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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas


Departamento de Sociologia
Disciplina: FLS 0102 - 2021
Docente Responsável: Ruy Braga e Leopoldo Waizbort
Nome do Aluno: Pedro Vieira Cunha Camargo -Vespertino - Nº USP: 11260119
Texto: O Capital, Cap. 8; MARX, Karl.

1. Os limites da jornada de trabalho


1ª parte: O mais-trabalho (§§ 1 – 5 )
Neste trecho, o autor estabelece a força de trabalho como mercadoria, sendo seu
valor determinado pelo tempo de trabalho necessário para sua produção, sendo então a
quantidade de tempo necessária para a produção dos meios de subsistência. Contudo,
identifica ainda na grandeza da jornada de trabalho o mais trabalho, definido como a
produção excedente da força de trabalho necessária à subsistência. Deste modo, os dois
componentes da jornada de trabalho são o mais-trabalho e o trabalho necessário, sendo a
sua proporção a taxa de mais-valor. Por fim, a jornada de trabalho é tida como
determinável mas indeterminada.

2ª parte: O modo de uso da força de trabalho (§§ 6 – 8 )

Neste trecho, o autor explica como se da a utilização da força de trabalho, sendo


comprado pelo capitalista por uma determinada quantidade de tempo o direito de uso da
força de trabalho, pertencendo então ao comprador o seu valor de uso durante esse
período. Distingue ainda a força de trabalho das outras mercadorias por seu uso gerar
valor além de seu custo, encontrando nessa questão um embate de direitos na medida
em que o vendedor da força de trabalho quer que sua jornada de trabalho seja normal
enquanto o comprador tem direito de prolongar o quanto conseguir essa mesma jornada.

2. A avidez por mais-trabalho. O fabricante e o boiardo

3ª parte: O mais-trabalho de acordo com o contexto que está inserido (§§ 7 – 13 )

Neste trecho, o autor reconhece que em qualquer sociedade em que haja


monopólio dos meios de produção o mais-trabalho se faz necessário a fim de fornecer
aos possuidores dos meio de produção os seus meios de subsistência. Ainda, associa à
predominância do valor de troca, em detrimento do valor uso, em determinada
sociedade com um crescimento desmedido do mais-trabalho. Por fim, retoma o exemplo
da corveia, na qual ocorria o mais-trabalho, identificando muitas vezes o caráter
implícito de sua duração apesar de sua forma mias palpável em comparação ao contexto
inglês da época.

4ª parte: A apropriação implícita do mais-trabalho (§§ 14 – 22 )

Neste trecho, o autor trata, inicialmente, do impulso do capital pela exploração


ilimitada do mais-trabalho, apresentando o “Factory Acts” como um exemplo da
limitação dessa exploração e regularizador das horas de trabalho, tanto da jornada total
como de pausas. Dado esse contexto, identifica nos fabricantes a prática de prolongar a
jornada e de se apropriar indevidamente das pausas, sendo então horas de trabalho não
remuneradas. Destaca-se o caráter sorrateiro desse tipo de apropriação e a consciência
do fabricante de que essa apropriação gera o mais-valor, acarretando na personificação
do tempo de trabalho na figura do trabalhador.

3. Ramos da indústria inglesa sem limites legais à exploração

5ª parte: Exemplos de exploração sem limites legais na indústria (§§ 23 – 37 )

Neste trecho, o autor, através de diversos relatos e relatórios, mostra a situação


de diversos trabalhadores em ramos industriais não regulamentados. Destaca as
exaustivas jornadas de trabalho ininterruptas, inclusive de crianças, que ocasionam a
deterioração paulatina das populações sujeitas à essas condições e a sua generalização.
Aponta também as justificativas dos fabricantes, que implicitamente se baseiam na
obtenção da maior taxa de mais-valor possível.

6ª parte: A apropriação do processo produtivo por parte do capital (§§ 38 – 47 )

Neste trecho, o autor aponta a tomada do processo produtivo pelo capital,


utilizando o exemplo do pão, cujo modo de produção na época se mantinha
praticamente inalterado em relação aos milênios anteriores, ressaltando também o
caráter a-histórico do trabalho concreto. Nesse sentido, aponta o sobretrabalho no ramo,
em consonância com o meio de produção capitalista, prolongando as jornadas de
trabalho e lançando mão sobre o trabalho noturno. Ainda, apresenta um caso judicial do
ramo ferroviário que demonstra a aceitação da imposição desse tipo aumento desumano
das jornadas de trabalho a fim de aumentar as taxas de mais-valor.
7ª parte: A homogeneização dos trabalhadores por parte do capital (§§ 48 – 51 )

Nesse trecho, o autor apresenta o caso de uma modista que, devido às


prolongadas horas de trabalho e condições insalubres do ambiente de trabalho, veio a
falecer, demonstrando o desgaste a que estão submetidos os trabalhadores mediante o
sobretrabalho. A fim de demonstrar a homogeneidade desse tipo de tratamento
ocasionado pelo capital, toma o exemplo dos ferreiros, tido como homens cheios de
vitalidade em períodos anteriores, mas que em sua época estavam expostos a taxa de
mortalidade maiores que a média, submetidos, como outros trabalhadores, a cargas
insalubres de trabalho.

