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Agrupamento de Escolas de Penacova

Ano Letivo 2016/2017

ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS E APLICAÇÕES DE GESTÃO - Módulo 6

OPERAÇÕES BANCÁRIAS
Os bancos organizam internamente as suas atividades em função de uma série de
operações bancárias, as quais, de acordo com os Art.º 362.° e 363.° do Código Comercial,
são prestações de serviços realizadas pelas entidades bancárias com o objetivo de obter,
de uma forma direta ou indireta, a movimentação do dinheiro e respetivo lucro.

Operações passivas 1
 Consistem na recolha de fundos, através de depósitos dos seus clientes, aos quais
paga um certo juro.

Operações ativas
São constituídas pelos juros que o banco recolhe sobre os seus próprios compromissos,
quer sejam empréstimos concedidos aos seus clientes, quer sejam investimentos em
títulos.

Operações complementares (Outros serviços)


Para além dos serviços típicos oferecidos pelo banco, cada instituição proporciona
outros serviços que se traduzem em benefícios para os seus clientes, entre os quais se
destacam o pagamento de serviços de gás, eletricidade e telefone, mediante um custo 1
mínimo, entre outras.

Operações de crédito passivas

Depósito bancário
O cliente entrega a uma instituição de crédito uma determinada quantia, por um prazo
fixado ou não, sendo o banco obrigado a restituir essa importância, acrescida de juros
(Art.º 1185.° do Código Civil).
O contrato de depósito efetuado entre o cliente — denominado depositante, e o banco,
denominado depositário, pode assumir duas formas:

O banco assume a obrigação de restituir ao seu cliente os


bens que lhe foram confiados, sem a concessão de juros.
Depósito regular Por exemplo, se guardarmos as nossas joias num cofre de
banco, teremos de pagar uma comissão, mas ser-nos-ão
devolvidas quando solicitadas.

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O depositário pode utilizar os bens depositados, assumindo a


obrigação de devolver em dinheiro, uma quantia equivalente,
Depósito irregular quando tal for solicitado pelo depositante.
Por exemplo, se depositarmos valores em cheques, o banco
não irá devolvê-los, mas sim uma quantia equivalente.
O depósito irregular é o mais utilizado nos dias de hoje e pode assumir várias
modalidades, das quais referimos:
 Depósito à ordem.
 Depósito a prazo.
2
 Depósito com pré-aviso.

1. Depósito à ordem
O cliente pode dispor do dinheiro em qualquer momento, podendo o banco aplicar
uma parte desse depósito o que implica que a taxa de juro seja mais baixa do que a
praticada noutros depósitos.
Para que exista este tipo de depósito, é necessário abrir uma conta. Para tal, o
depositante tem que:
 preencher uma ficha, na qual se identificam os titulares da conta, e
respetivas assinaturas;
 preencher uma guia de depósito, que representa o montante com o qual é
aberta a conta e que é variável de banco para banco.
As contas bancárias podem ser: 2

 Singulares — quando têm apenas um titular;


 Coletivas — quanto têm mais do que um titular.
As contas coletivas são movimentadas por um ou por todos os seus titulares, logo
podem classificar-se em:
 Conjuntas— quando se obrigam à assinatura de todos os titulares;
 Solidárias — quando podem ser movimentadas por qualquer dos titulares;
 Mista — a sua movimentação exige a assinatura de alguns dos seus titulares.

As contas de depósito à ordem podem ser movimentadas através de:


CHEQUE: É um título de crédito, mediante o qual o portador tem o direito de retirar
dinheiro do banco que o emitiu. O cheque não tem por si qualquer valor específico, mas o
valor nele impresso corresponde ao de moeda legal.

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TRANSFERÊNCIA: Esta modalidade pode ser aplicada entre contas ou para entrega por
terceiros. Na transferência conta a conta, o cliente dá ordem ao banco para transferir para
a conta de outro cliente uma certa quantia. Na entrega para terceiros, o cliente entrega ao
banco valores ou numerário para serem depositados na conta de outro cliente dessa
instituição.

ORDEM DE PAGAMENTO(Débito Direto): O cliente autoriza a entidade bancária a


proceder a certos pagamentos, por exemplo, o pagamento de telefone e outros serviços,
se a conta tiver saldo suficiente.
3
CARTÕES DE DÉBITO (em Portugal são os chamados cartões multibanco (MB)) –
Servem para fazer pagamentos com débito instantâneo da conta à ordem ou para fazer
levantamentos de dinheiro ou outros pagamentos nas caixas automáticas MB.

2. Depósito a prazo
O depósito é feito por um período que varia entre 30, 90, 180 e 365 dias.
O depositante pode levantar o dinheiro antes do prazo, perdendo, no entanto, o
direito aos juros.
O depósito a prazo continua a ser a forma mais difundida para quem não precisa do
dinheiro imediatamente e preferir um investimento cómodo e seguro.
Quando o depósito é efetuado, o cliente preenche uma guia de depósito, recebendo
em troca, não só o duplicado, como também uma promissória, documento que comprova
3
que o cliente é credor de uma determinada importância, a qual não pode ser transmitida
por endosso.

3. Depósito com pré-aviso


O cliente não pode efetuar levantamentos sem avisar, previamente, o banco, por
escrito.
O prazo de comunicação, de que se procederá ao levantamento, é fixado no ato do
contrato, não podendo, no entanto, ser inferior a 30 dias e superior a 90 dias. Quanto
maior for o número de dias estabelecido para avisar o Banco, maior a utilização desses
capitais por parte dessa entidade, logo maiores serão os juros vencidos para o depositante.
A taxa de juro aplicada é superior à dos depósitos à ordem e equivalente à utilizada
nos depósitos a prazo entre os 30 e 90 dias.

