens que caem Cadê meu frasco de cheiro
mo de Rosário Fusco: a idade
nas unhas dele. Máo de derrubar sem du- que teu Sinhô me mandou? que tem-
— Ahl foi você que roubou! Daí, apesar dêle ser brincalhão, certas
vida. Aquella mesma trabalhadeira e li- pucrilidades sentimentais, o desejo crian-
Ah I foi você que roubou!
rica Mio nordestina que dá o nome a ça de ser acarinhado e o tema triste*»
uma de suas poesias mais características. soando falso nas poesias dêle.
Outra cousa: Jorge Fernandes fala uma A mata é grande demais para o fog°
lingua que nós do Sul ainda não com- O Sinhô foi açoitar pegar caracteriza bem a sua maneira boa:
preendemos totalmente mas sentimos ad- sosinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia Na modorra enorme do sertão
miravel. Eu pelo menos não percebo tre-
os empregados trabalhavam nos da
chos e trechos de várias poesias suas. e tirou o cabeção, eitos
No entanto gosto deles. O poema Avoêtes de dentro dele pulou [roça
nuinha a negra Fulô. cantando cantigas ingênuas.
por exemplo (não sei se por causa da
construcção de certas Mas do lado da serra, lá longe, começou
particularíssima
frazes) espanta como o desconhecido. E Essa negra Fulôl [a subir fumaÇ*
é bonito que só vendo. Essa negra Fulôl e as chamas tamparam as arvores da
O autor do Livro de poemas eviden- [mata-
temente está passando por um período O' Fulô? O' Fulô? O feitor disse que era
uma queimada QuC
_
doído de auto-critica de que sairá melho- Cadê, cadê teu Sinhô [saltara o aceiro-
rado com certeza. Éle mesmo reconhece que Nosso-Senhor me mandou? Ninguém pensou em apagar o fogo.
isso e caçoa de suas renwniscôncias par- Ahl foi você que roubou No céu os gaviões gritavam assustados-
nasianas. Daí uma porção de pequenos foi você, negra Fulôl Ascanio Lopes não deve abandonai"
defeitos nas vésperas dt completo desa- ésse seu feitio de gozador a seco.
Essa negra Fulôl'
parecimcnto. Ou eu muito mc engano. O pessoal da Verde é portanto uma
surpresa excellente e cuja excelência dc
LIMA — Poemas e Essa negra Fulô. Pretinha do infermo.
JORGE DE hoje em deante não mais surpreenderá
Essa negra Fulô — Maceió — Essa negra Fulô. ninguém.
1927 e 1928. A. de A. M.
A. de A. M.
I
de Antropofagia 5
Revista
POESIA
"Revista de Antropofagia")
para a
(Especial,
FOME
"Café
Em na mesa do Guarany",
jejum,
de sua vida.
[nho
"ti" voluptuo-
Elle chamar de: estranha
quer
— linda querida.
[sa
"ti" — — bôa
Elle chama de: gostosa quente
comida.
[—
Guilherme de Almeida.
—
PLÍNIO VALGADO
A LÍNGUA TUPY
-
A LÍNGUA TUPY
(Continuação)
cxpri-
gem. o da sua significação como não simplesmente representativa de per- que também, com certeza, depois dc feitas
mindo um estagio humano, e, sobretudo, ccpções auditivas, mas como representa- as expressões iniciaes, a lingua selvagem
a intima communhão cósmica, essa espe- ção de relações entre os sentidos e os soffreu os metaplasmas a que nenhum
cie de intercomprehensão, de intersensi- dois mundos, o objectivo e o subjectivo. idioma póde-sc furtar.'Houve, por certo,
bilidade e corrcspondencia dos elementos Donde se origina a generalização das si- transposições, el-isões, figuras de dim»-
idiomaticos representativos dos objectos, gnificações, a analogia que vae ampliando nuição ou de augmento, modificações
(substantivo) das acções (verbos) c das a funeção representativa dos vocábulos,
prosoiíicas sensíveis obedientes a liis c»*
circumstancias, (adjectivos e advérbios) ou das syllabas. Analogia que obedece matericas, cósmicas e históricas, c de tal
que resumem toda uma syntaxe priini- a um sentido sensorial, ou a uma lógica forma que se contavam dezenas de diale-
tiva, que prescindia de .preposições e sentimental. Isso tudo estabeleceu v.iuita ctos na época da descoberta. Accrescen-
conjunções, primeiras mdietas da deca- confusão entre os que primeiro c£*uda- te-se a isso a obra unificadora dos je*
dencia na íuneção creadora das linguas. ram as linguas dos nossos aborígenes. suitas, as influencias hespanholas, por-
Porque não tinha sido interpretado tuguezas, francezas e tapuyas. De modo
A hypotese onamatopaica de Heber, a o
sentido dessas linguas. de homen3 se
das interjecções de Home Tooke, a do pn- que a documentação desta hypothcsc
mitivos, «m plena idade da pedra lascada.
