Você está na página 1de 38

Maria Luísa Alves

Mariana Ribeiro 11

A REVOLUÇÃO
FRANCESA
“Liberté, Egalité, Fraternité”

História A
1
ÍNDICE
❖ Capa
❖ Introdução
❖ Contextualização/os Antecedentes ❖ O radicalismo republicano e jacobino
❖ Clero e Nobreza ❖ A Revolução
❖ Terceiro Estado ❖ A República
❖ A conjuntura económica e financeira ❖ O triunfo da Revolução Burguesa
❖ A conjuntura económica e financeira: ❖ Prosseguimento de guerra
Agricultura ❖ Do Consulado ao Império
Comércio Napoleão Bonaparte
Indústria Napoleão, Reconciliação Nacional
❖ A inoperância do poder político e o agravamento das tensões sociais ❖ Resumo/Conclusão
❖ Medidas propostas pelos ministros de Luís XVI para resolver a crise financeira ❖ Bibliografia/Webgrafia
“O Antigo Regime em França” ❖ Contra-capa
❖ A Reunião dos Estados Gerais
❖ A Assembleia Nacional Constituinte
❖ Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
❖ A Tomada da Bastilha
“Abolição dos Direitos Feudais”
❖ Constituição do Clero
❖ Monarquia Constitucional
Clima de descontentamento
2
Introdução
A Revolução Francesa, um dos maiores
acontecimentos da humanidade, foi um processo
revolucionário inspirado em ideais iluministas contra a
monarquia absolutista, motivado pela situação de
crise a qual a França se deparava no final do século
XVIII.
Foi a maior de todas as revoluções liberais, quer pelos
extraordinários acontecimentos que lhe deram corpo,
quer pela enorme repercussão que teve. O processo
revolucionário francês foi longo (1789-1804). Dele
resultou uma nova ordem sociopolítica: o Liberalismo.
Primeiro Estado (Clero)

Contextualização/
os Antecedentes
Segundo Estado (Nobreza)
A partir de 1770, a França passou por
um período de grande agitação
política e instabilidade social. O seu
regime político e social era
profundamente injusto e desigual, já
que assentava numa monarquia
absoluta de direito divino e na velha Terceiro Estado
sociedade de ordens (tradicionalista).

Fig. 1 Pirâmide segundo a


importância das ordens
sociais
Clero e Nobreza
Os grupos privilegiados representavam 2% da
população. O destaque sobre a desigualdade e
injustiça cai para as isenções de impostos que
ambas as classes possuíam e para o direito de
alguns nobres de poderem cobrar impostos
dos camponeses que trabalhavam em suas
terras (prerrogativas senhoriais).

Mas para além disso: detinham 50% do solo francês;


ocupavam os mais importantes cargos políticos,
diplomáticos, militares, administrativos e religiosos;
possuíam foro próprio.

Fig. 2 A sociedade de ordens do século XVIII


Terceiro Estado
Representava 98% da população, e era
constituído pelos contribuintes, que
suportavam uma pesada carga fiscal e não
possuíam quaisquer direitos políticos.

- Camponeses
- Povo Urbano
- Burguesia

Fig. 2 A sociedade de ordens do século XVIII


AGRICULTURA

Um conjunto de maus
A conjuntura anos agrícolas afetara
as culturas da vinha e
económica e dos cereais e a criação
de gado. Reaparece,
então, a psicose da
financeira fome. Consequência:
subida dos preços,
carestia e inflação.
Fig. 3 Preço do trigo e produção têxtil (1786-1789)
COMÉRCIO

Registara-se uma quebra no

A conjuntura comércio colonial, provocada pela


Guerra dos 7 anos, pela perda de
muitas colónias, mas, sobretudo,

económica e pelo fracasso de alguns tratados de


comércio internacional celebrados
com vista ao incremento das

financeira exportações francesas.


Consequência: aumento das
importações e agravamento do
défice da balança comercial.
Fig. 4 O orçamento do Estado Francês em 1788
INDÚSTRIA

Vive-se uma crise industrial,


A conjuntura em consequência dos tratados
de comércio. A concorrência
inglesa foi fatal para a
económica e indústria francesa.
Consequência: aumento do
desemprego, baixa dos
financeira salários, fome, instabilidade
social.