Juros ou remuneração dos depósitos


Ao falarmos nos vários tipos de depósito, falamos nos juros, que representam a
remuneração desses depósitos.

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Vamos agora aprender a calcular esses juros. Assim, o juro é calculado em função
de:
 Capital (c) — representa a verba depositada.
 Tempo (n) — representa o período de tempo em que o capital está aplicado.
(Pode ser anos, meses ou dias)
 Taxa (i) — representa a percentagem de rendimento, referenciada a um
dado período de tempo.

Cálculo do Juro em processo de capitalização simples


O juro é diretamente proporcional ao capital investido, à taxa de juro aplicada e ao
período de tempo, logo:
j= c x n x iou apenasj=cni

Claro que se trabalharmos em meses ou dias teremos que adaptar a fórmula


dividindo respetivamente por 12 ou por 365 (ano civil) ou 360 (ano comercial). 4

Se i (taxa de juro) for apresentada em número inteiro e não em número


decimal, teremos de multiplicar o divisor por 100.
Em resumo:

Tempo Juro
Expresso em anos j= cni ou j= cni/100
j = cni/365 ou
Ano Civil
j = cni/36500
Expresso em dias
j = cni/360 ou j =
Ano Comercial
cni/36000
Expresso em meses j = cni/12 ou j = cni/1200

O João, ao efetuar um depósito a prazo, tem duas opções:


 Solicita que o juro seja lançado na sua conta de depósito à ordem — optou,
assim, pelo regime de juro simples.

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 Solicita que o juro seja acumulado ao capital para que no período seguinte o
juro seja superior — neste caso optou pelo regime de juro composto.

Cálculo do juro em processo de capitalização composta


Vamos então supor que o João efetuou o depósito por dois anos, e como é curioso,
quer saber o valor dos juros que receberá no fim do prazo se optar pela capitalização dos
juros.
Nesta altura irá aparecer um novo valor, ao qual daremos o nome de capital
acumulado e representamos por S em que S = c + j. 5
Assim:
S1 = c + j1
S2 = S1 + j2 S2 =c + j1+ j2

n
Sn = c (1 + i) -> É esta a formula que nos permite calcular qualquer juro
composto. Nesta fórmula a taxa tem que estar sempre em sintonia com o tempo,
quer dizer se a taxa de juro é anual o n tem que estar em anos, se for mensal o n tem que
estar em meses e se a taxa de juro estiver em dias o n também tem que estar em dias.
Caso esta situação não se verifique teremos que adaptar a taxa de juro.

Fórmulas derivadas:
Viu-se que: 5
S=c+j
donde
j=S-c
mas, com base na fórmula geral de capitalização

j = c (1 + i) n - c
por último, pondo C em evidência

j = c [(1 + i) n - 1]

Esta expressão que permite determinar o juro acumulado, ou juro de n períodos em


função do capital inicial e da taxa.

Com adaptações matemáticas semelhantes é possível encontrar fórmulas para


calcular a taxa sabendo os restantes dados (Capital inicial, tempo e capital acumulado) ou
calcular o tempo sabendo os restantes dados (Taxa, capital inicial e capital acumulado).

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No entanto é necessário recorrer, neste caso à logaritmação dos dados ou então recorrer
a tabelas financeiras e ao método de interpolação linear.

Operações de crédito ativas


O banco quando realiza um empréstimo cobra juros, que irão ser a sua fonte de
receitas.

Desconto bancário
6

Empréstimo bancário

Desconto Bancário
É a operação pela qual o portador do título (letra ou livrança) recebe a importância
nela inscrita, antes do seu vencimento, deduzida dos juros e encargos.

Desconto da letra 6

O desconto de uma letra consiste no recebimento antecipado (antes da data de


vencimento) do valor líquido do título, efetuado por uma instituição bancária. Esta
operação está sujeita a juros e outros encargos.
Assim, temos:

Valor líquido da letra = Valor nominal da letra - Encargos do desconto


Quando o sacador desconta uma letra, entrega-a ao banco, o qual receberá o seu
valor na data de vencimento.
Caso o sacado não proceda ao pagamento do título na data de vencimento, o banco
responsabilizará o seu cliente (o sacador), debitando-lhe imediatamente em conta o valor
da letra.
Para que a operação de desconto se realize é necessário que o cliente preencha
devidamente um documento — a proposta de desconto — a qual será analisada pela
instituição bancária.

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Após essa análise, e outras informações recolhidas sobre o cliente, o banco emitirá
um aviso de lançamento, comunicando-lhe o valor creditado em conta e respetivos
encargos, que são:

 Juro ou Prémio de Desconto — é o valor do juro, calculado sobre o


valor nominal da letra, durante o período que medeia a data de desconto e a
data de vencimento da letra, acrescido de dois dias.

Assim: 7

 Comissão de Cobrança- representa a importância cobrada pelo banco,


respeitante aos seus serviços, a efetuar na data de vencimento. 7

As letras podem ser domiciliadas ou não domiciliadas.


Uma letra é domiciliada quando indica:
 A localidade e o banco onde se efetuará o pagamento;
 O número da conta a debitar.
Neste caso, a comissão cobrada pelo banco é inferior, isto é, as letras domiciliadas
estão sujeitas a taxas mais baixas, que as não domiciliadas.

