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UNIVERSIDADE DI LISBOA

REVISTA
DA

F¿cu LDADE DE CrÊNctAS

2.^ SÉnle

c-crÊNcr¿s NATURAtS
vol. ll

I'

1952
BTBUoTECA DA rACULDAoT o¡ ctÊNcl¡s
Rua da Escola Politécnica
LISBOA
c) to M. B. Barbosa Sueiro

(1891) Sulla causa generale delle anontalie tnunericltc del rachìde


-Alch. plr. I'A.ntr.opol.

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-
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p¿¡i,s, t. I.-
O. DA VEIGA FERREIRA
(Dos Serv. Geol. de Portugal)
'ln¡nlsc. Cit. rle 'l'rsrur

Continuando a revisão dos pectinídeos portugueses,


tivemos a oportunidade cle estudar algunìas formas pro-
venientes do Miocénico da Ilhade Santa Maria (Açoresì.
A fauna dos calcários de Santa Maria foi estudada
i primeiramente por Bnoxr (1S60). Este estudo foi incluÍdo
por G. H,rnluxc (1860) no seu livro sobre os Açores.
Citam - se naquele trabalho os seguintes pectinídeos :
Pecten scabrellu.s L,ru., P. burdigalensls L.\u., P. Iatissi-
illrus (.Bnot:c.).
H,rR'ruxc publicou, dois anos rrlais tarde, nova lista
de fósseis, ulais completa, a qual inclue, aléIn das forrnas
atrás citadas, P. þolymorþltus BRorx, Hinites quadricos-
l¿l¡¿s Brroxr, ITtnites r'¿iss¿' Bnorr. Corno locais de prove-
niência cita este autor os afloranentos dos Pinheiros,
Feiteirinha, Boca do Cré, Figueiral, Forno do Cré, Rapozo,
Ponta dos Matos, Praia e Prainha.
K. M.rr-r:n (1864) estudou igualnente diversos fósseis
da Ilha de Santa Maria. O seu estudo foi incluido no
livro de H.rnru:sc sobre a i\ladeira e Porto Santo (teoa¡.
Neste trabalho inclue M ryen utais alguns pectinídeos,
distribuidos pelas seguintes jazidas:
rll

2t4 O. da Veig'a Ferreirq

Ponta dos Matos t P. latissi//¿/rs IJRocc., P. Nodosus?,


P. þes-felis L. t
Boca do Crê P. blu.nri M..rl'cn, P. burdigalerrcis L.t.; .,

P. dunþeri M.rlrn, P. oþercularis L., P. scabrell¡¿s L¡.u. È

Forno do Cré : P. hat-tungi M.rven, P. reissi Bn.


Figueiral: P. oþercu.laris L. i +
s
o
+3 o
è
Brn¡irr-l-¡r Co'l-lgn (188S-1892) realizou, tanrltérn, o estudo
N
dunra colecção de fósseis provenientes de Santa l\{aria, o
<n

entre os quais cita: P. du¡tl¿et-i il{.r,r'nn, P. løtissiuuts Þ


a à
Bnor;crl, P. oþerctr.loris L., P. reíssi Bnoxx, Pecten sp. 0.
ø
ñ
Ultimamente Cru¡-os Trrrnrn.r, ao tratar da geologia das rfr
(n
Ilhas Atlântidas (19õ0), reproduziu as listas de fósseis
publicadas por estes paleontologistas. <d

Os pectinídeos referidos no presente estudo perten-


o
ceru à Faculdade de Cicncias de Lisboa e ao Instituto È
Ð

Superior Técnico. Agradecenìos, por isso, aos Professores


Dr. TonnE rr'Assr.\cio e Eng.o Dr,t;ro Tn.rr,eu as facilidades 9

co nced idas. é
ì{a colecção dos Serviços Geológicos encontrânl-se o A O

os exenrpl:rres lllencionados por Iì. Corlr,u.


