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VISÃO
JUVENIL
COMO DRIBLAR OS DESAFIOS DA JUVENTUDE,
SEM ABRIR MÃO DE SEUS PRINCÍPIOS?
VISÃO
JUVENIL
COMO DRIBLAR OS DESAFIOS DA JUVENTUDE,
SEM ABRIR MÃO DE SEUS PRINCÍPIOS?
HISTÓRIA POR DETRÁS DO E-BOOK
Arnaldo Soba | 6
vida dos seus fundadores, o qual, passados mais de 10 anos,
ainda se mostra bastante actual e pertinente.
Boa leitura!
Visão Juvenil | 7
DEDICATÓRIA
Visão Juvenil | 9
Ao Paulo Muanda pela atensiosa revisão linguística, e ao
Daluka pela cuidadosa edição.
2 Só não vos citei porque estava com muito sono, o relógio marcava 03h20
de um Domingo qualquer, a lista de nomes era extensa e o Daluka (editor)
estava por cima de mim porque o cronograma para a confecção do e-book
era curtíssimo.
Arnaldo Soba | 10
ADVERTÊNCIA
Arnaldo Soba | 12
Os casos mais populares que estão longe da verdade são:
relacionamentos efémeros e suas implicações, uma sexualida-
de adulterada, a perda de identidade pela falta de autoconhe-
cimento, o aborto como consequência da dessacralização do
sexo, a falta de patriotismo e a irresponsabilidade dos jovens
para com os seus propósitos de vida.
Importa que o jovem descubra o sentido da sua existência,
de modo a projectar-se, projectar a vida da sua família e da sua
comunidade.
No ‘desfolhar’ de cada página, o autor consegue levar o lei-
tor a reflectir e a questionar-se sobre sua acções.
Este é um e-book que deve ser lido por jovens e entre os jo-
vens, pois, sendo uma bússola, indica o caminho de como po-
demos lidar com os desafios e driblá-los, fomentar debates de
modo a incrementar a capacidade de reflexão e de construção
de argumentos. Ademais, em todas as reflexões (sexualidade,
namoro, jovens, meio ambiente, festas, projecto de vida) são
apontados desafios, dificuldades e, como sempre, apresenta-
das ‘visões alternativas’, sempre doseadas pela Palavra Divina.
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1
SEXUALIDADE E NAMORO
1.1. A sexualidade como expressão da di-
mensão físico-sexual e psíquica
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1.2. O namoro e suas implicações
Apesar do espesso tabu à volta do tema, ainda se afirma
que o namoro continua a ser um “tempo” muito importante
no desenlvovimento da vida sexual dos adolescentes e dos jo-
vens. É, sem dúvidas, um tempo de verdadeiro crescimento.
O namoro permite a aproximação de duas pessoas que não se
conhecem, favorecendo que elas entrem em contacto e que se
relacionem ao longo de um tempo suficiente, com a ideia de,
futuramente, passarem a coabitar e formar uma família cen-
trada no casamento, de acordo com o propósito de Deus (cf.
Génesis 2,24; Mateus 19,4- 6; Efésios 5,31).
Visão Juvenil | 17
Para se começar um namoro na perspectiva cristã, é funda-
mental que se tenha em conta um conjunto de aspectos que,
apesar de nos dias de hoje serem relegados como antiquados,
lhe poderão blindar contra a actual mentalidade secularista4,
como a comunhão com Deus, a maturidade física e espiritual, o
apoio dos pais e, se possível, o apoio de um mentor ou de um asses-
sor espiritual. Deste modo, para que os jovens se possam man-
ter fortes diante dos vários desafios voltados à sensualização
do sexo, sugere-se que cultivem o seguinte:
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2
GRAVIDEZ PRECOCE E O ABORTO
O que faria?
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2.3. Por quê há tantas gravidezes precoces?