Assim:

Cc = Vn x % ou (‰) onde Cc = comissão de cobrança

 Imposto do selo— percentagem que incide sobre o valor dos juros e


comissão de cobrança (T.G.I.S. — 4%);
 Portes — importância cobrada pelo banco e cujo objetivo é cobrir as
despesas de comunicação.
Após o cálculo dos encargos, temos:

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Valor líquido = Valor nominal – Total de Encargos

Podemos, também, calcular o Valor Atual da letra:

Valor atual da Letra = Valor nominal - Prémio de desconto

DESCONTO COMERCIAL OU DESCONTO POR FORA


O desconto comercial incide sobre o valor nominal do título e é o juro produzido
pelo valor nominal do capital durante o prazo que falta para o seu vencimento (incluindo 8
dois dias que a lei dá para o possível pagamento).
O processo de cálculo do desconto por fora ou desconto comercial é idêntico
ao dos juros simples (já visto anteriormente) em que se substitui o Capital (C) pelo valor
da letra, o tempo (n) pelo prazo que falta para o vencimento da letra mais dois dias e a
taxa (i) é a taxa legal em vigor para o desconto ou, atualmente, a taxa praticada pelas
diferentes instituições bancárias. Na maior parte dos casos utiliza-se o Ano Comercial. O
juro toma o nome de Desconto e representa-se por D.

DESCONTO RACIONAL OU DESCONTO POR DENTRO


No desconto racional ou desconto por dentro, o desconto é de facto o juro
do valor atual que se calcula desde o dia da negociação até ao dia do
vencimento.
8
Determinação do desconto por dentro em função do valor nominal
Para o tempo expresso em anos
Desconto por dentro vai ser representado por Dd .
Dd = cni

O valor nominal será : L = c + Dd

Dd
mas, neste caso, c = _____
ni
Substituindo na primeira igualdade o c pelo seu valor, vem:
Dd
L = ____ + Dd  Lni = Dd + Ddni
ni
Pondo Dd em evidência, resulta:

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Lni = Dd (1 + ni)

Donde:
Lni
Dd = ______ (Para o tempo expresso em anos)
1 + ni

Lni
Dd = _______ (Para o tempo expresso em meses)
12 + ni 9

Lni
Dd = ________ (Para o tempo expresso em dias - Ano Comercial)
360 + ni

Lni
Dd = ________ (Para o tempo expresso em dias - Ano Civil)
365 + ni

Comparação do desconto comercial com o desconto racional (tempo expresso em


dias)
Lni Lni 9

Df = _____ e Dd = ________
360 360 + ni

Sabemos, então, que Df > Dd

A diferença entre estas duas espécies de desconto é a seguinte:

Lni Lni
Df - Dd = _____ - ________
360 360 + ni

Lni 360 + Lni X ni - 360 Lni


Df - Dd = ________________________
360 (360 + ni)

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Lni ni
Df - Dd = _____ X _________
360 360 + ni

ni
Df - Dd = Df X ________
360 + ni

Dfni 10
Df - Dd = ________
360 + ni

Conclui-se que a diferença dos dois descontos é igual ao juro da importância do


desconto por fora.
Temos, então, que a diferença é pequena para prazos curtos e aumenta
proporcionalmente aos prazos de vencimento. Há medida que estes aumentam a diferença
também aumenta e começa a ter mais significado.

REDESCONTO
Muitas vezes o banco recorre ao redesconto sempre que se verifica acumulação de
letras descontadas, o que provoca dificuldades de tesouraria. 10
Denomina-se redesconto à operação pela qual os bancos recebem do Banco de
Portugal o valor dos títulos já descontados. O banco emissor será reembolsado na altura
em que se realiza o vencimento dos títulos.

EQUIVALÊNCIA DE DUAS LETRAS


Sempre que duas letras tiverem o mesmo valor atual, à mesma taxa e numa certa
data dizem-se equivalentes.
A data do acontecimento chama-se data de equivalência.
Exemplo: Determinar a data em que duas letras devem ter o mesmo valor atual
sendo uma de 1000,00€ a vencer em 30 de Abril e outra de 1015,00€ a vencer em 30 de
Maio, ambas à taxa de 18%.
O valor atual deve ser determinado a partir do dia 1 de Março.
Assim, a 1ª letra tem vencimento a 60 dias e a 2ªvencimento a 90 dias, considerando
como é normal, o Ano Comercial.
Pretende-se determinar os dias que faltam para que haja equivalência, o que se representa,
por exemplo, porX.

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A fórmula será:
L1i (n1 - X) L2i (n2 -X)
L1- ___________ = L2 - __________
360 360
360
Considerando  = _____
i
para simplicidade de cálculo, podemos resolver a expressão em ordem a X, assim, vem: 11

L1X - L2X = L2 - L2n2 + L1n1 - L1


Pondo o X em evidência, resulta:
X (L1 - L2) =  (L2 - L1) + (L1n1 - L2n2)

(L1n1- L2n2) +  (L2 - L1)


X = _______________________
L1 - L2

Decompondo em duas parcelas vem:


(L1n1 - L2n2)  (L2 - L1) 11

X = ____________ + __________
L1 - L2 L1 - L2
(L1n1 - L2n2) (L1 - L2)
X = ____________ -  _________
L1 - L2 L1 - L2

L1n1 - L2n2
X = ____________ - 
L1 - L2

Substituindo as letras pelos valores indicados no problema vem:

1000 X 60 - 1015 X 90 360


X = _________________ - ____
- 15 0,18

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- 31350
X = _______ - 2 000
- 15

X = 2090 - 2 000 <=> X = 90 dias


Teríamos agora que contar 90 dias a partir do dia 1 de Março (considerando os meses
com 30 dias já que estamos a usar o Ano Comercial), o que significava que as letras eram
equivalentes no dia 30 de Maio, dia em que se vence a última letra.
12

REFORMA DE LETRAS
Por vezes o aceitante chegado o dia de pagamento não tem as disponibilidades
financeiras para pagar a letra, portanto vai pedir a Reforma da Letra.
Para se substituir uma letra por outra é preciso que elas sejam equivalentes numa certa
data.
A reforma tem por fim substituir uma letra, que se vence numa data indicada, por
outra com um prazo de vencimento posterior, não podendo haver ganho ou perda para
qualquer dos intervenientes. A data diferida será a data da equivalência.