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A) Género PECTEN o \t

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PECTE t\t D L:LRI i\lrr r¡r
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Estanrpa Il, figuras ? e s I

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o
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Os exemplares estudados são constituidos por

Cinco valvas direitas e duas esquerdas, bem conservadas, o


apenas com a indicação de provirem da Ilha de Santa Àlaria.
Cinco valvas direitas da pedreira de Figueilal.
Uma valva direita e cinco fragmentos de valva esquerda de
Meio I'Ioio.
216 O. do tr1eíga F¿rreira Os þectittídeos do tniocdnico da llho de Sattta lIaria 2J,T

Corocleríslicas e referências B) Género CHLAMYS


Valva direita convexa, profunda; vertice arredondado C I tL,1 MYS L-1TISSI¡I ;l Bttot.,.sI
e muito encurvado, ornantentada por l5 costelas, fortes, Estampa I\/, figuras 15 e 16
muito elevadas, quadrangulares, com os bordos arredon-
dados, unt pouco mais largas do que os jntervalos, que Exemplares estudados:
são planos. Toda a concha é coberta por ornalìlentação
l)uas valvas direitas e dois frâglì1elìtosr da pedreila do
lamelar bem visível. Orelhas grandes percorridas por :ì Figueilal,
costelinhas radiais. Não observantos nenhunra boa valva Três valvas esquerclas, nove {t'agme¡rtos de valva esc¡uel'da
esquerda. Servimo-nos, por isso, da descrição de D¡r,r,ur,L e dois fraqtnentos de valva direita, aperlas corn a indicação
e Rol.rx (1902), relativa a urìa valva esquerda desta loca- de provirem da llha tle Sar-rta flaria.
lidade enviada por Co-r-r-rn. \'alva esquerda côncava, de
bordos laterais muito elevados e r'értice quase liso, per- Caracleríslicas e referências
corrida por 11 costelas arredondadas, iguais aos interr'¿rlos.
(.'h. Iotissitirrr (Rctc;rn, 19.31ì) foi {requentetllente confun-
Intervalos de fundo plano, tenclo a lueio uma costela
intercalar. Os bordos elevados são ornarnentados de cos- dida corrr C'h. holg'eri, da qual se clistingue' porérll' por ter
telinhas radiais pouco acentuadas. Orelhas grandes, maior ângulo apical, orelhas rttais baix¿ts' costelas menos
su b-iguais. salientes, desaparecendo ntuito mais ràpidanlente para os
P. dunheri pode ser confundido co¡n P. ltettedictus, do
bordos laterais e para o bordo paleal. Os nódulos sobre
qual se distingue por ser nÌais encurvado no vértice; as costelas cl¿l valva esquerda são selììpre maiores na
este últiuro é mais largo e arredondado. Separa-se de Ch. /¿ttissin¿¿r. Entre os exeltìplares agora estudados existe
P. aduttcu.s por ter as costelas luais acentuaclas e os a var. nodo.si,forrtiis Dc S¡nnes.
intervalos rnais largos. Distingue-se, tambénr, de P. cott-
texo-costatirs por ter lnenos costelas e ter a valva direita Dislribuição
muito nlais convexa.
Todos os exenrplares provênl das assentadas de P. dun-
Dislribuição hcri, cot'rsideradas corllo helvecianas. Enl Portugal con-
tinental esta forma é conhecida no Burdigaliano IVa,
P. dunÌ¿u'i é fornra que ¿ìparece no Helveciano e vai Helveciano Va e lortoniano VIIa e VIIb da região de
até o Pliocénico (Lnr-orlrnr,, 1gõ2j. .N{.rr'¡n inclicor.r as assen- Lisboa, assinr como no Helveciano \/b do Cerro das Nlós
tadas de I). dunþeri da llha de Santa il'Iaria couro sendo (Lagos-Algarve). No estrangeiro, foi assinalada no Burdi-
helvecianas. Os exemplares do Ducado de Bacle pel.ten- ealiano clo Sul da França, no Helveciano da Sardenha e do
celìì ao segundo andar nlediterraniano lVindoboniano). Na llediterrâneo Oriental, no Tortoniano da Bacia de Viena,
região de Lisboa as formas indicaclas por Cor-rr,R e as que Hungria e Polónia.
tivemos ocasião de eslr-rclar pertenceul ao Helveciano \¡Ic. Ernbora apareça esporàdicamente no Burdìgaliano
Foi assinalado no Helveciano da Ilha de Creta e no Plio- superior, é, contudo, a partir do Helveciano que se acen-
cénico do Sahará setentrional espanhol. tua a slla abundância.
248 O. da Vei Ferrcira Os þecli nídeos do tniocëttico tla lllta de Sattto \Iaria 249

