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REVISTA
DA
2.^ SÉnle
c-crÊNcr¿s NATURAtS
vol. ll
I'
1952
BTBUoTECA DA rACULDAoT o¡ ctÊNcl¡s
Rua da Escola Politécnica
LISBOA
c) to M. B. Barbosa Sueiro
Senn.rxo. J. A. l{untatta.'f. I.
os PECTINíDEOS DO MtOCÉNrCO
-Trotado de Osteologia
(1895) Lisboa
'l'.rnu¡'r'r. Cit. ,lr, 'Ie srur. DA ItHA DE SANTA MARrA (AçORES)
'Insrt'r, L. (1928) Traité de I'Anatotnie Hutnaitrc.8." ctl. p. Lrr,rR;rr POR
p¿¡i,s, t. I.-
O. DA VEIGA FERREIRA
(Dos Serv. Geol. de Portugal)
'ln¡nlsc. Cit. rle 'l'rsrur
co nced idas. é
ì{a colecção dos Serviços Geológicos encontrânl-se o A O
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A) Género PECTEN o \t
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PECTE t\t D L:LRI i\lrr r¡r
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Estanrpa Il, figuras ? e s I
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Os exemplares estudados são constituidos por
Esta fonna não foi assinalada até agora na região de ChlamYs varia Ltxr'r;
Lisboa. Aparece, embora com raridade, no Helveciano EstantPa lll, figura 11
de Arrábida e Setúbal. É r'aro no Burdigatiano estran-
geiro, sendo conhecido sòurente no nír'el de Vierland. Exeu:plares estudados :
Estampa II, figura 5 Est¿r forttta dos Açores foi denorninada por Blrorr
Pecten (Fliuites) reissi. Rocrn, pelas figuras dadas por
.Ùlaterial estudado : K.rnl M.rlBn-Die Tertiärfauna der Àzoren und N{adeira'
Apenas uma valva esquerda, corn a indicaçâo de Ilha de
Zurich, 1864, Est. VI, fig. a2 - julga-a prÓxinra da espécie
Santa ,\[aria. C'h. costai Fos'r'. Tivetllos a oportunidade de estudar alguns
exemplares, sobretudo unÌa valva direita completa e enl
Caracleríslicas e referências bom estado que, pelas caracterÍsticas apresentadas, parece
mais próxima de Ch, uaria, embora constituinclo unla
C'/t. mu.ltístriata distinsue-se : de Ch. costai pelo maior variedade.
tananho e pelas costelas ntais nu¡trerosas; de Ch.. aaria Pelo aspecto geral (seio bissal, ornaurentação, distri-
pelo rnaior núntero de costelas, uraior irregularidade na buição das costelas, etc.), a forura rnais próxillla é' senì
distribuição destas, e ornamentação mais fina e densa, dúvida, Ch. z,at'io. A variabilidade reside apenas no facto
de Ch. -fustiana por não ter as costelas triangulares e de, nos exertlplares agora estudados, as costelas serenì
serenì em maior número; de Ch, isld.tt.dica por ter ntaior rnenos salientes, tllais robustas e não terem a regulari-
número de costelas, ter o seio bissal rnais profundo e o dade da espécie tipo. Estamos convencidos que nos encon-
bordo cardinal pregueado pela parte interior, etc, trarìros em presença duttra nova variedade de C/t' aaria'
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O. da Veiga Í-erreira Os þe ctiníd¿os do ntiocóttico da llha de Sattta I'laria 2it3
2it O. da tr/eiga I'-err¿ira. Os þectitt ídeos do ttti¿¡citticct da Ilho ¿le Sttttttt AIarit 25i¡
Caracleríslicas e referências
C'h. z,aria,' duas espécies são exclusivatlente helvecia-
Ch. þes-felrs pode ser confundida corn C'h. ¡fusciculata, nast Clt. sardoa e C/t. ltttrtungi; ullìa única fornta apa-
distinguindo-se, porerìì, por ter rìlenos costelas (5 a 6 enr rece no Heh,eciano e subsiste até o Pliocénico : P. du'ttheri'
vez de 8 a 9) e estas não serelìt tão elevadas, pela pre- O aparecimento de Ch. þes-fells nas formações neogé-
sença de nódulos sobre a parte posterior do bordo car- nicas da Ilha de Santa il{aria, caracterizadanlente Vindo-
dinal, pelo seu contorno geral, etc. bonianas, elu associação cont ch. ¡nacrotis e ch, latissínta,
faz recttar estratigràficamente a ocorrencia daquela espé-
Dislribuição
cie, porquanto não era conhecicla até agora senão no
Pliocénico e no Quaternário.
