Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4 1994
ANO 2
'
'
iff
fv
"V
a :.,v
'
¦ ;" ¦:'¦¦
•¦'.'¦ ?¦; -ir
^
PRESIDENTE
DA REPÚBLICA
Itamar Franco
MINISTRO
DA CULTURA
Luiz Roberto
Nascimento
e Situa
PRESIDENTE
DA FUNDAÇÃO
BIBLIOTECA
NACIONAL
Affonso
Romano
de SantAnna
DIRETOR
DO DEPARTAMENTO
NACIONAL
DO LIVRO
Márcio
Souza
Apoio
MINISTÉRIO
DAS RELAÇÕES
EXTERIORES
DEPARTAMENTO
CULTURAL
-INVENTARIO
BN
0292979-1
A.S<U 1.3_
MINISTÉRIO DA CULTURA
NACIONAL DO LIVRO
DEPARTAMENTO
POESIA SEMPRE
Editores chefes
Márcio Souza
Editor executivo
Emanuel Brasil
Editores adjuntos
Ivan
Junqueira
Ivo Barroso
Moacyr Félix
Suzana Vargas
Conselho editorial
Fábio Lucas
Ferreira Gullar
Marco Lucchesi
Wilson Martins
Secretaria
Sônia Gadelha
Projeto
gráfico
Victor Burton
Padronização de texto
Suzana Martins
Diagramação
Adriana Moreno
Digitação
Reprodução
fotográfica
Lúcia Antabi
Revisão
Bernardino C. M. Vieira
José
2 Numero 4
Ano
Rio de
Janeiro
Agosto 1994
Agradecimentos
tradução:
"Sitzender
Mann" sentado")
("Homem e
"Die
Subversive"
("Subversiva"). Tradução de Curt
"The
Cock" de
("O Mauro Mota. Tradução de
galo")
"National
Mark Strand;
Library" Nacional")
("Biblioteca
"Advertisement"
e
de Oswald de Andrade.
("Reclame")
Ernstjandl 82
Alemã Hoje 7
Poesia Sempre e a Poesia
Sarah Kirsch 86
Heutige Deutsche
Poesia Sempre und Die
Friederike Mayrõcker
90
Lyrik 10
OskarPastior 92
Poesia 1
Peter Rühmkorf 96
em Tradução
Poesia Brasileira
15
de Franceschi
Antonio Fernando
RorWolf 114
17
Armindo Trevisan
Willer 19
Cláudio
Ensaios
21
Ferreira Gullar
Lisboa 23
Henriqueta
121
poema?
Mota 25
Mauro
de Andrade 26
Oswald
Thiago de Mello 28
no acervo da Biblioteca
Albrecht Dürer
Poesia 2
Nacional
33
Poesia Brasileira
Alexei Bueno 13 7
Poesia Alemã Hoje
Filho 142
Alphonsus de Guimaraens
Runge e Stephan Opitz 41
Seleção de Doris
LyaLuft 154
Paul Celan 50
H. C. Artmann 56
Autores Inéditos
62
Durs Grünbein
"A
escrevi
Catedral de Colônia" 221
Letrasul
Estebán
Moore 175
224
Manuel Roca /
78
Juan
Poesia Revista
Poesia 227
revisitado 233
Salvador Puig 186
Resenhas
Acordanoite,
Ricardo Kubrusly 235
Pinto 247
Pandemônio,
Geraldo Eduardo
Carneiro 249
VÁRIA
Saxífraga,
Cláudia Roquette-Pinto 253
Homenagem a Cecília Meireles 209
Verso e Versão
Colaboradores 261
Maria Rilke 215
;
país-
Aichinger, Ingeborg Bachmann, Gottfried Benn, Paul Celan e Christine Lavant. A seguir,
e Ror Wolf.
Doris Runge
traduzi-los convidamos
Para
e tradutores-poetas
poetas-tradutores como Paulo Paes,
José
Flávio Kothe, Marco Luchesi, Lya Luft, Karlos Rischbieter; ítalo Moriconi, Ivo Barroso, Mareia
"Como
Runge surge um
um estudo do crítico
poema?", Wilson Martins analisan-
publicamos
LetraSul, os latino-americanos
encontram, mais uma vez, o seu espaço.
poetas Aí estão o
Pullitzer.
lusos: Adília Lopes, Eduardo Guerra Carneiro, Fernando Pinto do Amaral, Luiz Felipe Castro
Marcos Konder Reis e Lya Luft, César Leal e Alexei Bueno ou Chico Lino Filho, Moacir
poetas.
sia de Emílio Moura, companheiro de Daimmond, nunca viveu fora de Minas. Affonso
que
"A
do na Alemanha em 1978. Por outro lado, duas homenagens são feitas a dois
grandes
autores modernos: Murilo Mendes e Cecília Meireles. O teve este ano sua obra
primeiro
conviveu durante décadas em Roma. à Cecília, este ano completam-se trinta anos de
Quanto
sua morte e várias exposições estão sendo realizadas em sua homenagem. Sua filha, a atriz
No mais, desta vez a seção intitulada Verso e Versão traz um de Rainer Maria Rilke
poema
Karlos Rischbieter e nas resenhas apresentamos dez livros e dez ilustrativos de seus
poemas
O número três de Poesia Sempre, a exemplo dos anteriores, foi lançado em várias cidades
Unidos foi realizado um diálogo eletrônico, via satélite, entre os do corpo editorial da
poetas
Poesia Sempre e a Poesia Alemã Hoje
/ 9
naquelas universidades
da Costa Rica, e, naturalmente, norte-americanas
quatro men-
José
cionadas anteriormente.
este ano.
10 Poesia Sempre
)
]—) ie vorliegende vierte Nummer der Zeitschrift Poesia Sempre ist der deutschen Lyrik
Brasilien ais Schwerpunktthema ausersehen wurde. Sie stellt einen konkreten Dialog zwis-
Der Literaturkritiker Stephan Optiz und die Lyrikerin Doris Runge wurden
eine
gebeten,
koordiniert wurde. Fünf bekannte moderne Autoren wurden zur Einstimmung ausgewãhlt:
Ilse Aichinger, Ingeborg Bachmann, Gottfried Benn, Paul Celan und Christine Lavant. Daran
Für die Übersetzung der Gedichte konnten erfahrene Übersetzer und Lyriker wie
José
Paulo Paes, Flávio Kothe, Marco Luchesi, Lya Luft, Karlos Rischbieter, ítalo Moriconi, Ivo
Barroso, Mareia C. de Sá Cavalcante, Cláudia Ahimsa, Leonardo Fróes, Moacyr Félix und
Thomaz Albornoz Neves werden. AuíSer Doris Runges Aufsatz, Wie entsteht ein
gewonnen
Gedicht?, bringen wir eine Untersuchung des Literaturwissenschaftlers und Kritikers Wilson
Martins, der die literarischen Beziehungen zwischen Deutschland und Brasilien anhand der
Lyrik untersucht.
Zur Fortsetzung des Dialogs zwischen der brasilianischen Lyrik und der anderer Lánder
"Brasilianische
Ferreira Gullar, Oswald de Andrade, Thiago de Mello, Cláudio Willer, Armindo Trevisan und
"LetraSul'
zogen: der Argentinier Estebán Moore, der Chilene Gonzalo Rojas, der Kolumbianer
Juan
Erfolges der Nummer drei von Poesia Sempre, die der nordamerikanischen
Aufgrund des
und die in den Universitãten von Berkeley, Stanford, Pace und Yale
Lyrik war
gewidmet
"City
che Konsul in São Francisco, Almino,berichtet über diese Begegnung. Ebenfalls wur-
João
den dort Gedichte von Charles North und Lloyd Schwartz verõffentlicht. Der letztere, ein
Spezialist des Werkes Elizabeth Bishops, erhielt kürzlich den Pullitzer Preis.
werden acht Lyriker aus Portugal vorgestellt. Der Lyriker Nuno von dem bereits
Júdice,
tugiesische Lyriker: Adília Lopes, Eduardo Guerra Carneiro, Fernando Pinto do Amaral, Luiz
Felipe Castro Mendes, und Paulo Teixeira, zu denen wir weitere reprãsentative, zeitgenõssis-
che Lyriker hinzufügten: Ana Flatherly, Antônio Osório und Luiz Miguel
portugiesische
Nava.
"Brasilianischen
und Stile der Autoren zu Wort kommen man von Hilda Hilst und
sollen, findet Gedichte
Alphonsus de Guimaraens Filho, Marcos Konder Reis und Lya Luft, César Leal und Alexei
Bueno oder Chico Lino Filho, Moacir Amâncio und Ronaldo Werneck. Unter der Sektion
"Unverõffentliches"
Im Bereich der Essays beurteilt Sérgio Alves Peixoto mit neuen Kriterien die Lyrik Emílio
gelebt
"Der
Prosagedichtes Kõlner Dom", das er 1978 in Kõln begonnen hatte. Zwei weitere
Ausstellungen erinnert. Ihre Tochter, die Schauspielerin Maria Fernanda, stellte Texte und
'
Darüberhinaus
bringt der Teil Verso e Versão"
und Version) ein
(Vers Gedicht von
"Archaischer
brasilianischen
Stãdten und im Ausland vorgestellt. In Rio de wurde mit Hilfe des
Janeiro
chen den Herausgebern der Zeitschrift und dem Lyriker Mark Strand hergestellt, der die
Auswahl an nordamerikanischen
Gedichten für diese Nummer
hatte. Wãhrend
getroffen
dieser eineinhalbstiindigen
Unterhaltung,
die aufgezeichnet wurde, zeigte Mark Strand ein
Universitáten statt.
Die vorliegende, der deutschen Lyrik Nummer vier von Poesia Sempre bringt
gewidmete
gehõren.
Die Nummer fünf von Poesia Sempre, die bereits vorbereitet wird, ist der franzõsischen
li \
Hans Staden
der Wilden
/Nacketen / Grimmigen Menschenfressen Leuthen
Antonio
Fernando de Franceschi
Tarantola
("Tarântula)
...
cama batalla...
de campo campo de
y
Góngora
sensoria
tela ti cattura falena
se irrompi
distratta dal fogliame
nella
fredda letto
architettura dei tuo
ti
ad angolo la fragile antenna
piego
ti abito
ordito da un filo Ellèna
cosi
e se il timore chiama
parca
poca
un nulla
la trama
quasi per placar
e
dura ti rendo intanto la
piú pena
se infinita:
cedo infine alPusura
d ogni onda
ripetutamente
resiste al maré
la
pietra
al mare
le rapisce
tanto
piccola parte
sempre infinito
e rinnovato
di interezza
la dura roccia
cede
e cosi torna
disfatta infine,
che è sabbia
Armindo Trevisan
Dylan Thomas
Kehle von
Ein vogel in der
')
de Dylan Thomas
na
("Um
garganta
pássaro
ein Tier
J[n allen Tieren
bereitet Rache
seinen Schultern
und trüge auf
Hak
Übersetzt von Robert
i
Poesia Sempre
Dialog
("Diálogo")
Zorn-
am Rand Sonnengang
keule
Eisen Helle
von
ein Geschmack
Uhrenklang
des Lebens unterwegs
Atem nach
verstand er daíã
Vater nie
wusch mein
waren und
eignes Gegenteil
wir unser
Welt
auf derselben
wandelten
in der Furcht
und uns umarmten
zufãllig
dem Tod
derer die nach
die eine
gefiederte
ihnen verweigert.
Welt
Robert Hak
Übersatzt von
Poesia Brasileira
Tradução
T 19
Cláudio Willer
à m'enfonce
pas pas je
trouble
opaque
placide permanence
devenus de souvenances
porteurs
présence
geste
les choses
matière d'évocation
contre
peau
peau
Visi teu rs
("Visitantes")
fl otre espace
maréca
ges
et la nuit définitive et
le cri
pétrifié
lentement
pénétrons
dans ce de refus
jardin
a-t-il un lieu
peut-être y
devenons
plante
racine
ou minerai brut
nous soit de
pour qu'il possible parler
Nous Survivrons
Ferreira Gullar
Mann sentado")
Sitzender
CHomem
nachmittags
in Buenos Aires
Gedãrme im Bauch
(die
die Beine
gefaltet,
das Wohnzimmerfenster
sehe ich durch
grolSe
ich lebe
D, Dichtung
respektiert nichts.
sie wiehert
wie eine
junge
Hure
Henriqueta Lisboa
77
I -i
in Dichter war im Krieg
am Betrug, am Hunger.
begegnete
er Welten und Menschen.
Menschen
die tõteten und Menschen
jeder
Fidélité
("Fidelidade")
encore et toujours
.ZjL
présent
1'amour complaisant.
De de face,
profil,
vivant éternellement.
Et absent
quand plus
à chaque moment
d'autant
plus présent
le temps fuit
que
à l'âme consent
qui
dans le silence
plus grand
à le dans
garder
une ardente
pénombre
sans oubli, à
jamais,
toujours
pour
douloureusement.
Mauro Mota
The cock
("O
galo")
industrial dawn.
it is the
Oswald de Andrade
Th
JL he Abandoned Child
Doctor Coppelius
Miss Spring
Translated by R. Longland
Jean
Poesia Brasileira em Tradução
Advertisement ("Reclame")
actress
Says the dainty
Leg
Margaret Piano
P
-
what a splendid lotion
retty tint
the complement
I consider
prettytint
feminine toilette
of woman's
-
Ali women deal with Mr. Fagundes
sole distributor
Translated by R. Longland
jean
28 Poesia S e m e
)
p<r
Thiago de Mello
Lãndliches Morgengrauen
camponesa")
("Madrugada
Tj
ãndliches Morgengrauen,
gesungen.
hebe empor
Ich ernte und
ich im Zuckerrohr
Das Licht
pflüge
seinem Triebe.
und meine Seele in
Lándliches Morgengrauen,
dunkel, aber
noch ist es
gering,
Wendt
Übersetzt von Katherine
Poesia Sempre
30 ?
da manhã")
Noticia de la manana
("Notícia
Y
JL o sé todos la víeron
que
la olvidarán.
y jamás
Pero es alguno,
posible que
dormido.
profundamente
-
Y a los dormidos también
no llegar,
y pudieron
sín veria,
permanecieron
al moribundo en su catre
-
al ciego de corazón
y
-
mafiana, cielo vertido,
-
cristal de la claridad
me lleva de la mano.
que
me da el rumbo la manana,
Amorosa transparente
y
es la sagrada manana
que
el mar.
sobre los hombres
y
Y su dulce claridad
se esparció mansamente
ya
va lavando corazones
el mio
el dei nino, sino
(no
mananas
ha llamado otras
que
existen
siempre radiantes
que
tarde
a veces despuntan
(que
o no despuntan
jamás)
la cosas:
dentro dei hombre
y
ropa,
en los cordeles con
llegan,
en los navios
que
en la iglesia,
la torre de
en de los
el
pescadores,
pregón
los obreros,
de
en la sierra circular
de la nina
en los ojos tan bellos
que pasa.
en Ias
La en el suelo,
manana está palmeras,
está en suburbanos,
los muertos
está centrales,
en Ias avenidas
los rascacielos.
está en Ias terrazas de
en el nino,
(Hay mucha mafiana
mucha, en mi.)
hay un
y poco
Poesia
32 ) Sempre
La belleza mensajera
no se resguardo en el cielo
ni se en el espacio,
paró
sobrepasó la ciudad.
La manana es
general.
Y de la manana
pronto
-
manana, cielo vertido,
-
de claridad, claridad
en en inmensa
plaza,
plaza,
dentro de la el
plaza pueblo,
el entero cantando
pueblo
me lleva de la mano.
que
Traducción
de Pablo Neruda
Albrecht D u r
>rvo
da Biblioteca Nacic
e ali em 1528.
faleceu
As aqui reproduzimos
gravuras que
do aceivo de
fazem parte precioso
200
de Dürer da
gravuras
-
1512 buril
Santo Antào Eremita
o
-
/
519 buril
.<
fl* Wm »
^ j%tt gj&. m r^fw^ ^$0-
s
'
Jjjgf iMIyipxl^ $ W
jHHsjimffl~^ffi j
^ ^rfn $jimF i k 25 ftf* ilP^SRi^ IF^lSifiiSSfflL i hhu p*
*
'..' '¦'.v ¦
"•-: ".''¦¦¦
¦ "
¦/ •
: , f> . . . . ,'¦' *":
v, , ^Hy
-
1513 buril
DÀ
R C ter O
MI
ER A 5
LMAGO-
. DVRERO-AD
ALBERTO
V\ I AB
•
DELINíIATA-
\v EFFÍGÍEM-
VIV-\
¦TA
•
•
s YrrpA.w
it Tíl
PE
Ihn-k
''
EI
MATA'-AflZ
^ '
'
"-""gpyy
^ ^
^
^
^
Erasmo de Rotterdam.