Formas
Formasde REFORMA
da REFORMA
12

Total
Total ou
ou por
por inteiro
inteiro Parcial
Parcial

Há o pagamento de parte da letra


Substituição
Substituiçãoda
daletra
letrainicial
por Há pagamento de uma parte do valor da
outra de igual valor com inicial. A valor da nova letra corresponde
por outra de igual valor mas letra inicial. O valor da nova letra corres-
vencimento posterior. ponde
à diferença
à diferença
entre entre
o valor
o inicial
valor dae aletra
parte
com vencimento posterior.
inicial
que foi,
e aentretanto,
parte que foi
paga.
paga.

Reforma RACIONAL
A reforma diz-se racional se o juro incidir sobre o valor atual da letra reformada (L’),
ou seja, sobre o valor nominal da nova letra ou da parte não amortizada na data do
vencimento.
O valor do novo efeito comercial é igual à soma da parte da dívida com os juros de
mora.
Chamam-se juros de mora, os juros aditivos que correspondem ao novo prazo.

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A fórmula será:
L' ni
L' = L + _____
360
360 L' = 360 L + L' ni
360 L' - L' ni = 360 L
Pondo o L' em evidência resulta:
L' (360 - ni) = 360 L
13
Donde:
360 L
L' = ________
360 - ni
Exemplo: O aceitante de uma letra de 1000,00€ que se vence hoje, não podendo
pagá-la na totalidade, pediu ao sacador que o deixasse amortizar 500,00€ da dívida e aceitar
uma nova letra pelo prazo de 50 dias à taxa de 12%. O sacador aceitou a proposta. Qual será
o valor nominal da nova letra (L') ?
Pagamento parcial da antiga letra <=> 1000 - 500 = 500,00€
Aplicando, então a fórmula acima encontrada:
360 X 500 180000
L' = ______________ <=> L' = _______
13
360 - 0,12 X 50 360 - 6

180000
L' = ______<=> L' = 508,47€
354
A nova letra teria então o valor de 508,47€.
Reforma COMERCIAL
A reforma diz-se comercial se os juros incidem sobre o valor nominal da letra
reformada ou sobre a parte que não foi amortizada (Reforma parcial).
Ao valor nominal da letra reformada são adicionados os juros de mora sendo o total, o
valor nominal da nova letra.
A fórmula resolvente é a seguinte:
Lni
L' = L + ____
360
360 L' = 360 L + Lni <=> 360 L' = L (360 + ni)
Donde:
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L (360 + ni)
L' = ___________
360
Exemplo: Aplicando a fórmula da reforma comercial ao problema referido atrás e que
aplicámos na reforma racional, vem:
500 (360 + 50 X 0,12)
L' = ___________________
360 14
183000
L' = ________ <=> L' = 508,33€
360
A nova letra teria então o valor de 508,33€.

Exemplo de uma Reforma com encargos incluídos


Em 4 de Maio de 2014 a sociedade Costa & Silva, Lda., tinha em carteira o seu saque
n.º 200/14 de Pedro Morais, no montante de 2 300,00€. O aceitante pediu a reforma desta
letra, o que foi aceite, nas seguintes condições:
- Amortização de 50%
- Emissão de uma nova letra (n.º 203/14) a 30 dias sendo os encargos debitados ao
cliente.
14
- Encargos: - Juros à taxa de 10%.
- Comissão de Cobrança de 1‰
- Imposto de Selo 6%
- Outras despesas 6,00€
- A letra foi adquirida pelo sacador e foi debitada ao aceitante sendo o seu
custo de 4‰.
Resolução:

1150 X 0,1 X 32
Juros de mora = ____________________ = 10,22€
360
Comissão de Cobrança = 1150 X 0,001 = 1,15€

Imposto = (10,22 + 1,15) X 0,06 = 0,68€

Outras despesas = 6,00€


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Imposto de Selo (4‰ X 1150,00€) = 4,60€


_________
Total dos Encargos = 22,65€

L' = 1150 + 22,65 <=> L' = 1172,65€


Podemos empregar a fórmula resolvente considerando:
L' - O valor nominal da nova letra.
L - O valor nominal da letra reformada
P - Portes 15

A fórmula será:
Lni 6 Lni
L' = L + ____ + Li' + ___ (____ + Li') + P considerando Ano Comercial
360 100 360

Substituindo, vem :
1150 X 0,1 X 32 6 1150 X 0,1 X 32
L' = 1150 + _____________ + 1150 X 0,001 + ___ X (______________ +
360 100 360 15

+ 1150 X 0,004) + 6
L' = 1150 + 10,22 + 1,15 + 0,06 X (10,22 +1,15) + 6
L' = 1150 + 11,37 + 0,68 + 4,60 + 6
L' = 1172,65 €
Substituição de um efeito comercial por dois ou
mais efeitos de valores iguais
Uma letra pode ser substituída por várias letras do mesmo valor nominal, sendo no
entanto os vencimentos diferentes.
Supondo que se vai substituir por 3 letras e segundo o princípio da equivalência do
desconto vem:
A = A1 + A2 + A3 sendo, como foi dito, os valores nominais iguais.
Mas A = L - D