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nanceiro –; visto que os jovens, na maior parte das vezes, não
estão preparados para deixar de ser jovens “normais” para se
tornarem nuns papai e mamãe. Podem sentir-se frustrados e
inseguros quanto ao que o futuro lhes reserva. Nalguns casos,
obrigatoriamente os dois terão de parar de estudar para traba-
lhar e terem mais tempo para o futuro bebé. No final, o gosto à
sua habitual rotina, aos estudos, à Igreja e, até mesmo, o amor
a Deus vão escasseando, perdendo-se com isso a característica
vitalidade juvenil5.
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2.6. Não tive outra escolha!
Essa é expressão que muitas jovens e adolescentes (que
abriram mãos de seus valores, princípios e ideais) carregam
dentro de si e respondem às pessoas, com um ar tristonho e
de derrotadas, quando lhes são interrogadas sobre o porquê
de terem decidido abortar. A maior parte dos abortos feitos
por jovens são frutos de uma série de questões, algumas das
quais decorrentes de relaçõe ocasionais, da anulação da res-
ponsabilidade no contexto da liberdade, do conceito “jovial”
– geralmente distorcido – que se tem sobre o sexo e do uso
problemático da nossa sexualidade. Geralmente, questões re-
lacionadas com a gravidez não planeada tendem ao aborto. Às
vezes, para ressalvar a situação em que se encontra, a jovem
decide não “interromper” a gravidez, mas o seu parceiro colo-
ca-a num dilema: “tire a gravidez ou cuidará sozinha”!
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blia se refere não é “simbólica”. Dessa forma, ao ignorar tal
“conselho” podemos experimentar grandes aflições que de outra
forma seriam facilmente evitadas.
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3
OS PERIGOS DA MODA
3.1. Que mal tem em gostar de moda?
É verdade que, em maior ou menor grau, todos gostam de
moda. Entretanto, os jovens, em particular, parecem gostar
em maior grau e, que se lhos diga, constantemente preocupa-
mo-nos em saber se estamos ou não na moda7. Em boa verda-
de, isso, até certo ponto, é normal, atendendo ao facto de nos
querermos manter em boa aparência e, às vezes, querermos
mostrar a nossa elegância através do nosso ego materialista.
Talvez seja por esse motivo que vários jovens chegam a ex-
perimentar, o que nós chamaríamos depressão à moda; por se
sentirem tão diferentes dos outros ao ponto de acharem que
suas roupas não se encaixam às tendências actuais, acabando,
ademais, por se afastarem de seus amigos, dando-se como es-
tranhos porque, para eles, a sua insubstituível identidade não
expressa a identidade de seus grupos sociais.
3.2. A moda
Em todos os tempos e lugares, o jovem sempre foi o fer-
mento da sociedade. Por isso, o dinamismo ou a estagnação
das sociedades sempre foi motivado pela vivacidade juvenil,
sendo esses os grandes “culpados” pelo nascimento da moda
nas várias determinadas épocas históricas – recordemo-nos
da cultura semba, samba, hippie, punk, hip hop, rock e, bem
mais recente, millennials.
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prevalecem numa dada sociedade numa dada época histórica.”8.
Em estatística, moda é o “elemento que mais se repete”.
8 https://pt.wikipedia.org/wiki/Moda
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terminados valores que assumiriam significados diferentes do
grupo ou da sociedade em que a moda nasceu.
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(vertical).
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– só para alcançarem seus objectivos tidos como verdadeiros
ideais.
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-se de que suas roupas enviam a “mensagem correcta”; apresen-tando,
não uma imagem criada pela media ou pelos seus amigos, mas seu ver-
dadeiro eu!
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4
OS DESAFIOS DE SER
UMA JOVEM MULHER
4.1. Jovens-mulheres: um pouco de suas
realidades9
Ainda é comum vermos nos nossos bairros muitas jovens
grávidas, vítimas de falsas promessas e de relações sem quais-
quer compromissos. Algumas para preservarem seus princí-
pios (por exemplo, não abortar), decidem cuidar da gravidez
e do futuro bebé. Despreparadas, são obrigadas a largar seus
estudos e a exercer actividades precárias que, na maior parte
das vezes, não compensam o árduo sacrifício empreendido.