-
1526 buril
®W3H||
'zS&SSi.
*•%
¦# »*,
• l t dSS®
WmFlS^m^^^^^^BMI^^^^BKi^8^j8BF™3*Kfl->. * {»
.f lyBPHHKF <C
J I m**«kf
Jr\
_. i*M'
^vin
ffSB^MBr gfatB i:i!*fcLr-S|^^lii^Kl^'^8HE~^
'
mTjI^R?li{ '"*"'"-.^^^IBIPbBwSm wtr ~«Jm Wl^MSmI^IK
-
¦ jj-.^^B^^^HaMKpgaaB|BMyS^^BB^' I
p
^^SBF ;*i
•
4l jJjM^'•"'/:
-
75.72 buril
São engulindo o livro o anjo lhe apresenta.
João que
1498.
provavelmente
Combate de São Miguel contra o dragão.
1497
provavelmente
p
ALEMA HOJE
JL OESIA
X t o começo
de de musicais, encontra-
de uma coletânea, seja de
da composição
poemas, quadros, peças
apresentadas no corpo
a seleção das doze vozes contemporâneas,
Os critérios
para poéticas
do instrumento artesanal, o
formulada com elegância. Força da imagem, domínio
gravidade
seleção.
pequena
Os selecionadores
Ilse Aichinger
Verfrüht
gibst
jeder
-
noch nicht.
Antecipado
as senhoritas de cera
bem mais de
plenas quietude
na manjedoura.
que Jesus
Ainda não.
Ingeborg Bachmann
-
was soll dir noch
geschehen
T
-L iras,
devagar o teu chapéu; ele saúda, flutua no vento
tua
cabeça
descoberta encanta as nuvens,
teu coração
tem afazeres em outro lugar,
tua
boca
absorve novas línguas,
na terra
o treme-treme
predomina,
a flor-estrela
é soprada verão,
pelo
cegada
flores ergues teu rosto,
pelas
ris
e choras
e sucumbes em ti mesmo;
o -
mais
que acontecer-te
poderá
Explica-me,
amor!
O
com solene assombro, roda suas
pavão,
plumas,
a
ergue sua de
pomba
gola penugem,
de arrulho,
pleno o ar se expande,
e também
no comedido
parque
todo
canteiro
é rodeado dourada.
por poeira
O
enrubesce, ultrapassa o cardume,
peixe
e se
ao leito de corais.
precipita
por grutas
Tímido
dança o escorpião ao som da música
prateada.
O
besouro
sente a Maravilhosa de longe;
se
eu
tivesse
seu sentido, também sentiria
asas
que brilham sob sua couraça,
e
caminharia
um de morango, lá longe!
para pé
Explica-me,
amor!
46 Poesia Sempre
1
andem zu erweichen!
Ein Stein weifi einen
durch Feuer
jedes gehen.
mão,
a onda a onda
pela
pega
salta e cai.
se expande,
na vinha o bago
amolecer!
sabe como outra
Uma
pedra
pedra
não explicar:
Explica-me, amor, o
que posso
terrível tempo,
devo neste curto e
eu,
e, sozinho,
lidar apenas com
pensamentos
bem algum?
e não fazer
nada do amor
conhecer
sua falta?
Não se sentirá
Alguém deve
pensar?
os fogos.
todos
passar por
Satzbau
Was aber neu ist, ist die Frage nach dem Satzbau
in bestimmter Anordnung?
Überwãltigend unbeantwortbar!
er wird vorübergehn,
das Primãre.
-
-
Die wenigen, die was davon erkannt
(Goethe)
wovon eigentlich?
frase
possuem
e ela é urgente:
que
palmo papel
em ordenamento
preciso?
é um impulso na mão,
priapismo
ele vai
passar,
é o
primordial.
"Os
-
entenderam disto"
(Goethe)
poucos que
do
efetivamente?
que,
Eu suponho: da frase.
da construção
Tradução
de ítalo Moriconi
50 Poesia Sempre
Paul Celan
Todesfuge
wir schaufeln ein Grab in den Lüften da liegt man nicht eng
Ein Mann wohnt im Haus der spielt mit den Schlangen der schreibt
Er ruft stecht tiefer ins Erdreich ihr einen ihr andem singet und spielt
stecht tiefer die Spaten ihr einen ihr andern spielt weiter zum Tanz auf
wir trinken dich mittags und morgens wir trinken dich abends
da morte
A
fuga
/> à tarde
negro da manhã nós o bebemos
eite
a serpente escreve
um homem toca
Na casa mora
que que
um túmulo na terra
num silvo deixa remover
ele expulsa seus
judeus
bebemos à noite
Leite manhã nós te
negro da
no estreito
te bebemos à noite
Leite negro da manhã nós
Er ruít spielt sülãer den Tod der Tod ist ein Meister aus Deutschland
er ruft streicht dunkler die Geigen dann steigt ihr ais Rauch in die Luít
dann habt ihr ein Grab in den Wolken da liegt man nicht eng
wir trinken dich mittags der Tod ist ein Meister aus Deutschland
wir trinken dich abends und morgens wir trinken und trinken
der Tod ist ein Meister aus Deutschland sein Aug ist blau
genau
er hetzt seine Rüden auf uns er schenkt ein Grab in der Luft
uns
er spielt mit den Schlangen und trãumet der Tod ist ein Meister aus Deutschland
é um mestre da Alemanha
ao meio-dia a morte
nós te bebemos
C. de Sã Cavalcante
Tradução Mareia
Poesia Sempre
54
Christine Lavant
-
Du sei bedankt ich hab erfahren.
genug
Poesia Alemã Hoje
que, pela
para
pálio
quebraria
quero
que poupando
-
um trabalho repulsivo. Obrigada Senhor vi o suficiente.
já
H. C. Artmann
^^rofundo
o mergulha
algas-palavras
poeta
por
na branca do
papel
praia
in bittrer
verlust
bittrer
sind zwei..
ein bittrer
verlust
bei zweien
siehst du
nichts mehr..
ein bittrer
verlust
schwer fãllt
dem einarmigen
die kratzung
wer aber
um diese schwãche
zu bemánteln..
Poesia Alemã Hoje
ma
perda
amarga
é um ovo;
mais amarga
são dois...
uma
perda
amarga
é um olho;
sem os dois
não se vê
mais nada...
uma
perda
amarga
é uma
perna...
é difícil
o manco
para
coçar a
outra mão...
mas
quem
a cabeça
perde
tudo:
perdeu
casa e
quintal
desejo e mulher
amigo e alegria
tristeza e lágrima
e a boca
encobrir
para
esta fraqueza...
Elisabeth Borchers
im Mai
Alter Friedhof
Jüdischer
er
W. lebt hier
hinab.
Sprung des Eichhorns
und den
von Bãumen
Es fãllt der Schatten
em maio
Velho cemitério
judeu
viverá aqui
^^uem
e o salto do esquilo
desce.
que
é senhor aqui
Quem
As escutam
pedras
eretas.
as vestes
Quem joga
A das árvores
sombra despenca
anda relva.
Quem pela
Olha. O silêncio.
Durs Grünbein
für
Wãhrend du zõgernd
Mondflutlicht heimisch
Raschelnd im Rinnstein
Irgendwo in Europa
que
Enquanto te
preocupas
Como espinhos
passar por
Do mesmo luar
pátrio
A rugitar no esgoto
No ar frio do novembro
Die Freude
Sie meutert
gehõrt
A alegria
a seu respeito
falando
la não me
quer
nos documentos
ela não está
nenhum
ela não suporta
profeta
é firme
abaixo tudo
que
põe
ela se revolta
ela me
justifica
ela não me
pertence
eu a escondo
uma vergonha
quase
ela é
peregrina
ninguém reparti-la
pode
ninguém conservá-la
pode
nada conservo
partilho
um outro a esconderá
Chinesische Akrobaten
77
ist leicht
zu balancieren
aah!
eine Silbe
ein Zeichen
am Himmel
zu schweben
ist schwer
Unmõglich
so hoch oben
zu atmen
V
chineses
Acrobatas
no ar uma
ançar
palavra
a
pesado
palavra
é leve
no ar um sinal
Pintar
o sinal impossível
não é impossível
traço e traço
Unir
ou desejo
bambu
prato
sobre sílaba
sobre sílaba
sílaba
balançando
e mais alto
alto
aah!
tão leve
Mesmo tornando-se
um traço
como
uma sílaba
um sinal
é
penoso
pairar
no céu
um minuto
por
Impossível
respirar
tão alto
68 Poesia
) Sempre
Banditen
Kaiser
Warlords
Japaner
wüten
Tausendjahre
lang
und schaut zu
atemlos
aaah!
schweben
balancieren
Hand
Bambus
Teller
Knie
Frau
Tusche
Strich
Bambus
Hand
Zeichen
Teller
Stange
Frau
Bambus
Strich
Silbe
Knie
enquanto aqui embaixo
bandidos
e mais bandidos
e os warlords
o imperador do
Japão
de raiva
espumam
Há mil anos
tem fome
o medo
tem medo
o desejo
e contempla
os extenuados
aaah!
como
pairam
os corpos no céu
balançando
mão
prato bambu
joelho
mulher
nanquim traço
bambu
mão
sinal
prato
barra
mulher
bambu
traço
sílaba
joelho
1
die Angst
bitte nicht!
bitte doch!
Aaaah!
wie leicht!
knickt
bricht
kippt
stürzt
Bitte nicht!
atmen
immer mehr
geisterhaft
leicht
am Himmel
aaaaaaah!
o desejo
pede
Mais um
prato!
o medo
não, favor!
por
sim, favor!
por
Aaaah!
como é fácil
dobrar
quebrar
virar
tombar
não, favor!
por
Os altos corpos
respiram
um minuto
por
mais e mais
vazios
giram pratos
misteriosamente
leves
no céu
aaaaaaah!
Die Visite
Ein Engel,
ganz gemeiner
gemeine
A visita
lá estava o anjo no
quarto.
quanto
ou da Nuvem de Magalhães.
grande
senhor não.
legou um espaço, o
ele esperava
Vi em seus olhos claros
que
Robert Gernhardt
tzengedich te
Ka
"locker
durchkommen" meint,
Wobei siegen
praktisch:
diese Katzen,
so eine Katze.
nehmen, ohne zu
So viel wie mõglich
geben,
Poesias cie
gatos
-ZjL com um
gato
prender
a vencer.
significa aprender
"viver
de leve",
Vencer, no caso, significa
prática,
estes
gatos.
há na terra,
Há tantos
gatos quanto pardais
quem pardais?
um assim.
gato
de amor, mas,
muita comida, um
Quer pouco
O um só nos ensina,
que gato
para
76 / Poesia Sempre
Maximal zwanzig
Jahre.
Conviver com um
gato,
sobreviver ao
significa
gato.
no meio da vida.
estamos
Principalmente
quando
a seu lado.
chega
Um rapidamente
gato
um assim?
idade atinge
gato
Que
No vinte anos.
máximo
antes disto
Mas muitos morrem
já
dizê-lo, no esquife.
e se esticam, vamos
já
Ter um
gato,
significa um
perder gato.
Os outros falem de
que pessoas,
eu falo de animais.
Tradução Rischbieter
de Karlos
Sempre
Poesia
78
trotzig
Merksãtze
macht,
lange
man irgendwas
enn genug
W-
machen.
auch
es irgendwann
wird man gut
dann
nicht stimmt,
und vorne
zwar hinten
Satz, der
Ein
zum Mutmachen.
doch er taugt
etwas fest
man an
Wenn glaubt,
genug
auch bewahrheiten.
eines Tages
wird es sich
dann
den Klarheiten.
Teufel mit
Zum
Aber:
liebt,
nur stark
Wenn man genug
jemanden
einmal liebhaben.
einen auch
wird er
dann
ist,
wahr wie sonstwas
der so
Ein Satz,
kann mich
wer ihn nicht gernhaben.
und
glaubt,
/'
í
Miáxi m as te i m os as
ele
nos amará também, algum dia.
e vá favas.
não acredita nela, às
quem que
Tradução Rischbieter
de Karlos
Gemachter Mann
unübertrofíen.
über Terrasse,
Quer jene
übrigens meine.
Homem
feito
insuperável.
o desejei há muito.
para para
o meu, sinal.
por
Ernst
Jandl
L
Alemã Hoje
Poesia
demais
noite está um
A
quieta
pouco
aqui comigo,
devia ter agora
u te
em minha cama.
estarias dormindo
longo tempo
ficaria a te olhar
eu
por
o no chão.
bateria com
e depois
pé
aconteceu?
em sobressalto e
irias despertar que
perguntar:
nada, eu te diria,
não aconteceu
livro caiu.
foi apenas um
que
de Paulo Paes
Tradução
José
Poesia Sempre
s
Toast
se o beijar
também uísque
e se não o beijar
Sarah Kirsch
Wintermusik
In meinem Herzen.
já
Apanhava o bem
que queria.
Em meu coração
A encurta-me a vida.
pedra
Os cantos do mundo
quatro
é como vértebra
partida.
Der Milan
ganz
chamas encarnadas
Â. rovão: as
produzem
corpo. Um deserto
voam a todo
pássaro
Friederike Mayrõcker
-
mein FuiS und mein Haar mein stillstes
wird welken wie Gras
Wort
-
welken wie Gras dein Mund dein Mund
wird
-
wird welken wie Gras dein Schauen in mich
-
meine Wange meine Wange und die kleine
wird welken wie Gras
Blume
-
dein Mund dein Mund
wird welken wie Gras
purpurfarbener
-
aber die Nacht aber der Nebel aber die
wird welken wie Gras
Fülle
grama
-
vão secar como a meu cabelo meu minha
grama pé palavra
mais serena
-
vão secar como a tua boca tua boca
grama
-
vai secar como a teu em mim
olhar
grama
-
vai secar como a minha face minha face e as
grama
flores
pequenas
-
vão secar como a tua boca tua boca tão
grama púrpura
-
vai secar como a mas a noite a neblina mas
grama
a fartura
vão como a
secar como a vão secar
grama grama
Tradução Fróes
de Leonardo
Oskar Pastior
-
in rom manchmal aber war ich dort auch
-
beschreiben ais ich das erste mal wegfuhr.
-
aber nicht immer õfter wie beim zweiten mal
auch
wegfahren solltest beziehungsweise
dort wegfuhr
nun ais ich das erste mal
ja
du warst
wuíâte ich das noch nicht. aber
—
war es das weiíâ ich manchmal noch
genau
em conversa
Sextina
-
estivesse também
em roma embora
já
vez. é esteve
uma terceira ou
quando que
quinta
-
foi lá fui.
então em roma?
você ainda esteve desde
mas
primeira que
-
da segunda vez
não tantas
porém quanto
eu sempre é certo
de roma?
penso
pensou partir
se você esteve
exatamente às vezes:
que
que queria
ninguém fui?
vez me fui
sim
pois quando pela primeira
pela
freqüente em roma
e não nem era
partiu quando
na segunda vez
ninguém não! foi só
partir?
-
dort war ich immer schon auch
gewiíã ja
-
ein zweites und drittes mal dort
genau
-
in rom bevor ich immer seltener wegfuhr
pois
que
porque
partida,
-
De fato estive sim desde sempre também
permanentemente
vezes a vez
oh sim estive às
primeira
Peter Rühmkorf
"T
JL n mir arbeitet ES
verzieht sich
- -
wetten?!
-
Ob so etwas nicht in den falschen Hals bekommen kann?
jemand
-
an den Themen von morgen ãh?
Aber mit'm Tropfen Malteser trinken Sie doch niemandera etwas weg.
Vollkommen im Kleister.
ganz
gedichtet
um imprevisível solitário.
para
há de se alterar talvez
- -
vamos apostar?
toda a estatística.
grupo-alvo.
-
com os temas de amanhã ah?
atravessou o Eufrates.
Num total.
grude
mais do andou
quase que poetando.
Eu digo: o fígado.
Poesia. Sempre
98 )
ja gesamte
Ehrlich von meiner Auffassung vom Glück her kann ich mir
gesagt,
- -
das Hirn noch nicht abgebunden hat
solange
-
Vulkan in die Krypta
dem
gegriffen!
-
Goldglubber
-
Nervenplankton
Stratosphãrensperma
e hoje talvez
já
se desligar de um só
golpe.