Ch. þes-felis só era conhecida a partir do pliocenico
antigo, enr França (\/ale do Ródano), Itália, Síria, etc.
No Pliocénico recente encontra-se eur França (Nice), RÉSUMÉ
Italia (Lir,'orno e Palernro). É conhecida no nosso paÍs no
Pliocénico (Dol.r.i-'us e Colrr,n' 1tte9). V'i1's actualntente nos
fundos coralígenos do ìlediterrâneo, cla Siria à Espanha. Le présent travail est une révision des Pectinides de
No Atlântico atinge as Ilhas da X,Iadeira, Canárias, Aço- I'Ile de santa N,Iaria (Açores). Les exetrrplaires étudies
res, etc. appartiennent à la Faculté des Sciences de Lisbonne, à
I'iÅstitur Supérieur Technique et aux Ser'ices Geologi-
ques clu Portugal. Deux genres ont été ruis en él'idence:
coNcrusÖEs Þecfutt et Chla¡¡t-\'s' Le prenlier est représenté par P' futn-
leet'i; Ie cleuxièrtre par huit espèces t Clt' latissittta, Clt'
O conj unto de formas estucladas reparte-se por dois sartÌoa, Clt, rtrocrotis, Ch. oþercttlaris, C'h' rnultistrialn'
géneros apenes : Pectett. e C'hlotn1s. ('h. aat'in, L'h. hartuttp'i e Ch, þes-felis'
Os géneros --Intu.ssiuut e ,Flabelliþecteu não foranl até C'tt. þe.t-felis n'était connue que dans le Pliocène' Elle
agora registados no i\,Iiocénico cla Ilha de Santa l{aria. apparait t'aintenant dans le Vindobonien, en association
Do género Pecten foi identific¿rcla uula itnica forma, avec Ch. lotissitna et C'h. ltt&crotis'
P. duuleeri,' do género C'ltlant¡,s. forant estuclacìas oito for- Les genres -!!¡ttussittttt et Ftattelliþecten' sont par I'ins-
rnas, alguuras das quais raras, conto C/t.. sttrr{oa e C'/r,,
þes- tant iuconnus dans les for'rations cle l'Île de Santa
-felis. Tivernos a oportuniclade de confirrnar a existência Maria.
de C/¿. ltartuttgi e de suspeitarmos du¡n¿r possÍr,el varie-
dade de Ch. uat'ia.
Quanto à distribuição estratigráfica clos pectinideos
agora estudados, duas espécies aparecem no Burdigaliano
e vão até o Tortoniano: Clt. lotissinto e C/¿. tnacrotis;
três espécies aparece¡n no Burdigaliano e subsisteltr ate
os tenrpos actuais: Clt. oþercu.laris, C'lu t¡t.ttllistriala e
2ir$ O. da I.eíga F¿rreira Os þectinídeos ¿lo tniocóttico da llha de Sattta Maria 2it7
BIBTIOGRAFIA
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Sattto. Ilit dern .\.7,5¡¿1¡¡nti,çche I/erseicltuiss der lossilett Reste
dieser fnseltt tutd der Åsoren, z,ott Karl Ma),er, Lcipzig.
