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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Düerenças .. . -319
A principal diferença entre a câmara pos-
terior da bexiga natatória e a anterior refere-
se à estrutura do epitélio que acaba de ser
descrita e à riqueza muito maior em capilares
subepiteliais (Fig . 3 e 4) . Supõe-se , por estas
características , que a câmara posterior seja a
que funciona mais ativamente na troca de ga-
ses com o ar atmosférico, enquanto a ante-
rior tem , segundo Kramer (1978) , função im·
portante no processo ventilatório.
O aruanã é um peixe de respiração exclu-
sivamente aquática. A sua bexiga natatória
apresenta paredes muito finas e transparen-
tes nas quais a vascularização não se apre-
senta especialmente desenvolvida.
A camada epitelial desta bexiga apresen-
t a constituição bastante diversa do anterior-
mente descrito. Em toda extensão da bexiga,
as células apresentam-se de altura irregular,
a qual aumenta na região do núcreo (Fig. Sa) e
estreita-se lateralmente a este. O núcleo é
alongado mas , singularmente não se coloca
com o eixo maior paralelo à maior dimensão
da célula como é usual: ao contrário , tem po-
Fig . 4 - Câmara posterior da bexig a natatória de H.
unitaeniatus . A) aspe;cto detalhado da célula epitelial ;
sição perpendicular, o que faz com que a cé·
B) Det alhe de um glóbulo esférico mostrando a estru- lula se aprofunde na lâmina própria na região
tura membranosa na periferia (flecha). C) Aspectos da do núcleo (Fig . Sa e b) . As células apresen-
estrutura membranosa (me) junto ao epitélio . m=mi- tam-se ricas em ribossomas mas pobres em
tocôndrios; G- Golgi; lb=lâmina b3sal ; n= núcleo; membranas do retículo e outros orgânulos ci-
co==colágeno; pc= parcde do capilar; he= hemácia;
toplasmáticos. Apresentam grânulos elfpticos
O=grânulo osmiófllo; ca=capilar .
de grand& densidade eletrônica. distribuídos
preferencialmente na superfície apical. A
tos t óxicos de alto teor de oxigênio (Cope- superfície apical das células se projeta em nu-
land , 1969, Brooks , 1970 b) . merosas microvilosidades curtas e grossas
suportadas por filamentos que se prolongam
;; sabido que as substâncias surfactantes
para o citoplasma subjacente (Fig. Sb). Este
são compostas de água, lipídios e proteínas
epitélio apresenta-se aparentemente mais fir-
(Brown . 1964). Estudos histoquímicos realiza-
memente aderido à lâmina própria subjacente
dos na bexi ga na tatóri a de H. unitaeníatus re-
que o ant eriormente descrito para o jeju, co-
'Jelaram a presença de mucopolissacarídeos
mo parecem indicar as projeções da porção
ácidos e lipíd ios t anto no epit élio como sub-
basal das células para o seu interior (Fig. Sa).
e-p\te\\a\mente (Cruz-Hófling et ai., s/ d) . Es-
Este epit élio apresenta-se dobrado, mesmo na
tes resultados e as obse rvações ultraestru-
bexiga distendida.
turais sugerem uma possível relação ent re
essas substâ ncias, os citossomas e as merTI· Além da estrutura diferente do epitélio, é
branas ou esferas presentes no lúmen . Os f lagrante a ausência de capilares subepite-
lipídios presentes na bexiga natatória teriam liais nesta bexiga natatória em contraposição
também funçáo hidrofóbica ou na remoção de à do jeju .
impurezas trazidas pelo ar nos peixes de res- P.. maior adesão entre o epitélio e a lâmi-
piração aérea (Phleger & Saunder, 1978). . na própria, bem como as dobras do epitélio
CONCLUSÕES
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