poder inherente á natureza humana,
de torna multo difficil. A hypothese c apenas
Max Muller, a matéria debatida por Con- Quando, com Raul Bopp, comecei a me para mostrar o espirito que possivelmente
dillac. Leibnitz. Locke, são indicações interessar f>or estes assumptos, estimu- presidiu a formação da lingua tupy.
curiosas para indagações mais remotas, lados ambos pelas nossas conversas com
Pa. Pe, p«, po, pu, traz sempre idéa àc
e hoje, pelo menos, nos fazem meditar Alarico Silveira, demos para fazer varias
superfície, ponta, extremidade, contacto,
"descobertas".
sobre o acervo léxico das raças que fo- Não sei até que
ponto contorno, revestimento, limite. Sendo su-
ram desapparecendo em nosso continente. podem ellas ter valor. Em todo o caso,
"homus perficie, também é tudo o que se refere
A própria origem do americanus , são oaminhos nara melhores averi- a plano, por exemplo a pequenez, a cha-
da
pensamento que nos perturba diante guações. teza. que sí confunde quasi com a su-
Lagoa Santa ou dos Sambaquis de Igua-
Por exemplo: onde entram as expres- perficle. Donde peua, ou peba, que sign»-
ou na consideração phantasiosa aos e
pe; sões te, ti, to, tu, quer dizer fica chato, liso. Cachorro pequeno
chronistas das possíveis migrações trans- que a
cousa é dura de tinir. 1U — pedra, ftr- yaguá-pcua, ou yaguÃ-peba. Mas cxpri*
occanicas precolumbianas; o senso das
ro; ibitu, — montanha, de ibi-terra, e tu, mindo esta consonancia também ponta,
cdades, a edade da nossa terra, tu lo isto coisa dura, extremidade, coisas tão relacionadas com
tesa; cunhatan-muíhcr vir-
se prende, de certa forma, ao estudo do superfície, (é a lógica intima das inter-
gem, de cunhã-mulher, e tan-coisa dura,
domo indio e da sua língua, e o assum- correspondências sensoriaes) o índio cha-
tesa-(os seios, naturalmente); taquara-
pto é hoje multo mais suggestivo. ma a aza do passaro pepu, as mãos do
canna de bambu, de tá-duro, e quara-ôco;
Porém, principalmente depois das hy- tétá-fogo, homem, po, ou pu, Pela mesma razão, as
provavelmente porque é do
cousas que revestem levam esja conso*
potheses de Freud, da sua interpretação atricto de coisas duras que sáe fogo, c o
nancia. Pelle é pe, ou pi. Como vimos,
pela psychanalyse da vida social dos po- indio não conhecia mesmo outro proces-
re-re, oy riri são formas do
vos primitivos ("Totem et Tabou"); de- so de fazer fogo, aliás velho processo que plural. Dahi
vem piriri, ou perere, muitas pelles, por-
pois do cansaço das civilizações de que vinha desde os primeiros sambaquis de
a Europa presente é uma grande expres- Iguape, ou desde o homem de Lund; ou que a pelle quando irritada dá a ídéa dí
são; e ao despertar de um século em que de Ameghino, segundo a descoberta íeita que se multiplica cm muitas pellozinhas.
o senegalez confraternizou com o"4poilu", Pelo menos é a sensação que se leu»,
pelo incançavel Ricardo Croner.