Chlamys sôrdoô Ucor.rrr Carocleríslicos e reJerências


Estanrpa II, figuras 4 e l(i
Ch. macrotis pode ser confundida com C'h. scabrella,
I\{aterial estudado: da qual se distingue por ter maior número cle costelas,
[J¡na valva esquerda com a indicação de Ilha de Santa À,Iaria.
r.ìrenos acentuadas e robustas. Distingue-se de C'lt" oþer-
cu.lo.t'ís (da qual, por vezes' e difícil de separar), pela sua
Ceracleríslicas e referências convexidade lltais acentuada e pelo vértice mais curvo'
C'/t. tnqcrotis, que foi considerada variedade de Clt' sca-
Ch, sardoa foi denominada por Ucol-r.-r Fleroþecten brello., passou a ser ttnla espécie independente depois
sardous. Outros autores classificaram-na corno Pecten. clos trabalhos de J. Rocrn (rsas, pg. 111-116)'
noclosus Lrtru, Ostrea uodoso L,, Chlarttys îtodosa L., etc.
Depois dos tral¡alhos de J. Rocen (1989, pg. a6-as) passou
a denonrinar-se C/t.lant)ts sat'doa [Jcor-rrr, dentro do grupo Dislribuição
de C/tlamls notlosa.
A espécie mais próxima do gmpo é Ch. mellii, con"t a foi assinalada no Helveciano Vb de Lagos'
C'/2. umcrotis
qual se pode confundir, distinguindo-se, porém, por ser É conhecirla no Miocénico da região de Lisboa desde o
nrais arqueada, não ser tão fortemente estriada e ter Helveciano \rb ao Tortoniano VIIb. No estrangeiro é
nódulos menos robustos, que rrão até o bordo paleal. conhecida no Burdigaliano do Sudoeste da França e da
.Bacia de Viena, no Helveciano clo Sudoeste da França,
Dislribuição de Itátia e da Bacia de Viena, er por irltittto, no Torto-
sardoa encontra-se no Helveciano da Sardenha,
CÌt.. niano da Espanh¿t e no cla Bacia de \"iena. É, .onln se Yê'
errr associação com C'h, mel/ii. uma fortna sobretudo Vindoboniana.
Foi nlencionada por Mlr'rn
no Helveciano da Itha de Santa Maria com o nome de
P, uodostrc L.
ChlamYs oPerculôr¡s L¡x¡,u
Chlamys macrolis Sou'ERur' Estatupas II e III, {iguras 2, l0 e 12
Estampa II, figuras 1, g e 4

A colecção estudada compreende os seguintes exem- Os exemplares estudaclos são os seguintes:


plares: a
Lumachela da pedreira do lìigueiral (colheita do Eng'o Àlendes
[Jma valva esquerda, apenas com a indicação de provir da de Sousa), exemplares cle Ch. ntacrotis e Ch. oPercttlaris'
Ilha de Santa IVIaria. (2uatro valvas direitas e urna esquerda, apenas com a indica-
Lumachela com muitos exemplares das duas valvas, de ção de proviretn da Ilha de Santa ìlaria.
Altares. I)uas vah'as direitas, de tr{eio À'Ioio.
Seis valvas esquerdas e uma direita, de l\feio À{oio. Lumachelas de Figueiral e Assumada, com diversos exempla-
Lumachela com diversos exemplares, da Assumada. (Esta res em associação com CIt. uacrotis.
lumachela tem, também, individuos de Ch, oþercularis). Lumachela de Monte Gordo, com diversos exemplares'
250 O. da l¡eiga ?-erreiro Os þecti nideos do tttiocóttico da llha de Sattta tr[aria 2ó1