Ou seja

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Lmin Lmin1 Lmin2
L - D = (Lm - _____ ) + (Lm - ______) + (Lm - ______)
360 360 360
E como D = 0
Fica A = L e, no fim do vencimento, será:
Lmin Lmin1 Lmin2
L = Lm +Lm + Lm - _____ - _______ - _______
360 360 360
16
O "m" representa o número de letras iguais.
Desembaraçando de denominadores:
360 L = 360 Lm + 360 Lm + 360 Lm - Lmin - Lmin1 - Lmin2
360 L = 360 m X Lm - i Lm (n + n1+ n 2)
360 L = Lm [360 m - i ( n + n1+n2)]

360 L
Lm = ___________________
360 m - i ( n + n1+n2) Fórmula em dias (Ano Comercial) e
considerando apenas a substituição por TRÊS novas letras.
16
Se considerarmos m letras iguais a fórmula seria:

360 L
Lm = ________________________________
360 m - i ( n + n1+n2 + n3 + .... + nm)

Naturalmente se o tempo estiver referido a meses bastará na fórmula substituir 360


por 12 e aplicar assim a fórmula.

EXEMPLO:
O aceitante de uma letra de 5000 Euros que se vence hoje, pediu ao credor que lha
reformasse substituindo-a por três letras de igual valor nominal a vencer ao fim de 30 dias,
60 dias e 90 dias. A reforma realizar-se-á à taxa anual de 10%.
O valor de cada letra calcular-se-á da seguinte forma:
- Substituindo na fórmula as letras pelos valores dados pelo problema ter-se-á:

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360 X 5000
Lm = _______________________
360 X 3 - 0,1 (30 + 60 + 90)

1800000
Lm = _____________
1080 - 0,1 (180)
1800000
Lm = __________ 17
1080 - 18
1800000
Lm = ________<=> Lm = 1694,92€
1 062
NOTA: Na resolução como o número de letras é 3 podemos substituir o Lm por L3.

De forma análoga se deduzirá a fórmula que se utilizaria em casos idênticos mas em


regime de Reforma Racional, ou seja, em que o valor das letras é atualizado.
Essa fórmula ficará então:

(360 - in) L 17

Lm = _______________________________
360 m - i ( n + n1+n2 + n3 + .... + nm)

Substituição de uma letra por várias segundo uma


certa proporção:

O aceitante de uma letra, no dia do seu vencimento, acordou com o portador da letra a
sua substituição por várias letras e segundo uma certa proporção:
L = A1 + A2 + A3

(360 - in1) (360 - in2) (360 - in3)


L = C1________ + C2 _________ + C3 _________
360 360 360

A resolução da equação está dependente da proporção que se estabelece com os novos


valores nominais (C1, C2 e C3).

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Exemplo:
Uma letra de 250,00€ que se vence hoje, foi reformada nas seguintes condições:
- Substituição por três letras a 40, 60 e 80 dias com valores proporcionais a 1, 1,5 e 2,
respetivamente;
- Taxa de juro a 10%.
Quais os valores nominais das novas letras?

Resolução:
A = A1 + A2 +A3
18

(360 - 0,1 X 40) (360 -0,1 X 60) (360 - 0,1 X 80)


250,00€ = C1 ______________ + C2 _____________ + C3 ______________
360 360 360

Como:
C2 = 1,5 C1 e C3 = 2 C1

Vem:
(360 - 0,1 X 40) (360 - 0,1 X 60) (360 - 0,1 X 80)
250,00€ = C1 ________________ + 1,5 C1_____________ + 2 C1_____________
360 360 360 18

250,00€ = 0,99 C1 + 1,48 C1 + 1,96 C1


donde:
250,00€
C1 = ________ <=> C1 = 56,45€
4, 43

Assim:
C2 = 1,5 X C1<=> C2 = 1,5 X 56,45€ <=> C2 = 84,67
e
C3 = 2 X C1<=> C3 = 2 X 56,45€ <=> C3 = 112,90€

PAGAMENTOS PARCELARES

VENDAS A PRESTAÇÕES
Nas vendas a prestações, o pagamento pode ter as seguintes modalidades:

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- Mensais;
- Trimestrais;
- Semestrais;
- Anuais.
Estas prestações podem ser iguais ou diferentes. Os juros a incluir, podem ser pagos
no final do período do contrato, ou incluídos nas prestações mensais, mensais, trimestrais,
etc. Neste caso o valor da prestação inclui parte da dívida inicial e os juros do respectivo
período.
Há diversos processos de determinação do juro, entre os quais consideramos:
Exemplos: 19

1 - Em 25 de Março de 2011 foi concedido um empréstimo de 4 000,00€ à empresa


Alves & Sousa, Lda, nas seguintes condições:
Taxa anual de 18%;
Pagamento de 1 000,00€ em 2011/04/25 e de 1 500,00€ em 2011/06/05;
Pagamento do restante, incluindo juros, em 2011/09/02.
Qual o valor a pagar em 2011/09/02?
Resolução:
O valor a pagar será obtido a partir da seguinte fórmula:
in in1 in2
C (1+ ___) = C1 (1+ ____) + C2 (1 + ____
) + C3
360 360 360 19

Substituindo, temos:
0,18 x 157 0, 18 x 127 0,18 x 87
__________ __________ _________
4000 (1 + ) = 1000 (1 + ) + 1500 (1 + ) + C3
360 360 360

Donde resulta:
C3 = 1685,25€
2 - Uma tenda de campismo de 300,00€ foi vendida a prestações, nas seguintes
condições:
- Entrada inicial de 10%;
- O restante valor em dívida será pago em seis prestações mensais de 45,00€
acrescido de juros de 23% sobre o saldo em dívida após cada mensalidade.
Qual o valor total a pagar?

