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Comando do Corpo de

Bombeiros

Combate a Incêndios estruturais

Aula 4 – Combate a Incêndio em


edificações elevadas

Cap. QOBM Petrus


1° Ten. QOBM Bortolassi
VISÃO GERAL DA AULA

Antes de desenvolver e aprofundar os tópicos


desta aula, precisamos enfatizar que é
essencial entender os termos básicos já
ensinados neste curso.
Em ordem de combater incêndios de forma
mais eficaz e segura, devemos,
constantemente, focar o estudo também na
parte conceitual e em estudos de caso.
OBJETIVOS

• Importância do estudo;
• Citar as principais dificuldades e riscos no combate
a incêndio em edifícios altos;
• Aplicação dos conceitos e teorias do combate ao
incêndio;
• Conhecer as principais técnicas de combate e
salvamento em incêndios em edificações elevadas;
• Relacionar qual a técnica mais adequada para
cada situação.
• Entender fenômenos da fumaça em edifícios:
“efeito chaminé” e “efeito chaminé reverso”.
INTRODUÇÃO

O Estado do Paraná possui mais de 11 milhões de


habitantes, sendo aprox. 85% moradores em áreas urbanas.

Essa urbanização é
exemplificada na
cidade de Curitiba,
que em 2010 já
possuía mais de
7.900 edificações
acima de 4
pavimentos.
(dados do COSEDI)
INTRODUÇÃO

Imagem da cidade de Curitiba-PR


INTRODUÇÃO

Assim como nas demais cidades do Paraná, esses


edifícios altos são, em sua maioria, dotados de
sistemas próprios de proteção por hidrantes.

Esse sistema fixo deve possibilitar que os usuários


da edificação (quando treinados ou aptos) tentem
realizar o combate ao princípio de incêndio.

Porém, especialmente para o Corpo de Bombeiros,


para o combate a incêndios em edifícios altos, o uso
desses hidrantes pode ser fundamental a fim de que
o combate seja rápido e eficiente.
INTRODUÇÃO

No entanto, nem sempre iremos dispor do


sistema fixo de hidrantes nas edificações em
altura para o combate ao incêndio.
Por isso, outras técnicas de combate foram
desenvolvidas.
Sistemas de armação de mangueiras no plano
vertical ou a realização da armação das linhas
pela escada de emergência da edificação são
opções e técnicas que devem ser estudadas e
treinadas sempre.
ESTATÍSTICAS DE
OCORRÊNCIAS
O quadro abaixo mostra o número de ocorrências atendidas
em edificações elevadas no Estado do Paraná.

PORTE \ ANO 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

ATÉ 3
349 307 351 333 394 400 389 401 409 396
PAVIMENTOS

4a6
60 65 67 59 78 65 70 70 78 80
PAVIMENTOS

MAIS DE 6
81 83 71 74 85 90 91 80 78 81
PAVIMENTOS

Dados extraídos em 10 outubro de 2017 no SYSBM.


IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO
Antes de iniciar o estudo do tema, vamos mostrar uma
ocorrência que ocorreu em Curitiba, 2013. O local da
ocorrência foi no bairro Água Verde, na av. Iguaçu. Abaixo,
imagens da edificação, retiradas do google.maps
IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO
No local, a guarnição se deparou com um incêndio no
10º andar do edifício e ao verificar o hidrante de
recalque para pressurizá-lo, viu essas condições:
IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO
Agora, gostaríamos que você se colocasse no local do
incêndio.
Cabe a você tomar uma decisão rápida e eficaz.

Qual seria sua ação???

Se você optou em verificar as condições do hidrante do térreo


para tentar pressurizá-lo, já que o hidrante de recalque não
tem condições de uso, saiba que sua decisão está errada!!!
A solução era armar linha rampante (pela escada) DIRETO.
Não necessita conferir ou tentar pressurizar o hidrante do
térreo, pois impossível utilizar o sistema nessas condições.
Mas por quê???
IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO
Vejamos o Registro da Ocorrência e o seu descritivo:
IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO
Nessa ocorrência, parte da primeira guarnição foi verificar o
sinistro enquanto coube ao motorista do ABTR pressurizar o
sistema fixo do edifício por meio do hidrante de recalque.
Quando abriu a caixa e se deparou com o hidrante danificado e
sem o registro de gaveta, percebeu que não daria para realizar
esta manobra. Intuitivamente, prosseguiu como foi ensinado e
como a maioria absoluta dos bombeiros faria.... tentou
pressurizar o sistema por meio do hidrante do 1º
pavimento/térreo, sem sucesso como já relatado.
O detalhe principal é que ao pressurizar o sistema pelo hidrante
do térreo, a água vazou pelo hidrante de recalque (que por
estar sem o registro de gaveta, não possibilitava a retenção da
água na tubulação do sistema).
IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO
As fotos a seguir mostram o local do incêndio:

Ressaltamos que os apontamentos dessa ocorrência têm o


objetivo didático e houve grandes aspectos positivos, como o uso
do EPR e a velocidade na armação das linhas pela escada.
AÇÕES TÁTICAS DE C.I.
EDIFICAÇÕES ELEVADAS
Como regra geral, as ocorrências de combate a incêndio se
desenvolvem conforme as seguintes etapas:

1 Recebimento da chamada;
2 Deslocamento para o local do incêndio;
3 Chegada no local da ocorrência;
4 Confirmação da ocorrência e confirmação/assunção de comando;
5 Dimensionamento da cena;
6 Identificação e gerenciamento dos riscos;
7 Decisão estratégica
8 Operações de resgate à vítimas;
9 O controle do incêndio;
10 Conservação da propriedade;
11 Preservação do local sinistrado;
12 Rescaldo;
AÇÕES TÁTICAS DE C.I.
EDIFICAÇÕES ELEVADAS
Ressaltamos que não objetivamos com esta aula abordar todos os
assuntos atinentes ao C.I em edificações elevadas. Haverá uma
construção gradual do tema no desenvolvimento dos próximos
cursos de C.I.
Assim sendo, algumas etapas não serão abordadas. Deixaremos
para enfatizar as etapas cuja especificidade das edificações
elevadas trazem dinâmicas diferentes.
1 Recebimento da chamada;
2 Deslocamento para o local do incêndio;
3 Chegada no local da ocorrência;
4 Confirmação da ocorrência e confirmação/assunção de comando;
5 Dimensionamento da cena;
6 Identificação e gerenciamento dos riscos;
7 Decisão estratégica;
8 Operações de resgate à vítimas;
9 O controle do incêndio;
APLICAÇÃO DOS
CONCEITOS DO C.I.
Vamos lembrar alguns conceitos que devem ser revisados
para o estudo do combate aos incêndios em edificações
elevadas:

▪De forma geral, o incêndio em edificações elevadas terá


características de um incêndio compartimentado:
Oferta O2 não é constante / Incêndio consome o oxigênio – região de baixa pressão
ao redor das chamas / 70% da energia é propagada pela convecção / Gases
acumulam-se no compartimento / 30% irradiação

▪Com essas características, sugerimos que você faça uma


revisão do estudo dos efeitos da fumaça, pois é vital para a
segurança dos bombeiros e entendimento das fases e
fenômenos do incêndio.
APLICAÇÃO DOS
CONCEITOS DO C.I.
Considerando os diversos riscos citados, o correto uso do
EPI e do EPRA torna-se fundamental. A esta altura do
curso, acreditamos que você já deve ter treinado a
colocação do EPI/EPRA; sabe qual é a capacidade da
oferta de ar do cilindro do seu EPRA; e calculado o seu
consumo de ar conforme trabalho (leve, moderado,
elevado) exercido.

No tocante ao combate propriamente dito, a aplicação das


técnicas de ataque direto e indireto, jato atomizado, pacote
d’água, ZOTI, ventilação serão empregados de acordo com
a fase que estiver o incêndio na chegada da equipe ao
local sinistrado.
ETAPAS DO C.I. EM
EDIFICAÇÕES ELEVADAS
A sequências dos próximos slides considera as etapas a
seguir:
5 Dimensionamento da cena;
6 Identificação e gerenciamento dos riscos;
7 Decisão estratégica;

Acreditamos que essas etapas não são sequenciais. Elas


ocorrem, na prática, juntas e antes do início das operações
de resgate e combate a incêndio.
Por isso, a seguir mostraremos considerações que envolvem
essas etapas.
DIFICULDADES / RISCOS

Em ocorrências de combate aos incêndios em


edifícios elevadas são inúmeras as dificuldades e os
riscos que podemos encontrar.
Essas ocorrências irão garantir aos bombeiros a
oportunidade de demonstrar todo o seu preparo, pois
estas concentram boa parte da teoria até agora
estudada:
Flashover, flameover, backdraft, efeitos da fumaça,
propagação do fogo, confinamento, ações de salvamento,
suprimento de água, ventilação, uso do EPI e EPR, acesso,
técnicas de entrada forçada, etc.
DIFICULDADES / RISCOS