Desistir? Eu de mim?
O este ano?
quê, já
eu sequer tais
posso permitir-me pensamentos.
-
-
enquanto o cérebro não estiver desligado
-
Destilar bocados de maná
-
Tridentes de ouro
-
Plâncton de nervos
-
Esperma de estratosferas
DIE BLÜTE
- - -
wãr noch aber so? halbkahl
(Grau
ja gut
jeder
Tempus
fugit
in C-Dur!
Quintett
o estropiado
O sabugueiro,
o estropiado,
(3sabugueiro,
da memória,
desaparecido
A FLORAÇÃO
frente a mim
O velho cara no espelho
- -
-
mas assim? meio careca
ainda estaria bem
(cinza
fuça
com manchas
pela
futuro)
também não
prenunciam propriamente
que
empregadinho de cemitério.
isso te diz, afinal,
qualquer
um ou um o
Ainda remoer
pouquinho quê?
pouco,
que
Bud Powell,
algo tão absolutamente fora de esquadro
quanto
quando
tempusfugit
em dó maior!
quinteto
ne Landplage wãren,
Leute schon anklopfen, ais ob sie
Wenn die
- -
wer? Der den Sand der Arena frilãt.
Und am Ende siegt na
Alemã Hoje ), 03
Poesia
é isso:
Em largos traços,
inspirar de ar.
do medo
e influxo
pilhas
por
para que
o estropiado,
O sabugueiro,
a insistir agora
inverno, mas
tormenta no último
pela
quebrado
campo de batalha,
de lilás o
recobrindo
próprio
-
- a areia da arena.
morde
Aquele
E, no fim, vence ora,
que
quem?
R. Kothe
de Flãvio
Tradução
104 Poesia Sempre
grojSen
77
JL rüher, ais wir die Strõme noch mit eigenen Armen teilten,
groiãen
-
und des Mondes Aufzugs Beginn
gelaufen.
eine Hoffnung.
ein Gewinn.
-
ohne daíâ nochmal richtig Reisig nachwirft
jemand
T ante-Emma-Láden
os rios ainda
Outrora,
quando grandes
Lena, Missouri,
Quer Jenissei,
•
da reparadora,
Algumas linhas a uma estética
quanto palavra
uma esperança.
um
ganho.
antes da despedida,
pouco
para prestar
se a e teimosas
Lojas-da-Tia-Ema
que
einen abgerissenen -
Fluch im Hals
Alies
wer der Welt zu tief ins
Quack, Auge hat,
gesehn
laíã ich mir doch das restliche Abendlicht auf der Netzhaut zergehn.
Ein dampfende
Dachpfannen
paar nach dem Regen.
em
tu mesmo tens de esvaziar as
que prateleiras
só
de trás sem cessar a nova mercadoria:
porque pressiona
tomada
sujeira, eis aí a massa.
pela
-
com uma maldição trancada na
garganta
ainda
sofrer com ele:
para
querer
Melhor
do eu mandar logo chamar o
que gerente
só
causa de algumas folhas de salada ressequidas,
por
Um
de cataventos fumaceando após a chuva.
par
Uma
sebe úmida, estendendo-se mil metros,
por
ao longo
de um de hora.
quarto
Sim,
e fim terás então saudades desses dias,
por
dos
tu agora te despedes tão sem carinho.
quais
Tradução
de Flãvio R. Kothe
108 Poesia Sempre
Doris Runge
Glücksspiel
wei sind
z
einer zuviel
zum
glück
zwei sind
genug
hat einer
den anderen
zum
glück
de sorte
Jogo
d\ois é bom
um é demais
sorte
por
bastam
dois
se um tem
o outro
sorte
por
Tradução Sã Cavalcante
de Mareia C. de
110 Poesia Sempre
Ich schliefèe
inen
pakt
über für
gegen
um dabei
zu sein
gelesen
klarer zu sehen
und schwãrzer
eselohrige makulatur
ein ablaíãpapier
die verschwõrung
das blatt
das zeichen
windstille
überlebten wir
alie erlõser
Selo
pacto
com o silêncio
ou se
preferem
contra
sobre
para
a fim de então
a ser lido
passar
ver
mais claro
e mais negra
a maculatura da orelha
um
de indulto
papel
mas
essa é
a conspiração
a folha
o sinal
calma
do vento
aqui
diz a lenda
todos
sobrevivemos
libertadores
Tradução
de Mareia C. de Sã Cavalcante
112 Poesia Sempre
/
Im Rückspiegel
n der kindheit
vorbei zurück
a infância
trás
passou para
de todos os
quatro
eu a
persigo
Tradução C. de Sã Cavalcante
de Mareia
Ror Wolf
Hartmanns hinterzimmer
o dos de bartmann
quarto fundos
quarto
/^eva,
depois cai a chuva,
depois
neva, chove e neva,
depois
chove o tempo todo,
chove
e então neva de novo.
Tradução
de Leonardo Fróes
'S
E N A I O S
^—WZTTT
77" 3=111
HÀns Staden
Como surge um
poema?
ração dos espíritos, invocação dos deuses, encantamento? Será magia a força conjuradora
"Só
-
habita a raramente um surge um se faz", anunciou,
que palavra poética? poema poema
"embocadura
como de deus". Com essa tese, na época revolucionária, ele não somente irri-
tou a comunidade dos leitores crédulos como levantou suspeitas de traição aos cole-
junto
obra de arte era ao menos tão como o opus. O ditar não mais
provocadora próprio poético
apenas como um artesanato mas como a reflexão do ato criador ou, ainda, como a auto-
decisivo. Com isso, naturalmente, não se aludia ao ocasional, ao verso de beleza aci-
poema
- -
lugar sólido entre a incidência da idéia e a consciência da concepção, entre a apreensão e
vida. Aqui, todas as teorias tornam-se obscuras. Aqui, mesmo Benn e seus seguidores,
ram obscuras, e é bom assim seja. Apesar dos elementos e fenômenos recorrentes, de
que
preparada,
-
do eu só uma coisa a fazer: render-me. Entrego-me ao surto, ao choque, ao
mais forte
que
"fazedor",
mas o meio.
E eu não sou mais o
samentos.
a ou a leveza do
seu ritmo, assume
dinâmica segue
gravidade pensamento
própria, próprio
deixando-se
levar final do
do Nós, os apenas seguramos o
pelo jogo pensamento. poetas,
cordão.
Não sendo suficientemente forte a respiração ela cai. Nem todo se
poética, poema
anuncia
do mesmo modo. Por vezes, existe um verso ou toda uma estrofe, em repouso,
já
aguardando
o impulso adequado, uma vibração ótica ou, talvez, um odor, aguardando algu-
ma coisa,
minha sensível rasteja, adquirir configuração,
que
percepção para palavra por
verso
palavra, verso, manifestar-se como Segundo Valéry, os deuses nos
por
para poema.
oferecem
o
verso com A nós, diz ele, cabe então forjar o segundo,
primeiro
gratuidade. que
se deve harmonizar
com o e não se mostrar indigno de seu irmão sobrenatural.
primeiro,
Poemas
estão em mim as suas Através
muito antes de encontrarem de mim, cia-
palavras.
dade
de crescimento. cobrir-se de bela vegetação. Clima e
Também os escombros
podem
solo
conferem a Eles carregam minhas cores, minha disposição,
sua cor e a sua forma.
servem-se
de minha visão de meus sentidos, mas surgem, distantes de
e
palavra por palavra,
"Um
mim.
não nasce de sentimentos, mas de disse Mallarmé. Através das
poema palavras",
formas
artísticas, das o é somente uma delas, o sentimento e o vivido retraem-
quais poema
afastar-se
ver melhor e observar com maior agudeza. A intensidade de nossos senti-
para
mentos
também não faz nenhuma Amo, logo a me dita. Sofro, logo a
poesia. poesia poesia
me dita.
pela parte
apenas
subjetivo e biográfico e, só raras vezes, validade Sobre isso, disse Goethe:
poética.
"A
modo
e livre, o conteúdo brota de livre-vontade da sua interior, e é
generoso plenitude
inconscientemente
ambos coincidem, forma, matéria e conteúdo devem convir, conju-
que
interpenetrar-se".
gar-se,
poético percepção
experiências
sensíveis com a realidade: dor e alegria, luto, transitoriedade, amor, natureza, o
cotidiano, facetas.
ele transluz em suas O eu consinto no mundo exterior, o
quando que que
sou.
-
branco, não escrita, de uma nota importante? Isso apenas saber depois. Uma
jornal,
posso
cor, uma centelha na água, uma luz, um de olhos, um olhar, o brilho num olho.
piscar
da é a sua verdade.
palavra
O é o transformar-se da
processo poético percepção.
fume.
precisa.
a memória. Ela escora e condensa, torna visível como figura a articulação das
para
palavras,
sopro.
Brasil
e Alemanha
•Relações
literárias
-*-
? o
se refere ao condicionamento
que intelectual, o século XIX brasileiro
(1822-1889)
clivide-se
em duas
assimétricas e desiguais, com o divisor de águas no ano
partes clássico de
1870.
Até 1868, dizia Sílvio Romero em síntese eloqüente,
o catolicismo
reinante não tinha sofrido nestas o mais leve abalo; a
plagas filosofia
espiritualista,
católica e eclética a mais insignificante oposição; a autoridade instituições
das
monárquicas
o menor ataque sério classe do a instituição servil e os
por qualquer povo;
direitos
tradicionais do aristocratismo dos
a mais indireta
prático grandes proprietários
opugnação;
o romantismo, com seus doces, enganosos e encantadores cismares, a mais
apagada
desavença reatora.1
De fato,
esse é o momento das idéias republicanas, cujo Manifesto data,
de
precisamente,
"instituições
1870, -
desafio às monárquicas" e é o momento da Escola
primeiro
partidário
do
Recife,
sem contestá-las abertamente, introduziu no um sistema de
que,
país pensamento
-
implicitamente
que as contradizia e, com elas, o sistema espiritual representado Igreja
pela
Católica,
não só enquanto religião, mas, ainda, como religião de Estado. Não surpreende
"questão
seja
também esse o momento
que da dos bispos", na era o Estado
qual político que
desafiava
o Estado eclesiástico e vice-versa.
O
reflexo evidente da franco-prussiana
germanismo, de 1870, afrontava deliberada-
guerra
mente
o
da cultura francesa, mas o é mais complexo do
predomínio
processo que pareceria
à
vista. A verdade é o francesismo
primeira e o foram as duas forças magnéti-
que germanismo
cas
atraíam o Império em direções contrárias, seja
que atavismos dos
pelos germânicos
Imperadores
lado de equivalentes atavismos
(ao latinos), seja fascínio irresistível da
pelo
se via de repente
que contestada cultura alemã. Numa simplificação retórica,
pela
pode-se
encarar
esse como a rivalidade entre a e a latinidade.
quadro
germanidade
1
Discurso
de recepção a Euclides da Cunha na Academia Brasileira de Letras
(1906). Para o do
quadro geral perío-
do,
v. Wilson Martins. História da inteligência brasileira, III.
126 Poesia Sempre
)
de Pedro II, assim como era napolitana a imperatriz Teresa Cristina. Habsburgo de aparência
antecedentes.
-
Para o mais especificamente nos interessa agora as relações literárias e artísticas
que
"caso"
-
entre o Brasil e a Alemanha o Carlos Gomes
servir de simbólico. O
pode
paradigma
do nacionalismo musical,
Guarani, ópera estréia também no ano emblemático
prototípica
o futuro:
"por
". "italiano"
"no
centro do décimo-nono
va verdadeiramente século artístico". A oportunidade o des-
que
"chefe
incontestável
Leopoldo Miguez do movimento musical brasileiro nos
(1850-1902),
"fiel
representou-se -
no Rio o Lohengrin uma companhia italiana Em 1901, outra com-
(sic!).
por
"um
-
italiana -
a de Giovanni
panhia Sanzone levava no Rio verdadeiro drama lírico, conce-
com libreto
italiano
de Heitor Malaguti, inspirado num conto de Coelho Neto. Em 1913, ceie-
brado
em seu centenário
um artigo de Antônio Torres Wagner entrava
por (1885-1934),
para
o repertório
do Teatro Municipal do Rio de com o início das temporadas de Walter
Janeiro
Mocchi,
representando-se
nesse ano Parsifal e Valquíria.
Se os italianos
consentiam em representar Wagner, não foi, em compensação, muito
o entusiasmo
grande do crítico von
Carl Koseritz, apesar ou causa de suas origens
por ger-
mânicas:
"mirabile
- -
italiana,
e dictu" não desagradou completamente. O ato mesmo
primeiro foi
"Como
exemplo,
diz o crítico da Gazeta de Notícias: concepção musical, o Lohengrin é um
aborto. Não tem nem cabeça e acabar onde começa nos campos à margem do
pé poderia
Schelde. Como manifestação de musical Wagner não nos ofereceu nada de novo.
progresso
Palavras
a Imperatriz deve ter lido com deleite. Em terreno mais familiar, sabe-se
que
que
"Ouvindo
Machado -
de Assis fez do Clube Beethoven e foi Beethoven" Rodrigo
parte
que
Otávio
escreveu um dos sonetos de Pâmpanos,
(1866-1944) no diga-se de o
qual, passagem,
nome
do compositor serviu apenas de
pretexto:
negreiro Sklavenschiff"),
("Das suputando os lucros da viagem, calcula se lhes
possíveis
que,
restassem apenas
negros na chegada ao Rio de receberia
300 cem clucados
Janeiro,
por
"Navio
de Heine.
"Das
"Intermezzo
inclusive do espanhol. Do alemão, do espanhol e do francês, H. Heine teve entre nós tradu-
"Lenda
"Canção
"Canção
original:
"aquela
Também
Taunay o evoca, no das Memórias, ao lembrar a aparição de Inocência:
texto
"parecia
"posto
Em 1879, de Goethe, em
apareceram de dois Prometeu, um deles o
traduções
por-
tuguês"
no Rio. Contudo, no das
Teixeira e
(1811-1885) prólogo
por Joaquim José publicado
"O
Folhas
de algum mau humor: ter de
outono, Bernardo Guimarães demonstrava
que pode
comum
inspiraram Goethe, o Para
a musa brasileira com as musas (...)?
panteísta que
que
havemos
do Fausto ?". Três anos antes, era
de nos nos mistérios herméticos (...)
enredar
ainda no
o dos Santos evocava soneto
alemão o socialista Generino (1848-1928)
poeta
que
"A
escola":
"Luz!
"Luz!
Se esmagar o etemo,
queres preconceito
"Das
respectiva
cultura no Brasil.
racial ia ao de a criação de um
com finura Gilberto Freyre)
(desvendado ponto propor
por
Poesia Sempre
130 5
nos
aprovar o devia ou não ser
de
alemães incumbido publicado
tribunal de sábios que
"a
é a minha loucura".
ele: Alemanha
diversos Bem dizia
países.
do seu impacto,
do Recife havia a maior
a Escola
no começo do século, parte
perdido
Já
"unia
o Nietzsche
do seu discípulo Graça Aranha,
na
mas ainda se que
pessoa
prolongava
anos, segundo,
o Wagner nietzschiano dos
fase com
da última
antiwagneriano primeiros
para
- -
Nietzsche das relações intelectuais
o de nessa história
um nome
O introduz mais
que
tornou-se em nossos
O Nietzsche depois de longo eclipse,
e o Brasil.
entre a Alemanha que,
Amado, foi um
inesperadamente descoberto. Para Gilberto
filósofo excelência,
dias o
por
assinalou o fim do
Goethe mas, Elísio de Carvalho,
a (?),
o conduziu
para
pensador que
"artistas "o
um critério iniludível
incomparável, uma necessidade estética e
uma verdade
exalta como
de beleza".
"Canção
a do destino de
escolheu
Mário Faustino (1930-1962), que premonitoriamente
Hiperião":
recanto
Ai de nós!
que
Desgraçados humanos
Tombamos e murchamos
Como de em
fraga fraga
A torrente se atira,
Ao desconhecido.
entre exclui,
1956 e 1980, 1.409 traduções em volume, o
Laurence Hallewell registra
que
naturalmente, Dürrenmatt, H.
autores como Brecht,
as avulsas.4 Nesse número incluem-se
desde Eduardo
os meados talvez traduzidas
do século XIX a editora Laemmert
por
publicou,
Laemmert,
mas não se sabe hajam
as Amorosas do Werther,
que provocado
paixões jovem
tas de Amar,
de Stefan tradução norte-americana
Zweig. curiosidade a
Assinale-se como
que
verbo
intransitivo
recebeu o título de Frãulein.