Resolução:

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Prestação + Juro
Valor inicial 300,00€ 30,00€
Entrada inicial (10%) - 30.00€
__________

270,00€
1ª Prestação 45,00€
__________
50,18€ (*)
225,00€
2ª Prestação - 45,00€
__________
49,31€
180,00€ 20
3ª Prestação - 45,00€
__________
48,45€
135,00€
4ª Prestação - 45,00€
__________
47,59€
90,00€
5ª Prestação - 45,00€
__________
46,73€
45,00€
6ª Prestação - 45,00€ 45,86€
__________ ______________

0,00€ 318,12€

20
270,00€ x 0,23 x 1
__________________________
(*) 1ª Prestação = 45,00€ +
12
= 50,18€
Para todas as restantes prestações o cálculo é análogo apenas modificando o valor em
dívida que vai reduzindo, prestação a prestação, de 45,00€.
3 - O stand Sorelar, Lda., vendeu um automóvel de 7500,00€ nas seguintes condições:
- Entrada de 1 000,00€;
- O restante em três prestações de igual valor incluindo juros à taxa anual de 25%;
- Os vencimentos das três letras são a 3, 6 e 12 meses respetivamente.
Qual o valor nominal de cada letra?
Resolução:
O valor em dívida = 6 500,00€ será igual à soma dos valores atuais das três letras:
C = A1 + A2 + A3

ou seja:

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in1 in2 in3
______ ______ ______
C = C1 (1 - ) + C2 (1 - ) + C3 (1 - )
12 12 12

Como C1 = C2 = C3 podemos designar todos por X e substituir na expressão que


obtivemos em cima.
in1 in2 in3
C = X (1 - _____) + X (1 - _____) + X (1 - _____)
12 12 12

donde:
12 C
_____________________ 21
X =
12 x 3 - i (n1 + n2 + n3)

Substituindo virá:

12 x 6500
_____________________
X =
12 x 3 - 0,25 (3 + 6 + 12)

X = 2536,59€
O valor nominal de cada uma das letras será de 2 536,59€

Empréstimo Bancário
Consiste na entrega de fundos por parte de uma instituição bancária a um cliente, 21
por um certo prazo, determinado no contrato, comprometendo-se o cliente a pagar juros e
a reembolsar o banco, nas condições previamente fixadas.
O banco pode exigir garantias de reembolso, tais como:
 Caução — realizada através de títulos de crédito, hipotecas, ações,
obrigações ou outros valores;
 Livrança — título de crédito, subscrito pelo cliente, e que constitui uma
promessa de pagamento do empréstimo obtido.

Remuneração de Empréstimos
Os empréstimos vencem juros, que são suportados pelos particulares e/ou
empresas que os solicitam. Estes juros são cobrados postecipadamente, isto é, vencem-se
juntamente com a anuidade ou semestralidade e são calculados sobre o valor inicial do
empréstimo, recorrendo-se à fórmula:
j= cni
Estes empréstimos estão, igualmente, sujeitos a outros encargos:

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 Imposto do selo
O Imposto do Selo incide sobre os atos, contratos, documentos, títulos, livros, papéis e outros factos,
previstos na Tabela Geral, ocorridos em Portugal e não sujeitos ou isentos de IVA.
Os factos acima mencionados serão ainda sujeitos a Selo se, ocorridos fora de Portugal, quando
forem apresentados para efeitos legais em Portugal.
Incidência Taxa/Valor
Aquisição de imóveis 0,8%
Aquisição gratuita de bens por pessoas singulares (sucessões e doações) 10%
Arrendamento ou subarrendamento (sobre um mês de renda) 10%
Contratos não especialmente previstos - por cada um €5 22
Garantias (exceto se acessórias de
contratos especialmente previstos na Prazo < 1 ano - por cada mês ou fração 0,04%
Tabela):
Garantias (excepto se acessórias de
contratos especialmente previstos na Prazo < 1 ano - por cada mês ou fracção 0,04%
Tabela):
Prazo >= 1 ano 0,5%
Sem prazo ou prazo >= 5 anos 0,6%
Utilizações de crédito: Prazo < 1 por cada mês ou fracção 0,04%
Prazo >= 1 ano 0,5%
Prazo >= 5 anos 0,6%
Prazo não determinado (v.g. conta 22
corrente) - por mês sobre a média mensal 0,04%
da dívida
Operações efectuadas por instituições
Juros, incluindo desconto de letras 4%
financeiras:
Comissões por garantias prestadas 3%
Outras comissões por serviços financeiros 4%
Comissões por mediação de seguros 2%
Letras e livranças sobre o valor com mínimo de € 1 0,5%
Constituição de sociedades, sobre o capital 0,4%
Aumento de capital em espécie (sobre o aumento) 0,4%
Transferência da sede de fora da UE para Portugal (sobre o valor dos bens) 0,4%
Trespasse de estabelecimento 5%

Assim, o total de juros e encargos suportado pelo cliente será:

Encargos = Juro + Imposto do Selo

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RENDAS
A periodicidade dos vencimentos de um capital é vulgar na atividade financeira de
acordo com a seguinte definição:
Renda é um conjunto de pagamentos ou recebimentos em dinheiro,
equidistantes no tempo.
Os capitais podem ser todos iguais ou todos diferentes.
Cada um destes capitais, vencíveis periodicamente, designa-se por termo de renda.
Ao intervalo de tempo que decorre entre dois termos sucessivos chama-se período da
renda: 23
Anuidades - Se o período da renda for um ano.
Semestralidades - Se o período da renda for de seis meses.
Trimestralidades - Se o período da renda for de três meses.
Mensalidades - Se o período da renda for de um mês.