e Josephina Backer lançou os requebros quando nos sentimos arrepiados. Por-
— é depois de tudo Como sabemos, agua e hy, ou Ig. Quem tanto, perereca, ou pirírica significam es-
yankees do Zanzibar,
nos dirá que pedra, ita, não vem da cir- trcmcccr. Ligada essa idéa ao ar, ao ven-
isto que ha um novo interesse, e, por-
cuinstancia de estar'sempre a pedra iiga- to, ás folhas das arvores, c finalmente a
tanto, deve haver um novo critério para
da á agua, nas minas, nas grutas, no mar, outro, rumores da natureza, temos a si"
o estudo da nossa língua tupy
ou em lueta, ou em paz? Seixos que gniíicação também empregada de sus-
A doutrina da equivalência espiritual, rolam, peàrcgulhos, granitos e basaltos 'surrar, sussurro. Mas pe é, principal-
denominação que poderemos dar ao pon- emoldurando as cachoeiras, penedos no mente, a expressão do contacto entre os
to de -vista catholico do inicio da colo- mar, tócas onde nascem os corrcgos... sentidos e os mundos subjectivo e obje-
nização brasileira, assume hoje um novo ctiyo. Donde a significação de super-
Espuma t tii. Porque a espuma se ori-
aspecto. E' a equivalencla das forças ori- ficie, de contorno, de véo ou
gina de choques, de violências. E tudo o que pcll-í. Por
ginaes humanas, denominador commum isso, petuna (pelle ou véo
é forte, ardente, traz, por analogia, o t. preto) quer
de todas aa raças. dizer noite. Mas é á noite se repousa,
Tai, raiz que arde, gengibre; tainha, deu que
das nossas tes; taturana, jnsecto que queima ; tiqui- que se dorme, portanto, pituú é o verbo
, A tendencia primitivista repousar. E o dia em
artes modernas, como das formas da ci- rn, aguardente, pinga ; tainha, caroço, se- que se descança
viVização moderna, o proprio primitivismo mente de dente); tacunhá, (domingo ou feriado) é para o indio tam-
(analogia
do macho bem pituú. Esta consonancia,«exprime,
desta éra nova, que Keyaerling denomina membro sexual (tá, duro;
tacape, arma também, por essas intimas analogias o
a éra do chauffeur, tudo Isto nos jeva cunhã, mulher); dc ma-
rebentar da» superfícies. Assim,
ás mais intimas confraternizações com o tar, etc. , temos
pororoca, pipôca, pereba, puca, (quebrar,
elemento humano cm suas expressões iní- A consoante U lembrando tudo o estalo de onde arapuca, ara-ave; c
ciaes. Vem dahí a comprehensão mais puca-
que é duro, forte, violento, traz sempre quebrar). Pelo que vimos, pelle
perfeita que teremos da língua dos po- se vc em piriricada
idía de atricto, como tttá, fogo, quer dizer pele que salta irritada. Tudo
vos primitivos..
cm tii, espuma. Por isso, tiquira. Pois tudo o que salta, estrcbucha, é
pcrereca. Dc
A nossa língua tupy, não a devemos O que é qui significa coisa meuda. Ti é onde vem o Sacy-percre, ou
perereg. Mais
estudar mais com um senso grammati- violência que o fogo exerce para distil- forte do que piririca, é,
porém, tirlrlcà,
cal, philologico, mas com um senso humano. lar a aguardente, que vae sahlndo aos P»io que já vimos do valor de t. Por-
"ficar
O idioma, ou os idiomas falados pelos pingos, qui. E ternos também Quiriri, ou tanto, tiririca", expressão que
povos americanos precolombianos repre- qulririm, que quer dizer muitos nieúdos, usamos tanto, dá perfeitamente idéa do
sentam uma verdadeira eucharistia: o do mesmo modo que quirera. Como se estado do indivíduo que estremece com
homem commungando com a natureza. sabe. o plural em tupy, entre suas varias violência, ou dá pulos dc raiva.
formas tem a da repetição dc rere,
E' sob este ponto de vista que deve- Em outros artigos arranjaremos exem-
mos tomar os elementos verbaes poly- ri-ri.
pios interessantes, não só do ponto de
ryntheticos da lingua dos nossos selva- Isto dito, vejamos Mantiqueira, o nome vista das analogias sensoriaes, como ago-
gens. Veremos desdobrar-se aos nossos de nossa grande serra. Man quer dizer ra, mas das sentimentaes, que revelam
olhos através de cada palavra, de cada ver, enxergar. Tiquera, ou tiquira, quer operações psychologicas mais difficcis.
raiz, toda a alma do nosso indio. dizer meudos, pequeninos, razurado, pul-
Hoje foi só para mostrar que * lin-
verizado. O indio, naturalmente, do alto
Tenho observado — pelos pouquissnnos gua tupy í unia lingua quasi em estado
da serra, via tudo diluído na distancia,
conhecimentos que tenho do tupy — que nascente, directamente ligada á natureza,
via tudo tiquera...
a onomatopéa é, de facto, a origem mais oriunda do contacto imnicdiato entre, o
remota da linguagem dos índios. Não di- E' preciso notar-se (e chanjo a attenção homem e o mundo.