-
Em em alemão de
contrapartida, autorers brasileiros traduzidos
sendo numerosos os
Carolina -
será, com certeza, bem
Maria Rosa o número de
de a Guimarães
Jesus prosadores
maior É
sido regularmente traduzidos.
o dos é estes últimos tenham
se
que que
poetas,
levantamento
num caso e noutro, não se trata
lado do Atlântico. Claro,
a ser feito... do outro
de e da repre-
traduções em ambos os
da das
mas, também, países,
quantidade,
qualidade
traduzida a se interessarem
levaram os alemães
dos
motivos diferentes por
que
por
qualidade
diversas Aqui, o
feito em diversos casos.
como tem sido
traduções do mesmo
poema,
idiomas,
na sua lín-
dos tradutores
mas também, e acima de tudo, o
própria
gênio poético
"difícil"
creio e de
não tanto ser um
eu, será o de Rainer Maria Rilke
(1875-1926), poeta
por
reduzidas lufadas
de ressurgir em
conosco, mas singularidade
afinidades
pela
psicológicas
de a se
interesse. década de 80/90, repetindo o rilkianismo
está ocorrendo na
É o que
que
refere
Augusto de Campos:
a conheceram imensa
a brasileira
Nos anos 40, em (e
poesia portuguesa)
pleno pós-guerra,
4
O livro 1985.
no Brasil. São Paulo: T. A.
Queiroz,
132 Poesia Sempre
metafísica, como é o caso das Elegias e dos Sonetos a Orfeu, muito traduzidas e
foram
dos seus temas, assim como a aparente tranqüilidade de sua vida transcorrida
concretos também o de
oficial. Os
(...) puseram
poetas quarentena,5
"concretos",
"volta
testemunhando a a Rilke",
Estamos semanas antes das traduções de
poética. porque,
"intensa
traduções de Vinicius
antologia de Moraes e Lina Paranhos, enquanto Dora
privilegiou
"Réquiem"
Rilke: o e a
cado em 1949,
poeta poesia.
a introdução de volume
Na linha dos ensaios críticos, Paulo Paes o seu é uma
José
para
"o
restrições
de Augusto de Campos segundo as menos transparece nas aborda-
quais que
de -
Rilke em nosso
gens meio foi a linguagem
(...) de sua foram
poesia" porque justamente
os -
aspectos -
formais
negligenciados os levaram a traduzir não as
geralmente
que palavras
ou os conceitos
de Rilke, mas a sua
poesia.
"A
Num exercício,
digamos,
didático, vejamos as leituras dos últimos versos de
puramente
Campos -
O divide-se
(3). nitidamente em duas a narrativa nas
poema
partes parnasiana
duas
estrofes, e a interpretação da última. É nesta se
primeiras simbolista encontra a
que
do
poesia sendo a contém e causa o impacto emocional, a vê além do
poema,
que que para
está
sendo visto
que na do Botânico.
jaula Jardim
1) Só
vezes, a cortina da
poucas pupila
2) Certas
vezes, a cortina das
pupilas
3) De vez em o da
quando fecho pupila
-
2) ergue-se em silêncio. Uma imagem então
-
2) penetra a calma dos membros tensos trilha
morrer no coração
3) para
-
Pode-se
comparar a dos três tradutores em Rilke, é uma
pantera que, pantera
antropomórfica -
com a animal de Leconte de Lisle rêve du
("Le
pantera puramente jaguar"),
"traduzir
e
assim
diante. Karlos Rischbieter menciona, de Rilke é dupla-
por passagem, que
mente -
difícil: além da dificuldade de traduzir do alemão língua oposta ao
quase que por-
-
tuguês
há a dificuldade da linguagem rilkiana'. Rilke criou um alemão diferente às
que
vezes
ele criou um idioma à só seu". De fato, as sutilezas síntáxicas e
parece que parte,
semânticas -
da língua alemã nem sempre encontram harmônicas fiéis em razão
português
Mas,
ocorre afinidade entre o e o o traduz, o resultado
quando psicológica poema poeta que
"Kolumbus",
Alexei Bueno
Os eternos
p
-1—/
statuas
dos deuses brancos,
Um sem
mãos, sem a cabeça
Um outro,
a nos flancos
portar
O manto
de um desça
sol
que
Ou
suba,
aléia de
gestos
Alvos,
fitando
o oceano
Alheia
aos ventos funestos,
Ao
sopro
humano e inumano,
Fila
de risos sem boca,
Longos
olhares sem olhos,
Ouvidos
surdos à rouca
Conversação
dos escolhos,
Altivos,
friamente ígneos,
Lançando
dardos sem braços,
Sem
alma urdindo os desígnios
Imortais, de nós,
sonhos
Cristalizados, latentes,
E inabaláveis, repletos
Da de si, exatos,
glória
Totalidades corpóreas,
Gestualizadas conquistas,
é a lenda
Há tanto,
que quase
ausência os
alguma
Que pretenda,
me auguram morte
Que
Ou se estorça o deus
Da úmida cratera
Contra
a minha sorte,
Itaca
me espera.
Cheire-me
o
gigante
Na inviolável
furna,
Beba
o mar bramante
A última
galera
Na exaustão
noturna,
Itaca
me espera.
Puxem-me
as sereias
Com
sonoros laços,
Prenda-me
em suas teias
Aquela
impera
que
Itaca me espera.
Lance-me bruxedos
A odiosa maga,
Mordam-me os rochedos
De dentes de fera
ítaca me espera.
140 Poesia Sempre
)
E lá longe brindem
Da mansão severa
Itaca me espera.
De risos vinhos,
e
Vivos mortos,
quase
Itaca me espera!
Helena
Bateram.
Nada. Helena estava morta.
A última
aia a entrar fechou a
porta,
Levavam
linho, ungüento, âmbar e cera.
Noventa
e sete anos. Suas
pernas
Eram
dois secos recurvados.
galhos
Seus
seios até o umbigo desdobrados
Cobriam-lhe
três hérnias bem externas.
Na boca
sem um dente os lábios frouxos
Murchavam,
ralo lhe cobria
pêlo
O sexo
de
que perto parecia
Um
antigo de tons roxos.
pergaminho
Maquiaram-lhe
as vincadas,
pálpebras
Compuseram
seus ossos
quebradiços,
Deram-lhe
à boca uns rubores
postiços,
Envolveram-na
em faixas
perfumadas.
Então
chamas onívoras tragaram
A carne vontades.
cindiu tantas
que
Esta noite
o silêncio iluminado.
O homem
quer
-
a vida.
À ânsia de claridade
própria
p
-*¦
or
na realidade,
que,
mais forte
Quanto é a luz,
Me vem
a estranha vontade
De fugir,
de trobar clus?
Por
se tenho
que
presente
Um
sol real,
mais brilha,
que
Outro
sol oculto e ausente
Me
cega
e me maravilha?
No
real,
na irrealidade,
Paira
o espírito
buscando
Grave
fonte
da verdade
tendo,
Que, inda está sonhando.
Poesia
Sempre
Quando
Nassau
- -
Nobre
alemão
sem ódio nem temor
Trouxe
comigo a arte dos flamengos,
ao canhão
Junto o do
pincel pintor.
Fiz
do Recife
uma cidade eterna
com
tantas ao rio
dei beleza
pontes
os da
para terra eu fui duro na
guerra
e lhes
mostrei espada o fio.
de minha
De
volta
à Europa, no mar de longo,
já
lembrei -
os canaviais outros o tomem!
Na
Alemanha epitáfio:
escrevi meu
"A
morte do homem".
é a última vaidade
146 Poesia Sempre
Sutilissimo eterno
noturno e resignado
como um tálamo é
que
pedra
livre de flor
plumagem
retiras de mim
por que
que pântano?
Análise
cia sombra
nalisa-se da sombra
seu
caráter
permanente:
manhã retraindo
pela
a imagem,
à tarde crescente.
E aquele a sombra
instante em
que
adelgaça
o corpo fino
como
se no chão entrasse
a
o sol se encontra
quando pino.
mira
a esse instante
Quem
em lado
oposição ao
logo vago
vê o
passo
da cresce
sombra agora
que
o corpo se filtra
de onde
até no limbo
fundir-se
em torno dela
que gravita.
traz federadas:
as sombras
que
Abajur
de luz
o alpendre
da casa-grande
o abajur era
a lua.
nas enormes
janelas
as vestiam
noivos tinham
(os
de chegar).
promessas
talvez viessem
com a lua
e desmontassem
dela
entre os noivos
a também)
(e
janela
os abraços
fossem
que
o escuro.
para
Poema
ao bigode de meu avô
era
dono
de engenho,
tenho do
que seu bigode
pena
hoje
amargo.
seu
bigode
doce doce
diziam
as negras do engenho,
meu
avô
se ria
com
cara de tacho.
meu
avô
seu bigode
perdeu
de
alfenim
e as negras se foram
na lembrança
do bigode doce doce,
na velhice
perdido
deixou
de ser alfenim.
as
negras não o fim,
queriam
o bigode de alfenim.
queriam
mesmo
assim,
meu
avô o riso amargo,
preferiu
o
mundo moderno nem as mulheres
gostosas
do seu catarro.
150 Poesia Sempr.
Meus córregos
os córregos recolhi
meus
pés.
trago-os na memória
curar meus
para
calos.
rápido.
me atravessam
que
como riachos.
Hilda
Hilst
Nela
despenco: ferida.
mórula
pedra
É crua
e dura vida. um naco de víbora.
a Como
Como-a
no livor da língua
Tinta,
lavo-te Vida, lavo-me
os antebraços,
No
estreito-pouco
Do vida
meu corpo, vigas dos ossos, minha
lavo as
Tua
unha casaco rosso.
meu
plúmbea,
E
rua
de coturno
perambulamos
pela
Rubras,
corpo e copos.
altas de
góticas,
A vida corvos.
é o bico dos
crua. Faminta como
E lágrima
ser e mítica: arroio,
tão
pode
generosa
Olho
d'água, A vida é líquida.
bebida.
Poesia Sempre
152
)
omo se te assim te
VV
perdesse, quero.
Um arco-íris de ar em águas
profundas.
permitisses,
E altas.
buscando meus sonhos. Eram soberbas,
Algumas
tinham manchas azuladas
E as manhãs morriam
Debaixo
de suas encarnadas.
patas
Vi-as
sorvendo as uvas
que pendiam
E os e orvalhados.
beiços eram negros
Uníssonas,
resfolegavam.
Vi os escombros
as éguas da noite entre
e ciladas.
Da Vi sombras, elfos
fui.
paisagem que
poço
Vi-as Intensas.
tumultuadas.
E mim me vi.
numa insone, a
delas,
154 Poesia Sempre
)
Lya Luft
é minha dor
esperança e
protesto,
me iluminaram na vida.
que
singularmente,
(Resistirão,
andem na dos
sempre
ponta pés.
Principalmente,
não me toquem.
Finjam um absorto,
não vêem se tenho
jeito
que
se nem as
sempre entendo
perguntas
com a antigamente,
rapidez de
se
fatigada
pareço
nem o místico.
Não me nada o cotidiano
interessa
Não do mercado
discutir os
quero preços
nem da eternidade.
os mistérios
grandes
braços sempre
como carrega nos
para
quem
uma morta.
criança
Poesia Sempre
156
peixe
ou barbatanas me levem
que junto.
acaba o mundo.
mergulham sempre,
quando
por
no fundo.
Poesia Brasileira 157
Marcos
Konder Reis
de
arcanjos tênis.
a
jogar
verde,
como um sapo,
aquele rio,
ou rancor se desamarra
como um calafrio, o meu
do
não suportar,
que pode
e eu
manquejando cais.
passo pelo
raspar
e ficar comparando, na do engenho,
a mandioca
janela
a rapidez
dos ratos e dos
passarinhos,
uma
cama de farinha
cortadas
faca da cozinha.
pela
proporção jardim
158 Poesia Sempre
retroceder seria
legal: o erecto.
de conceder a
paz.
as
veredas
abertas
rodas de um
pelas
jipe
num
certo frio de sempre-vivas
a rendinha
das folhas no meu rosto
e seu
rumor
de redes
me arrancam da rotina.
que
o riso
rigoroso
de um rijo construtor de
prússias,
o risco
de uma resma de batalhas,
o rococó
das
minas e alemanhas,
o
bico
da ferrugem
corroendo os do mundo
guindastes
e as
rocas
restaurando
as veias de um destemor de espanhas.
escrever
um romance
ou fazer uma romaria?
colher
um
ramo de rosas ou rezar um rosário?
fazer
teu
rosto
rorejar de
prazer
°u
me
sentir
orvalhado certeza
pela
de
o
que da infância se desfaz do rocio como um suspiro?
pátio
na
mesa
do de antigamente, o molho de ferrugem do assado
jantar
e
as
batatas
morenas, o íubor do teu rosto, falo
quando
das
amoras
selvagens e da robustez do velho carvalho
havia
que lá nos fundos do
jardim.
na
o ruivo do
janela, crepúsculo
golfo
e
o rubi
numa torre do aeroporto.
10
no
estômago de um noviço,
primeiro os rudimentos da fé,
como
a incerteza da chama suspirada de uma vela.
Moacir Amâncio
Os mortos
os esquecidos da língua
onde se escritos.
guardam
Deveremos aprendê-la
- -
alfabeto e reconquista
soletrar iguais
para
dimensões de solidão?
Poesia Brasile 161
\
Desencontro
cio Dantas Motta
poeta
ou
o Anjo de Capote
"Sim,
Gerais
(também Aiuruoca chamado),
esquecida
filha."
D.M.
-^1
s ruas se desconformam
no
dobrar
de asas do dia
e
dos
becos vem a noite
em
ondas
sobre a cidade.
A surdina
de teu canto
aos
também se espalha
poucos
revelar na
para sombra
tua
eleição
dos exílios
são o
que mapa, a casa,
homens,
teu mundo, Sião.
Eu
te
nos bares,
procuro
mas
mesmo a voz de teu filho
não
faz eco aos versos úmidos,
veios
de fertilidade.
enquanto
fértil
possível
nas
escarpas e lajedos
de
uma Sião devastada
em
teu sobrepondo
peito
templos
presentes perdidos.
Sempre
Poesia
162
notícias de Sião,
Sem
n'Aiuruoca
perdido,
apenas se afastando
vejo
vão sumindo
e aos
poucos
cigarro e capote.
chapéu,
A de Eliot
do retrato
propósito
-L
aletó e
(funcionário
gravata público?)
o
moderno
poeta
senta-se
nos alfarrábios,
apóia
o no cabo do
queixo guarda-chuva
como
se o fizesse sobre um
grito
-
dobrado
em suas asas
e cita:
nunca mais.
Sempre
164 Poesia
)
Werneck
Ronaldo
Farol
um furor funâmbulo
az-se no fundo
h
J
só noite e mundo
noctâmbulo,
súbito
penumbra, preâmbulo
só do sono um sobressalto
surge
chumbo da manhã-cobalto
no
do sobressono um salto
surge só
mergulho no mardrogado
um
marulho, maralto
engulho,
uma fresta
faz-se no sobressono
réstia, sobrepondo
uma
Galo/Galo
ntre engasgos
& engulhos
acordo
sinalizando vômito
mais o cante
por que galo
ou não
indômito
ou não
há sempre
o levante
onde
brindo
antes
polissemia
ou não
é isso
não
é isso
de repente
me calo
tão inesperado
tão
súbito
e violento
esse cantar
tão cantar
esse cantar
Poesia Sempre
166
tão auroras
tão sinfonia
de &
perdas pardais
tão cantar
esse cantar
tão agudo
tão
grande
tão ancho
a ele
que
me agarro
gancho
mais
para
este dia
ofereço à
que poesia
A UTORES INÉDITOS
André
Ricardo Aguiar
Culinária
a Chico
Uno
X cozinheira me encantava
no tempo
da serventia
e vacas
magras.
Tinha
os olhos crus,
era
a sua inocência
destemperada.
Do
tempo levou bolo
e suas
rugas foram servidas
em
grandes porções.
Seu
último forno
era
sem fogo, cemitério
de
outros fogões.