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(,
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I)aleontologie, I)aris. ¡. .!
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l\I¡r'cn' Ii. (186{)
- sj,-stenarische verseich.riss rrer fo-ssilett Reste z,ott o
q) \.: o: +++++++J-+
tl'[adeira ttttd sa,ta ]'[aria nebst Besc]rrcibrrtg tler tteue, Arr¿r. o
Zt¡ricÌr. .a
o
lìnrss, \\'. a18ii2) Ilittbeilr,tg. iìl¡er die Tertidrett Schichste, ¡;o, Sattt. T'
-
.ll,[aria, d¿r Sudlchsteu der Aøorett, ttttd ihre org.attischett Eitts- o
¡ro
cltlusse N¿l¡st Bescht'eibtrrg dies¿r letst¿, t,td Al¡bilduttg tler .q
ttettett Arte¡t. \cues Yahlbucl¡ liir')liner'. Lìt,ognosjc, (,1óol. ulrrl ) a
I'etlcl'akten-Iiunrlc, \'ahr.gans. pag. 1-18, Sttugar.t. €L
O
Com. Setr'. (ieol. rle Por.tugal.'J'. \\\ll, 1.. ¡iarte. p:ig. 1o3, Lisboa.
O. da Vciga Ferrcira Peclinídeo¡ de Sanlc Mcric UST. I
-
2lr9 O. da Ferrcira
ESTAMPA I1
ESTAMPA III
9. Chlantls hartungi trf.rlen \'. e. - 3? mm. )< 34 mm.
- Ilha de Santa llaria
10. Chlanr.-ys oþcrcularis [,¡.*Bg v. d. - 38 rnrn. >< 33 mm,
- Ilha de Santa ùIaria
11. Ch.latnys aff. aaria L¡reu v. rì. - 65 ¡nm. X õ7 rnm. \¡ista tla Pedr.eira rlc Figueiral, umâ rlas.jazicìas de frísseis miocr!nicos
- Ilha de Sania lllari¿ nrais irnpoltantes rla lll¡a rle Santa l\lalia (Açores)
72. Ch.lamys oþcrmlaris L¡.-r:u v. d. - 37 rnm. >< 35 nrm.
- Ilha tle Santa l\faria
A vulcânicos
13. Chlanr3,,s þes-felis [,r¡ru - v. cl. - 7õ m,ì. X 62 mm. -'l'ufbs
Ilha de Santa llalia Iì Lumachela rle Pectinírleos
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-
14. Chlamys þes-felis Lrxrrr v. e. - 80 rnm. >< 70 mm. Carnaila explolada tle calcário
- Ilba rle Santa l\{aria
-
l) - Iìoel¡as vuleânicas tla Rase
ESTAMPA IV
1fi. Chlanys latíssima llnocr:sr v. e. - 115 ¡nm. >< 130 ¡nnr.
- Ilha cle Santa trIaria
16. Chlanys latissima Bnor:r:nr-v. d.-1[l9mm.X116mm.
Ilhade Santa l\faria
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Revistn dt Fac. tlc Ciêocias <ìe l-isl¡oa Revista da Fac de Ciências de Lisboa
2.å Séric C \tol. I [ F¡sc. 9.o- l0r-r2 2.¡ Sêrie-C-\'ol. lf . Fasc. 2.0- lC59
- - -
EST, I V 0. da l.cìg'a Ferreira Peclinídeos de Sanlo Mcrio
-
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Antes de iniciar este trabalho, quero testemunhar os
meus agradecimentos aos Drs. G. van SoN, chefe do
Departamento de Entomologia do Transvaal Museum,
A. J. HassE, entomologista do South African Museum e
RnNÉ MrL,lrse, Director do Naturistoriska Riksmuseum,
de Stockholm, pela gentileza e prontidão com que me
enviaram material para estudo, bem como os tipos das
espécies, para comparaçao.