rei precita.-mente onomatopéa. segundo a dos meus leitores para este facto) que
presumpção de Herder, ou seja a imita- nem sempre se encontrará a confirmação , Plinio Salgado
ção da natureza. Prefiro a onomatopéa destas hypothezes na língua tupy. Por-
BRASILIANA
Manifesto Antropofago RAÇA
Dcuma correspondência de Sarutayá
Contra as historias do homem,
que (Est. dc S. Paulo) para o Corfclo Paulis-
começam fonte do costu-
no Cabo Finisterra. O mun- Contra a Memória tano, n. dc 15-1-927:
não datado. Não rubricado. Sem me. A experiencia pessoal renovada. O Sr. Abrahão José Pedro offcreceu
^ aos seus amigos um lauto jantar com-
"apoleão.
Sem César.
memorando o anniversario dc seu filhf-
concretistas. As idéas to-
Somos nho José c baptizado do pequeno Fuad,
A fixação reagem, queimam gente
do progresso por meio num conta, que nessa data foi levado á pia baptiimal.
ca'alagos e apparelhos de televi- nas Suprimamos as Foram padrinhos o sr. Rachide Mus Ufa
praças publicas.
sao' e sua esposa d. Torgina Mustafa.
Só a maquinária. E os transfu- idéas e as outras paralysias. Pelos
Sores O Sr. Paschoalino Vcrdi proferiu um
de sangue. roteiros. Acreditar nos signaes, acre-
discurso de saudação.
ditar nos instrumentos e nas estrel-
POLÍTICA
Contra as sublimaqões antagoni- Ias. Da ^icsma correspondência:
cas- Trazidas O Sr. Rachid Abdalla Mustafa, escrivão
nas caravellas.
a mãe dos Grac- dc paz, muito tem trabalhado para au-
Contra Goethe,
Contra de D. João VI#. giuentar o numero- de eleitores.
a verdade
povos dos mis- chos, e a Côrte
DEMOCRACIA
narios, definida sagacidade
pela Telegrama de Fortaleza (AB):
um antropofago, o Visconde de A alegria é a dos nove. "Itassussê"
prova A bordo do passou por
Cayrú: —
É a mentira muitas vezes este porto com destino ao norte, S. A.
rcpetida. chamaria D. Pedro de Orleans e Bragança, acom-
A lueta entre o que se
gou tudo, para começar de novo. Foi intelligente, pra- séculos de carne de vacca! horror 1
Quatro Que
tico e natural. Mas teve uma fraqueza: deixou Noé.
O movimento antropophago, — que é o mais serio OSWALDO COSTA.
(a)
depois do Dilúvio — vem para comer Noé. NOE* DEVE
SER COMIDO.
VISITA DE SÃO THOME*
Penso que não se deve confundir volta ao estado
íatural(o que se quer) com volta ao estado a Bahia não se chamava Bahia,
primitivo Quando
(o que não interessa). O que se quer é simplicidade e muito antes de Pedro Alvares Cabral, São Tho-
não um novo codigo de simplicidade. Naturalidade, não
rné foi lá um dia.
manuaes bom tom. Contra a belleza canonica, a bel-
de
Não sei se foi acaso ou vêr. Mas
eza natural — feia, bruta, agreste, barbara, illogica. por para
Instincto contra o verniz. O selvagem sem as missan- viu.
vous ne prenez pas de femmes ainsi que les autres Fran- Chegou na beira da deu um de
praia, passo
;ois que ont trafique avec nous depuis quelque quarante meia légua e foi numa ilha onde não tinha
parar
et tant d'années; mais ancore que vous les empechez
selvagens.
mainteoant de se servir de nos filies: ce que nous esti-
avoir (Quem me ensinou isto foi Frei Vicente do
mions s grand honeur et grandheur, pouvans en
des enfans". Salvador...)
(Claude d'Abbeville—"Histoi-
re de la Mission des Péres
ALVARO MOREIRA.
Capucins en l'Isle de Mara-
Anchieta 1 R. B.
Luiz F. Papi
(1922-2009) 205
Orbestiário
(excertos)
o fetiche ictiofálico
do boto-namorador
dá ao inundo subaquático
habitado ator
pelo
tucuxi donjuanesco
poderes de sedução
da cunhatã da ribeira
da viola seresteira
dedilhada amante
pelo
47
cauda de e cabelo
peixe
corrido a Janaína
sendo combina
princesa
a afro-baiana
graça
ameríndio-iorubana
no mar
lagoa
ribeiro
da uiara e iemanjá
servindo de travesseiro
ao embalo e sonho da
sereia tupiniquim
Jorge Tuíic
(1930-)
Cartilha indígena
Números, sementes,
objetos,
palavras.