Além disso, como mostrado no estudo de caso, outros


infortúnios (não raros) iremos encontrar durante nossa
atuação:

• Edificação sem sistema preventivo fixo;


• Possui sistema preventivo fixo, mas a bomba não
funciona;
• Registro de passeio entupido ou danificado;
• Hidrante de parede sem conexão do tipo rosca-storz;
• Reserva técnica de incêndio (RTI) vazia.
CARACTERÍSTICAS DAS
EDIFICAÇÕES: FATORES QUE
INTERFEREM NO COMBATE

Diversos fatores irão influenciar no atendimento em


incêndios nas edificações elevadas:

•Arquitetura

•Ocupação (perfil dos ocupantes, carga de incêndio, etc)

•Idade da construção

•Horário da ocorrência

•Medidas de proteção contra incêndio existentes.


FATORES QUE INTERFEREM NO
COMBATE: ARQUITETURA
Um exemplo da influência da arquitetura é o
distanciamento mínimo entre pavimentos para
evitar o propagação do incêndio de um andar para
outro. Alguns edifícios antigos não foram
concebidos com essa percepção, facilitando a
propagação para outros pavimentos.
FATORES QUE INTERFEREM NO
COMBATE: ARQUITETURA

Outro exemplo é a tendência de espaços mais


amplos e abertos com menos compartimentos,
possibilitando uma propagação mais rápida e
maior do fogo e gases aquecidos.
FATORES QUE INTERFEREM NO
COMBATE: OCUPAÇÃO

Hospital de Clinicas/UFPR – Curitiba, construído em 1961, possui 15 pavimentos.


Nessa edificação, pode-se presumir alguns traços do perfil dos ocupantes: todas
as idades, pequena ou sem mobilidade, desconhecem vias de saída de
emergência....conclusão necessária - necessário traçar estratégias de salvamento
e evacuação do prédio.
FATORES QUE INTERFEREM NO
COMBATE: IDADE DA CONSTRUÇÃO

Edifício Pestana – Curitiba


Idade da construção – 3 anos

Edifício Asa – Curitiba


Idade da construção – 63 anos
FATORES QUE INTERFEREM NO
COMBATE: MEDIDAS PROTETIVAS

Ressaltamos não somente


as medidas de combate
(extintores, hidrantes e
sprinklers), mas as medidas
preventivas (brigada,
detecção e alarme) e as
medidas passivas,
principalmente as escadas
de emergência.
Observe na imagem ao lado
a evacuação das pessoas
pela escada externa.
ESTUDO DE CASO:
Prédio Eletrobrás – RJ- 2004
ESTUDO DE CASO:
Prédio Eletrobrás – RJ- 2004

Sugerimos a leitura do relatório do incêndio em 2004 (link


abaixo).

Mostramos esta ocorrência pois neste relatório mostra diversos


‘fatores que interferiram no combate’.

Relatório sobre o incêndio ocorrido em 2004 fonte zonaderisco.blogspot

Curiosamente, no mesmo prédio ocorreu outro sinistro de


incêndio em 2017, em proporções bem menores.
AÇÕES TÁTICAS DE C.I.
EDIFICAÇÕES ELEVADAS
Dando sequência às etapas, antes de explanar sobre as
técnicas envolvidas no controle do incêndio, vamos lembrar
alguns pontos sobre técnicas de busca e resgate a vítimas.
1 Recebimento da chamada;
2 Deslocamento para o local do incêndio;
3 Chegada no local da ocorrência;
4 Confirmação da ocorrência e confirmação/assunção de comando;
5 Dimensionamento da cena;
6 Identificação e gerenciamento dos riscos;
7 Decisão estratégica
8 Operações de resgate à vítimas;
9 O controle do incêndio;
10 Conservação da propriedade;
11 Preservação do local sinistrado;
12 Rescaldo;
13 Finalização.
TÉCNICAS DE BUSCAS E
RESGATE
Considerações:
• a estrutura deverá estar segura;
• feita em duplas, sempre que
possível;
• resguardar tentativas fúteis;
• um bombeiro sem as ferramentas
de buscas é um espectador bem
vestido!