Fig. 5 Fomes em massa nos finais do século XVIII


A crise económica trouxe o descontentamento geral; agravaram-se as
tensões entre o Terceiro Estado e as ordens privilegiadas; (e) cresceu o ódio
popular contra a nobreza.
As más condições de vida (crise económica e financeira) trazem
instabilidade social, à qual Luís XVI não consegue dar resposta. Cientes da
gravidade da situação, bem como da urgência em aumentar as receitas
públicas, vários ministros de Luís XVI esboçaram algumas tentativas de
reforma fiscal (1), que inevitavelmente passavam pelo aumento da carga
fiscal e pela extensão às ordens privilegiadas da obrigação de pagar
impostos, nomeadamente de um imposto- a “subvenção territorial”-, que
incidia sobre as rendas fundiárias…
(1) próximo diapositivo
Medidas propostas pelos
ministros de Luís XVI
para resolver a crise financeira

Datas Ministros Medidas propostas


1774 Turgot Extinção das corveias
1776 Proposta de subvenção territorial

1776 Necker Redução das despesas da casa real


1781 (popular entre o Terceiro Estado) Revisão das receitas dos impostos

1783 Calonne Redução das despesas


1787 Aumento dos impostos

1787 Brienne Retoma as medidas dos anteriores


1788

1788 Necker Elabora o último orçamento do Antigo


1789 Regime
Volta a propor a subvenção territorial
A estas ideias reformistas, tanto os parlamentos (tribunais
regionais) como as assembleias de notáveis (órgãos controlados
pela nobreza) manifestaram sempre uma forte oposição.
“A miséria do povo não se deve às isenções fiscais dos privilegiados, mas
à incompetência do rei.”
Consequentemente ao clima tenso de revolta e ódio, deu-se um
conjunto de violências e pilhagens (com ataques a senhores e
assaltos a castelos).
O Antigo Regime em França
"(...) A causa principal da queda da monarquia foi o seu falhanço em se libertar dos
laços da hierarquia social e transformá-los numa base de suporte mais ampla. (...) O
esforço mais sistemático de todos, o programa de Calonne de 1787, chegou demasiado
tarde, e com nuances de autoritarismo que lhe renderam a fatal acusação de
despotismo. Ironicamente, os esforços da coroa
para aumentar os seus recursos, para encontrar parceiros políticos mais maleáveis do
que as ordens privilegiadas, terminou com a ressurreição do único corpo que colocava
mais perigos à autoridade régia, os Estados Gerais.
Em setembro de 1788, apenas uma coisa era clara: independentemente do que o futuro
reservava, o Antigo Regime estava a chegar ao fim(...).”
William Doyle, Old Regime France: 1648-1788, Oxford University Press, UK, 2001
A reunião dos
Estados Gerais
(5 de maio de 1789)

Fig. 6 Reunião dos Estados Gerais, 5 de maio de 1789

O Rei convocou os Estados Gerais para, então, procurar uma


solução para a crise. Nesta, todos poderiam apresentar as suas
reclamações, elaborando cadernos de queixas; o Terceiro Estado
aproveitou para apresentar a sua oposição ao sistema tradicional
de votação, defendendo o voto por cabeça.
Fig. 7 Abertura dos Estados Gerais em Versalhes
1ª fase da Revolução
Face à intransigência dos privilegiados e à
indecisão real, os deputados do Terceiro Estado
proclamam-se Assembleia Nacional (17 junho).

A 20 de junho, o mesmo jurou não se separar até


redigir uma Constituição para a França, ficando
esse episódio conhecido como o Juramento da
Sala do Jogo da Pela.

Fig. 9 Assinaturas dos deputados

ASSEMBLEIA NACIONAL
CONSTITUINTE
Decretou a abolição
dos privilégios
feudais

Aprovou a Publicação da Aprovou uma


Constituição Civil do Declaração dos Constituição para a
Clero – confisco e Direitos do Homem França– 1791
nacionalização dos e do Cidadão
Fig. 8 Juramento do Jogo da Péla
bens da Igreja Católica
Declaração dos
Direitos do Homem
e do Cidadão (1789)
❏ Os direitos individuais e coletivos dos Homens são
universais;
❏ Liberdade individual, de opinião e imprensa, de culto
ou de religião;
❏ Direito à propriedade, à segurança, à resistência à
opressão, (e) a julgamento justo.

Artigo I- “Article Premier”


“Os homens nascem livres e iguais em
direitos. As distinções sociais só
podem fundamentar-se na utilidade
comum.”

