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Diferenças ultra-estruturais entre bexigas natatórias

de peixes teleósteos de respiração aquática e respiração aérea facultativa

Carminda da Cruz-Landim (*)


Maria Alice da Cruz-Hofllng (**)

Resumo cies de teleósteos sul americanos, contudo, a


bexiga natatória readquiriu, secundariamente,
O presente trabalho refere-se às diferenças ultra-
a função respiratória (Carter, 1957).
estruturais entre a bexiga natatória do jeju (teleósteo
de respiração aérea facultativa) e do aruanã (teleósteo O objetivo deste trabalho é justamente fa-
de respiração exclusivamente aquática ou branquial). zer um estudo dos aspectos ultra-estruturais
Hlstologicamente. em ambos os casos, a parede da be-
da bexiga natatória, principalmente os relacio-
xiga natatória se mostrou constituída por um epitélio,
limitando a luz. com uma lâmina própria de tecido con-
nados ao epitélio, que possam ser relevantes
juntivo muito rico em colâgeno, seguida de uma cama- para o desempenho da função respiratória, em
da de musculatura lisa e uma adventrcia. Os resulta- contraposição aos do órgão funcionando ape-
dos sugerem que a adaptação à função respiratória na nas como regulador da flutuação do peixe .
bexiga natatórla do jeju refletem-se na diminuição da
espessura da cobertura epitelial da câmara posterior. Existe um acervo relativamente grande
na presenço desse epitélio de possíveis substâncias de literatura a respeito da morfologia e fisio-
surfactantes que são eliminadas para a luz e na grande logia da bexiga natatória, sendo provavelmen-
vascularização subcpitelial . te uma das revisões mais recentes a de Fan-
ge (1976).
INTRODUÇ.~O No que concerne aos aspectos que serão
abordados neste trabalho existem dados pre-
A bexiga natatória dos peixes teleósteos cursores de Hughes ( 1966 e 1973); Johansen
é embriologicamente derivada do trato diges- (1970); Brooks (1970); Jáslnski & Kilarski
tivo e em alguns peixes é mantida uma comu- (1969 e 1972); Phleger & Saunders (1978); Hu-
nicação com ele através de um dueto pneumá ghes & Weibel (1978). Em trabalho recente
tico graças ao qual é regulado o volume do (Cruz-Hõfling et a/., s/d) foram estudadas com-
gás no interior do órgão (bexigas natatórias parativamente a histologia e a hi stoquímica das
fisóstomas) . Em muitos peixes teleósteos espécies objeto do presente relato. Os resul-
esta comunicação se perdeu e a bexiga nata- tados tanto histológicos como histoquímicos,
tória passou a ser um órgão fechado, (bexiga revelam dif erenças marcantes entre as bexi-
fisóclita) onde o gás é secretado por uma gas natatórias das duas espécies.
glându la constituída de um epitélio secretor
associado a uma rede capilar muito desenvol-
MATERIAL E MÉTODOS
vida ("rete mirabile"). Muitos fisóstomos
também possuem o sistema glandular "rete
Foram utilizadas bexigas natatórias de
mirabile" para a secreção de gás. (Jones &
Osteoglossum bicirrhosum (aruanã) peixe com
Marshall, 1953J.
respiração inteiramente aquática e Hoplery-
Pensa-se que a bexiga natatória tenha se thrinus unitaeniatus (jeju), espécie de respira-
originado, nos peixes, inicialmente como um ção aérea facultativa. Os espéclmens foram
órgão respiratório, embora nas espécies mais pescados durante a expedição amazõnica do
recentes ela sirva principalmente como órgão R/V Alpha-Helix em janeiro de 1977 no rio Se-
hidro.~tático. Em um certo número de espé- limões.

( • ) - Instituto de Biociências - UNESP Rio Claro, SP.


( .. ) - Instituto de Biologia - UNICAMP - Campinas, SP.

