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Relatório do Seminário Avaliação Externa das Escolas: princípios, processos e efeitos Out.

2012

1. Título

Seminário “Avaliação Externa das Escolas: Princípios, processos e efeitos”.

2. Objetivos do Seminário

Este Seminário insere-se no projeto “Impacto e efeitos da avaliação externa das escolas do
ensino não superior” de que fazem parte professores/investigadores das universidades do
Porto, Minho, Coimbra, Lisboa, Évora e Algarve.

O trabalho até agora desenvolvido pela equipa do projeto permitiu a organização deste evento
onde foram partilhados e debatidos princípios que justificam a avaliação externa das escolas e
processos seguidos em Portugal, por comparação com outros países europeus, e que teve
como principais objetivos: aprofundar quadros teóricos e metodológicos sobre a avaliação
externa das escolas e iniciar um processo de identificação de efeitos gerados por este
processo.

Tendo o projeto como consultor o Prof. Ivor Goodson, da Universidade de Brighton, no Reino
Unido, o Seminário contou também com a sua participação.

3. Agenda do Seminário

9.30h Sessão de abertura


9.45h
• Modelos teóricos de avaliação de escolas (José Augusto Pacheco – U.Minho)
• Modelos de referência para a avaliação de escolas – semelhanças e diferenças entre Portugal
e a Inglaterra
(Ana Mouraz – U.Porto)
• Avaliação externa de escolas: análise dos resultados do 1º ciclo de avaliação (Maria da Graça
Bidarra – U.Coimbra)
• Questões de metodologia na avaliação de escolas (Pedro Rodrigues – U.Lisboa)
11.00h Coffee break com visita de posters
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11.45h
• Relatórios europeus e internacionais: um olhar sobre o modelo de avaliação externa de
escolas, em Portugal
(Isabel Fialho – U.Évora)
• Metodologias de investigação em avaliação de escolas (Fernando Gonçalves - U.Algarve)
12.25h Um olhar global sobre a avaliação externa das escolas – Ivor Goodson
13.00h Encerramento

4. Divulgação do Seminário

O Seminário foi divulgado pelo Site FPCEUP /CIIE, onde está alojada a informação possível de
consultar no link: http://www.fpce.up.pt/ciie/?q=content/semin%C3%A1rio
avalia%C3%A7%C3%A3o-externa-das-escolas-princ%C3%ADpios-processos-e-efeitos

5. Participantes

No seminário inscreveram-se 216 pessoas. Este grupo foi constituído por estudantes e
docentes provenientes de várias universidades, nomeadamente, Porto, Minho, Coimbra,
Lisboa, Évora, Algarve, Castelo Branco e Aveiro. Contou ainda com participantes da
Universidade Católica do Porto, da Universidade Federal de Uberlândia (Brasil), elementos da
Inspeção Geral da Educação e Ciência, Diretores e Professores de Escolas dos ensinos básico e
Secundário.

6. Síntese das comunicações apresentadas

Tal como se pode confirmar pela agenda acima descrita, o Seminário contou com sete
intervenções fundamentais: da responsabilidade de cada uma das equipas envolvidas no
projeto e do seu consultor.

A primeira intervenção, com o título Avaliação Externa: para a referencialização de um


quadro teórico sobre o impacto e feitos nas escolas do ensino não superior, teve como
autores José Augusto Pacheco, Filipa Seabra, Natascha Hattum-Janssen e José Carlos Morgado
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da Universidade do Minho. Nesta intervenção, foi definida uma tipologia dos efeitos da
avaliação externa, nomeadamente, (1) referentes conceptuais, (2) o impacto da avaliação
externa de escolas e (3) as mudanças organizacionais, curriculares e pedagógicas. No que diz
respeito ao primeiro ponto, foram oito os efeitos referidos e sobre os quais se debateu, tais
como: efeito discursivo, procedimental, parcial, estrutural, exógeno, endógeno, positivo e
negativo. No segundo ponto, foi reflectido o impacto das políticas educativas na avaliação
externa das escolas, as suas funções e a necessidade de construção de uma matriz baseada na
intervenção inspetiva. Finalmente, e no que diz respeito ao terceiro ponto, foram
apresentados os campos onde se julga essencial que ocorram mudanças, nomeadamente, a
nível organizacional, curricular e pedagógico.