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te social em que vivemos.
Muitas jovens não são culpadas pelos seus feitos e por toda
a fornalha de problema por que passam. “De facto, elas são ape-
nas vítimas da ignorância” – como nos contou-, em entrevista,
Irmã Helena, uma Madre Católica. “Porque elas se iludem com
quase tudo e raras vezes recebem formações próprias para a ida-
de delas. As redes sociais e os meios de comunicação social criam
um mundo irrea- lista, mostram atalhos para a falsa felicidade...
Então, elas vislumbram a realidade de forma embaciada e quando
não se realizam ficam frustradas (pela não concretização dos seus
sonhos); trazendo consigo gravidezes precoces, doenças graves e
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destruição dos seus projectos de vida. Destroem todo o seu futuro
como vítimas, sem terem a noção dos perigos. Tudo isso, por falta
de orientação e programas sérios visando o crescimento sadio dos
jovens. A família, a escola, igreja e outros grupos sociais, às vezes,
nem sempre oferecem tais recursos!” – continuou a Irmã.
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• Ser mulher é ser frágil no amor e forte na dor. É viver de
esperanças e longe das falsas ilusões”.
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5
O QUE É SER JOVEM?
5.1. Ser jovem é difícil, acredite!
Nota-se cada vez mais que os jovens se detêm em dilemas,
sofrem pressões de toda ordem, confrontam-se com situações
que desafiam os seus princípios morais e religiosos; e muitos
deles, despreparados, deixam-se levar pelos ventos à deriva.
Esse capítulo vem justamente apresentar uma “visão juvenil”
alternativa a tais adversidades; procurando munir os jovens
de ferramentas como a fé, a razão e o discernimento ético
(Efésios 5,8-10), para saberem lidar com maestria “esse tempo
crítico” e tomar uma posição firme em defesa das suas reais
convicções, ou seja, naquilo que, no fundo, sempre acredita-
ram ser o mais correcto. (2 Macabeus 7,1-40; Daniel 3,12-18)
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mem sua vitalidade em arrasantes festas, álcool, relações de-
senfreadas, esquecendo-se da urgência de projectar o seu fu-
turo a partir de hoje e com base na experiência do passado.
Certamente, o influxo de elementos característicos dessa fase,
a forte carga emotiva, a fragilidade volitiva também tem con-
tribuído para que nós, jovens, apreendamos valores vazios,
tornando fraca o senso crítico nos momentos decisivos, con-
cebendo uma visão falseada de Deus e, claro, da maravilhosa
etapa da vida. Não obstante, pode viver a juventude de forma
alegre e não frustrante – adquirindo uma nova mentalidade –
cf. Romanos 12,2.
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5.4. Sete ‘dicas’ de Deus para si
• Lembra-te do teu Criador nos dias da tua juventude, antes
que venham os dias maus e cheguem os anos dos quais di-
rás: “não sinto neles prazer algum” (cf. Eclesiastes 12,1).
• Jovem, regozija-te da tua mocidade e alegra o teu coração
na flor dos teus anos. Segue os impulsos do teu coração,
mas sabe que, de tudo isso, Deus te pedirá contas (cf. Ecle-
siates 11,9).
• Escutai, meus filhos, a instrução paterna, estai atentos
para adquirirdes a inteligência. Porque é boa a doutrina
que vos ensino, não abandoneis os meus ensinamentos
(cf. Provérbios 4,1-2).
• Foge das paixões juvenis. Procura a justiça, a fé, o amor e
a paz com todos os que invocam o Senhor de coração puro.
Abstém-se de discussões estúpidas, pois sabes que só le-
vam a conflitos (cf. 2 Timóteo 2,23).
• Aquele que atira uma pedra aos pássaros, fá-los fugir;
aquele que insulta o seu amigo, desfaz a amizade (cf. Ecle-
siástico 22,20)10.