ACTA AMAZONICA 9(2): 317-323. 1979 -317


As bexigas natatórias foram dissecadas 3
fragmentos representativos foram fixados em
glutaraldeído a 2,5% em tampão fosfato 0,2
M pH 7,2 durante a noite a 4° C. A pós-fixa-
ção foi feita em ácido ósmico a 1% no mes-
mo tampão e teve duração de 2 horas, a
40°C. Durante a desidratação foi feita con-
trastação com acetato de uranila a 1% em
álcool 90%, banho que foi prolongado para 12
horas. A inclusão foi feita em araldite e os
cortes obtidos com o ultramicrótomo Porter·
Blum MT-2 com navalhas de vidro. Os Gor-
tes foram contrastados adicionalmente com
acetato de uranila e citrato de chumbo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os peixes estudados apresentam bexigas


natatórias com aspecto ultra-estrutural DaH-
tante diferente, mormente no que concerne
ao epitélio e lâmina própria subjacente.
O jeju, peixe de respiração aérea opcio-
nal, apresenta a bexiga dividida em duas câ-
maras distintas por um estrangulamento me-
diano. A câmara anterior tem paredes finas e Fig . 1 - Epitélio da câmara anterior da bexiga natotó·
pouco vascularizadas, enquanto a posterior as ria de H. unitaeniatus. A) epitélio ci!índrico. As flechas
tem mais espessas e mais vascularizadas. indicam leucócito . A) epitélio cúbico. A flech:~ indica
dilatação do espaço intercelul<:r. lu = lúmen; me es-
O epitélio da câmara anterior é formado
truturas membranosas; z=zônula de oclusão; n= nú-
por células altas (Fig. 1a) ou cúbicas (Fig. 1b) cleo; cr= cromatlna: er= retículo endoplnsmático granu-
nitidamente polarizadas. principalmente as lar; m = mitocõndrios; gr = grãnulos de secreção; nu nu-
primeiras. Um retículo endoplasmático gra- cléolo; lb = lâmlna b.:sal: ca - capílar; mp= membrana
nular relativamente bem desenvolvido ocupa plásmíca: G= Golgi; co=colágeno: l ~ lípídios.
a porção basal da célula. O núcleo, de forma
irregular com cromatina condensada na peri-
feria, localiza-se na zona mediana, enquanto sua altura com o grau de distenção do órgão
a porção apical é ocupada por mitocôndrios , I,Fig. 1b); na porção apical as membranas con-
complexo de Golgi e grânulos de secreção . tactantes mostram zônulas de oclusão fechan-
Os grânulos consistem de um core m1.1ito ele- do o espaço intercelular, embora na porção
trondenso de forma irregular, imerso em ma- mediana e basal os espaços possam se apre-
triz de pequena densidade que às vezes apa- sentar dilatados indicando a possibilidade de
rece como um halo parcial ao seu redor (Fig. transporte por essa (Fig. 2a). Este epitélio
1b e 2b). Cortes periféricos de tais grânulos apresenta raras microvilosidades, bastante
mostram material de baixa densidade eletrô- curtas (Fig. 1a e 2a) e algumas vesículas pe-
nica contido dentro de um envoltório mem- quenas nesta zona podem indicar alguma ati-
branoso (Fig. 1a e 2b). A membrana plásmi- vidade pinocítica (Fig. 2a).
ca entre as células vizinhas é muito sinuosa A lâmina basal deste epitélio é relativa-
e o fato de se apresentar com tendência a ser mente espessa e abaixo desta, feixes de fi·
paralela à superfície nas células mais baixas , bras colágenas aparecem em quantidade (Fig .
parece indicar que as células podem variar .1b).

318- Cruz.Lanrum & Cruz-Hofiing


Na luz dessa porção da bexiga são co-
,5muns grandes esferas de densidade eletrôni-
ca variável (Fig. 3b e 4b). Podem ser vistas
junto a eles estruturas membranosas, as quais
também podem ser observadas junto ao epi-
télio de revestimento, com aspecto de bolhas
(Fig. 3b, 4b e 4c). Copeland (1969) considera
os corpos densos, ou citossomas, como envol-
vidos com a secreção de gás em mamíferos.
Sugere também sua origem a partir do Golgi
onde conteriam surfactantes destinados a re-
duzir a tensão superficial dos alvéolos pulmo-
nares. Dada a semelhança morfológica entre
os citossomas de mamíferos e de peixes. é
possível que haja também correlação funcio-
nal entre eles. Por outro lado, são também
atribuídas aos citossomas funções antioxidan-
tes, para proteção dos alvéolos contra os efeí-

Fig. 2A - Câmara anterior da bexlg:l de H. unitaeniatus


vendo-se um leucócito (leu) na luz (lu) . 2B - Detalhe
de produtos de secrt:ção (gr) das células . As flechas
Indicam o espaço intercelular alargado . n = núcleo;
z= zônula de oclusão; nu=nucléolo ; cr= cromatina;
er= retículo endoplasmático granular ; mv= microvilosi-
dades .