A são
palmeira gestos,
a cobra é um nó,
lagartixa é caminho,
de Bena e Bari,
segredos da terra
ele
guarda.
roçado,
planta
embala na rede.
O
japá
Com a do babaçu
palha
pra coisa se
qualquer presta.
O japá cobre o
produto
da igarité o transporta,
que
no vão serve de
que porta.
sai um e chuta o
pé japá.
Canção nativa
Chãozinho de folhas
me avisa de chuva.
as lembranças
tecem lembranças.
Os Pakaraós — dizem —
Onde tem
pupunheira
o mormaço é de gente.
-)
Gilberto Mendonça Teles
(1931
209
Aldeia
global
1.
2.
cor de e urucum no
jenipapo peito,
"—
índio caiapó
vai os matos,
queimar
vai cal e pó
pôr
"—
índio canoeiro
e lutar ligeiro
Tocantins."
pelo
"—
índio
javaé
tem
pirarucu?
índio vai é
já
virar candiru.1'
"—
índio carajá
quer comer
pipoca?
índio agora já
vai
querer popica."
"—
A onça comeu
Berocan encheu,
e chegou
piuin."
3.
que os índios
goianos
(índios brasileiros)
só conhecem danos,
sendo os verdadeiros
ACARIO-OCA
As carências da língua
A língua deste -
gentio
Carece de F. L, R,
Em o coração encerre,
que
De algum rei.
prepotente
A origina] dedução
Do cronista diligente
De língua tomar
pela
Ao da letra o direito
pé
De reger e escravizar.
0 pedante prosador
Que F, L, R, mais 0
Faria a ílor:
palavra
Nosso
gentio precursor,
Seria todo um
jardim
é inferno
Que pelo verdor
E a flor de
jabuticaba
É o feroz adorador
De deuses rios concebidos
No ventre da água
puro
Ao índio escravo?
jamais
Da erudição concebido,
0 original
processo
Por ou cinismo,
preguiça por
Ó carentes de
poesia,
O supercivilizados,
Cravada no
pau-de-tinta
De fizestes as arcas,
que
Da língua deste
gentio,
A arma da vossa
justiça
Posta de coxa
peixe,
Eu te devoro e dançamos.
Deste morrer,
peso quero
Contigo.
Da inútil escravidão
bom escravo.
Bravo Piró
português
fundador da feitoria,
o
que queria.
Bravo Piró,
português
à tua benfeitoria
- ó
falsa benfeitoria!
já sabem o é traição
que
já sabem o
que é invasão
dessa colonização.
Livre relato de um cronista
viu os da terra e
que pássaros
os interpretou El-fíei.
para
Quantos cocares
perdidos
em de lama fria,
poças
sangue, virgem,
quanto quanta
fatal desarmonia!
que
Eram a preguiça,
própria
dançavam, riam,
guerreavam,
se em nasciam.
paraíso
em degredo,
português posto
contra desnudados.
peitos
0 valentia
de ratos de feitoria!
e o Bueno Bartolomeu!
nobrezas lançadas,
quantas
nome de governador -
nomes acrescidos
quantos
2I7 f
vos dera outro caminho L
quem
nu orlas marítimas,
pelas
nem imagem.
soberbamente selvagem.
Olga Savary
(1933-)
Anharigá*
*Do bem.
tupi: dos animais ferozes, gênio do
gênio
Cendáua*
e capim domesticado
bocas amazônicas,
no delta fingindo
pássaro.
*Do
tupi: lugar.
Rudá?*
com os na água,
pés
avidez de fera
e calor de estábulo,
selva amazônica.
Amor? Um deicídio.
*Do
tupi: amor?
Camanán*
No era o abismo
princípio
e só tu vês a manhã,
se é apaixonado e impessoal,
possível:
de tanta e desdém.
paixão
E eu não te
possuo
*Do
tupi: caça.