• Revesti-vos da armadura de Deus, para terdes a capaci-
dade de vos manterdes de pé contra as tentações do diabo
(cf. Efésios 6,11).
• Honra teu pai e tua mãe (Mateus 19,19).
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DESAFIO 2 – Pressão para fazer sexo
Na escola, no grupo de amigos, na rua, em alguns grupos
juvenis e noutras esferas onde são concentrados os jovens é,
sem dúvida, forte a pressão para namorar e ter relações pré-
-matrimoniais. Para muitos é esquisito não ter namorado(a) e
virgindade e castidade são duas expressões ‘proibitivas’ no di-
cionário juvenil, aliás, são dois termos cuja pronúncia muitos
nunca sequer ouviram dizer. A família está a desestruturar-se e
a pressão dos demais agentes sociais onde o jovem passa gran-
de parte do seu tempo é tão forte que, até, somos arrastados
ao câmbio de nossos verdadeiros valores e à fácil envolvên-
cia em relações desligadas de qualquer compromisso afectivo
(compare com 1 Coríntios 6,18-20).
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6
DESAFIOS NA RELAÇÃO AMOROSA
6.1. Todos querem namorar
Na sociedade contemporânea, o desejo de encontrar al-
guém especial – ou que acha especial – tem tomado conta dos
corações dos jovens. “Todos querem namorar” – essa é uma
verdade indubitável –, mas nem todos querem assumir uma
relação verdadeiramente a dois.
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“uma venda que cega a consciência” impulsionando-nos a opções
que podem ser amargas.
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lidas, hoje, terminam destruídas. Além disso, são raras as rela-
ções enraizadas no genuíno amor. A simulação dessa preciosa
qualidade, bem como a sua instrumentalização tende a au-
mentar o nível de separações abruptas – o que envenena uma
relação é o querer dominar o outro, possuí-lo em vez de aco-
lhê-lo e entregar-se. Sejamos sinceros: “Quantos namorados
amam- se de verdade?” Assim, urge a necessidade de sabermos
distinguir o amor genuíno das meras atracções, as paixonites.
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fundamente um com o outro (Efésios 5,31). Também é vital, que
trabalhem arduamente para se criar uma atmosfera de rela-
cionamento saudável. Cada parceiro deve desenvolver senti-
mentos optimistas sobre a relação e defender os seus valores e
sua autovalorização (cf. Mateus 10,31). O respeito, a aceitação
pelos objectivos na vida de cada um deve ser uma prioridade
essencial. (compare com Efésios 5,33)
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7
JOVEM, PROTEGEI O MEIO AMBIENTE
7.1. Pela vida na terra
No dia 7 de junho de 1997, o Programa das Nações Unidas
para Ambiente (UNEP) comemorou o Dia Mundial do Meio
Ambiente subordinado ao lema: “Pela vida na terra”. Foi uma
chamada de atenção a todos os estados do mundo para a pro-
tecção do meio ambiente através de medidas práticas relativa-
mente à situação de cada país.
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Neste ano, 2021 (entre os dias 31 de Outubro e 12 de
Novembro de 2021), no seguimento da aceleração da acção
climática para cumprir o Acordo de Paris “Acordo de París”,
realizou-se em Glasgow (Reino Unido), a COP2616, onde re-
presentantes de cerca de 200 países comprometeram-se em
engajar-se no cumprimento dos acordos alcançados. Durante
o encontro, os países realçaram a “urgência e as oportunidades
para avançar em direcção a uma economia neutra em carbono”17.
Os principais acordos estabelecidos na COP26 são:
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duzirá consideravelmente resíduos que perduram por
muito tempo para se decomposerem;
* Reutilize os materiais sempre que possível: é mais
económico e ganhará maturidade ecológica;
* Separe os resíduos: facilita o processo de recolha e re-
ciclagem;
* Poupe energia em casa: essa medida dá algum traba-
lho, mas o planeta e a factura ao fim do mês agradecem;
* Poupe água;
* Racionalize nos electrodomésticos;
* Retire os carregadores das tomadas;
* Plante árvores;
* Reutilize, recicle e reduza.