Capilares de pequeno calibre são fre-


qüentes logo abaixo do epitélio, havendo evi-
dências de que leucócitos podem atravessar
a camada epitelial (Fig. 1a) caindo no lúmen
da bexiga. (Fig. 2a).
O epitélio da câmara posterior apresenta-
se constituído de células pavimentosas, P.n·
tre as quais os contactos são mais sinuosos.
Essas células apresentam-se mais ricas em
microvilosidades (Fig. 3a, b e c) e apresentam
além dos grânulos já descritos. (Fig. 4a) grâ-
nulos citoplasmáticos com estrutura lamelar
Flg. 3 - Epitélio da câmara posterior da bexiga nata-
(Fig. 3c). os quais se assemelham às estruturas tória de H. unitaeniatus. A) célulns baixas com grânu-
descritas em pulmões de mamíferos, répteis, los osmiófllos (o) e VC'SCuiarização subjacente real. B)
anfíbios e aves com o nome de citossomas glóbulos esféricos (gl) e estruturas membranosns (me)
(Brooks, 1970 b), e também presente em pei- na luz (lu). C) célula com citossoma (cl). co = colágeno.
lb= lâmlna basal;, he=hemácla; leu= leucócitos. mv=
xes (Brooks, 1970 a) além de grânulos osmio-
microvi losidades.
fílicos (Fig. 3a e 3b) sem estrutura lamelar.

Düerenças .. . -319
A principal diferença entre a câmara pos-
terior da bexiga natatória e a anterior refere-
se à estrutura do epitélio que acaba de ser
descrita e à riqueza muito maior em capilares
subepiteliais (Fig . 3 e 4) . Supõe-se , por estas
características , que a câmara posterior seja a
que funciona mais ativamente na troca de ga-
ses com o ar atmosférico, enquanto a ante-
rior tem , segundo Kramer (1978) , função im·
portante no processo ventilatório.
O aruanã é um peixe de respiração exclu-
sivamente aquática. A sua bexiga natatória
apresenta paredes muito finas e transparen-
tes nas quais a vascularização não se apre-
senta especialmente desenvolvida.
A camada epitelial desta bexiga apresen-
t a constituição bastante diversa do anterior-
mente descrito. Em toda extensão da bexiga,
as células apresentam-se de altura irregular,
a qual aumenta na região do núcreo (Fig. Sa) e
estreita-se lateralmente a este. O núcleo é
alongado mas , singularmente não se coloca
com o eixo maior paralelo à maior dimensão
da célula como é usual: ao contrário , tem po-
Fig . 4 - Câmara posterior da bexig a natatória de H.
unitaeniatus . A) aspe;cto detalhado da célula epitelial ;
sição perpendicular, o que faz com que a cé·
B) Det alhe de um glóbulo esférico mostrando a estru- lula se aprofunde na lâmina própria na região
tura membranosa na periferia (flecha). C) Aspectos da do núcleo (Fig . Sa e b) . As células apresen-
estrutura membranosa (me) junto ao epitélio . m=mi- tam-se ricas em ribossomas mas pobres em
tocôndrios; G- Golgi; lb=lâmina b3sal ; n= núcleo; membranas do retículo e outros orgânulos ci-
co==colágeno; pc= parcde do capilar; he= hemácia;
toplasmáticos. Apresentam grânulos elfpticos
O=grânulo osmiófllo; ca=capilar .
de grand& densidade eletrônica. distribuídos
preferencialmente na superfície apical. A
tos t óxicos de alto teor de oxigênio (Cope- superfície apical das células se projeta em nu-
land , 1969, Brooks , 1970 b) . merosas microvilosidades curtas e grossas
suportadas por filamentos que se prolongam
;; sabido que as substâncias surfactantes
para o citoplasma subjacente (Fig. Sb). Este
são compostas de água, lipídios e proteínas
epitélio apresenta-se aparentemente mais fir-
(Brown . 1964). Estudos histoquímicos realiza-
memente aderido à lâmina própria subjacente
dos na bexi ga na tatóri a de H. unitaeníatus re-
que o ant eriormente descrito para o jeju, co-
'Jelaram a presença de mucopolissacarídeos
mo parecem indicar as projeções da porção
ácidos e lipíd ios t anto no epit élio como sub-
basal das células para o seu interior (Fig. Sa).
e-p\te\\a\mente (Cruz-Hófling et ai., s/ d) . Es-
Este epit élio apresenta-se dobrado, mesmo na
tes resultados e as obse rvações ultraestru-
bexiga distendida.
turais sugerem uma possível relação ent re
essas substâ ncias, os citossomas e as merTI· Além da estrutura diferente do epitélio, é
branas ou esferas presentes no lúmen . Os f lagrante a ausência de capilares subepite-
lipídios presentes na bexiga natatória teriam liais nesta bexiga natatória em contraposição
também funçáo hidrofóbica ou na remoção de à do jeju .
impurezas trazidas pelo ar nos peixes de res- P.. maior adesão entre o epitélio e a lâmi-
piração aérea (Phleger & Saunder, 1978). . na própria, bem como as dobras do epitélio