As rendas podem classificar-se segundo vários critérios:


- Rendas ANTECIPADAS
Os termos vencem-se no início de cada período.
Quanto ao vencimento dos - Rendas POSTCIPADAS
seus termos Os termos vencem-se no final de cada período.
- Rendas IMEDIATAS
Iniciam-se no momento zero ou seja no próprio
momento a que se refere o seu valor actual. 23

Quanto ao momento de - Rendas DIFERIDAS


referência Iniciam-se um número de períodos após o
momento zero.

- Rendas de AMORTIZAÇÃO
Amortizam uma dívida anteriormente contraída.
- Rendas de CAPITALIZAÇÃO
Destinam-se à formação de um capital
Quanto ao objectivo acumulado.
- Rendas de REMUNERAÇÃO
Destinam-se a remunerar a colocação de um
capital ou de uma prestação de serviço.
- Rendas CONSTANTES
Os termos da renda apresentam sempre o
Quanto ao valor dos seus termos mesmo valor.
- Rendas VARIÁVEIS
Os termos estão em progressão geométrica ou em
progressão aritmética.

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RENDAS INTEIRAS E CONSTANTES


Rendas imediatas de termos postcipados
Suponhamos uma renda anual e constante resultante do pagamento de um
empréstimo.
Consideremos uma renda inteira com n termos constantes e unitários.
Valor acumulado
Sendo Sn┐i o valor acumulado temos:
2 n-2 n -1
24
Sn┐i = 1 + (1 + i) + (1 + i) + ... + (1 + i) + (1 + i)
Como o segundo membro representa a soma dos termos de uma progressão
geométrica crescente de razão igual a (1 + i), virá:
n x r - 1
_____________
S=
r-1
Substituindo, temos:
n-1
(1 + i) x (1 + i) -1
_____________________________
Sn┐i =
(1 + i) - 1
24

n
(1 + i) -1
________________
Sn┐i =
i
Se agora considerarmos que os termos de renda são de C unidades de capital teremos
como valor acumulado S:
n
(1 + i) - 1
________________
S = C x Sn┐i <=> S = C x
i
O capital acumulado S é igual à soma dos valores acumulados dos seus termos.
Se a equação anterior for resolvida em ordem a C (termo de renda), virá:
1 i
_____ ________________
C=Sx <=> C = S x
Sn┐i n
(1 + i) - 1

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- Valor Atual
O valor do termo de renda C (Anuidade) pode ser determinado, não só em função do
capital acumulado, mas também em função do valor atual.
-1 -2 -(n - 1) -n
Sendo an┐i = (1 + i) + (1 + i) + ... + (1 + i) + (1 + i)

O segundo membro representa a soma dos termos de uma progressão geométrica


-1
decrescente de razão igual a (1 + i)
25
n x r - 1
an┐i = _____________
r-1
Substituindo, vem:
-n -1 -1
(1 + i) x (1 + i) - (1 + i)
an┐i = _________________________________
-1

(1 + i) - 1
-n
(1  i ) 1

(1  i ) 1  i 25

an┐i = _______________________
1 1 i

1 i 1 i
-n
(1  i )  1
1 i
an┐i = ________________
11 i
1 i

-n
(1  i )  1
an┐i =
i
-n
1  (1  i )
an┐i =
i
ou

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n
(1  i )  1
an┐i =
(1  i ) n i

Entre Sn┐e an┐ podemos estabelecer a seguinte relação:


an┐i = (1 + i) n x Sn┐i  Sn┐i= (1 + i) n x an┐i
Se considerarmos que os termos de renda são de C unidades de capital teremos como
valor atual A:
26
1  (1  i )  n
A = C x an┐i  A = C x
i
Se a equação anterior for resolvida em ordem a C virá:

1
1
(1  i ) n (1  i ) n  1 i (1  i ) n
A= Cx  A=Cx  C = A x
i i (1  i ) n (1  i ) n  1
i (1  i ) n
Designando por (an┐i ) 1 virá:
(1  i )  1
n

C = A x (an┐i ) 1
Exemplos: 26

1 - Um comerciante contraiu um empréstimo de 15 000,00€, à taxa de 20%, a pagar


no prazo de 8 anos.
A partir do fim do primeiro ano, o comerciante deposita uma certa importância numa
instituição bancária, à taxa de 18%, de modo a constituir um certo montante que faça face ao
reembolso do empréstimo.
Pede-se o cálculo de cada uma das anuidades.
Resolução:
O valor a pagar no final de 8 anos será:
S8 = C (1 + i) n <=> S8 = 15 000 (1 + 0,2) 8 <=> S8 = 64 497,25€

O valor da anuidade é:
1
C = Sn x ____
Sn┐i

1
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_________
C = 64497,25 x
S8┐0,18
1
C = 64497,25 x
15,32699
C = 4 208,08€

2 - Um comerciante pretende amortizar, durante 8 anos e à taxa anual de juro


composto de 20%, um empréstimo de 10 000,00€
Qual o montante da anuidade constante a pagar?
27
Resolução:
1
C= _____
<=>C = A x (an┐i) 1
an┐i
Substituindo, vem:
C = 10000 x (a8┐0,2) 1
C = 10000 x 0,260609
C = 2606,09€

Rendas imediatas de termos antecipados


Suponhamos uma renda anual e constante resultante de um depósito efetuado todos os
anos. 27

Consideremos uma renda inteira com n termos constantes e unitários.