Coracleríslicas e referências Dislribuição

C/t, oþercularis foi confundida con C/t.. tttacrotis, da


É freq.,ente no Tortoniauo de Cacela (Algarve). i\a
região de Lisboa é conhecida no Burdigaliano e no Tor-
qual se distingue pelo nraior núrmero de costelas, a val\¡a
toniano. No estrangeiro existe no Burcìigaliano da Bacia
direita muito nrais plana, o vértice direito, não encur-
de Viena, no Helveciano clo Oeste da França' no Torto-
vado e, nalguns exemplares, maior simetria enì relação
niano do Sul do meslno paÍs, Itália, Bacia de Viena e
ao eixo vertical r'értice-bordo paleal.
Polónia e, finalmente, no Miocénico Superior de Mar-
rocos e no Pliocénico de Inglaterra.
Dislribuição

Esta fonna não foi assinalada até agora na região de ChlamYs varia Ltxr'r;
Lisboa. Aparece, embora com raridade, no Helveciano EstantPa lll, figura 11
de Arrábida e Setúbal. É r'aro no Burdigatiano estran-
geiro, sendo conhecido sòurente no nír'el de Vierland. Exeu:plares estudados :

No Helveciano, conhece-se em Salles (Gironde), França.


uma rralr,a direita e très fragmentosr apenas coln a indicaçâo
Encontra-se no Vindoboniano de ltalia, Bacia de Viena de Ilha de Santa trlaria.
e Polónia, onde é raro. É abundante no Pliocénico e no Um fragmento de valva direita, de Altares'
Quaternário. lJm frasmento de 'r'alva direita, da pedreira do lìigueiral'

Chlamys multistriôtô Por-r Carocleríslicas e referências

Estampa II, figura 5 Est¿r forttta dos Açores foi denorninada por Blrorr
Pecten (Fliuites) reissi. Rocrn, pelas figuras dadas por
.Ùlaterial estudado : K.rnl M.rlBn-Die Tertiärfauna der Àzoren und N{adeira'
Apenas uma valva esquerda, corn a indicaçâo de Ilha de
Zurich, 1864, Est. VI, fig. a2 - julga-a prÓxinra da espécie
Santa ,\[aria. C'h. costai Fos'r'. Tivetllos a oportunidade de estudar alguns
exemplares, sobretudo unÌa valva direita completa e enl
Caracleríslicas e referências bom estado que, pelas caracterÍsticas apresentadas, parece
mais próxima de Ch, uaria, embora constituinclo unla
C'/t. mu.ltístriata distinsue-se : de Ch. costai pelo maior variedade.
tananho e pelas costelas ntais nu¡trerosas; de Ch.. aaria Pelo aspecto geral (seio bissal, ornaurentação, distri-
pelo rnaior núntero de costelas, uraior irregularidade na buição das costelas, etc.), a forura rnais próxillla é' senì
distribuição destas, e ornamentação mais fina e densa, dúvida, Ch. z,at'io. A variabilidade reside apenas no facto
de Ch. -fustiana por não ter as costelas triangulares e de, nos exertlplares agora estudados, as costelas serenì
serenì em maior número; de Ch, isld.tt.dica por ter ntaior rnenos salientes, tllais robustas e não terem a regulari-
número de costelas, ter o seio bissal rnais profundo e o dade da espécie tipo. Estamos convencidos que nos encon-
bordo cardinal pregueado pela parte interior, etc, trarìros em presença duttra nova variedade de C/t' aaria'

-
qi()
O. da Veiga Í-erreira Os þe ctiníd¿os do ntiocóttico da llha de Sattta I'laria 2it3