320- Cruz-Landim & Cruz.Hõfling


lâmina própria aparentemente não apresenta
colágeno (Fig . Sa). Por outro lado também
não apresenta vascuralização, é mais rica em
fibroblastos com forma estrelada e grande par-
te da substância intersticial apresenta-se sob
a forma de vesículas de baixa densidade ele-
trônica, que podem ser constituídas por lipí-
dios (Fig . 5). Por outro lado também não
apresenta vascularização , é mais rica em fi-
broblastos com forma estrelada e grande par-
te da substância intersticial apresenta-se sob
a forma de vesículas de baixa densidade ele-
trôn ica, que podem ser constituídas por lipí-
dios (Fig. Sa e b) . Além disso, a lâmina pró-
pria é muito mais espessa no jeju, que no
aruanã.
O colágeno da lâmina da bexiga do jeju
apresenta-se em fibras finas logo abaixo do
epitélio e em fibras muito grossas nas ca-

Fig. 5 - Epitélio da bexiga natatória rle O. bicirrhosum.


A) Vista geral do epitélio vendo-se a maior 0spessura
da célula na região do núcleo (n) e o imbricamento com
a lâmina própria (lb) (flechas). B) Detalhe da célula
vendo se as fibrilas apicais (Flechas). lu= luz; mv= mi-
crovilosidades; gr=grânulos; rb= ribossomas; lb = lâmi-
na basal; ve= vesícul es; cr=cromatina; m= mitocôn-
drios; f = fibroblasto .

podem ser interpretadas como adaptação à


função hidrostática deste órgão onde haveria
forças mecânicas atuando du rante a altera-
ção de volume do órgão para a mudança de
profundidade do peixe.
Histologicamente as bexigas natatórias
estudadas são semelhantes. Suas paredes
são constituídas por um epitélio limitando a
luz, seguido de uma lâmina própria, capas de
musculatura lisa, e adventícia, contudo, exis-
tem diferenças estruturais no arranjo dos
componentes.
Fig. 6 - Lâmina própria subcapilar de H. unitaeniatus
As lâminas próprias, como os epitélios, di- A) Fibroblasto (F) e colágeno (co). Corte transversal
ferem nos dois tipos de bexigas. No jeju a das fibras colágenas grossas (co). Corte oblíquo das
lâmTna própria é ricamente vascularizada, pnn- mesmas fibras (co). n= núcleo; m=mitocôndrios;
cipalmente na câmara posterior e também er= retfculo endoplasmático; fi=fibrilas finas sem es-
trutura.
apresentam bastante colágeno, já no aruanã a

Diferenças ... - 321


madas mais profundas as quais podem ser aruanã e é relativamente comum a presença
observadas na Figura 6 em cortes longitudi· de nervos no seu interior (Fig. 8a). Já no que
nais transversais; há também fibroblastos diz respeito ao jeju, a adventícia restringe-se
muito alongados (Fig. 6a) e fibrilas muito fi- quase exclusivamente à serosa que faz o fe-
nas e sem estrutu ração, provavelmente precur- chamento da parede do órgão do lado exter-
soras das fibras colágenas. Algumas células no (Fig. 8b) .
cheias de grânulos que aparecem nessa zona
podem ser mastócitos (Fig. 7a) .
As capas musculares não apresentam di-
ferenças nas duas espécies estudadas (Fig.
7b) a não ser pelo seu maior desenvolvimen-
to no jeju. Tal fato pode ser atribuído à ne-
cessidade de ganho de efici ência na absorção
de gás por um órgão que se adaptou à respi·
ração aérea. Trata-se de fibras musculares
lisas não muito alongadas e bem separadas
entre si por tecido conjuntivo rico em coláge-
no.
A adventícia volta a apresentar diferen-
ças. O tecido conjunt ivo é mais espesso no

Flg. SA - Adventícia de O . biclrrhosum mostr!lndo a


serosa que limita externamente o órgão. BB - Ad-
ventícia de H. unitaeniatus mostrancio a serosa (se)
que limita externamente o órgão. cs= célula de Schwann,
ax=axônio; M = célula muscular; co= colágeno.