1
Affonso Romano de SanfAnna
(1937-)
: 222
A do índio na
grande fala guarani perdido
(excertos)
Este é o aberto
poema-abcesso
— um maior eu:
poema que
ou cresço merecê-lo
para
ou me explodo
sujando todo.
não me socorrem.
já
do Piauí
é tudo um vão
grafito
no da cela
quadro-negro
as linguagens televisadas
ou um cacique prisioneiro
tateando a caixa
preta
de um cego computador?
sou um moderno
pataxó
e então
Pataxó
— comecei a morrer.
chego a dizer
em a tribo e a selva
que
o corpo e o verde
se mesclavam
e a água e o sangue
a e a terra
pele
a sombra e o sonho
eram um texto só
tempestades e vontades.
0 corpo
um livro aberto, o
poema
o dentro e o fora?
se dissolvendo
Ou é um sermão montanhoso
um o ignora?
para povo que
Da pedra lascada
a poluir o urânio
passamos
e só alcançamos a eternidade
15
E havendo poetas
havia
o tempo do canto
e o tempo
da alegria.
Hoje
— o escutaria?
quem
continuar clamando:
gambá.
Cobra Grande,
estilhaços de visões,
palmeira de cobre.
do navio
pirata
de
("éruptions joie,
rnuet et ténébreux")
Baudelaire
há 50 mil anos
atrás
o xarnã
primeiro
olhou a fogueira
sob a luz
vulcânica do
crepúsculo
cantou mn poema
primaveril
da alma
de & folhas
peles
inventou o ritmo
de nossos coraçõe
Lamento do Urnbu-Kaapor
pajé
antes
de desaparecer
no
túnel
das nuvens
chega o vento
a caixa do céu
se abre
a estrela
no olho às
vezes
éo
coração bate
que
estou sozinho
110 topo
dos hemisférios
Menino curandero: coribântico
poema
(excertos)
René Crevel
saído do mar
quarto
os elementos
em dois
pedaços
espectros
o Império Romano
passa
telescópios
VI
di una fitta
persuasione
rete demore ad
inquietare il mondo.
Sandro Penna
rico de asas
o menino xamã
incorpora o gavião
cabeça
Graça Graúna
(1953-)
Canção
peregrina
Eu canto a dor
desde o exílio
muitas histórias
e diferentes etnias.
II
Em cada
parto
e canção de partida,
e tecer um colar
de muitas histórias
e diferentes etnias.
III
As do meu colar
pedras
de montanhas e riachos
de lagos e cordilheiras
de irmãos e irmãs
ou no seio da floresta.
IV
amarelo
vermelho
branco
negro
de Norte a Sul
de Leste a Oeste
de Ameríndia ou de LatinoAméric
povos excluídos.
Eu tenho um colar
de muitas histórias
e diferentes etnias.
a angústia acumulada
VI
Eu não temerei,
não temeremos,
ao círcido sagrado
de velhos e crianças
dos excluídos.
VII
Eu tenho um colar
de muitas histórias
e diferentes etnias.
Poema I
O
guarani
SepéTiaraju foi um
guerreiro
da caça, da e do
pesca plantio
do contra a invasão.
guarani
Junto a mil e
quinhentos guaranis
"esta
afirmando terra já tem don
que
Almas
peregrinas
é impossível esquecer
de Pulquéria e Tiaraju.
onde tantos
pousam pássaros
se encontram os amantes.
o há de mais sagrado
que
na história de Pulquéria
que o amado
parente
enfrentou as duras
penas
e as lágrimas de Pulquéria
enquanto o amado
guerreiro
avenida atlântica
interior de um táxi
chofer: mortos
padres
famílias destruídas
e hoje, é o se vê
que
Eliane Potiguara
(1950-)
— Desperta
JURUPIRANGA!
Benzo
te esperar ritual.
pra pro
Tenso
penso
Me roça
me faz a
palhoça
pra eu morar.
Chacal
(1951-)
Papo de índio
O meu
pai
que é o fogo,
o meu é o fogo,
pai que
ele
queima, queima, queima
ele o foi
queima que já
ele o será...