Dislribuíçõo Orelha posterior cortada verticalmente, ornalnentada


cour 4 a ó costelas radiais, recobertas com ornalìlentação
Ch. uaria é conhecicla no Helveciano de Palmela (Por-
tugal), no Burdigaliano d'Eggenburg (Alenranha), no lamelar concêntrica. Orelha anteriot' cortada obliqua-
tìtente, com 4 a ó costelas radiais e ornalìlentação larnelar
Helveciano de Turinr (Itália) e no Tortoniano de lt¿lia.
concêntrica.
Foi assinalada por M,rvrn nas jazidas helvecianas da Ilha
Ch. hørtu'ttgi distingue-se de Ch. costai por ter menos
de Santa Maria com o nonìe de Hinites reissi Bnoxx.
costelas, pelo ângulo apical mais aberto, pelas orelhas com
É frequente nas jazidas pliocénicas cto Mediterrâneo.
Vive actualmente nos lnares do Norte e no Nlediterrâ- muito lìrenos costelinhas radiais. Por outro lado, a forma
das costelas é muito diferente, assiln cotìlo a distribuição'
neo, sendo vulgar, tambénr, nas costas do Algarve.
A robustez das costelas ettt C/¡' hartuttgi é notável, prin-
cipalmente nas mais salientes' Os intervalos entre as
Chlamys hartungi M.rvsH costelas são muito estreitos. Ch. hartun.gi distingue-se de
Estampa III, figura 9 C/t., uaria, que pertence ao tllesnto grupor por ter lllenos
regularidade na distribuição das costelas' lraior núnero
Materiai estudado:
delas, lnenos elevadas, mais robustas' etc. As orelhas de
Uma irnica valva, esquerda, que tem apenas a indicação de Ch. aat'itt são ornalì.lentadas coln maior núIìlero de coste-
provir da Ilha de Santa I\{aria.
linhas radiais. As formas nrais prÓximas de Clt' harturtgi,
sã,o Clt. costai e Ch. uat'ia.
Coracleríslicas e referêncios

Classificada primeiro conlo Hinites quadrícosttr.tus Dislribuição


BnoNs (in Reiss, Santa Maria, Est. II, fig. 19) foi ¡nais
tarde reconhecida como espécie independente e descrita Foi assinalada por M'rl'rn nas assentadas da Ilha de
sob o nome de Pecten hortun,gi M.rr.¡n. Santa Nlaria, elr-r associação colìl Pectett dttttheri e C'/t' Ia'
tissitna.
Diagnose original:
P. testa oblong'a, þaulunr oblit¡u.a; sinistra costu.lis
t,alzta ChlamYs Pes-felis LIr¡u
radiønti b¿ts cit'citer 40, au.gustís, rotutt.dotis, in.aetJut libus, EstamPa III, figuras 13 e 14
sulcis au..gttstis seþaratis, (Juoru?n I moforibus, stJuant.olo-
sis ; intermediis sem.þey J'ì, loeaigutis ; aurícu.lis aalde inae-
Exernplares estu.dados :
qualióu.s antica nta.gtta 8-lt) radiata þortica au.gusta, obliquo
truncata. Duas valvas direitas e uma esquerda, apenas com a inclicaçâtr
de provirem da llha de Santa l\'Iaria'
Valva esquerda plana, vértice alongado, ângulo apical Dois fragmentos, de Assumada'
estreito, concha ornamentada com 85 a 40 costelas diver- \¡ários fragmentos, em associação com Ch' macrotis' de
NÍeio I\foio.
gentes. De três em três costelas nornrais salienta-se uma
Uma valva direita, em associaçâo com Ch' latissima, da
mais robusta, Iarga, de secção arredondada, espinhosa. pedreira de Figueiral'
-

2it O. da tr/eiga I'-err¿ira. Os þectitt ídeos do ttti¿¡citticct da Ilho ¿le Sttttttt AIarit 25i¡