Técnicas: (a ser realizada na ordem)


1. Varredura visual
2. Busca por chamada e escuta
3. Busca às cegas

Após a busca inicial, o controle


do fogo passa a ser prioridade!!!
TÉCNICAS DE BUSCAS E
RESGATE
Ordem do resgate:
1. no pavimento do incêndio;
2. no pavimento imediatamente acima do incêndio;
3. no pavimento mais alto do prédio.
4. depois, ela será feita nos demais pavimentos,
pois é possível que a fumaça se estratifique.
CONTROLE DO INCÊNDIO

Para estudo das técnicas de controle de incêndio


em edificações elevadas, trataremos de um
assunto não discutido nos módulos anteriores.

Considerando que a utilização da água é


inevitável, o recalque d’água é etapa
fundamental. Seu estudo e treinamento deve ser
constante e, principalmente, alternativas sempre
devem ser consideradas.
TÉCNICAS PARA
RECALQUE D’ÁGUA
Técnicas que podem ser utilizadas:
• Recalque de água a partir da tubulação do
sistema de hidrante (pressurização do sistema
fixo “HIDRANTE” da edificação).
• Recalque a partir das mangueiras de incêndio
(conectadas ao ABTR), pela caixa da escada
de segurança do edifício “Mangueiras
Pré-conectadas”;
• Recalque de água com içamento de linhas
pela fachada “Linha Vertical”;
PRESSURIZAÇÃO DO
SISTEMA DE HIDRANTES
A utilização do próprio sistema de hidrantes do
edifício é a técnica mais vantajosa. Otimiza
tempo, material, preserva as rotas de fuga de
fumaça e tem maior segurança.

Por isso, considera-se a técnica nº 1 a ser


utilizada em ocorrências. Vamos lembrar o
passo-a-passo da utilização desse sistema.
PRESSURIZAÇÃO DO
SISTEMA DE HIDRANTES
Passo 1 – Localize o hidrante
de recalque, lembre que
conforme normas técnicas, o
dispositivo deve estar
próximo a entrada principal
da edificação e até 0,5m da
guia da calçada:

Passo 2 – Verifique as
condições de uso, lembre do
estudo de caso do início da
aula:
PRESSURIZAÇÃO DO
SISTEMA DE HIDRANTES
Passo 3 – Abra o registro antes de
conectar a mangueira de 63mm.
Há dois propósitos. Primeiro, com
a abertura verificamos se o
sistema está operante. Muitas
vezes se o sistema apresenta
danos, a tubulação estará “seca”
(sinal que o registro do reservatório
está fechado). Segundo, alguns
detritos são eliminados, evitando
mal funcionamento no esguicho.

Passo 4 – Feche o registro e


conecte a mangueira de incêndio.
PRESSURIZAÇÃO DO
SISTEMA DE HIDRANTES
Passo 5 – Com a bomba de
incêndio do ABTR já em
funcionamento, abra o registro da
expedição (vai alagar a mangueira
de 63mm) e inicie a pressurização
da bomba com um mínimo de
pressão equivalente à altura da
edificação.

Passo 6 – Abra o registro do


hidrante de recalque e, já na
sequência, observe a estabilização
da pressão da bomba do
caminhão.
PRESSURIZAÇÃO DO
SISTEMA DE HIDRANTES
Sobre o passo 6
O operador da bomba do ABTR deverá
conhecer se a sua viatura é equipada
com bombas de incêndio com ou sem
governador eletrônico de pressão.

Quando não possui esse dispositivo, a


pressão no manômetro deverá contar a
“pressão” da altura da edificação.
Exemplo: se a edificação tem 40 metros
(aprox. 14 andares), haverá 4kgf/cm²
contrário da coluna d’água do sistema
fixo. Em termos práticos, se o operador
necessitar de 7kgf/cm² para o combate
ao incêndio, deverá operar a 11kgf/cm²
(sem considerar a perda de carga).
MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS
Também chamadas linhas prontas ou
preestabelecidas ;

Esse tipo de acondicionamento pode ser utilizado


para facilitar o transporte para locais mais distantes
ou de difícil acesso.