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8
FESTAS: QUAIS OS LIMITES?
8.1. Uma realidade sombria?
Verifica-se, nos últimos tempos, que as festas têm invadido
quase todos os fins-de-semana dos jovens e a sua proliferação
supersónica – às vezes nefastas – é uma realidade concreta.
Parece que ninguém quer ousar, abordar essa questão com
toda a sinceridade que se impõe, colocar em cheque os riscos
que os jovens podem correr, nos vários tipos de recreações so-
ciais como as festas, nas suas mais diversas variantes.
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teus 14,1-11). Por exemplo, “a cerimónia” que alguns israelitas
fizeram ao deus-bezerro apenas fez inflamar a ira de Deus (cf.
Êxodo 32,8-10).
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perão as suas boas atitudes: “Não vos deixeis enganar: Más com-
panhias corrompem bons costumes.” – diz a Bíblia em 1 Coríntios
15,33. Assim como o Apósotolo Paulo exortou aos cristãos de
Corinto a terem um conceito equilibrado sobre a vida, tradu-
ziríamos também, suas palavras, aos jovens de hoje: “Tudo é
permitido, mas nem tudo me convém. Tudo é permitido, mas
nem tudo edifica”. (1 Coríntios 10,23; 1 Coríntios 6,12)
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-se a divertir sem pensar nas consequências. O mais doloroso
nisso tudo é que os efeitos de muitas acções lá praticadas são
irreversíveis e podem tatuar-nos pelo resto da vida (cf. Gálatas
6,7).
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Actos dos Apósto- los 5,29)! Deus quer que você se divirta o
máximo. Mas, que tudo seja feito com responsabilidade, tem-
perança e, acima de tudo, de forma equilibrada (1 Coríntios
10,31.33).
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9
FOFOCA: SERÁ TÃO RUIM ASSIM?
9.1. Porque a fofoca é tão frequente?
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quaisquer possibilidades dos alvos se autodefenderem. Se as-
sim for, quem a pratica – o(a) fofoqueiro(a) – é um(a) covarde,
um(a) homicida silecioso(a) (compare com Provérbios 12,6).
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dade de mudar rapidamente de assunto caso a tentação esteja
movendo à fofoca. É difícil, mas não é impossível. Saiba que
depois que falamos, não temos mais o domínio sobre as pala-
vras; pois, elas adquirem ‘asas’ e escapam de nós. Porém, seria
capaz de recolher “todas as penas soltas ao vento”? É óbvio
que não! Contudo, esse e outros motivos são mais que sufi-
cientes para pensarmos cautelosamente no que vamos dizer
antes de falar. (cf. Tiago 1,19; Eclesiástico 19,6-7.10)
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fazer recurso à lei da retaliação – fofoca com fofoca, “mal com
o mal” (cf. 1 Pedro 3,9) porque “o amor cobre uma multidão
de pecados” – 1 Pedro 4,8. Aconselha o livro de Eclesiastes 7,9
“não sejas fácil em irar-te...”. Assim, “não dê muita importância
em tudo o que se diz...” – Eclesiastes 7,21-22. Por vezes uma
reacção exagerada pode trazer consequências piores que a pró-
pria fofoca. Deixe que o seu proceder fale por si próprio (cf.
Eclesiástico 19,30). E antes que se precipite, confira as sábias
orientações de Deus, úteis para os(as) protagonistas de fofo-
cas, bem como para as suas vítimas:
“Pergunte ao seu amigo: talvez ele não tenha feito o que estão
dizendo dele; ou, se fez, não continuará fazendo. Pergunte ao pró-
ximo: talvez ele não ele tenha falado o que estão dizendo; ou, se fa-
lou, não o repetirá mais. Pergunte ao inimigo; porque muitas vezes
se trata de calúnia. Não acredite em tudo o que se diz. Às vezes,
a pessoa escorrega sem querer. Quem nunca pecou com a língua?