Caracleríslicas e referências
C'h. z,aria,' duas espécies são exclusivatlente helvecia-
Ch. þes-felrs pode ser confundida corn C'h. ¡fusciculata, nast Clt. sardoa e C/t. ltttrtungi; ullìa única fornta apa-
distinguindo-se, porerìì, por ter rìlenos costelas (5 a 6 enr rece no Heh,eciano e subsiste até o Pliocénico : P. du'ttheri'
vez de 8 a 9) e estas não serelìt tão elevadas, pela pre- O aparecimento de Ch. þes-fells nas formações neogé-
sença de nódulos sobre a parte posterior do bordo car- nicas da Ilha de Santa il{aria, caracterizadanlente Vindo-
dinal, pelo seu contorno geral, etc. bonianas, elu associação cont ch. ¡nacrotis e ch, latissínta,
faz recttar estratigràficamente a ocorrencia daquela espé-
Dislribuição
cie, porquanto não era conhecicla até agora senão no
Pliocénico e no Quaternário.
Ch. þes-felis só era conhecida a partir do pliocenico
antigo, enr França (\/ale do Ródano), Itália, Síria, etc.
No Pliocénico recente encontra-se eur França (Nice), RÉSUMÉ
Italia (Lir,'orno e Palernro). É conhecida no nosso paÍs no
Pliocénico (Dol.r.i-'us e Colrr,n' 1tte9). V'i1's actualntente nos
fundos coralígenos do ìlediterrâneo, cla Siria à Espanha. Le présent travail est une révision des Pectinides de
No Atlântico atinge as Ilhas da X,Iadeira, Canárias, Aço- I'Ile de santa N,Iaria (Açores). Les exetrrplaires étudies
res, etc. appartiennent à la Faculté des Sciences de Lisbonne, à
I'iÅstitur Supérieur Technique et aux Ser'ices Geologi-
ques clu Portugal. Deux genres ont été ruis en él'idence:
coNcrusÖEs Þecfutt et Chla¡¡t-\'s' Le prenlier est représenté par P' futn-
leet'i; Ie cleuxièrtre par huit espèces t Clt' latissittta, Clt'
O conj unto de formas estucladas reparte-se por dois sartÌoa, Clt, rtrocrotis, Ch. oþercttlaris, C'h' rnultistrialn'
géneros apenes : Pectett. e C'hlotn1s. ('h. aat'in, L'h. hartuttp'i e Ch, þes-felis'
Os géneros --Intu.ssiuut e ,Flabelliþecteu não foranl até C'tt. þe.t-felis n'était connue que dans le Pliocène' Elle
agora registados no i\,Iiocénico cla Ilha de Santa l{aria. apparait t'aintenant dans le Vindobonien, en association
Do género Pecten foi identific¿rcla uula itnica forma, avec Ch. lotissitna et C'h. ltt&crotis'
P. duuleeri,' do género C'ltlant¡,s. forant estuclacìas oito for- Les genres -!!¡ttussittttt et Ftattelliþecten' sont par I'ins-
rnas, alguuras das quais raras, conto C/t.. sttrr{oa e C'/r,,
þes- tant iuconnus dans les for'rations cle l'Île de Santa
-felis. Tivernos a oportuniclade de confirrnar a existência Maria.
de C/¿. ltartuttgi e de suspeitarmos du¡n¿r possÍr,el varie-
dade de Ch. uat'ia.
Quanto à distribuição estratigráfica clos pectinideos
agora estudados, duas espécies aparecem no Burdigaliano
e vão até o Tortoniano: Clt. lotissinto e C/¿. tnacrotis;
três espécies aparece¡n no Burdigaliano e subsisteltr ate
os tenrpos actuais: Clt. oþercu.laris, C'lu t¡t.ttllistriala e
2ir$ O. da I.eíga F¿rreira Os þectinídeos ¿lo tniocóttico da llha de Sattta Maria 2it7

BIBTIOGRAFIA
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Zt¡ricÌr. .a
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lìnrss, \\'. a18ii2) Ilittbeilr,tg. iìl¡er die Tertidrett Schichste, ¡;o, Sattt. T'
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ttettett Arte¡t. \cues Yahlbucl¡ liir')liner'. Lìt,ognosjc, (,1óol. ulrrl ) a
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-
2lr9 O. da Ferrcira

LEGENDAS DAS ESTAMPAS II A IV

ESTAMPA I1

1. Chlant.ys nt.acrotis Sos'rnsv-v. e.-2L m¡n. ><23 mm.


lloio lloio-Ilha de S. Malia.
2. Chlanrys oþernrlaris Lr^-uu v. d. -27 lun. >< 2? mm.
- nleio lloio-Ilha de S. trIatia
3. Chlanr.ys ,rracrotis Sou'rnRy
- r'. rì. x 27-mm.
'26 mm.
lloio-Ilha de S. I\Iaria
trfeio
4.
- \'. c. - 29 rnm. x 27Ilha
Chlatr.-yb ttt,acfotis Sol'rnny mm.
de Sa¡rta l\Iaria
5. Chlant-ys tnultistriata Por-r v. e. - 28 rnm. >< 23 mm.
- Ilha de Santa llalia
6. Chlan.ys sardoa. tlcor-rrr
-
y. c. - 49 mm. >( 59 ¡nm.
Ilha de Santa l\faria
7. Pecten dunþer¿ ll.lve n r.. tl. - 46 rnm. )< {6 nr¡n.
- Ilha tle Santa lllalia
8. Pecten dunþeri J[.r'i'rn r'. cì. - 51 mrn. >< 53 mrn.
- P. rìe Figueiral-I. S. l\faria