168 Poesia Sempre
Leitura da insônia
O telhado,
essa
quilha
me lê
que
muito antes
do leite da manhã
dos
garis
catam
que
restos de salário
e dos homens
de rara alvenaria,
esses
pássaros
trocam o rio
que
dia.
pelo
Carlos
Tamn
A
asa
palavra
O
desfia a fibra da
poeta
palavra
aberta
na
sua mesa cama banheiro
descasca
a escalpela
pele
depois
rasga
os músculos abre a ossatura
belisca
morde chupa
poeta
desmonta
aos risos
vértebra
fêmur crânio costela
localiza
o hirto fígado frio
seu
silêncio
e devagar
aproxima o dedo
aperta
mede textura
densidade
superfícies
ásperas
macera de sombras
e uma umidade
penetra
acende
um fósforo lâmpada
encharcado
cegos
metros de intestinos
percorre
lentamente do olho
abre as lentes
e verte e séculos
léguas
de imagens em
procissão
tudo a superfície vê
o
que
e reflete
170 Poesia
J Sempre
feito de
palavras
o os fragmentos
poeta junta
faz um mundo
vagas de inundando
o mar
pier
peixes
afogando rãs
baleias tubarões
triste
galopa quando
e vê anjos constelações
gêneses
imóvel e silencioso
queda
e não dança
a não ser
as asas amarelas
enquanto solene
penteia
as sereias vermelhas
e no espelho se vê
artesão e artefato
Caiafa
Janice
Três
Cravos
T
-L res cravos de agudas
como unhas:
pontas
um
rubro
como um tango
outro
como neve branco
outro
branco
e encarnado
salpicado
de sangue
não é seu.
que
Três
cravos
indóceis
três
carnes
pulsantes
três
flores
passionais
de
revoluções,
de amores
De
amantes cravo!
ferventes,
Três
cravos
frisados
minuciosamente
delicada
flor das insurreições.
Entre
os dentes
de talo recente
gosto
amarfanhadas no decote.
pétalas
Três
cravos!
Flor
flor
passageira,
da
viagem, flor da História,
Flor
acontece!
que
Três rubros
cravos
-
-L y -L ílena disse o
poeta
Diria Lílitchka
assim:
-
Vladímir
o
do nome
poema
o
ama
poeta que
poeta
dinheiro e fama.
por
Vladímir Maiakóvski!
Afora o
poema
Lílitchka ou Milena
a sílaba,
em lugar do
que parece
poema
a sílaba do nome.
primeira
"Lílitchka!
-
em lugar de uma
cartade Maiakóvski,
na tradução
de Augusto
de Campos.
Luiza
Franco Moreira
Integra
S
^ im, fiz bobagem:
já
cantei
o namorado de minha amiga,
seduzi
homens
não sabiam
que trepar, ou nem
se
interessavam,
saco;
desenfreada,
me maltratei
o fumo me assanhava
que
pavores;
manipulei
alguns, também
fiz
vários
infelizes.
Mas
o imperdoável
é
isso não me diverte.
que
Promíscua, epetrarquista
me ficou
certo em espiar
prazer palavras
arrevezadas
rolarem na boca,
deixou minh'alma
de repente
com mania de
píncaros,
e rápido
crianças
tão distraída)
(eu
pouco
formaram
pausa
L
E T R A S U L
argentina
Estebán
Moore
No
bagas
una
historia dei amor
e de
tus
pies
recorriendo
todo
es inútil:
en
el invierno
tus
lábios
no
su lengua
poseerán
todo
es
inútil:
en
el invierno
la
voz
te nombra escalará la memória dei olvido
que
176 Poesia Sempre
)
Rojas
Gonzalo
con L
Escrito
a Liscano
Juan
dei conocimiento,
pulpo
paraliza
que
viciosamente mancha.
apestamos
a viejos, los
griegos
papiros
de lo invisible, acaba
L de la famosa lucidez
no tanto con la
de la libertad,
de la locura
ilumina lo hondo
que
de
lo lúgubre
dei
laberinto,
lambda
loca
luciémaga
antes
dei fósforo,
mucho antes
dei
latido
dei
Logos.
COLÔMBIA
Manuel Roca
Juan
que fabrica
antiguos moradores.
No delatan
construyen cárceles,
Algunos
Barrotes
para jaulas.
Yo fabrico espejos:
más horror,
Al horror agrego
a la belleza.
Más belleza
COSTA
RICA
Oswaldo
Sauma
La
ventana
X o he creado
esta ventana
donde
depositan su luz
pájaros
con
certera
naturalidad
el viento
y mueve los árboles
con
un rigor
insospechado
he
yo creado
esta ventana
donde
al noroeste
el sol
despliega
sus al hombre
plumas
entre
que el insomnio
aguarda
el dia ofuscado
he
yo creado
esta ventana
donde
la luna llena desata
esa
necesidad
de la mujer
he
yo creado
esta ventana
donde
el colibrí
defiende
Ias amapolas con ciega ferocidad.
180 Poesia Sempre
CUBA
se haga leyenda
Quiero que
p
I J ra una calle estrecha de adoquines gastados, casi hundidos,
Claribel
Alegria
Carta
a un desterrado
M i
Odiseo
querido
no es
ya má«
posible
esposo
mio
el tiempo
que vuele
pase y
no te cuente
y
yo
de
mi vida en Itaca.
Hace
mucho anos
ya
te fuiste
que
tu
ausência
nos
pesó
a tu hijo
a
mi.
y
Empezaron
a cercarme
pretendientes
eran
tantos
tan
tenaces
sus requiebros
apiadándose un dios
que
de
mi congoja
me
aconsejó tejer
una
tela sutil
interminable
te sirviera a ti
que
como
sudario.
Si llegaba
a concluiria
tendría
sin mora
yo
elegir un esposo.
que
182 Poesia Sempre
)
Me cautivó la idea
al avantarse el sol
me a tejer
ponía
destejía la noche.
y por
ahora, Odiseo,
pero
mi corazón suspira un
por joven
con la lanza.
y
necesito un hombre
y
la sepa regir.
que
tu un anciano.
y padre
De mi amor hacia ti
no ni un rescoldo.
queda
siquiera su
ni
pregunta por padre
mejor ti
es
para
te demos mueito.
que pur
Sé los forasteros
por
de Calipso
de
y
Circe.
Aprovecha, Odiseo
si eliges a Calipso
recobrarás la
juventud
si es Circe la elegida
el supremo.
no te ofenda
183
Letrasul
será
en vano
recuerda
a Menelao
con
Helena
esa
loca
por
guerra
han
la vida
perdido
nuestros
mejores hombres
estás
tu donde estás
y
no vuelvas,
Odiseo,
te
suplico
Tu
discreta
Penélope
184 Poesia Sempre
)
URUGUAI
Luiz Bravo
Círculo
de sangre
TT
no es el tema).
pero
lluvia, alcohol
jugos, y
imprevisible.
qué de lo
partes existe
que
eso -
uno era, no es
es,
que
y y ya
vienen
reclamando
otras corrientes.
La
sangre
de la metamorfosis implacable,
prosigue,
como
una ley la natüraleza sedentaria
que
concibe
como la sed
pasajera
la sed
pero hace al desierto
uno
y corre
la arena, descaman sus
por pies
el
espejo
se deshoja, uno cree sólo es espejismo
y que
cree
con un con la visión
que
jugar poco
con
enamorarse
de ella
con
tirarse
en la onda expansiva ésta desaparecerá.
Tiempo
después se da cuenta
está empapado
que en un circulo de sangre,
suya,
irreconocible, suya otra,
pero
pero
ajena
de tan real. Su otro líquido.
Es
cuando uno no no
no sabe, saber, o sabe saberlo
quiere
siempre
para
orifício
dei tiempo.
186 Poesia
Sempre
Salvador
Puig
Portuguesa
Cy abido es
Alfonso
X, llamado
que
también
Alfonso El Sábio
(Toledo-1221/
de tristeza-1284)
escribió en castellano
Las Partidas,
una Grande
en su rodeado
prosas,
palacio
de intelectuales
mahometanos,
cristianos.
judios y
graçasporén
gallego-portugués.
Cuando El Sábio
pasaba
cristianos, mahometanos,
judios,
conversaba solo
y
consonantes estremecíanse.
Es un salón contiguo
Pessoa sonreía.
VENEZUELA
Vicente
Gerbasi
Los
oriu ndos dei
paraíso
J-J
os oriundos dei Paraíso
inventaron
Ias orquídeas
mueven
que el silencio de Ias horas.
Los
oriundos
dei Paraíso
hicieron
oler un rubi
el
nos acostumbra
que
la
tristeza
dei
Orinoco
sombrio.
Los
oriundos Paraíso
dei
lanzaron
Ias
más bellas mariposas vuelan entre Ias
que
de
los
viejos cafetales de Canoabo.
sY es Canoabo? lo hicieron?
qué ^Quiénes
Lo
hicieron dei Paraíso.
los oriundos
Allá
donde toda vastedad
suena
en los montes.
Y
en una de animales,
sabana
problada
en
un azul lejano de montanas,
donde
canta el.dia con sus aves,
donde
canta la noche con sus astros.
Los
oriundos dei Paraíso
son
de Canoabo.
188 J Poesia Sempre
MÉXICO
Emilio Pacheco
Jose
La
gota
-L a es un modelo de concisión:
gota
todo el universo
encerrado en un de agua.
punto
Es el espejo, el abismo,
No salir de ella,
pueden
en vano.
gritan
se trata,
ide qué
hasta cuándo,
mal hicimos
qué
estar de nuestra
para prisioneros gota?
Y nadie escucha.
P
OESIA
PORTU CU E S A HOJE
Adília
Lopes
Uma
afirmação Pessoa sobre Milton
de
N,
âo escrevia Milton um verso
sem
dependesse
ela
não
escrevia um verso
Ela
não
era Milton
Para
dizer isto
poder
tinha-lhe
estudar
mais inglês ler melhor Milton
para
tentar
traduções de Milton e rasgá-las
tentar
Milton o comentar
parafrasear para
e
desistir
de o ler
a
com Milton
preocupar-se
deixou
de se com os seus versos
preocupar
e
ainda
lá devem estar
ter ido a
podia
para província
dar
lições de inglês
particulares
não
diria uma sobre Milton
palavra
mas as repetir
crianças haviam de
até
terem os olhos encarnados
deixou de escrever
ainda ia escrevendo
numa casa de
passe
paredes
palavra
abria a boca
(se
gaguejava)
os clientes e as
da casa de
perguntavam-lhe prostitutas
passe
se lembrava de Milton
era raro)
(mas
quando
Ana
Hatherly
a dimensão
bebeu o elixir
Quando
perdeu
sonho é a
ponte
vai
do infinito ao infinito,
Que
E a medida
sem comparação,
E a
do se imagina.
presença
que
Sonhar
talvez
só seja
Reconhecer
o nem a alma sinta
que já
Nem
o
veja.
próprio
pensamento
192 Poesia Sempre
Antônio Osório
Peso do mundo
de exuberância, bondade,
de mortos.
prenhe
Nem o arrependimento
abrindo a límpida
porta
o do mundo.
peso
por
pela patas,
sonolência à estirpe
pela junto
aprisionada também
total, de uma só
palavra
Eduardo
Guerra Carneiro
Major
Brown
M,ajor
Brown, de castanho vestido,
recorda
Browning
e o revólver aponta.
Depois
sorri,
devolve a arma aos
ganchos
da
e
parede outra bebida
prepara
com
mais
soda.
Maior tirou
prazer
ao
a sério.
No sofá,
cachimbo aceso,
volta
a desfolhar
o suplemento
arruma-se
em seu Imagina
canto.
^gres,
elefantes,
os
pantanais
da
Ásia.
Embarca
no veleiro
já
de
Conrad
e a espuma das ondas
afaga-lhe
Litoral
as dunas vão
N.o ar agita
gritando
que
os Com eles
pássaros.
De vez em
te encontrarás.
quando
ofereces-te,
-
a isso se resume
imitas-lhes o vôo
a imortalidade? Nesse
gesto
um destino, a
repetes
programada
mas a sombra,
combinação dos
genes;
horas lá
sol das cinco
O
para
escuros? Observas
dos óculos
a beleza
que passa,
ombros ao acaso,
recorte de uns
o
vida.
isso a chamam
que
nunca te iludiu,
Ciente do
que
o fim do mar,
olhas
um cirro esfarrapando
a linha de água,
as razões
os teus desejos,
todos
de um coração
que parte
Este vento
algures aí.
por
lábios, as
vai-te secando os
palavras,
Luiz
Felipe
Castro Mendes
Camilo
Pessanba regressa a Portugal
(1915)
ste
mudou sem tu visses
país
que
e fala
do
aqui não ser.
que
podes
Tua
angústia
se nesse triste
prende
hiato
de
dizer.
palavras
por
Que nos
mudou não visse?
o teu sentir
que
Que
calada veio conter
palavra
mágoa
mais
do
ao coração, no entender?
que
Percebe
nesta
hora de mudança
°
lúcido
sinal
aqui despede
que
no
duro
limiar toda a esperança
e
recolhe
no teu verso o merece
que
°
mais
encanto da lembrança.
perdido
Poesia Sempre
196
Miguel Nava
Luiz
vemos, mas, se
ão muita vez nos
Nu poucos
há falar
amigos
para
relâmpagos, de todos
me sirvo de
dos
quais
a minha fome.
ele o melhor vai com
é
que
na através
pele poro
do eles não
qual procurem
Gand
aminha-se
tendo muro de resguardo
por
as
muralhas.
O sol é um astro anestesiado
e
mole
sob a monótona do céu.
grisalha
Avança-se
uma e outra estreita
por ponte
como
se fosse o de um navio.
passadiço
Dá-se
a volta ao fortaleza
da
parapeito
e
o outrora
é a memória. Ela confia-nos
histórias
de Filipe, o Belo e Gerardo, o Diabo
e
a fachada
das corporações onde viveu
As
torres
são as vigas suportam o cenário.
que
No
seu abandono vivem de luar e saber.
pouco
Porque
o amanhã é de todos os momentos.
E
a todo
o momento o amanhã
quebra-se
com
estilhaços sobre as muralhas.
Dá-se
a volta ao da fortaleza
parapeito
e
a terra encontra naquilo a chamamos
que
universo
o vinte séculos foi um mistério.
que
Esta
contra a se afiaram os dias
pedra qual
será
como lajes num museu lapidar.
Porque
amanhã é o dia da surpresa.
De
um e do outro lado do aterro é a cidade
que
chegam
as figuras a adoração do Cordeiro.
para
onde
o sacrifício ficou à espera de o acabarem.
199
POESIA NORTE-AMERICANA
HOJE
Almino
João
Lawrence
Ferlinghetti e o espírito de São Francisco
¦^V"ím
dia de abril, almoçamos em casa, com a de editores da City Lights, de velhos
presença
amigos
de e de mexicanos. Lawrence Ferlinghetti havia recentemente feito 75
passagem poetas
anos.
Excepcionalmente é dia de calor em São Francisco, abrimos as conversamos sobre
janelas,
Chiapas.
Uma entra, assustada, bate sobre o teto da casa. Bia, minha mulher, traz um lenço,
pomba
conseguimos
resgatar a do lado de fora, ainda assustada, nos olha longamente da
pomba que, já
floreira
da antes de levantar vôo. Lawrence fala sobre sua recente, sobre as festas de
janela,
pintura
Henry
Miller. Falta uma foto, todos concordamos e estamos de acordo à delícia daquela
quanto
tarde.
Lawrence se despede nos convidando a cerimônia da Columbus Avenue, dentro de uns
para
dias.
Recentemente,
ele mostrara, a o aplaudia na livraria Blackoak, em Berkeley, no lança-
para platéia que
mento
de These are my rivers, se a beat era o ele continuava interessado
que, geração passado,
pelos
Texas,
havia sido recusado uma revista. Fazia mais de dez anos vira
o no
que por prestigiosa
que
México,
num encontro internacional de Agora nos aproximamos
através de velhos amigos
poesia.
meus
mexicanos, ele edita.
que
Setenta
e cinco anos do a Columbus Avenue fechada,
lidos em rua, ali bem
poeta, poemas plena
"City
Recita
o de Ginsberg feito a ocasião, tem título Lights City"
para e abre com o
poema que por
"On
"
verso
Via Ferlinghetti & Kerouac Alley
heroes muse melancholy 2025 AD. A multidão
young
segue
a até a Via Ferlinghetti, inaugurada naquele momento. Circula de mão em mão, com a
pé
"One
caligrafia
de Lawrence, sua receita de felicidade,
começa com aqueles versos:
que grand
boulevard
with trees/ with one café in sun/ with strong black coffee in very small cups."
grand
("Um boulevard com árvores/ com um café ao sol/ com café forte e
grande em taças
grande
preto
bem
pequenas").