Também pode ser utilizada para recalque d’água


pela caixa da escada (rampante) em edifícios até 3
pavimentos (acima disso, não haverá mangueira
suficiente)
MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS

Acondicionando mangueira em ziguezague


MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS

Acondicionando mangueira circular


MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS

Montagem do Sistema
MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS

Armando o sistema pré-conectado “RAMPANTE”


Com sistema preparado no caminhão o bombeiro
deve conectar a mangueira de 38mm no divisor da
linha de ligação e iniciar a subida pela escada
desenvolvendo o farda de mangueira.
Esse sistema esta com duas mangueiras de 38mm
com 20 m cada, podendo atender até o terceiro
pavimento de uma edificação (Lembre das
estatísticas do início da aula - 70% das ocorrências)
MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS
Ao Chegar no pavimento
sinistrado o bombeiro
deve soltar a linha circular
e empunhar o esguicho.
Com uma linha de
mangueira de 20m a 30m
o bombeiro poderá se
deslocar no pavimento
sinistrado tendo acesso ao
local do incêndio para que
possa fazer o combate.
MANGUEIRAS
PRÉ-CONECTADAS

Esse fardo de mangueiras pré-conectadas deverá


estar pronto na viatura. Outras mangueiras de 63mm
poderão estar preparadas também em zig-zag para o
atendimento a ocorrências em edificações com altura
superior a 10m ou 3 pavimentos.
IÇAMENTO DE LINHA

Indicado para o combate a incêndio até o 3º andar


(ou 10 metros de altura), ela deve ser composta de
duas mangueiras de 15 metros cada;

Nessa técnica, as linhas são montadas,


primeiramente, no plano horizontal, para depois
serem içadas;

O içamento é feito com as mangueiras sem água.


IÇAMENTO DE LINHA

Amarração na extremidade da mangueira


e cote na extremidade do esguicho.
IÇAMENTO DE LINHA

Limitações da técnica:

• Exige a disponibilidade de uma escada interna,


prolongável ou plataforma, para que os
bombeiros cheguem ao andar onde será feito o
combate, e de lá façam o içamento;

• A escada prolongável atinge apenas o segundo


pavimento da edificação;

• A perda de pressão pela altura é aumentada


pelo uso de mangueiras de pequeno diâmetro
como as de 1½".
IÇAMENTO DE LINHA

AG – MOTORISTA
CG – CHEFE DE GUARNIÇÃO
1ºL – 1º LINHA
2ºL – 2º LINHA
IÇAMENTO DE LINHA

AG – MOTORISTA
CG – CHEFE DE GUARNIÇÃO
1ºL – 1º LINHA
2ºL – 2º LINHA
IÇAMENTO DE LIGAÇÃO

Permite utilizar duas ou três linhas


controladas no próprio pavimento.
Içar a ligação facilita dar “alto às linhas”,
diminui a perda de carga, reduz o número
de mangueiras de 1½" a serem utilizadas
e, principalmente, o desgaste da
guarnição e o tempo de armação das
linhas.
IÇAMENTO DE LIGAÇÃO

Não existe limitação da altura para essa


técnica. Exemplo disso é que já foram içadas
ligações em prédios de até 12 (doze)
andares, desde que se tenha acesso pelas
laterais da edificação.

Testes já mostraram que mangueiras de


incêndio suportaram até 48kgf/cm² antes da
ruptura
IÇAMENTO DE LIGAÇÃO

Ao içar a linha de ligação com um divisor


até o pavimento sinistrado a guarnição
deverá armar linhas de 38mm para
alcançar as chamar e realizar o combate.
Na impossibilidade de chegar até o
pavimento sinistrado, faz-se o içamento
até o pavimento inferior e arma as linhas
de 38mm igualmente.
CUIDADOS PARA O
IÇAMENTO
Tanto no içamento de linha, onde serão içados
duas linhas de 38mm com esguicho como no
içamento de ligação onde será içado uma linha de
63mm com divisor, o procedimento deve ocorrer
com as linhas vazias. Facilitando o içamento e
retirando a carga do sistema.
Além disso deve-se utilizar cabo solteiro ou
cordelete para uma ancoragem de proteção
evitando acidentes com a desacoplamento das
mangueiras. Apesar de ser um evento raro,
consideramos importante esse procedimento.
CUIDADOS PARA O
IÇAMENTO

Vídeo -
CONSIDERAÇÕES SOBRE
RECALQUE D’ÁGUA

Deve-se analisar o cenário da emergência e avaliar a


melhor técnica para chegar com a linha ao incêndio.