queima que
ele
queima, queima, queima
Totem
munduruku, kadiwéu
arapium,
pankará
yanomarni, asurini
waimiri atroari
tariana,
pataxó
kalapalo, nambikwara
jenipapo-kanindé
ainondawa,
potiguara
kalabaça, araweté
migueleno, karaja
tabajara, bakairi
gavião, tupinambá
anacé, kanamari
aranã,
pankararé
palikur, ingarikó
makurap, apinayé
pira-tapuya, akuntsu
kisêdjê, kinikinau
ashaninka, matipu
puyanawa, paumari,
wassu-cocal, warekena
puroborá, krikati
ka'apor, nahukuá
kuikuro, kaxinawá
naruvotu, tremembé
kuntanawa, uikunã
siriano,
pipipã
rikbaktsá, karapotó
krepumkateyê, arná
kaxuyana, arikapu
witoto,
pankaiuká
tapeba, karuazu
desana,
parakanã
jarawara, kaiabi
fubii-ô, apurinã
iniranha. k atilam ré
karitiana, marubo
yawalapiti, zo'é
parintintin, katukina
wayana, xakriabá
yaminawá, umutina
avá-canoeiro, kwazá
sou enawenê-nawê
cbiquitano, apiaká
manchineri, kanoê
pirahã, kamaiurá
anambé, tingui-botó,
aparai,
jiripancó
patainona, karipuna
hixkaryana, waiwai
katuenayana, baré
kapinawá,
javaé
karapanã,
panará
sakurabiat, kaingang
kodria, makuxi
maxakali, taurepang
aripuaná, paresi
tapirapé, wajuru
mehinako, karnbiwá
ariken, pankararu
sou djeoromitxi
guajá,
koiupanká, tunayana
amawáka, barasana
suruí xokleng
paiter,
tupiniquim, kuruaya
zuruahã, galibi
tsohom-dyapa, waujá
xukuru, kaxarari
tuyuka, tumbalalá
borari, amanayé
hi-merimã, aikewara
kujubim, arikosé
arapaço, turiwara
kalankó, pitaguary
shanenawa, tapayuna
coripaco, kiriri
chamacoco, tenharim
tiriyó
ye'kuana,
Bivouac am Xingú. Litogravura. In: Skizzen zu dem Tagebuch von Adalbert Prinz von
Prussen, do príncipe Adalberto da Prússia, 1842-1843.
Chefcamacan mongoyo. Litogravura de
Charles Étienne Pierre Motte. In: Voyage
pittoresque et historique au Brésil, tomo
de )ean Baptiste Debret, 1834.
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Cabocle (Indien civilisé). litogravura de Charles Étierme Pierre Motte. In: Voyage pittoresque
et historique ou Brésll, tomo I, de |ean Baptiste Oebret, 1834.
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começou seu trabalho com o tema. sobre literatura indígena que foram
com uma tese de mestrado sobre os ele, ele falou não era
para que possível,
contato com outras linhas teóricas sobre com os elementos da análise literária,
uma tradução literária deles, atentando como os textos de outras culturas sobre
são tratados na antropologia. Você SC: O Ezra Pound tem uma frase
normalmente todo de
período grande
claro são trabalhos de uma época, anos, na última década, isso vem
que que
ocidental, deve haver um respeito pelo graças à leitura das narrativas coletadas
ser uma figura não era heróica no uma forma radicalmente diferente de
que
mesmo tempo não era um anti-herói, ela muda, ela está sempre
protagonista,
mas também de ver o mundo. Por uma das seja existe uma
questões que
dando um exemplo só, teriam mil outras ser superado se nós nos
quisermos
a trajetória das coisas, das narrativas, reconhecer os direitos dos índios à terra.
mudam a forma de o ser humano ver E esta é uma questão muito complicada
dos indianistas ignorou a escravidão não obras em si. Isto é, eles são matéria-
"poeta
de substituição, e o índio é um a obra final. 0 verdadeiro" é o
que
com se usa o termo romântico aquilo tinha estar com o nome dos
que que
Josely. O mesmo acontece com o livro do importante, e cada vez mais o trabalho
referência está no livro, mas não na capa. crescente dos antropólogos em traduzir
mais cuidadosamente os textos e Existe esse debate no campo das artes
este ou aquele tema, neste ou naquele tentado corrigir isso. Por outro lado,
IVês de Keats
John
poemas
FORÊTOUVERTE LE LONG DUMUCURI. GRAVURA DE
CH. LALAISSE. IN: BRÉSIL, COLOMBIE ETGUYANES,
DE FERDINAND DENIS E M. C. FAMIN, 1846.
257
Keats
John
Byron e Percy Bysshe Shelley, foi alguém cujo nome foi escrito na água."
um
John
—
Que tombou sobre montanhas e
pantanais
II
III
II
de uma onda, ou sã
peônia globular;
III
II
III
IV
II
III
IV
Estilhaços no lago de
e Arranjos de
púrpura
e flores
pássaros
Cláudio Willer
"eu, dentro da
no lago de diedro é meu sangue pele
púrpura
de litúrgica e,
pássaros e flores, celebra a fusão do sou, conferindo-lhe qualidade
"eu"
com o mundo, a integração com evidentemente, poética:
[luz;
Sou consolação: de meu compreender e, assim, descobrir a si
próprio
marido é quem me
gerou". Também há nenhuma".