Pergunte ao seu próximo antes de ameaçá-lo, e assim você estará
observando a lei do Altíssimo” (Eclesiástico 19,13-17).
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10
O QUE FAZER DA MINHA VIDA?
10.1. A falta de um projecto…
Um exemplo ‘Corrente’
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cada um seguiu o seu percurso profissional, não tão distinto,
aliás, desde lá para cá, continuámos no mesmo sector de acti-
vidade, trocámos experiência, criámos conteúdos para 3 pági-
nas de redes sociais voltadas à nossa área do saber e, com isso,
aprendemos muito um com o outro.
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embrulhos de sandes e sumos a crianças em situações de vul-
nerabilidade. De acordo com pessoas próximas a si, esse gesto
é replicado em Domingos ou noutros dias, quando a sua des-
fiadora agenda permite. O que me surpreende em tudo isso é
que, até hoje, nunca tinha visto Simith publicar uma só foto
sobre esse seu generoso e memorável gesto. Como ele mes-
mo diz quando lhe é questionado sobre isso, “Em muitas situa-
ções, ninguém precisa de saber o bem que fazemos”, fazendo juz à
exortação de Jesus em Mateus 6,3-4 quando diz “v.3. Quando
deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direi-
ta. v.4. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê
o escondido, recompensar-te-á.”. Mais tarde também soube das
razões da sua paixão pelo mundo das ideias e pelos livros. Há
anos, ele vem desenvolvendo uma Biblioteca Comunitária no
seu bairro, Prenda, com o objectivo de democratizar o acesso
ao livro e o fomento à letiura. Assim como Simith, nos últimos
tempos vamos testemunhando várias iniciativas levadas cabo
por vários jovens um pouco por todo o mundo. Portanto, “se
tiver oportunidade, torne grande os pequenos”!
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de vulnerabilidade e transmitia o seu amor por eles. Como seu
génio poliglota, nesse dia de semana, Leila ensinava línguas
estrangeiras como o Inglês, Francês e Espanhol.
Terceira-feira: contava histórias para idosos de um lar da
terceira idade, na hora da cesta.
Quarta-feira: ia aos ensaios com o seu grupo de teatro.
Quando não tivessem ensaios, à tarde, ensinava alguns tru-
ques de decoração às meninas do seu bairro.
Quinta-feira: com apoio de alguns colegas e amigos, de-
pois da Escola, criava espaços de debate na sua comunidade,
com o objectivo de sensibilizar os seus contemporâneos, jo-
vens e até pais, sobre as várias implicações da dessacralização
do sexo e de uma vida sexual activa (precoce) em adolescentes
e jovens.
Sexta-feira: indo de casa em casa recolhia roupas, calçados
e alimentos para os meninos que visitava às segundas-feiras.
Sábado: ia à catequese. Sempre que possível e com a per-
missão dos pais, convidava as crianças que não tivessem aces-
so à pastoral catequética.
Domingo: ia à Missa e à reunião de seu grupo. À noite, pre-
parava a semana seguinte e antes de domir fazia leitura orante
da bíblia (lectio divina) sobre o Evangelho do dia.
“Não sei se a vida é curta ou longa para nós. Mas, sei que nada
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do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser colo que acolhe, braço que envolve, palavra
que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima
que corre, olhar que acaricia e amor que promove. E isso não é coisa
de outro mundo, é o que dá sentido à vida, é o que faz com que ela
não seja nem curta nem longa demais, mas que seja intensa, ver-
dadeira e pura enquanto durar.”
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APÊNDICE
MANIFESTO JOVEM CONTRA A PRESSÃO SOCIAL
PREDATÓRIA
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E, então, começa a febre neurótica de te comparares com os ou-
tros e, inevitavelmente, vai se disseminado a inveja... no teu inte-
rior.