Fig. 10 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão


A TOMADA
DA
BASTILHA
A 14 de julho, dá-se o acontecimento mais
simbólico da revolução. A Guarda Nacional
juntamente com o povo de Paris revoltado com
a subida do preço do pão e a desconfiança do
rei face à Assembleia Nacional Constituinte,
desencadeia um motim no qual vai invadir e
tomar a prisão-fortaleza da Bastilha símbolo da
repressão, do absolutismo e do Antigo Regime

Fig. 11 Tomada da prisão da Bastilha


A 4 de agosto a ANC decreta a abolição de todos os direitos e privilégios feudais
(de índole pessoal):
➢ eliminavam-se as corveias bem como outras servidões pessoais;
➢ a mão morta (os camponeses nada podiam ter de seu, pelo que, à sua
morte, os bens revertiam para os senhores, tendo os herdeiros de os
comprar novamente);
➢ (e) a dízima e as jurisdições privadas, sem qualquer indemnização. Já
para as rendas e os foros estabelecia-se a possibilidade do seu resgate.
Consagrava-se a igualdade fiscal das ordens. A sociedade do Antigo Regime,
baseada no privilégio, dava lugar a uma sociedade baseada na igualdade de
todos perante a lei.

Abolição dos Direitos Feudais


"Decretamos que todos os direitos feudais serão resgatados pela comunidade, em
dinheiro ou trocados por uma justa avaliação (...) calculada conforme o rendimento de
um ano comum. (...) Que as corveias senhoriais, a mão morta e outros serviços pessoais
serão extintos sem indenização."

Discurso do presidente da Assembleia Nacional a 4 agosto de 1789


Constituição
do Clero

Com a Revolução Francesa, o clero perde os seus recursos próprios.


A 2 de novembro de 1789 é declarada a abolição da dízima e nacionalização de
todos os bens da Igreja. Sem rendimentos, o clero é reorganizado através da CCC de
12 de julho de 1790, que regulamenta o novo estatuto da Igreja.
Os membros do clero secular são colocados na dependência do Estado, adquirindo
a qualidade de funcionários públicos e assalariados; já o clero regular é
condenado à extinção, com a supressão das ordens religiosas e o encerramento
dos conventos.
A descristianização da sociedade
Herdeiros do pensamento iluminista
ateu ou deísta, os revolucionários
franceses foram anticlericais,
defenderam a descristianização da
sociedade, a substituição da fé
cristã pelo culto do Ser Supremo e
converteram as antigas festas
religiosas em novas festas cívicas.

Fig. 12 A extinção das Ordens Religiosas- Frades


e Freiras abandonam os conventos e mosteiros
Poder Judicial: Tribunal Superior
Em dezembro de 1791 é publicada a Juízes eleitos e independentes.

(PRÓXIMO DIAPOSITIVO)
DESCONTENTAMENTO…
CLIMA DE
Constituição, instaurando-se a
Monarquia Constitucional. Poder Executivo: Rei
● Consagra-se a divisão dos poderes; Passa a ter direito de veto, com o qual suspendia a
● Estabelece-se o princípio da vigência das leis votadas na Assembleia Legislativa;
soberania nacional (a Nação é podia escolher e demitir os ministros (não obstante as
suas decisões terem de ser sempre referendadas por
soberana, não o Rei); um deles); comandava o exército e a marinha;
● O Rei é o primeiro magistrado da declarava a paz e a guerra. O rei passava a ser o
Nação e jura ser fiel à Constituição. primeiro funcionário do Estado, tendo de governar em
fiel cumprimento da Constituição. Embora inviolável e
sagrado, deixava de governar arbitrariamente.

Neste regime, o chefe máximo do poder


executivo era o rei, e este tinha de governar de
acordo com os limites da constituição:

Monarquia
Poder Legislativo: Constitucional
Assembleia legislativa (1789-1792)
Eleita pela nação por 2 anos - votava as
leis, o orçamento e os impostos.
Elaborada a Constituição, dissolveu-se a Assembleia Nacional Constituinte
e convocaram-se eleições para a primeira Assembleia Legislativa.
Clima de Entre as antigas classes privilegiadas, a oposição era generalizada.
Logo após o início da Revolução, milhares de nobres tinham abandonado o
descontentamento país e passado a conspirar junto dos monarcas estrangeiros contra o novo
regime revolucionário. O descontentamento do povo tinha outras razões.
Sem ter visto a sua situação melhorar (somente a burguesia viu os seus
interesses satisfeitos; foram, inclusive, proibidas as greves e as associações
operárias) e marginalizado politicamente (a maioria dos populares eram
cidadãos passivos), o povo, sobretudo o das cidades, achava que a
Revolução não podia parar.
O radicalismo
2ª fase da Revolução