A segunda intervenção centrou-se num Estudo Comparativo dos referenciais/modelos de


avaliação externa de escolas entre Portugal e Inglaterra realizado por Ana Mouraz, Carlinda
Leite e Preciosa Fernandes, da Universidade do Porto. Foram apresentadas as tendências das
políticas europeias relativamente à avaliação externa, bem como, os efeitos dessa avaliação na
centralização/descentralização dos sistemas educativos. O estudo comparativo baseou-se nos
referenciais de avaliação externa da IGEC (Inspeção Geral de Educação e Ciência) e do OFSTED
(Offie for Standards in Education) onde foram enumerados os pontos que aproximam estes
dois países relativamente à avaliação externa e, igualmente, os que os separam. Esta análise
comparativa seguiu e focou os seguintes pontos: o que se pretende com a avaliação externa;
objetivos; destinatários; agentes, duração e produtos da avaliação externa; comparação entre
os dados recolhidos por análise documental e observação directa; os domínios (dos resultados,
do comportamento e segurança dos alunos, do serviço educativo/qualidade de ensino, da
liderança e gestão); escalas de avaliação; efeitos da avaliação; garantias da avaliação.

A terceira intervenção, da autoria de Carlos Barreira, Maria da Graça Bidarra e Piedade Vaz-
Rebelo, da Universidade de Coimbra, designa-se por Avaliação Externa de Escolas: análise dos
resultados do 1º ciclo de avaliação. O principal objetivo desta intervenção foi divulgar o
estudo realizado com base nos dados obtidos no 1º ciclo de avaliação externa de escolas. Para
tal, foram apresentados dados relativos a: (1) quais as principais tendências no desempenho
das escolas nos diferentes domínios; (2) padrões de associação entre domínios e entre fatores
e domínios.
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A quarta intervenção focou-se na temática referente às questões de Metodologia na avaliação


de escolas e teve como autores Pedro Rodrigues e João Moreira, da Universidade de Lisboa.
Toda a intervenção teve por base uma série de questionamentos em prol dos quais se
desenvolveu o debate e que teve como principais focos a questão da validade, da utilização e
da utilidade da avaliação externa de escolas.

A quinta intervenção, da autoria de Isabel Fialho, José Saragoça, Ana Paula Correia, Maria José
Silvestre e Sónia Gomes, da Universidade de Évora, designa-se por Relatórios internacionais e
europeus, um olhar sobre a Avaliação Externa de Escolas em Portugal. Esta análise centrou-se
nos relatórios internacionais produzidos em 2009, 2010 e 2012 onde foram destacados
aspectos como: organização da avaliação externa, planos de melhoria e acompanhamento,
articulação entre a autoavaliação e a avaliação externa. Esta apresentação divulgou ainda
estudos sobre a avaliação em sistemas educativos e especificamente no caso de Portugal,
enumerando os pontos fortes e os pontos fracos assim como algumas recomendações.

A sexta intervenção, referente a Metodologias de investigação em avaliação de escolas, tem


como autores Fernando Gonçalves e Sandra Valadas, da Universidade do Algarve. Esta
comunicação seguiu dois pontos centrais: os processos inerentes à avaliação externa, focando
mais especificamente os relatórios e as contrariedades encontradas, e os produtos da
avaliação externa, nomeadamente, os impactos que esta geraram. Constituiu ainda um foco
de atenção nesta intervenção a metodologia a seguir em estudos sobre avaliação de escolas.
Sobre este aspeto foi debatida a orientação de ordem quantitativa e de ordem qualitativa. Na
primeira, reflectiu-se acerca da auto-observação, da análise documental e de conteúdo e de
técnicas associadas, tais como inquéritos, entrevistas e grupos de discussão. Na segunda,
postura, a quantitativa, referiu-se a importância de perceber o impacto da avaliação,
procedendo a uma análise e comparação entre: os grupos semi-padronizados em si mesmos;
os grupos semi-padronizados entre si; e os grupos padronizados vs região geográfica.