"Sou
transgressão de tabus: eu a mãe Com todos os cuidados
quanto
do meu e a irmã do meu marido". a sobre o
pai: generalizações que seria
"ocidental" "oriental",
O lógico da identidade e não e mesmo assim a
princípio
voz cujos sons são tão numerosos" religiosos da índia e China: religião
"o
e discurso cujas imagens são tão védica, budismo e taoísmo. Octavio Paz,
"Para de
famoso vir ao não e os demais trechos escrituras e
preceito: que
[...]
[...]
Em Wilmar Silva, o é
panteísmo
Eu sou a viagem de ácido celebrado através de uma intensa e
na montanha
participa.
[...]
Santiago Naud*
Floriano Martins
lição. Sua faz surgir entre nós cumpre ainda com o notável ofício de
poesia
*
Resenha da obra Fábrica de ritos. Brasília: Thesaurus, 2011.
circulação da obra de Santiago em busca de novos contrários
própria que possa
editados nos últimos 30 anos. Aspecto ressurreição após cada sítio extraviado,
"assim
agravado condição esgotada da como alguém / depois de
pela passa
sem esquecer entre esses leitores se suas imagens com um livro lhe é
que que
convivência entre duas culturas, realçado nas mãos do verbo de Santiago Naud,
"um subjetivamente, me
da viagem de olho dentro do olho emoção que,
reorientações em mistério,
ou rupturas em termos guardar-se parcialmente
de signos e Os avessos
Memórias (1994)
- repercutem intensa
As leituras as do espelho (1996)
posteriores,
configurando o estilo,
a forma, a sintaxe e a lógica
que e repetem,
essencialmente anotando um
busquei, a de se comprometerem mas
par
não se limita ao
com a linha histórica, com a fundamento que jogo
poesia
da vida, com todo o seu mistério do real e seu suspeitoso estado contrário.
que está tecida, fluente na opção levar-lhe à escrita. Por ali sentiu as
porém
com este campo insondável é tão seu diálogo com esta nossa contradição
que
- o mais alto
Recordo isto movido uma carta meu entendimento grau
por
hispânica. Não se pode opor Celan uma sujeição à história. Que temos que
a
fundou a revista Poesia Sempre. Entre seus livros, destaca-se Que país e
(1973),
Ailton Alves Lacerda Krenak Médio Rio Doce, MG, 1953], ambientalista
[região do
outono (1883).
brasileira, é fundador e editor das revistas Ponte, e Malasarte. Publicou, entre outras
abril (1983), Comício de tudo (1986), Letra elétrika Posto Nove (1998), A
(1994),
Cláudio Willer [São Paulo, SP, 1940] é doutor em Letras, ensaísta e tradutor.
poeta,
eletrônica Agulha.
RJ, 1811-Roma, Itália, 1882], conhecido também como visconde do Araguaia, foi
José de Alencar CE, 1829-Rio de Janeiro, RJ, 1877] foi jornalista, político,
[Fortaleza,
marcaram a formação da
advogado, dramaturgo e ficcionista, cujos romances
O Iracema
identidade brasileira. Entre suas obras destacam-se guarani (1857),
brasileira.
e o
Entre suas
publicações,
destacam-se os livros As missões jesuíticas pensamento
I -.diz F. Papi
[Governador Valadares, MG, 1922-Rio de Janeiro, RJ, 2009] f oi
jornalista,
e escultor. Escreveu, entre outros, os livros de
poeta poesia Arado branco (1957),
reunida
(1998).
Péiucles Eugênio da Silva Ramos SP, 1919-São Paulo, SP, 1992] foi
[Lorena, poeta,
memória (1988).
Sérgio Cohn Paulo, SP, 1974] é poeta e editor. Publicou livros de poesia,
[São quatro
caixa Poesia.br volumes, 2013), com um dos volumes dedicado aos cantos
(10
ameríndios.
Walmir Ayala Alegre, RS, 1933-Rio de Janeiro, RJ, 1991] foi escritor,
[Porto poeta,
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Poesia Sempre - Ano 10 - Número 37
2013
ISSN 0104-0626
Nacional
(Brasil).
CDD 808.8
respectivos autores.
tratamento digital.
Rio de Janeiro RJ
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ISSN 0104-0626
9 770104 062006