ESTAMPA III
9. Chlantls hartungi trf.rlen \'. e. - 3? mm. )< 34 mm.
- Ilha de Santa llaria
10. Chlanr.-ys oþcrcularis [,¡.*Bg v. d. - 38 rnrn. >< 33 mm,
- Ilha de Santa ùIaria
11. Ch.latnys aff. aaria L¡reu v. rì. - 65 ¡nm. X õ7 rnm. \¡ista tla Pedr.eira rlc Figueiral, umâ rlas.jazicìas de frísseis miocr!nicos
- Ilha de Sania lllari¿ nrais irnpoltantes rla lll¡a rle Santa l\lalia (Açores)
72. Ch.lamys oþcrmlaris L¡.-r:u v. d. - 37 rnm. >< 35 nrm.
- Ilha tle Santa l\faria
A vulcânicos
13. Chlanr3,,s þes-felis [,r¡ru - v. cl. - 7õ m,ì. X 62 mm. -'l'ufbs
Ilha de Santa llalia Iì Lumachela rle Pectinírleos
(i
-
14. Chlamys þes-felis Lrxrrr v. e. - 80 rnm. >< 70 mm. Carnaila explolada tle calcário
- Ilba rle Santa l\{aria
-
l) - Iìoel¡as vuleânicas tla Rase

ESTAMPA IV
1fi. Chlanys latíssima llnocr:sr v. e. - 115 ¡nm. >< 130 ¡nnr.
- Ilha cle Santa trIaria
16. Chlanys latissima Bnor:r:nr-v. d.-1[l9mm.X116mm.
Ilhade Santa l\faria

Revista da Fac. de Ciências de l-isboa


9.¡ Série-C- \'ol, II 2.0- 1052
-Fasc.
-
EST. I 0. da Veiga Ferreira - Peclinídeos de Sant¡ Maria O. da L'eiga Fcrreira Peclinídeos de S¡nla Moria EST. III
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Revistn dt Fac. tlc Ciêocias <ìe l-isl¡oa Revista da Fac de Ciências de Lisboa
2.å Séric C \tol. I [ F¡sc. 9.o- l0r-r2 2.¡ Sêrie-C-\'ol. lf . Fasc. 2.0- lC59
- - -
EST, I V 0. da l.cìg'a Ferreira Peclinídeos de Sanlo Mcrio
-

MONOGRAFIA DOS ESCARABEíDEOS


DA ÁTN¡CA DO SUL
Tribo SCARABEINI
-
ll Parre - subrr¡bo - scaRABElDEs
N." 3-Géneros NEATEU CHUS Grrrnr, DREPANOPODUS
J.ri*sseNs e PACIIYLOMERA Kt*øv'
POn

MARIA CORINTA FERREIRA


(Nâtu¡alista do Museu D¡. Álvaro de Castror Lourenço Marques)

l5
Antes de iniciar este trabalho, quero testemunhar os
meus agradecimentos aos Drs. G. van SoN, chefe do
Departamento de Entomologia do Transvaal Museum,
A. J. HassE, entomologista do South African Museum e
RnNÉ MrL,lrse, Director do Naturistoriska Riksmuseum,
de Stockholm, pela gentileza e prontidão com que me
enviaram material para estudo, bem como os tipos das
espécies, para comparaçao.

Género NEATEUCHUS GIrrer


-
Nealeuchus Gn.t.er, 1911, Ann. Ent. Belg. LV, p. 309;
1911, Coleopt. Cat. Copr. 38, p. ?.
Jrxsseus, 1938, Expl. Parc. Nat. Albert, Mis. White,
21, pp. 28,7o; 1940, Mém. Mus. Royal Hist. Nat. Belg.i
pp. 14, 56.
tetradentado; dentes mé-
Caracleres gerais
- Clipeus e tendo entre eles, infe-
dios tuberculados inferiormente
l6 riormente, um tubérculo supra-bocal. Fronte tuberculada,

Rey¡sta da Fac, de Cit:ocias de l-isl¡oa


9.¡ Sér¡e-C-Vol. ll-l-asc. 9.0-l9i¡9

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