republicano e jacobino:
a obra da Convenção
A Assembleia Legislativa iniciou os seus trabalhos em outubro
de 1791, num ambiente de grande perturbação política e social.
As razões são as disputas político-ideológicas entre as várias
fações revolucionárias e entre estas as forças
contra-revolucionárias (apoiantes do Rei e do Antigo Regime)
que tornaram iminente uma guerra civil. O aumento do
descontentamento social provocado pela crise económica
trouxera mais distúrbios e motins. Elementos extremistas e
revolucionários do povo- os sans culottes (artesão e pequenos
comerciantes), entendem que a revolução deve servir os
interesses do povo e não os da alta burguesia como até aí.

Há uma real ameaça de invasão estrangeira, por parte da Áustria


e da Prússia que, receando que o movimento alastrasse aos
seus países, se preparam para invadir a França.

Fig. 13 Sans-culottes
Poder Judicial: Tribunal Superior
Em dezembro de 1791 é publicada a Juízes eleitos e independentes.

(PRÓXIMO DIAPOSITIVO)
DESCONTENTAMENTO…
CLIMA DE
Constituição, instaurando-se a
Monarquia Constitucional. Poder Executivo: Rei
● Consagra-se a divisão dos poderes; Passa a ter direito de veto, com o qual suspendia a
Estabelece-se o princípio da

O
● vigência das leis votadas na Assembleia Legislativa;
soberania nacional (a Nação é podia escolher e demitir os ministros (não obstante as

S
suas decisões terem de ser sempre referendadas por
soberana, não o Rei);

S
um deles); comandava o exército e a marinha;
● O Rei é o primeiro magistrado da declarava a paz e a guerra. O rei passava a ser o

A
Nação e jura ser fiel à Constituição. primeiro funcionário do Estado, tendo de governar em

C
fiel cumprimento da Constituição. Embora inviolável e
sagrado, deixava de governar arbitrariamente.

F R
Neste regime, o chefe máximo do poder
executivo era o rei, e este tinha de governar de
acordo com os limites da constituição: A Monarquia
Poder Legislativo: Constitucional
Assembleia legislativa (1789-1792)
Eleita pela nação por 2 anos - votava as
leis, o orçamento e os impostos.
Poder Judicial: Tribunal Superior
Em dezembro de 1791 é publicada a Juízes eleitos e independentes.

(PRÓXIMO DIAPOSITIVO)
DESCONTENTAMENTO…
CLIMA DE
Constituição, instaurando-se a
FRACASSO
Monarquia Constitucional. Poder Executivo: Rei
● Consagra-se a divisão
- Os dos poderes; conspiravam
emigrados a partir do exterior contra a revolução,
Passa a ter direito de veto, com o qual suspendia a
● Estabelece-se o princípio da vigência das leis votadas na Assembleia Legislativa;
apelando
soberania nacional (a Nação aos
é reis e aos exércitos
podia escolherdas potências
e demitir estrangeiras,
os ministros (não obstante as
suas decisões terem de ser sempre referendadas por
soberana, não o Rei);
● opositoras
O Rei é o primeiro magistrado da da revolução,um como
deles);acomandava
Prússia eo exército
a Áustria;
e a marinha;
declarava a paz e a guerra. O rei passava a ser o
Nação e jura ser fiel à Constituição. primeiro funcionário do Estado, tendo de governar em
fiel cumprimento da Constituição. Embora inviolável e
- Eclodiram revoltas realistas e aristocráticas
sagrado, deixava de governar arbitrariamente.

contra-revolucionárias.
Neste regime, o chefe máximo do poder
executivo era o rei, e este tinha de governar de
acordo com os limites da constituição:
- Fuga falhada do rei e da família real, detidos junto à fronteira com
Monarquia
a Áustria; o rei foi acusado de conspirar contra a revolução e foi
preso;
Poder Legislativo: Constitucional
Assembleia legislativa (1789-1792)
Eleita pela nação por 2 anos - votava as
leis, o orçamento e os impostos.
A REVOLUÇÃO
Detido na sua tentativa de fuga, Luís XVI e a família são
conduzidos a Paris e instalados no Palácio das
Tulherias. Em 1792 uma comuna insurrecional assalta o
Palácio, o rei é preso e destituído de funções pela
Assembleia Legislativa, a Constituição suspensa, o
poder é assumido pela comuna de Paris, que convoca
eleições para uma nova Assembleia- a futura
Convenção- a eleger por sufrágio universal.