Os 20 e poucos anos não são tão bons assim (como pensávamos
quando mais novos). Infelizmente, ninguém quer (e ninguém vai)
saber da tua saúde mental.
As pessoas não se importarão se estás infeliz, ansioso ou depres-
sivo. O que lhes importava era saber “se tu és alguém” para, assim,
puder ponderar se és digno ou não de merecer o respeito deles.
Enquanto, apesar de todas as adversidades, vamos nos supe-
rando cada dia e lutando por dias melhores para nós mesmos, nos-
sa família e, por extensão, para o país; o nosso “Eu” vai esmorecen-
do por ser/ter/fazer “tanta coisa” e, ainda assim, “ninguém dar a
mínima por isso”.31
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POR FAVOR, FIQUE SOLTEIRA!
“Fique solteira até que você conheça um ‘cara’ que não faça jo-
guinhos. Fique solteira até que encontre um ‘cara’ que seja ‘Homem
de Palavra’, que lhe honre e lhe respeite, que valoriza o que você faz
por ele... Que valorize o tempo que você gasta se arrumando para
encontrar-lhe. Fique solteira, mas não fique com um ‘cara’ que você
tenha que cobrar amor ou atenção.
Fique solteira até encontrar alguém que ame a Deus sobre todas
as coisas. Um ‘cara’ apaixonado pelo Evangelho, apaixonado por
Jesus. Se ele não amar a Deus fique solteira, mas, pelo amor de
Deus, não fique com um ‘tarado’ que lhe ignora, que só lhe procura
quando precisa de cama e sexo. Que lhe coloca para baixo e lhe faz
se sentir inferior a ele.
“Fique solteiro até que você conheça uma ‘girl’, que não faça jo-
guinhos. Fique solteiro até que encontre uma ‘girl’ que seja uma
‘Mulher Incomum’, que lhe respeite, lhe compreenda, que valorize o
sacrifício diário que você faz por ela; que valorize o tempo que você
gasta ‘trabalhando duro’ para ajudá-la em todas as suas dimen-
sões. Fique solteiro, mas não fique com uma ‘girl’qualquer, que você
tenha que mendigar amor, respeito ou atenção.
Fique solteiro até encontrar alguém que ‘ame a Deus sobre to-
das as coisas’, uma ‘girl’ apaixonada por assuntos espirituais, pela
vida, pelo Evangelho e apaixonada por Cristo Jesus... ‘se [ela] não
se respeita’, ‘não tem amor próprio’ e não amar a Deus continue
solteiro. Mas, pelo amor de Deus, não fique com uma ‘tarada e inte-
resseira’, que lhe ignora, que só liga-lhe ou procura quando precisa
(do seu dinheiro) ou está aflita... que lhe coloca para baixo e lhe faz
sentir-se inferior a ela... sobretudo, académica ou profissionalmen-
te.
Repito: fique solteiro até conhecer uma ‘girl’ séria, de valor, uma
‘girl’ desinteressada, fiel, que queira dividir o futuro com você. Do
contrário não perca seu tempo com ‘miúdas desprovidas de valor e
educação’. Além de perder seu tempo e dinheiro, você perde a opor-
tunidade de conhecer uma mulher que merece todo o seu amor — a
mulher dos seus sonhos!”33
33 Spin-off do texto original de Lázaro Rethiel, "O Melhor de Mim" (ligeira-
mente adaptado).
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A HISTÓRIA DA MULHER34
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“Está bem” – disse Deus e levou a Mulher.
Se passou outra semana, o homem voltou e disse:
“Senhor, me encontro muito sozinho desde que eu devolvi a cria-
tura que fizeste para ser minha companheira”.
“Ela cantava para mim e brincava ao meu lado, me olhava com
ternura e o seu olhar era uma carícia, ria e o seu sorriso me conta-
giava – era uma música bonita de se ouvir. Deixava-me inebriado a
suavidade do seu tacto.”
“Por favor, Deus, eu lhe imploro devolva-ma porque NÃO POS-
SO VIVER SEM ELA!”
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