SISTEMA PRÓS CONTRA

Pressurização do Facilidade, tempo otimizado,


Danos na rede “invisíveis”
sistema fixo menos materiais

Necessário de mais efetivo e


Armação de Segurança da linha e conexões,
mangueiras, tempo, condena
linhas rampantes garantia do sistema
a escada “prova de fumaça”.
Menor nº de mangueiras, menor
Içamento das Risco de rompimento,
perda de carga, preserva a
mangueiras acesso aos pavimentos
escada a prova de fumaça
CONSERVAÇÃO DA
PROPRIEDADE
A técnica exemplificada na figura abaixo pode ser utilizada
para escoamento da água, visando a preservação dos bens e
locais não afetados pelo incêndio.
VOCÊ SABIA???

Você já ouvia falar do efeito chaminé reverso??

Se ainda não, reservamos os próximos slides para explicar a


você os efeitos da fumaça quando ocorre esse fenômeno.
EFEITO CHAMINÉ DA FUMAÇA

Nas aulas anteriores já foi explicado esse fenômeno,


característico da fumaça.

No entanto, nosso propósito é explicar o efeito chaminé reverso.


EFEITO CHAMINÉ REVERSO

Primeiramente, gostaríamos que você observasse um edifício


como um pulmão, a todo instante há trocas de ar.
O fenômeno do efeito chaminé reverso ocorre devido as
diferenças de pressão entre os ambientes interno e externo de
uma edificação. O ar aquecido é mais rarefeito e gera baixa
pressão (negativa). Considere agora um dia quente de verão,
enquanto internamente no edifício funciona um sistema de ar
condicionado, ar frio e mais denso. Essa diferença de
temperatura ∆T cria diferentes zonas de pressão (negativa fora
do prédio e positiva dentro).
Neste instante, o ar mais quente do ambiente externo passa a
entrar no edifício pelo topo, enquanto o ar frio do edifício (mais
denso e mais pesado) flui pela sua entrada térrea.
EFEITO CHAMINÉ REVERSO

Normalmente, ocorre em dias quentes e especialmente nos


dias em que há uma grande variação de temperatura –
amanhece frio e durante o dia aquece. Com isso, a
temperatura interna do edifício (mesmo que não possua
sistema de ar condicionado) não acompanha o aquecimento
do ar externo, criando o efeito chaminé reverso.
EFEITO CHAMINÉ REVERSO

Você provavelmente vai lembrar agora alguns dias em que ao


entrar em determinado edifício, sentiu uma leve brisa ou fluxo
de ar ao abrir a porta principal ou mesmo a porta do elevador
no térreo.

Apesar desse efeito parecer pouco importante, ele pode criar


grandes problemas na detecção do foco do incêndio, pois
normalmente temos a visão que “ar quente gerado pelo fogo
vai subir sempre”. Se tomarmos como regra absoluta, vamos
buscar o foco do incêndio sempre em pavimentos abaixo da
fumaça gerada e, no entanto, pode ser que se encontre muito
acima do imaginado.
REVISÃO DOS OBJETIVOS

• Importância desta matéria e estatísticas no Paraná;


• Citar as principais dificuldades e riscos no combate
a incêndio em edifícios altos;
• Fatores que interferem no combate ao incêndio;
• Conhecer as principais técnicas de combate a
incêndio e salvamento em edificações elevadas;
• Relacionar qual a técnica de recalque d’água mais
adequada para cada situação.
• Entender fenômenos da fumaça em edifícios:
“efeito chaminé” e “efeito chaminé reverso”.
PARABÉNS

VOCÊ CHEGOU AO FIM DE MAIS UM MÓDULO.

Esperamos que esse assunto seja exaustivamente


debatido e praticado em sua Unidade.

Sugestões, comentários, críticas serão bem vindas e


aceitas. Contamos com o seu feedback!!
• mikeil.petrus@bm.pr.gov.br
• renan.bortolassi@bm.pr.gov.br
BIBLIOGRAFIA

•Manual básico de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do


Distrito Federal – Módulo 3, capítulos 4.
•Material didático produzido por oficiais e praças do Corpo de Bombeiros
do Estado de Goiás.
•Material didático produzido pelo Corpo de Bombeiros do Estado de
Minas Gerais para o CFSd.
•Material didático produzido pelo Corpo de Bombeiros do Estado de
Santa Catarina, em
https://biblioteca.cbm.sc.gov.br/biblioteca/.../366-manual-de-combate-a-inc
endios.
•http://www.highrisefirefighting.co.uk/physics.html
•Manual de Combate a Incêndio CBMDF.
•Manual de Combate a Incêndio CBMGO

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