Fig. 14 A detenção da família real, em Varennes


A REPÚBLICA
Fig. 15 Georges Jacques Danton
Em setembro de 1792 a Convenção, novo órgão legislativo revolucionário proclama
a República. Contudo, duas fações se desenham traduzindo projetos políticos
antagónicos:
- os mais moderados, os girondinos;
- os mais radicais, os montanheses, entusiastas de uma república
democrática (com a participação de todos os cidadãos), e popular, (para servir os
interesses do povo).
A prisão do rei (1792) e mais tarde a execução do rei (1793) provocou uma enorme
indignação dentro e fora da França. No exterior o país debatia-se com uma
Fig. 16 Maximilien de Robespierre coligação de países, entre os quais Áustria, Prússia, Inglaterra, Espanha, que assim
reagiam à política de anexações territoriais da Convenção e à execução de Luís
XVI. Com a revolução em perigo e as fronteiras a ceder, a Convenção radicaliza-se
constituindo-se um novo governo de maioria "montanhesa", onde sobressaíam
líderes como Danton, Marat e Robespierre.

Fig. 17 Jean-Paul Marat


O triunfo da Revolução Burguesa
A Convenção montanhesa instala o regime do "Terror" no
qual os suspeitos de serem anti-revolucionários eram
condenados em julgamentos sumários e executados na
guilhotina. Calcula-se em 40 000 as vítimas desse terror.
A fase mais radical e violenta da Revolução Francesa
termina em 1794, e iniciava-se o triunfo da Revolução
Burguesa.

Entre 1794 e 1795, a Convenção manteve-se como


assembleia legislativa. Passou a ser dominada por
elementos mais moderados. Os novos deputados
defendiam os interesses da burguesia, por isso se diz que
à república popular sucedeu uma república burguesa.
Prestes a terminar funções, a Convenção aprovou uma
nova Constituição – a Constituição do ano III, mais
conservadora de que de 1791 e 1793 de matriz liberal,
destinada a restabelecer a ordem e a paz.

Fig. 18 Execução da guilhotina


O triunfo da Revolução Burguesa

Fig. 19
O triunfo da Revolução Burguesa

Fig. 19 Organigrama da Constituição do Ano III (22 de agosto de 1795)

Uma nova etapa da revolução se iniciava: o Diretório.


Os anos do Diretório (1795/99) corresponderam a um período de agitação e
instabilidade social. Houve um agravamento da crise económica: os contrastes sociais
eram chocantes. Enquanto os assalariados sofriam com a liberalização da economia
após a revogação da lei do máximo (que defendia a fixação de preços e salários), os
novos-ricos exibiam-se sem pudor.
A oposição e a conspiração dos monárquicos (realistas) e jacobinos (radicais) não
davam tréguas ao Diretório, que se via obrigado a uma atitude repressiva e à força
militar para abafar as conspirações ou anular resultados eleitorais desfavoráveis.
Entretanto, com o contributo
Prosseguimento de do jovem general Napoleão
Bonaparte, a França alcançou
guerra uma série de vitórias militares:
no Piemonte, na Lombardia, no
ducado de Mântua e na Áustria
que culminaram com a
assinatura do tratado
Campo-Fórmio.
Com os tributos cobrados aos
povos vencidos, a França pode
reequilibrar o orçamento.
O Diretório deu assim
continuidade à política de
anexações territoriais e
propaganda revolucionária.
O tratado de Campo Fórmio foi
assinado a 17 de outubro de
1797. Assinado entre Francisco
II, Imperador
romano-germânico, e a
República Francesa, vitoriosa
Fig. 20 e 21 Napoleão Bonaparte
ao final da campanha contra a
Primeira Coligação, a 17 de
outubro de 1797.
Prosseguimento de
guerra
Esta política teve como
consequência a constituição
de uma segunda coligação
estrangeira contra a França
por parte da Inglaterra, Áustria,
Estados alemães, Prússia e
Rússia), não evitou contudo a
nível interno a eclosão de
vários golpes militares o último
dos quais daria fim ao
desacreditado Diretório: foi o
18 do Brumário (9 de
novembro de 1799), dirigido por
Napoleão Bonaparte.