4. Trabalho diurno e noturno. O sistema de revezamento

8ª parte: O revezamento como modo de extensão da jornada de trabalho (§§ 52 – 63 )

Neste trecho, o autor discute, inicialmente, o impulso do capital de se apropriar


do trabalho o máximo de tempo possível a fim de gerar o mais-valor, refreando-se
apenas nas impossibilidades naturais do ser humano e encontrando no sistema de
revezamento um meio para o prolongamento da jornada de trabalho. A produção
ininterrupta proporcionada pelo revezamento oferece condições altamente favoráveis ao
capital, na medida em que permite superar o prejuízo do não funcionamento das
máquinas e, em muitos casos, o prolongamento indevido e dificilmente detectável da
jornada de trabalho.

5. A luta pela jornada normal de trabalho. Leis compulsórias para o


prolongamento da jornada de trabalho da metade do século XIV ao final do
século XVII

9ª parte: O desgaste gerado pela jornada de trabalho no meio capitalista (§§ 64 – 72 )

Neste trecho, o autor apresenta a maneira como é tratada a jornada de trabalho


ideal no sistema capitalista, sendo tida como a maior possível subtraída da pausa natural
mínima para o trabalhador manter a venda de sua força de trabalho. Pontua ainda a
indiferença para o empregador do maior desgaste do trabalhador que tem a expectativa
de vida reduzida na medida que tem o prolongamento não natural de sua jornada. Deste
modo, também destaca que, apesar da morte prematura dos trabalhadores, os ganhos
compensam, dado que se gera o mais-valor em menor espaço de tempo e que há oferta
suficiente para se substituir a mão de obra.
10ª parte: O processo coercitivo da venda da força de trabalho no desenvolvimento do
capitalismo (§§ 73 – 81)

Neste trecho, o autor faz uma retrospectiva histórica, partindo do século XIV,
das leis de jornada de trabalhado, identificando um processo coercitivo ao longo dos
séculos a fim de estipular uma jornada de trabalho mínima. Relaciona com o
desenvolvimento do capitalismo a mudança na legislação, na medida em que as
estruturas sociais e econômicos se encarregam de propiciar a venda da força de trabalho
e a leis assumem caráter oposto, de limitar as jornadas. Aponta ainda o anseio dos
setores do capital ao longo do tempo para a normalização das longas jornadas de
trabalho.

6. A luta pela jornada normal de trabalho. Limitação do tempo de trabalho


por força da lei. A legislação fabril inglesa

11ª parte: Os resultados da regulamentação do setor fabril inglês (§§ 82 – 130)

Neste trecho, o autor apresenta as diversas leis que regulamentavam as jornadas


de trabalho na Inglaterra, conquistadas através da luta da classe operária e de maneira
gradual ao longo do século XIX, sendo as leis de seu primeiro terço pouco efetivas.
Demonstra ainda que, apesar da regulamentação, era comum a continuidade de práticas
vedadas, seja por brechas na lei ou pela falta de fiscalização, também elucidando as
contínuas adaptações do setor a fim de manter as jornadas tal como eram em face das
reinvindicações dos trabalhadores. Também é apontado a necessidade dos próprios
capitalistas pela regulamentação, uma vez que permite uma modulação por igual da
concorrência no mercado.

7. A luta pela jornada normal de trabalho. Repercussão da legislação fabril


inglesa em outros países

12ª parte: A expansão do sistema produtivo capitalista e suas consequências em outros


países (§§ 131 – 138 )

Neste trecho, o autor retoma a ideia anteriormente apresentada de que a


produção do mais-valor é parte própria do sistema de produção capitalista, sendo assim,
a sua expansão para os demais países representa também, assim como na Inglaterra,
novas formas de coerção que permitem a extração do mais-trabalho. Deste modo,
também apresenta a expansão do movimento trabalhador e suas conquistas nos diversos
continentes, sendo isso elemento imprescindível que possibilitará impedir que os
trabalhadores sejam forçados a vender sua força de trabalho, superando a condição
coercitiva que essa transação se dá.

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