Poesia Sempre
200
-
This is not a Man
a execuções de condenados a morte tema de um daqueles
vida assistindo
postais,
-
lembro o a ser aqui, escreve no verso de outro
Sing Series) e,
(Sing poema publicado postal:
quando
'Ethnic 'Migrantpopulations."O
"In 'Flight
'subversivos'
humano cuidadoso e
ser
gentil.
"marginais"
brasileiros? no Brasil, as
talvez tenha influenciado
coloquial, Lawrence Que, poucas
anos e 12 livros de
These are my rivers Directions) aparece
selecionados, (New poesia
quase quarenta
"álgebra
e decifrar a do lirismo"?
o descobriu a de René Char
poesia procurava
poeta
"Reading
durado ombros.
pelos
Lawrence
Ferlinghetti
A Flight
through time
from
ali world cruising about looking for a to declare looking for a soft
over the
place peace
landing
on earth Gardens are sighted on the horizon and the airship veers in that
for
peace
direction
discover there is no airfield and we veer off again The sky is lit with flares A
only to
I am They fali
a calls I have ali the
boy leaning out Loulou Loulou someone
picked petals
Americans is
killed Sacco and Vanzetti I saw Lindbergh land The zeppelin sails on There
jazz
on
the radio It's Sidney Bechet Paris 1930s the dignitaries toasting each other in champagne
and
American cigarettes The sends a Morse code to a ship at sea The band
pilot greeting
on The Captain sends back a round of drinks on the house sailing through the hot
plays
night world We
an endless flight around the out the of the at the end-
gaze portais gondola
it's it's a man There is a thrill in the air We are walking down the Avenue de
a bird
plane
1'Opèra The Metro entrance with its art-deco mouth and swallows us The zeppelin
yawns
flies into twenty-first century The zeppelin is life itself The zone we fly through end-
on the
sweep the earth in search of food and shelter We throw down our champagne The tv
glasses
shows the endlêss night sky We are watching an eclipse The universe endless stretches
202 Poesia Sempre
Sonnet
T
-L
he dream: to have
more
time.
you
Someone
walks up and deposits
in
outstretched hand,
your
not
time but
exactly;
ali
that infinite
aura, the
pure possibility
that
although no one thing is lost
nothing
is exceptional.
Leaves
out the distance
pry
between
new construction and the old
bright waterfront
lights, massed for
and
mixed use alike. The
painter
Lloyd Schwartz
Leaves
p
j no, necessary
very October it becomes important,
the death,
to confront in the death of
year your
just pretend,
you
it's clouds
like rain, or snow, but
probably just
and wonder,
cloudy to see any color?)
(too you
you're probably
Poesia Norte-Americana 205
You'll
be driving along depressed when suddenly
a cloud
will move and the sun will muscle through
and
ignite
the hills. It may not last. Probably
won't
last. But for a moment the whole world
-
comes
to. Wakes up. Proves it lives. It lives
red,
orange, brown, russet, ocher, vermilion,
yellow,
of
burning.
You're on fire. Your eyes are on fire.
It
won't
last, don't want it to last. You
you
can't
stand any more. But don't want it to stop.
you
It's
what
come for. It's what
you've you'll
come
back for. It won't stay with but
you, you"11
Warhaftig
Historia und beschreibung eyner Landtschafft
der Wilden
/Nacketen Grimmigen
/ Menschenfressen Leuthen
/ in der Newenwelt
America
[Marburg, 1557]
gelegen
209
A CECÍLIA MEIRELES
H OMENAGEM
v*x.,
a Je í.
/*.u.
L. í-ío-étu^/vtut-Zc
(.ȉZ'Ai|
0 k^a^iS b\A*r^
Q-LIm**
clb-CM/U
L •
U^fotju /
t
K SLj-
)c
h/^TL ,J
zú^j
}, ,jfuu_
p*
C#Vu- u
firv/lfZ
{
*¦' 0
kj)í. ti
/ fc-A'lt.'í4.íÇ^
t
t /W ^5f*-
0
a_^ >K^
/-tXtf
<Li í t
— *•
MM^LOJ £
,
AlÁjLéJ
^nJ^a
faljt
—
A^f
H tsúJUf^
y»o. fyux f
Í#A-C-
lh*.ÕtrU's A. ftoc
íkiu^Vi ZKJ
...
Ojoo.t*
<£-*¦ -— i-ija^lluo
..•
«ZLkwo ••• Cí^#
/
lLll íL:
JLf
210 PoesiaSempre
J
BBgESftV's-
flnrcfvv t.l: .
- ¦
[X*? -.
«¦¦¦
®§||>g
gsgK'2-/'.. «'**• ^ v?
w<» -^"^"''A'J:'
"2^
^órti ttha.ro
)t LtnJitssel
tmitr*. VfnÜtc
ctf9t ish
Jt/rL-
ãzz. UMUL.
tMl CIO*»
a. OjttmJur-
sem- re//ixu>
tsbt/Áos
(Os
st/n^VL mjMum
%
ac*aS*+ C*WtCA.//e^CS
etc "•
¦
òort*t\, C«JáL
Oü"hL»!
~
a. J*- i/Mrítu,
tmu Stni»
«Ai 0 Krí^
t, í? *.<*.*>»
tuftelj «-
/m,m*'f
ttpdk+j m+£im*jv,
P tUJSCL.
¦f*
*-+* JUm~ UH
C tmàrn*.
c«r£ CHÃcWdÃdT'»
htat t
Poesia Sempre
212
_;
-* /
%
-..^f
:' :
.
4.
: v
desconhecido)
(fotógrafo
Homenagem a Cecília M e i r e l
Xl/J
/JJsyvYYTL"
****
^ ^
?)u^u^ «"=*
crtLr* ^
+f
^Oi^t
'u^
*""•
(Uu*. ^
¦h
-tr^y>
ve^Jc^
<yv-
v*
^
Cl^rt^r^
ÇX^^_
%sia^ t^tfrUjL
.
<^£ê*sL±.ó
^j>2~
'Ú '.
^ ^Aajl
y)0/LA^
/QJZsíaa^ííl
•W.
¦2
ou^tzr
215
/
V.
RS O E VERSÃO
Ivan
Junqueira
"Archaischer
suscitar.
esse mesmo texto
pretações que poderá
"Archaischer
"Archaischer
"poemas
foi secretário e cuja escultura lhe teria ensinado a arte de conferir contornos
quem particular
definidos aos seus até então musicalmente vagos. Diz Otto Maria Carpeaux tratar-se
poemas,
"influência "da
para poética
"forma
rompida de uma estrela", muito embora, na superfície daquele torso mutilado, mas ilumina-
"não "Precisas
tua vida." Ainda segundo Carpeaux, nessa advertência ética o existencialismo dos
primeiros
216 Poesia Sempre
está superado,
tornando
poemas Rilke um clássico à sua maneira: um clássico da morte, mas
"apesar
em sentido oposto ao de Valéry,
da afinidade secreta entre as Duineser Elegien e o
Cimetière marin
Rainer Maria Rilke
Archaischer
Torso Apollos
gehen
De amadurecidas,
pupilas porém
já
no entanto torso
o aclara como um candelabro,
Porém
as maturavam.
na
qual pupilas
no dos iria
nem o sorrir,
giro quadris,
centro o sexo.
correr esse
que portava
para
uma deformada
Seria apenas
pedra
de diáfana derrocada
sob os ombros
que
) 221
D EPOIMENTO
"A
l~ii m na
1978 cheguei à cidade alemã de Kõln lecionar literatura brasileira
(Colônia)
para
um frio incômodo.
-
falar da catedral o único monumento teria resistido ao bombardeio dos alia-
Ouvira
que
nas num dos dias de minha estada, ia andando Hohe Strasse, uma rua
meio estreita e cheia de lojas de repente, trás dos vejo irromper aquela
quando, por prédios
Vindo de um com uma história rala e mal contada, a densidade da história européia
país
que já por
que
A Catedral de Colônia
de e espanto
pedra, palavra
A Catedral de Colônia
é um cipreste,
gótico
um cone de negro,
feno
um monte de trigo em
prece.
222 Poesia Sempre
)
Voltei ao Brasil só com aqueles versos. Em Colônia, na verdade, havia acabado um longo
"A
"A
romances. cheguei em Colônia, tinha, aliás, os
Quando fragmentos
de fala", mas
grande
sílabas não esgotara o meu Tinha algo mais a dizer. E fui anotando. Sem saber no
pasmo.
arquitetura se ia formando.
Comecei a abrir
poética cada temática com os versos de
parte
inúmeras coisas.
Viagem de um brasileiro, mais ainda, de um mineiro, ainda mais, do menino viveu, lá,
que
para
tramento
histórico.
"A
gerschrieben
Literatur an der dortigen Universãt zu unterrichten. Man sagte, es sei Frühling, aber es war
-
Von dem Dom hatte ich dem Gebãude, das wãhrend des ZweitenWeltkriegs von
gehõrt
den Bombenangriffen der Alliierten teilweise verschont sei. Ich erinnere mich
geblieben
nicht, eine Fotografie dieses Dom zuvor zu haben. Ich erinnere mich nur daran,
gesehen
dafí ich an einem der ersten Tage in Kõln die Hohe Straíâe entlanggegangen war, einer ziem-
lich engen StralSe voller Geschãfte, ais ich hinter den Háusern einen spitzen und
plõtzlich
schweren Schatten auftauchen sah: den Dom. Ich weiter auf ihn zu und der Eindmck
ging
-
-
Das altehrwürdige Gebãude so der Ausdruck stand im Widerspruch zu der
passende
wiederaufgebauten Stadt. Ich Iieíâ meine Blicke über seine Fassade schweifen und war
Da ich aus einem Land mit einer seichten und entstellt überlieferten Geschichte kam,
Eines Tages, ich es war Ende meiner Zeit in Kõln, bemerkte ich, dalã ich in
glaube gegen
meinem Zimmer salã und ein halbes Dutzend Verse zu Papier brachte, die folgendermalãen
begannen:
"Der
Kõlner Dom
mit diesen Versen nach Brasilien zurück. In Kõln hatte ich tatsãchlich ein
Ich kehrte nur
"A
"Der
weg von Amerika, entdeckte ich den Leitfaden des Gedichts, das ich
Bedeutung. Dort, weit
hatte.
gen
plõtzlich
Ich hatte mehr zu sagen. Und zeichnete dies auf. Ohne zu wis-
ausreichend wiedergegeben.
würde, zeichnete ich alies auf. Der Gedanke daran, dafí der
sen, wohin mich dies führen
war. Ich erõffnete thematischen Teil mit den siebensilbigen Versen, so ais
begriffen
jeden
die Pfeiler oder Türme des Gedichts. Plõtzlich, das heiíât nach sieben im
seien es
Jahren,
ich das Gedicht beendet hatte, wurde mir klar, dalã der Dom eine Metapher
1985, ais
Jahre
Zur Reise eines Brasilianers, vielmehr eines Mannes aus Minas Gerais, oder noch
geworden.
und die Zivilisation, der índio und der Kolonisator, ali dies vermischte sich in einer
Tropen
Dom weitweg, nur in der Phantasie. Ich hatte ein Riesenplakat des Doms mitgebracht, das
zurück, die nicht verwertet wurden, und fand unter anderem eine Serviette
Manuskripten
"Café
Restaurant Reichard am Dom Dionysos", auf die ich einige Verse notiert hatte.
des
"Karnevalisierung"
Ich kann nicht leugnen, dafã meine theoretischen Schriften über die
Karnevalsveranstaltung auf dem Platz vor dem Dom ausgedacht habe, in der Sambaschulen
Dezentrierung vorzuleben.
geschichtliche
Die hat mich stets in Erstaunen versetzt. Meine Arbeit, das ich zu, ist voll
Geschichte
gebe
"Der
von diesem Staunen. Kõlner Dom" ist eine Metapher dieser Perplexitãt, ein Symbol der
pOESIA REVISTA
e a Poesia
Emílio Moura
"moderna".
'modernista',
de um ou, menos, do
ao não encontrar o se espera
pelo que
perplexo que
e instantes metafísicos.
mistérios
1991.
pela José
-
Faria todos reticentes em face da de Emílio. O
Silva Brito e Aloysio de
Jansen poesia
"monotonia
"uma
-
dade entre os homens e entre tudo. Divagações... Tudo, entretanto e isso é importante
-
acentuar sem o ranço de um intelectual à de um hermetismo forçado e
pedantismo procura
segundo depoimentos de Fábio Lucas e Maria Luíza Ramos, dois de seus amigos
que partici-
possibilidade
mesmo de resposta. Até o encontro com a Musa de nada lhe valeu redundou em
porque
se a da vida em sua a
que permite prática plenitude: poesia.
Desaparição do mito; Habitante da tarde e Noite maior. Os três últimos, inéditos até a
publi-
humanizou em ti realizar
Não sei mito se
para que pudesses
que
te desconhecem.
que
És anterior a ti mesma
e eu te esperei desde o
princípio:
E em ti és a
parou que própria poesia.
Soneto
e amar a vida à de
força perdê-la.
-
Amor engano de um se
que procura,
De Desaparição do mito
A do
fábrica poeta
como apaga
quem
Futuro.
Fabrico uma
pureza
tão menina,
de repente,
que,
é de ver as coisas
que
como se só agora
é nascesse,
que
a aurora.
exata
cada instante.
para
mas adiante.
I
, !
J#
WjHh
de Castro
Murilo Mendes
por Jorge
Murilo Mendes Revisitado 233
J
e na Itália, a obra de Murilo Mendes tem sem dúvida na sua base as razões de uma
progra-
mada e renovada divulgação editorial culminada aqui com a edição, neste nosso 1994, da
fora do tempo, e mesmo do espaço, com a sua autocolocação no Caos, a sua temática
metafísica, a sua religiosidade crítica, mas contudo carnal, com uma Igreja apostrofada como
afinal morto há dezenove anos longe do Brasil, fora do circuito da nacional tão fácil
piedade
inflação, a Itália dos escândalos e dos roubos e talvez o Portugal da economia sacu-
próprio
Hoje talvez este futuro está chegando, o futuro de então são eles, os da revolta radi-
jovens
cal, da revolta mesmo contra o foi a nossa revolta social, ideológica. Leiamos
que
política,
jovens.
E S E N H A S
informa. Algo nos irá remeter a um certo o singular e o múltiplo, as linhas de força
que (do
se atualiza na de Ricardo,
prevaleceu. sempre
poesia quase
tal sorte envolvido nos acordes de Orfeu, o Paulo, Recife e Ouro Preto, bem como sobre o
que
"Lugar
atmosfera sonambúlica, onde corpus
o dessa temática urbana, citaríamos o dos
poético
"onde
'realidade'
"As
trada alma do
não exis- rimas, consoantes
pela ou toantes, ocorrem de forma
poeta. palavras
236 Poesia Sempre
Acordanoite.
A do Alcântara. Pedro
geometria professor
130p.
de Roberto Pontes)
(Resenha
Transpassa a Universidade
Atento às do caminho
putas
Procura o Sabiá
verso como é costume entre os autores. A única
Jardim
Lá mora um voa
que do título se acha num
pássaro (geometria)
palavra que
"Mais
"Carta",
"Faço
"Cena "um
Trata-se, em suma, de trabalho construído é referente à natureza e à vida rural. Sua natural
cachoeira, água, rio, estrela, céu, montanha, a contrastar com os textos desabridos de
"Liberdade"
"Uma
"Comédia"
dos seus árcades e românticos, e mesmo nos Seu mais longo é
poema 106),
(p.
"Passagem
"Penso
ele: em Mariana/ Misturas de minha de três contam cinco e ainda dois dísticos:
que
"Menino "Coragem",
vida/ Onde separando enriqueci// Separei o na Missa" e respectiva-
Mais rico fiquei// Acumulei fortuna/ Habitei núcleo central constituído matéria de
por
"conden-
fortuna/ Minha verdadeira fortuna/ Veio daquilo familiar), nos de síntese
(a
poemas
"Acumulei
Ainda cabe apontar a fusão do eu-lírico com textos calcados no discurso religioso.
paródicos
"A
"De
"poética
"íntima "A
árvore bem frondosa foi o meu final"; nos de é relação" 116):
(p. morada
primeiro
"Ânsia "Invade-me
"Cachoeira
"Sonho
"São "Canto
e da mata" 80),
(p. 92) (p. e a segurança.