Fig. 20 e 21 Napoleão Bonaparte


DO
CONSULADO
AO IMPÉRIO
Após o 18 do Brumário, o poder executivo foi entregue a
uma comissão formada por três cônsules, Consulado, no
qual pontificava Napoleão. Era um governo republicano,
com poder partilhado embora a Constituição de 1799
previsse a possibilidade de ele vir a concentrar-se. E, com
efeito, durante a sua vigência (1799/1804), vai assistir-se
ao reforço progressivo do poder pessoal de Napoleão.
Fig. 22 “Da revolução francesa ao império
de Napoleão”
Napoleão foi nomeado 1° Cônsul por dez anos, tornando-se o chefe do
poder executivo.

A Constituição de 1802 proclama-o Cônsul vitalício. O Senado


proclama-o Imperador hereditário, e em 1804 coroa-se Imperador, em
Notre-Dame, na presença do Papa Pio VII.

Era o fim da República e o início do Império.


Do Consulado ao Reforma do ensino
Império– Napoleão,
Reconciliação Criação dos liceus para acolher os filhos da
burguesia, de quem se esperava mais tarde devoção

Nacional ao serviço do Estado.

● Fim das perseguições aos republicanos


Recuperação financeira
radicais, desde que dispostos a servir poder; > Lançamento e novas contribuições diretas;
● Fim do diferendo com a Santa Sé e a > Criação do banco da França;
assinatura da concordata (1801), que garantia > Criação de uma nova moeda - o franco.
a confissão católica.

Napoleão sempre procurou dar ao seu governo


uma aparência democrática. Na realidade, tratou-se
Centralização de uma ditadura do tipo monárquico.
Poderemos considerar este período um
administrativa regresso ao Antigo Regime? À partida não.
Porque a sua base de apoio foi a burguesia e não a
aristocracia.
Os funcionários da administração local
passaram a ser nomeados pelo governo Depois, durante quinze anos em que esteve no
(ex: os maires). poder, Napoleão procurou consolidar as conquistas
da revolução; mas não consolidou só as conquistas
da revolução, realizou uma obra modernizadora
notável.
Resumindo…
Dentre os principais acontecimentos e informações relativos à Revolução Francesa, podem ser
destacados:
★ A Revolução Francesa retirou sua base ideológica dos ideais iluministas.
★ Antes da revolução, a França era uma monarquia absolutista governada por Luís
XVI.
★ A França vivia uma intensa crise econômica durante as décadas de 1770 e 1780, e
essa, em partes, motivou o início da revolução.
★ O estopim que espalhou o ímpeto revolucionário pela França foi a Queda da
Bastilha, que aconteceu em 14 de julho de 1789.
★ Ao longo da revolução, a França viveu as seguintes fases: Assembleia Nacional
Constituinte, Assembleia Legislativa, Convenção Nacional e Diretório.
★ Os principais partidos eram girondinos, defensores de que medidas conservadoras
fossem realizadas, e jacobinos, defensores de que profundas transformações
sociais, econômicas e políticas acontecessem.
★ Durante o período do terror, os jacobinos, liderados por Maximilien Robespierre,
guilhotinaram milhares de opositores.
★ Os girondinos derrubaram os jacobinos do poder por meio de um golpe conhecido
como Reação Termidoriana.
★ A Revolução Francesa encerrou-se por meio do golpe organizado por Napoleão
Bonaparte e conhecido como Golpe do 18 de Brumário.
BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA
● Manual “Entre Tempos 11- Parte 2”
● Manual “Resumos História A”

● https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-francesa.htm
● Revolução Francesa
● Revolução Francesa
● https://escolakids.uol.com.br/historia/revolucao-francesa-monarquia-constitu
cional-1789-1792.htm
● https://padlet.com/MJRM/HST/wish/262791883
● https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/diretorio.htm
● https://ensina.rtp.pt/explicador/da-revolucao-francesa-ao-imperio-de-napole
ao-h62/
● https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7898/e509818/historia-a-11-ano
● https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7898/e510783/historia-a-11-ano

37
Maria Luísa Alves
Mariana Ribeiro 11

A REVOLUÇÃO
FRANCESA
“Liberté, Egalité, Fraternité”

FIM
Esperemos que
tenha(m) gostado :) 38

Você também pode gostar