As rendas de capitalização destinam-se à formação de um certo capital acumulado.
->Valor acumulado
..
Sendo S n┐i o valor acumulado temos:
..
2
S n┐i = (1 + i) + (1+i) + ... + (1+i) n1 + (1 + i) n
pondo (1 + i) em evidência, vem:
..

S n┐i = (1 + i) x 1 + (1 + i) + ... + (1 + i) n2 + (1 + i) n1  (1)


A expressão que aparece dentro de parêntesis retos representa a soma de uma
progressão geométrica de razão (1 + i), portanto, como sabemos, aplicamos a fórmula da
soma de progressões geométricas:
n x r - 1
_____________
S=
r–1
e ficará:

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n 1
(1  i ) x (1  i )  1
S=
(1  i )  1

(1  i ) n  1
S=
i
Substituindo na expressão (1), temos:

.. (1  i ) n  1
S n┐i = (1 + i) x i
28
(1  i ) n  1
E como = Sn┐i virá:
i

..

S n┐i = (1 + i) x Sn┐i
Se agora considerarmos os termos de renda iguais a C unidades de Capital teremos como
valor acumulado:
..
S=Cx S n┐i
ou
S = C x (1 + i) x Sn┐i
28
Se a equação anterior for resolvida em ordem a C virá:
S 1 i
_____ _____ ________________________
C= <=> C = S x <=> C = S x
.. ..

S n┐i S n┐i (1 + i) n - 1 x (1 + i)

 Valor atual

Sendo än┐i o valor de uma renda imediata e antecipada temos:

än┐i = 1 + (1 + i) 1 + (1 + i) 2 + ... + (1 + i)  ( n 2 ) + (1 + i)  ( n 1)

Trata-se da soma dos termos de uma progressão geométrica decrescente de razão igual a (1 + i) 1 .

Então virá:
(1  i )  ( n 1) x (1  i ) 1  1 (1  i )  n  1 (1  i )  n  1
än┐i =  än┐i =  än┐i = 
(1  i ) 1  1 (1  i ) 1  1 1
1
1 i

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(1  i )  n  1 1  (1  i )  n
<=>än┐i =  än┐i = x (1  i )
11 i i
1 i

1  (1  i )  n
E como = an┐i temos:
i

än┐i = (1 + i) x an┐i
29
ou:
än┐i = 1 + (1 + i) 1 + (1 + i) 2 + ... + (1 + i)  ( n 2 ) + (1 + i)  ( n 1)

Se representarmos (1 + i) 1 por  vem:

än┐i = 1 +    2 ... n2   n1


em que:
1 +    2 ... n2   n1
representa a soma dos termos de uma progressão geométrica de razão igual a  :

 n 1 x  1
än┐i = <=>
 1 29

än┐i =  1
n

 1

Se considerarmos que os termos de renda são de C unidades de capital teremos como valor
actual A:

A = C x än┐i<=> A = C x (1 + i) x an┐i

Se a equação anterior for resolvida em ordem a C, virá:

A i
C= /än┐i<=>C = A x
(1  (1  i ) n ) x(1  i )
ou:
A
C= /(1 + i) xan┐i<=>C = A x (1 + i) 1 x (an┐i) 1
EXEMPLOS:

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Ano Letivo 2016/2017
1 - Um comerciante deposita anualmente 400,00€, em regime de capitalização composta, à
taxa de 12%.
Qual a quantia acumulada ao fim de 10 anos sabendo que o depósito é feito no início de cada
ano?
Resolução:
Trata-se de uma renda imediata e antecipada.

S = C x (1 + i) x Sn┐i
S = 400 x (1 + 0,12) x S10┐0,12
S = 400 x 1,12 x 17,5487 30
S = 7861,82€

2 - Determinar o valor atual de uma renda imediata e antecipada de 500,00€ por ano à taxa
de 12% durante 8 anos.
Resolução:
A = C x (1 + i) x an┐i
A = 500 x (1 + 0,12) x a8┐0,12
A = 500 x 1,12 x 4,96764
A = 2781,88€

Rendas diferidas de termos postcipados


As rendas diferidas iniciam-se um número de períodos após o momento em que se considera 30

o seu valor atual.


Consideremos uma renda inteira com n termos constantes e unitários.
Sendo t|an┐i o valor atual temos:

t|an┐i = 1  i )  ( t 1)  (1  i )  ( t 2) ...(1  i )  ( t n)

Trata-se da soma dos termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1  i ) 1 :

(1  i )  ( t n ) X (1  i ) 1  (1  i )  ( t 1)
t|an┐i =
(1  i ) 1  1

Após o seu desenvolvimento, virá:

1  (1  i )  n
t|an┐i = X (1  i )  t
i

1  (1  i )  n
e como é igual a an┐i será:
i

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Ano Letivo 2016/2017
t
t|an┐i = (1 i ) x an┐i

Generalizando, temos:

A = C x (1 + i)  t x an┐i

Rendas diferidas de termos antecipados


Consideremos, novamente, uma renda inteira com n termos constantes e unitários:

t|än┐i = (1  i ) 1  (1  i )  ( t 1) ...(1  i )  ( t n1) 31

Trata-se da soma dos termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1  i ) 1

(1  i )  ( t  n 1) X (1  i ) 1  (1  i ) 1
t|än┐i =
(1  i ) 1  1

Desenvolvendo vem:

1  (1  i )  n
t|än┐i = (1 + i)  t x (1 + i) x
i

1  (1  i )  n
E como = an┐i e
i
31
n
1  (1  i )
x (1 + i) = än┐i virá:
i

t|än┐i = (1 + i)  t x (1 + i) x an┐i
ou
t|än┐i = (1 + i)  t x än┐i

Generalizando, virá:

A = C x (1 + i)  t x än┐i

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