CONCLUSÕES

As bexigas natatórias das espécies es-


tudadas são histologicamente semelhantes,
mas apresentam diferenças estruturais na or-
ganização e grau de desenvolvimento dos te-
cidos componentes.
As duas espécies estudadas diferem na
Flg. 7A - Lâmina própria de H. unitaeniatus mostrendo função desempenhada pela bexiga natatória.
fibras colágenas (co) mais finas e possível mastócito No jeju, a bexiga , ao lado da função hidrostáti·
(ma) 7B - f)(iusculatura lisa de O . bicirrhosum em ca, desempenha também a função de órgão
corte transversal; m=célula muscular; co=colágeno;
respiratório, enquanto no aruanã é apenas um
F fibroblasto.
órgão hidrostático. As diferenças encontra-

Cruz-Landim & Cruz.Hõfling


das parecem refletir adaptações às funções CoPELAND, E.D.
desempenhadas : são óbvias aquelas repre- 1969 - Fine structural study of gas secretion in
the physoclistous swim bladder of Fundu-
sentadas pela alta vascularização subepitel i ai.
lus heteroditus and Gadus callarias and in
o epitélio muito baixo e as evidências de pos- the euphysoclistous swim bladder of
síveis substâncias surfactantes na câmara Opsanustau. Z. Zellforhsch., 55 : 849-912 .
posterior do jeju. Adaptações menos óbvias CRUZ-HOFUNG, M. A.; CRUZ·LAND!M, C. & PATELLI, A.
são as representadas pelas diferenças de es- sjd - Comparélções morfológicas e histoquími-
trutura da lâmina própria e da adventícia, bem cas de bexigas natatórias de peixes
teleósteos de respiração aquática e respi-
como do grau de desenvolvimento da muscu-
ração aérea . Não publicado.
latura Jones & Marshall (1953).
FXNGE, R.
1976 - Gas exchange in the swimbladcier. In.
Respiration of an;phibious vertebrates. Ed.
AGRADECIMENTOS
by G. M . Hughes. Academic Prf-SS. Um-
don. pp. 189-211.
Agradecemos ao Dr . Naércio Menezes HumLES, G. M .
e Dr. Heraldo Britski do Museu de Zoologia 1966 - Evolution between air and water. Giba
da USP. a identificação das espécies utili- foundation Symp. on Develop. of lung
zadas no presente trabalho. A pesquisa foi (ed. de Reuck and Porter) - Churchill
possível graças ao auxílio do CNPq e do NSF Ltda . . London, pp 64-80.

Grant. n. BNS75-10457 A01 . 1973 - Ultrastructure of the lung of Lepidosiren


·and Neoceratodus in relation to the lung
of other vertebrates . Folia Morph., Phana,
SUMMARY 21 : 155-161.
HUGHES, G.M. & WEIBEL, E.R.
The present paper demonstrates the ultrastructural 1978 - Visualization of layérs lining the lung of
differences between the swimbladder of two teleostean t he south american lugfish (Lepidosiren
fishes with different breathing behavror the jeju paradoxal ·and a comparison wlth the frog
·a facultative air bre~thing fish) and the aruanã and rat. Tissue and Cell, 1O : 343-353.
(exclusively water breathing). Histologically both KRAMER, D .L.
swimbladders are very similar. Their walls consist of 1978 - Ventilation of the respir:.:ttory gae bladder
an epithelium. its lamina propria, the muscular sheaths
in Hoplerythrinus unitaeniatus (Pisces,
and the adventícia. The result s suggest that the Characoidei , Erythrinidae). Can . J . Zool .
respiratory adaptations of the jeju swimbladder are 56 : 931-938 .
chélracterized by a decreased height of the epithelium
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Diferenças . . - 323

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