João" O segundo é
proteção
"Testamento"
"Nesta
o explorando motivo folclórico, como
primeiro 71), onde se lê: data
(p.
se sabe uma das vertentes temáticas do roman- escrevo solenemente meu testamento/ Mãos
tismo alemão, e o segundo retomando o vazias/ Ünico bem cultivei em vida/ Ninho
que
P o e s i a Sempre
238 )
"revivalismo"
e forte. Os versos de
doxalmente frágil
simples neoclassicizante, barroquizante, ou
"Testamento"
"O
-
Anima(I) com o Cartas de Pedra.
casa".
poema
1993,
mérito de retrabalhar uma fonte mais do 332p.
que
os limites da linguagem e o do
Misturas de minha vida papel poeta,
de reunidos na dolivro,
Separei arsênico do poemas primeira parte
pó
"Cartas
de relativamente autônomo
Acumulei
pedra", poema que
fortuna
"Fala
"Descobri
"ânima"
"Mistério
entre as concepções de e
das vozes ambigüidade
matizes a essa concepção,
"animal",
"Borges,
"o
"que
e a força de sua
caracterizar a sua clarividência
ouvimos de um olho de um cão". Coerente
"dândi
-
utopia bus- do como burlesco" o
no citado, uma
cia revela-se, que
poema
poema
"(des)
conquistados um elaborado,
neste texto em
ração de tudo". E por processo que
que
justamente
num espontaneidade.
disposição das transforma-se
palavras
- -
realiza, e se diante das Lúcio Autran situa seus textos.
a lagarta
e transformação
que quais
"Trazemos
do cão e da e também na
calando" ("Três"). pedra, preocupação
"Galo" "Tecendo
se a manhã". No texto
conceber a criação literária aparece
quando parafraseia
"acorda
primitivo,
"é "Tecendo
"Canto
"galo"
"tempo
"O
"que
do momento esperançoso em se
geração que
escrevia o Emparedado
cabralino, a linguagem se
poema
comunitária.
gração AL restará
pedra
A impossibilidade a
de utilizar
sobre
palavra
pedra
reproduzido a seguir:
um
poema (Eperde
poema
da
pedra
Palavra,
a rigidez, a
para quê?
palavra)
- -
Registrar o horror
Mais ser
grito
que pedra
se a tiveres em volta
sentirás o seio
- -
Aprender a dormir imaginar
não e
por fora, fria forra
A verás dentro
por
é o silêncio
luz lateja
Nada mais.
"Cartas
de o texto
também em traduz
pedra", grande
que
o Manoel de tal,
com
poeta personagem
"Anima(I)".
"Socorro!
"Cartas
"Ouro
"Dura
impôs- E isso,
essa vocação ao silêncio, definido como relação linguagem/ existência.
por quem
"Se
"No
é o tom dominante
motivo de lamentação (que
o falar cidade.
duros, em (d)a
que poeta podia
Nesta final do livro, a homenagem aos este seu segundo livro, Carlito Azevedo
parte
"(...)
"Abertura" "A
"As
"Metamorfose" "Seixos
"(...)
"As
-
mundo em cujas bordas se lêem
de evocação da cópula deliqüescente,
parapeito
converte no imaterial da
mundo se
pétala- geometria.
que
banhistas de
do odor-idéia. As
pensamento,
Do mar revolto da antiga eloqüência, Carlito de anáforas. Mas tem bom senso de medida e
Azevedo recorta suas bagatelas, seus versos não chega a cair na verborragia. Em certos
poe-
A vinha do desejo. Sylvio Back. São Paulo. de maior influência temática de como
poetas
um filme
Cineasta erótico ou mesmo Cada de A vinha do desejo mantém
pornô, poema
Sylvio Back, em seu terceiro livro de uma estrutura rígida de construção: o mesmo
poesia,
surpreende o leitor desavisado com a luxúria de número de versos em todas as estrofes. Back
"a
fazer leitor ca do
o escabroso", chegando a incursionar
pensar. pelo
"Sim"
Glauco Mattoso.
cional, com exceção do
(vide
poema
Ele trabalha a à exaustão, esgotando surgida nos anos 80. Mas, muitas vezes, a
palavra
poéti-
hipócritas
Sim incomodados.
Os lei-
profundamente
sexual, há um verdadeiro
caleidoscópio de ima-
das matinês conversadeiras
não
êxtase.
prazeres,
Um estilo
tenho saudades este A
pós-moderno perpassa
o epigrama, o chegan-
quadrinha,
poema-piada,
não
-
do ao
de sabor bem contem-
poema-minuto
"gozar
-
tenho saudades
/ sex defunto".
porâneo junto
não
tenho saudades
Fernando Emediato coloca no mercado uma
não
tenho saudades
de Eunice Arruda)
(Resenha
não
i
scadas improváveis é o título do livro de
/
tenho saudades
"teimoso"
ou redescobrir
que procura o sentido
do
não
prazer".
tenho saudades
sim
los, entre eles Paisagem móvel índice
(1973), de
Resenhas
j 245
ambos merecedores de
(1986),
percurso
Disfarce
-
Cabeça em suponho este
prêmios. punho
impedia de comer
o o diabo amassou
pão que
"Verdade
=
amor":
Estou a verdade
preparado para porque
por(que)
o o diabo amassou
pão que
verdade.
"não
este livro seja apreendido em todos seus aspec- ser também uma e uma bússola.
provocação
a luz nos receba. O autor alerta: e de uma corrente excitante, Língua solta
próprio
"Poetas
ao homem incomum.
brasileiras dos anos indica o
possível 90™,
quê?
"melhores"
nascidas em camadas
de
paixões profundas,
escrevem nos dias de hoje.
poesia
-
de história Tumultuosa e
carregadas
pessoal.
o mais conveniente no caso de
Assim, talvez
-,
dada a artesanias telúrica,
não obstante
o subtítulo, de
Língua solta seja alterar-lhe
"Poetas
"Poetas
dispõem a na sussurra,
com seis autoras se
encontro janela,
que
Paramim Paranós
sucessão de altos e baixos dessas
inevitável
Parati.
obras ser como cordilheiras.
que pretendem
"Fios
O horizonte verde-mar,
de tudo", como se intitula o segmen-
da, é
A música na
técnicas de se vale e
sobre as praça
que que
A abençoa os encontros
forma hoje tão associada à estética
pós-moder- procissão
de solteiros.
ao contingente ocasionais,
na. Mas Suzana ainda
fronteiriços,
pertence
É esse turismo
mais ampla, a da
viduais uma esfera
genético
para
de solidão e sentimentos.
Assim, exemplo, a
história, se
quiserem. por
Paranós Paramim
espaços do mundo infan-
nostalgia dos
grandes
diante Parati.
transforma-se, nela, em atitude crítica
til
Resenhas 247
Cláudia Castanheira a não é matéria vul- O cerco da memória. Sérgio de Castro Pinto.
paixão
-
Pauline Aiphen franco-brasileira
é e vive em 105
que p.
Paris nem uma coisa nem outra: no seu mundo de Armando Gens)
(Resenha
entanto, traduzir-se em
N como O cerco da memória,
permissão para poemas uma
para
Única entre as seis autoras ficaria à von- atividade de Sérgio Castro Pinto. Em
que
poética
regional, Francis Alves de Lima cresce senta uma via de dupla: de um lado cor-
justa:
pista
mente se atém aos mitos e aos ritmos rem os inéditos; ao lado destes,
quando
poemas
-
compensa o de suas descrições do anteriores Gestos lúcidos
que prosaico (1967), A ilha na
Bem, resta falar de Clarice Abdalla, e ela é a rência desta dupla, os leitores
pista
poderão
boa surpresa desta reunião de mulheres. divisar, através das 105 de se com-
páginas que
sua face um tantinho beat em uma série de Acompanhando esse relato, redesenhado na
"Flashes
Nova York, Paris, Lisboa, Estrasburgo, Parati e, levando o leitor a caminhar da mais
produção
"O
de muita lima e muita lixa, mas não de aditivos. cíclico, consumando o encontro entre a estréia
fórmula
número dos de O cerco da memória inesperadas. Por outro lado, destacam-se dois
poemas
- -,
convive harmonicamente com os em temas corpo e espaço meta-
se
poemas grandes que
"Antagonismo:
"Duas "Objetos
"lápis", "travesseiro",
e mundo de coisas.
pleno
"Camões/Lampião",
desencanto, as tiradas sarcásticas dão uma Entretanto, não se veja aí uma retomada dos
pelo
"infância
rabiscada".
inseridas
num laboratório
onde se forja uma
provençais
exibir com orgulho a tatuagem introduz o ... dragões d'além mar/ cuspiam
que em nossa
fogo
"poe-
mas-lâmina" do autor
além do mais
paraibano. me metafísica/pra
conferir
falta
ao sol solenidades/
e às da certa
galas galáxia
Poesia.
acesso aos círculos do inferno.
de Bruno Cattoni)
(Resenha
Há
a de Geraldinho
quem pense que geração
-
-
de letristas e trovadores só fez copiar
poetas
~M
\ ramaturgo e ensaísta, é na
poesia que
ca brasileira. A temática de Os
popular ecoam na calçada
passos
-
Pandemônio livro de de debaixo
quarto das lâmpadas
poemas de Chelsea
-
Geraldinho atravessa o Brasil e o universo, o não há vestígio de estrelas
Geraldo
comunica,
produz tem apaga os
poesia que esplendores da
que noite
ca e cosmogônica,
e com os maduros, numa relampeasse
ao sol da vitrine
Pandemônio
é o diário de bordo de um
o seu destino cego entre o trânsito
homem
do movimento cultural
que participou dos ratos e o rumor das águas de esgoto
recentes escritos há mais tempo. Versos livres, em certa esquina uma mulher de luvas
"palavra
misturam o
que de negras
puxa palavra"
beatniks norte-americanos.
poetas a chama da lâmina em riste
250 Poesia Sempre
o banal, ainda com inteligente vivacidade. duz com mais da vida, fusti-
que
prazer para perto
brasileira se soltou num vôo acima dos elenco impiedoso de ironias e escárnios.
poesia
acadêmicos, das escolas estéticas, dos Sempre ocorre um salto assim, os ânimos,
jardins que
"marginal"
"do
amor não singra as minhas angras Poetas a três dois, contra o fundo violento
que por
mas sim me sangra em mar amor amor. repressão surgiram onde era
da
política, por
-
fabricar com alegria às vezes,
possível para
-
Geraldo Eduardo Carneiro é um
uma alegria seus desregramentos ver-
pan-estilista
pânica
brasileiro: desenha e costura a roupa da santa bais, No mundo brasileiro condenado então ao
jLJL Ou seja: toda vez ela se soleniza e Tantos anos depois do bom combate, Luis
que
dução muito séria, uma nova a recon- seus sólidos Papéis de viagem a origi-
geração que poesia
nada no arrastão dos 70 não era um simples
O eremita
jardim
do mundo.
marginal, o foi
a feição mais
que provavelmente
Sem bússolas!
arquiteto.
nuvens e
outro Botocudo
a vida é dura e a
fuma
que
tarde mágica.
-
foram, muitas vezes, os temas comuns de
que
-
sua época ligar-se, forma apurada, à
para pela
jardim
se
posto
"Varais
"ontem
as vãs do mundo.
para grandezas
"de
de Roberto Drummond)
(Resenha
como reza.
quem
a curva doce da
palma.
ondejam
-
o nestes campos relação aos romancistas nordestinos
É inútil
(creio
procurar poeta que
-
Poeta ã vista
E, no entanto, o está lá, aguardando a
poeta
"Tempo
peitávamos que
gra.
atrás do tronco
Devo informar a interessar
quem possa que
há um no empoleirado
ler Rota de colisão foi uma aventura cheia de
parente galho
outro coteja
surpresas. A começar surpresa maior: a
quieto
pela
sobre a
descoberta da O começamos a sen-
pedra.
poeta. que
E os mais moços
tir, como uma súbita brisa,
quando penetramos
Resenhas 253
E me deixo -
ou não é levado em consideração autora
ficar
pela
como um buda de capa amarela. da. Mas a está explícita: Cláudia luta
primeira
"o
"Deus
Golfo, descobriremos -
é uma árvore" e se impõe no livro: a fragmentação vocabular
que
vesse: uma das melhores notícias sobre a espécie de enjambement não entre de
poesia
partes
brasileira nos últimos tempos é Marina uma idéia distentida dois versos mas entre
por
de Pedro Lyra)
(Resenha tipo é aquele apenas divide a
primeiro
que
compõem
rrinta d segundo livro de de do novo, como em:
poesia
"Saxífraga"
com força
(lat.:
para quebrar frangerê) pedra
(saxum).
e só não se afigura a ausên-
que gratuito porque
tado figura da
de alguma funcionalidade
pela pedra?
pela presença
gráfica
aparentemente ao leitor
menos um em ela se dirige
sentido novo a
um
pelo que
gera próprio
fundo, dirige-se ao ou a si
como em: mas, no
dois fragmentos vocabulares,
dos poeta
Ela configurar, na
mesma.
primeira
pretende
de leitura e, na segunda, o
direção, o
e crispam esmer
processo
do Em ambos,
de escritura
ilham dorso abaixo a
(p. 32) processo poema.
"mergulho",
sugerida imagem do
elemento sugere a idéia de fundamento,
em o segundo
pela
que
"queda"
"queda"
"matéria"
ausência de da de ausência de
essa
em:
-
condições em o resul-
substância
lív que poema
"avesso"
solicita se chame de
fato a autora
a decomposição da
em que
palavra que
que
"poema",
"queda" "construída".
Mas, ao longo de
matriz. É este seja
mento estranhas à
("só"),
palavra
- nem o autor
todo o texto, nem o leitor
e, infelizmente, o mais raro.
o mais praticam
produtivo
"não
-
num espontaneísmo no entanto,
não identifica a
tar o leitor menos que,
que queda"
paciente,
-
- níveis mais elevados
de O leitor duzir a brasileira a
mas em função
formal
quê? poesia
menos ao a a conduziu a
uma tese, um
uma idéia,
posiciona- pelo patamar que
procura
-
se renúncia à criação de uma
de Cláudia onde
Mesmo os metapoemas poética própria,
pela
-
são assim evasivos. O
desse
procedimento
"ao
em vertical
pensa
num mergulho
derruba-te
assaltado
como o do sono
tombo no
(coração
estômago, o amor)
ao desaprumo um colapso
acrescenta
"presteza
e a vertiginosa
dos expressos",
no espaço
-
- a
apenas de não abolir
cuida queda
o resta esta
que
construída
queda
a isto, diga:
poema
IVROS RECEBIDOS
'ra
-
Santiago Chile 1994, 110
Fundação Sta. Maria p.
A vida dividida
-
1982 21
p.
1993, 70
p.
Editora, 1981,
55
p.
Depois do
O cerco da memória
paraíso
-
Suzana Elegia
3, e inventário
1993,105
p.
Gabriel
Chandal Meirelles Nasser
Passagem secreta
Eunice Arruda
Universidade de Sta. Catarina
Sá Earp
São Paulo, Massao Ohno Editor, Jorge
Editora da UFSC
A conquista do leitor:
Senhor, é tempo
jovem
Arte de rua
Uma alternativa
Rainer Maria Rilke proposta
Celso Gutfreind
A do
ponta punhal
Paraná, Editora Posigraf, 144
p.
Sonhos de vitrine
Gabriel Nascente
Goiânia, 1993, 8
Clássicos do regionalismo
p.
gaúcho
Luiz Coronel
Silvio Castro
Belo Horizonte, Roma Editora,
1994, 117
p.
altro
Questo frutto
A lira dissonante
-
de Fora, Edições D'lira, 1993, Editora da UFSC Universidade de Rio de Livraria Editora
Juiz Janeiro,
Florianópolis, 1993,
51
p.
Canto
As rédeas da solidão provisório
Inexílio
Marta Gonçalves
Mário Rodrigues
José
Salva de versos
-
Baile de Câmara Poemas
A cbama inextinguível
Paulo Cardoso
1992, 274
p.
A dos ventos
geometria
Mar anterior
Álvaro Pacheco
O
(se)
que passa
Sérgio Campos
-
Ilha do Governador RJ, Zás
117
p.
São Paulo, Iluminuras, 1991,
39
p.
Afeto analfabeto
Caras do Rio
Poética carioca
79
p.
Vidência e acaso
O em chamas
paraíso
Maria Carpi
Marrons crepons marfins
Fábio Campana
- -
Natal Fundação Augusto RS,
José
Curitiba, PR, 1994, 125
p.
Nos da dor
gerais
Maria Carpi
Primeiros vôos
Desafio
Victor Hugo
Cláudio Limeira
São Paulo, Scortecci Editora,
Cristal João
72
p.