O seminário terminou com a intervenção do professor Ivor Goodson. Esta sua apresentação
focou-se em dois projetos em que participou anteriormente, um quando se encontrava nos
EUA e outro no Reino Unido, ambos relacionados com a temática da avaliação. O seu principal
objectivo foi demonstrar, através destes exemplos, a necessidade e a importância de perceber
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de que forma as reformas educativas e o modo como o processo de avaliação externa é


desenvolvido afectam a motivação dos professores e a forma como estes encaram a sua
profissão. Sugeriu que, no decorrer deste projeto, seja dada especial importância aos estudos
de caso e às entrevistas com professores como forma de aceder às narrativas de vida, no
sentido de perceber efectivamente quais são as consequências reais deste processo ao nível
das vivências e da motivação dos professores.

7. Posters apresentados

 Agrupamento de Escolas de Paredes. Avaliação Externa de Escolas: Efeitos.


 Carneiro, Elsa. Impacto e Efeitos da Avaliação Externa na Comunidade: envolvimento da
autarquia;
 Costa, Natália. Impacto e Efeitos da Avaliação externa de Escolas nas Estruturas
Intermédias de Gestão.
 Delgado, Gracinda. Avaliação externa de escolas: estudo comparativo entre Portugal e
Cabo Verde;
 Faustino, António. “Retrato” do agrupamento de escolas João Ruiz;
 Figueiredo, Carla (2009/2010) Auto-Avaliação das escolas: uma experiência de crescimento
institucional;
 Fonseca, António Amaral. Rankings das escolas: avaliação externa, auto-avaliação e
resultados dos alunos.
 Gonçalves, Elisabete; Leite, Carlinda; Fernandes, Preciosa. O Programa de Avaliação
Externa da IGEC no 1º ciclo de avaliação (2006-2011).
 Lopes, Georgina; Barreira, Carlos; Bidarra, Graça. Impactos e Efeitos da Avaliação Externa
de escolas. Dinâmicas de mudanças vividas pelas Escolas da Região Centro;
 Machado, Graça; Borges, Filipa; Pacheco, José Augusto. Efeitos da Avaliação Externa nas
práticas curriculares das lideranças intermédias.
 Neves, Gracinda. Avaliação externa de escolas: estudo comparativo entre Portugal e Cabo
Verde.
 Queirós, Helena. Avaliação externa de escolas no ensino especializado de música. Um
estudo de caso.
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 Pinheiro, Isabel. O relatório de Auto-Avaliação: um instrumento de melhoria e de


operacionalização da avaliação externa;
 Richter, Leonice. As implicações da avaliação externa sobre o trabalho docente no Brasil.
 Soares, Manuela; Bidarra, Graça; Barreira, Carlos. Impactos e Efeitos da Avaliação Externa
no processo de Autoavaliação das escolas.
 Sousa, Joana. O impacto de um dispositivo de avaliação externa na avaliação da qualidade
em creche. Um estudo sobre as perspectivas de desenvolvimento profissional nos
educadores de infância.

8. Balanço avaliativo do Seminário e compromissos

O seminário contou com uma forte participação, tanto de docentes como de alunos de
licenciatura, mestrado e doutoramento, bem como, representantes de várias
escolas/agrupamentos. A forte adesão ao mesmo propiciou, assim, a criação de um espaço de
reflexão e de partilha bastante alargado.

Similarmente, a qualidade das intervenções realizadas contribui para aprofundar questões


relativas ao impacto e aos efeitos da avaliação externa e permitiu a partilha de pontos de vista
relativos a aspetos associados a esta avaliação de modo a potenciar as vantagens que dela
podem decorrer. Por outro lado, o clima vivido proporcionou que algumas escolas se
oferecessem para virem a constituir estudos de caso.

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