Ed. da UFSC
Pátria de ninguém
Marlene Andrade Martins
Ivan Santtana
Poesia negra brasileira Belo Horizonte, Ed. O Lutador,
1992, 42 -
p. Zilá Bernd Organizadora
Poetas brasileiros
Livro e Editora Igel
Sul-Americana Editores
Porto Alegre, 1992, 153
p.
Formas de la memória
Pura lira
Rosalba Campra
Hélio Póvoas
Córdoba-Argentina, Lerner Editor,
Júnior
Fragmentos
-
Niterói RJ, Ed. Cosmos, 1989, 108 1992, 55
p. p.
Revistas e Impressos
Punto de Encuentro
Revista Literária
Grupo Surrealista de São Paulo
-
Abril 1992, Uruguai
Escrituras Suirealistas, 1993 junio,
- Poi té
Escritores da VFF Poesia
Março
94
Florianópolis
Revista do Escritor Brasileiro
Urbana
Dez. nQ
93, 5
Rio de 1993, na
Brasília 3
Janeiro,
O livrespaço
Correinho das artes
n®7e8
Suplemento da criança de
-1993
São Paulo
dezembro a março
92 94
Paraíba
La misma noche
González Diaz
Alegoria Juan
Cuadernos La de
Org. Marta Gonçalves puerta papel
la literatura. La Habana
Especial
y
Minas Gerais
Poesia na idade
3°
Esther Moura
Rio de 1994
Janeiro,
261
s
"¦
Ç
OLABORADORES
"Um-
- Tarde Revelada Sal
Prêmio (1985),
ADÍLIA LOPES Nasceu em 1960. Publicou (1987), Jabuti,
jogo
"O
Fraclais e A Olho Nu
Poeta de Pondichéry", (1990) (1993).
bastante 1985, (1989),
perigoso",
"Maria
"O
"Opeixe
-
1992, na água", 1993. Está OSÓRIO Nasceu em Setúbal, Portugal, em
Cristina Martins", ANTÔNIO
-
DE SANTANNA Nasceu em Belo
AFFONSO ROMANO
literárias Entre seus livros de
poesia
portuguesas.
Poeta, crítico.
Horizonte, MG
(1937). Aurora
professor, A Ignorância da Morte Décima
estão: (1985),
mas A do índio
(1980). guarani perdido
grande fala
-
derrotas e O lado esquerdo GENS Professor do F.F.P/ São Gonçalo
na história e outras (1978) ARMANDO
- Maria É
Belo ARMINDO TKEV1SAN- Nasceu em Santa
NETO Nasceu em (RS).
AFONSO HENRIQUES
e O moinho de Deus
Eros(1992). abajur de Píndaro (1973) (1985).
Tudo nenhum e Avenida
(1975), (1985)
-
Sueca, nascida Karlsham.
- BIRGITA LAGERBLAD
BUENO Nasceu em 1963. Poeta, tradutor.
ALEXEI
-
DE GUIMARAENS FILHO Nasceu em
ALPHONSUS livros brasileiros.
-
ELISABETH Vive em
BORCHERS (1926)
O mito e o criador e
Lume de estrelas (1954)
(1940),
"Velbo
-
ANA HATHERLY Nasceu no Porto, Portugal (1929).
-
BRUNO CATTONI Nasceu no Rio de em
Janeiro,
Poeta, ensaísta, investigadora e tradutora. Entre seus
*Figuras"
de Brasileira) e
Livros (Civilização
poemas
Anacrusa e A Cidade das Palavras (1988).
(1983)
"Conspirações
e Inconfidências de um Caçador de
- -
PB Meninas Gerais"(Massao Ono Editor).
ANDRÉ RICARDO AGUIAR Nasceu em Itabaiana
-
DE ASSIS TRINDADE Poeta. Autor de
CAIRO
-
o com a Gang e a Dupla do Prazer.
DE FRANCESCH1 Nasceu em cas todo
ANTÔNIO FERNANDO
por país,
-
- Tradutor, responsável, entre
no Rio de CURT MEYER-CIASON
CARLOS TAMN Nasceu (1959).
Janeiro
e
psicanalista.
"Pech
-
DURS GRÜNBEIN O für den zweiten
poema
e Mar absoluto
(1953) (1945).
-
EDUARDO GUERRA CARNEIRO Nasceu em Chaves,
-
FILHO Nasceu em Coremas em 1959 e
CHICO IINO
é também autor de
(1990).
Jornalista profissional,
outros de Pessoa.
jornais João
e rádio.
-
Nasceu em 4/7/1915 em Grog
CHRISTINELAVANT-
-
de St. Stefan/Karnten e faleceu em 1973 EMÍLIO MOURA Nasceu em Belo Horizonte, MG
Edling,
perto
(1966).
-
ERNSTJANDL, 1925 Vive em Viena. Brinde foi tirado
-
AHIMSA Nasceu em Porto Alegre É
CLÁUDIA (1963).
em Tanztheater e Música.
e tradutora. Formação
poeta
Luchterhand Verlag.
-
Paulo, SP. É
CLÁUDIO WIILER Nasceu em São -
poeta,
ESTEBÁN MOORE Nasceu em Buenos Aires,
-
- Nasceu em Paulo, Poeta,
literário, EUNICE ARRUDA São SP.
CÉSAR LEAL Poeta, ensaísta, crítico
jornalista
-
1929 Vive em
- HANS MAGNUS ENZENSBERGER,
Villa Clara, Cuba, 1945.
Nasceu em
FÉLIXLUÍS VIERA
do volume 100
Munique. A alegria foi extraída
outros, Una melodia Jahr
Publicou, entre
Narrador e
poeta.
Zurich, Editora
Lyrik/, organizado Axel Marquardt,
David de Poesia,
bajo la Uuvia (Prêmio por
sin ton ni son
ao volume
Haffman, 1992. Acrobatas chineses
dei hijo Prêmio da
En el nombre (contos, pertence
1978)
Acedia e A escada
Publicou livros de (1990)
poesia:
-
em Lambari, MG
LISBOA Nasceu
HENRIQUETA
ensaísta, tradutora e
Poeta,
(1904-1985). professora,
na
Fluido, Modernidade e Pós-modernidade
poesia
do Pen Clube
mais recente Prêmio
(1991),
portuguesa
Traduziu As
1991, e Na órbita de Saturno
(1992). fio-
Baudelaire É Assistente
res do mal, de Charles (1992).
original e em
integração e saída
pessoal
passagem,
Pousada do ser
Casa de e
camos: (1979)
pedras
-
Nasceu em São Luís, MÁ
FERREIRA GULLAR (1930).
como uma das
É reconhecida hoje
(1982). grandes
-
Nasceu em São Paulo
(1980). HILDA HILST (1930).
poesia Jaú,
-
Crítica o Conjunto da Obra
Grande Prêmio da
para
e hermenêutica (ensaio
seus livros estão: Hermetismo
Críticos de Arte e o
Associação Paulista dos (1981)
do medo
e tradução) e Memorial (poesia).
do Livro, 1984. De
Câmara Brasileira
Prêmio
Jabuti,
livros: Roteiro
vasta obra destacamos os seguintes
sua
-
1924 Vive em
FRIEDERIKE MA YRÓCKER, nasceu em
Odes Mirenos e
Da morte, (1980)
do silêncio-(\959),
secar como a
Viena. Wird welken wie Gras ("Vai
Só desejo (1992).
-
1921, vive em Viena.
Nascida em
ILSE A1CHINGER
da.
"Antecipado"
-
Poeta chileno nascido em Ovalle
GONZALO ROJAS -
Editora Suhrkamp, 1978.
a.M.
Publicou até
em 1917. Prêmio Reina Sofia
(Espanha).
invocação do urso.
livros O tempo decisivo e A
grande
(1991).
-
Construção da
GOTTFRIED BENN, 1886-1956
frase
em Berlim e reside no
INGRIDSCHWAMBORN-Nasceu
WellershofWiesbaden e
Benn, vol. III, ed. Dieter
de Línguas
de Intercâmbio Acadêmico,
professora
-
- de
MORICONI É de
H(ANS) ARTMANN, 1921 Vive em Salzburg. ÍTALO
C(ARL) professor pós-graduação
e autor de
In tirado do livro de Literatura Brasileira e Comparada
die tiefe seines bauches foi poeta,
poesia
também ensaios de
foi tira- Poesia na UERJ, 1992). Escreve
Residenz-Verlag 1989. Ein bittrer verlust
Ç1955)
-
Verlag 1992. crítica literária e teoria cultural.
do de 100Jahre Lyrik! Zürich Haffmans
264 Poesia Sempre
J
-
literário e do Paraná. Foi da Caixa Econômica Federal
IVAN É crítico
(1934) presidente
JUNQUEIRA poeta,
-
movimentos, Gastão de cou: Rainer Maria Rilke, Senhor é Tempo
Fronteira, RJ, 1981; Cinco
poemas
-
Nasceu em Ervália, MG Poeta, -
IVO BARROSO (1929).
LAWRENCE FERLINGHETTI Nasceu em 1919 em
sonetos de Shakespeare,
tradutor e critico, 30
publicou Nova York. Durante a Segunda Guerra Mundial
par-
em Portugal. -
LEONARDO FRÓES Poeta, tradutor,
jornalista.
-
CAIAFA Nasceu no Rio de É
(1958).
Janeiro
JANICE Esqueci de avisar estou vivo e Anjo tigrado
(1973)
que
da escola de Comunicação da
antropóloga,
professora
(1975).
-
R. LONGLAND Tradutora. Colaborou com
JEAN
de Elizabeth Bishop.
traduções da espanhola e
poesia portuguesa para
-
PICCHIO É catedrática de lín-
LUCLANA STEGAGNO
-
Nascido em Mossoró, RN, é
AIM1NO (1950)
JOÃO
no México, em 1939.
PACHECO- Nasceu
JOSEEMÍLIO
o Nacional de Poesia
Recebeu, entre outros
prêmios,
-
LUCLANA VIILAS BOAS CASTELO BRANCO É tradutora.
Fin de
destacamos: Ciudad de la memória (1989),
-
LUÍS BRAVO Nasceu em Montevidéu em 1957. É
-
LUÍS FILLPE CASTRO MENDES Nasceu em 1950.
versos, 1994.
o fazer
outros. Sua obra foi traduzida
parcialmente para
-
LUÍS MIGUEL NAVA Nasceu em Viseu, Portugal
nacionais.
prêmios
-
Curitiba É Inércia da deserção Rebentação e O
KARLOS RISCHBIETER Nasceu em (PR). (1981), (1984)
- -
LUÍZA FRANCO MOREIRA Poeta inédita. Professora MAURO MOTTA Nasceu em Recife, PE Poeta,
(1911).
assistente do Departamento Hispânico e Português da cronista, ensaísta, memorialista. Publicou, entre vários,
-
- MOACIR AMÂNCIO Nasceu em Pinhal, SP
LYA LUFT Poetisa, ficcionista e tradutora. Além (1949).
de
- -
Prêmio 1993) e atualmente
livros de Flauta doce (1992
(1972) e Mulher no Jabuti prepara
poesia: palco
Figuras na sala.
(1984).
-
MOACYR FÉLIX Nasceu no Rio de em 1926.
-
BANDEIRA Janeiro
MANUEL Nasceu em Recife
(1886-1968).
os Um na cidade e no tempo Em
quais: poeta (1966),
Firma-se no cenário da literatura brasileira com uma
-
MURILO MENDES Nasceu em de Fora e
Juiz (1902)
lido todas as até hoje. Livros de
por gerações poesia
Poliedro
(1974).
-
MÁRCIA TEÓPHILO Poeta brasileira reside em
que
-
OSKAR PASTIOR Nasceu em 1927 e vive em Berlim.
conhecida.
-
MARCO LUCCHESI Tradutor e ensaísta. Autor de
-
OSWALD DE ANDRADE Nasceu em São Paulo, SP
-
MARCOS KONDER REIS Poeta. Autor de vários livros,
Campo de
flechas.
uma das figuras máximas do movimento modernista
-
MARIO PONTES 62 anos, foi durante muito tempo
dade, a fala a o lirismo. De sua vasta
popular, piada,
-
autor de obras de fie Milagre na salina, Ninguém
;âo
Miramar, ls caderno de do aluno de
poesias poesia
-
ama os náufragos a de ensaios sobre
poesia popu-
Oswald de Andrade e Poesias escolhidas.
-
MARK STRAND É autor de oito livros de O
poesia. (Prêmio Educa de Poesia, 1985) e El aire habitado
1993 -
o Bollinger de Poesia. Neste ano PABLO NERUDA Nasceu em Paccal,
ganhou prêmio Chile
(1994) muda-se Baltimore, Maryland, onde Poeta cuja vastíssima obra abrange cerca
para (1904/1973).
pas-
sará a ensinar no The Writing Seminar da de três mil e foi merecedora, em 1971, do
John
páginas
Hopkins University.
Prêmio Nobel de Literatura. Entre seus livros, desta-
Poesia Sempre
266
)
-
em Mogúncia. wetter-
isla ROR WOLF, n. em 1932 Vive
la tierra, Memorial de
Residência en
camos:
dos de hart-
manns hinterzimmer ("o
quarto fundos
-
Publicou Apalabrar,
SALVADOR PUIG É uruguaio.
apostar otros
Lugar a dudas e Si tuviera
que y poe-
mas.
-
em 1962 em Lourenço
TELXEIRA Nasceu
PAULO
imaginações da
Publicou
Marques (Moçambique).
brilhante", 1988,
1985, região
verdade",
de Europa", 1993.
1992 e rapto
Verlagsanstalt.
-
e ensaísta. Doutor em
LYRA Poeta, crítico
PEDRO
-
Utiludismo a sociali-
letras. Publicou entre outros:
-
É e de Literatura
SÉRGIO PEIXOTO
poeta professor
e ideologia e
dade da arte Literatura (1979)
(1976);
Brasileira na UFMG.
Decisão (1987).
-
Nasceu em Barreirinha, AM
THIAGO DE MELLO
"Um
-
1929 Vive em Hamburgo.
PETER RÜHMKORF,
em torno do cérebro",
segundo caminho
eu canto e Mormaço na
Faz escuro mas (1965)
quais
"Outrora,
e os
sabugueiro, o estropiado"
quando
(1981).
floresta
É e cineasta. Publicou
do Livramento, RS
(1963).
poeta
Rowohlt.
e realizou o curta-
Renée Poemas (1990)
(1987),
-
alemão, ensaísta e
HAK É de
ROBERT
professor
em Caracas, Venezuela, e
VICENTE GERBASI- Nasceu
constitui um
faleceu em 1992. Sua obra
poética
-
Mora em
ROBERT GERNHART (1937)
dentro da contemporânea
espaço fundamental
poesia
"Homem "Poesias
Frankfurt/Main. Os
poemas feito",
venezuelana.
"Máximas
fazem do volume
e teimosas"
de parte
gatos"
-
É contista e romancista,
ROBERTO DRUMMOND Atualmente
na UERJ e em teatro no IBAC.
pesquisador
"A
morte de D.J. em
outros livros, de
autor, entre o teatro de Nelson
termina Tese de Doutorado sobre
"Hilda
Paris"e Furacão".
Rodrigues e Eugene 0'Neill.
- -
de Memória cor- Nasceu em São Paulo, SP
PONTES É autor WILSON MARTINS (1921).
ROBERTO
poeta,
de longa e carreira.
em Literatura Brasileira, Crítico literário de
Mestre produtiva
professor
poral.
do Brasil.
- no caderno Idéias do
e Dois livros Jornal
WERNECK Poeta
RONALDO
jornalista.
Selvaggia e Pomba
Selva (1976)
poema
publicados:
É assessor de comuni-
Dois outros na
(1977). gaveta.
Poesia Sempre
Rio de RJ 20040-008
Janeiro,
Impresso no Brasil.
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
GRAFSOFT
PROJETOS GRÁFICOS c
EDITORIAIS LIT)A.
-
Poesia Sempre- Ano 2 ne4
1994)
(agosto
v.; 26,5 cm
Semestral
ISSN 0104-0626
-
-
1. Literatura Periódicos. 2. Literatura História e
-
crítica Periódicos. I. Biblioteca Nacional
(Brasil).
CDD 808.8
<r«p*
esafl'
por
por primeiro
Na capa e orelha:
ao acervo da
pertencente
Chico Linc Filhõ Hilda Hilst Lya Lufr Marcos Koncler Reis
/ / / /
"
"Brasil
"A
"Archaischer
Letrasul
Lawrence Ferlinghetti
poema
por
jfcfe
M I N I S T É R I O I. A C IJ 1- T IJ R /V
ISSN Q104-0626