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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas


Departamento de Sociologia
Disciplina: FLS 0102 - 2021
Docente Responsável: Ruy Braga e Leopoldo Waizbort
Nome do Aluno: Pedro Vieira Cunha Camargo -Vespertino - Nº USP: 11260119
Texto: O Capital, Cap. 24; MARX, Karl.

1. O segredo da acumulação primitiva


1ª parte: A acumulação primitiva de facto (§§ 1 – 8)
Neste trecho, o autor, de início, expõe a anedota de origem da diferenciação
entre compradores e vendedores da força de trabalho que alguns autores defendem,
ligada a uma suposta maior dedicação inicial de uns em comparação aos outros.
Entretanto, nega as possibilidades dessa origem, ligando a acumulação primitiva, tratada
aqui como pré-capital, à processos de dominação e subjugação responsáveis por
transformar os meios de produção e subsistência em capital e, consequentemente,
polarizar entre trabalhadores e produtores. Ainda, localiza na estrutura econômica da
sociedade feudal e suas mudanças aos alicerces para expansão do capital, em específico
a movimentação de grandes massas de mão de obra.

2. Expropriação da terra pertencente à população rural

2ª parte: Os processos de expropriação de terras da população rural (§§ 9 – 35)

Neste trecho, o autor aponta os diferentes acontecimentos responsáveis pela


proletarização de partes da população rural, antes ligadas às terras onde trabalhavam de
acordo com esquemas feudais. Identifica como preludio desse movimento as mudanças
nos modos de produção da lã, que acabaram por favorecer a transformação das lavouras
em pastos, lançando grupos de camponeses ao mercado de trabalho. Cita também a
Reforma Inglesa, a Revolução Gloriosa e o clareamento das propriedades rurais como
eventos responsáveis por expulsar paulatinamente massas de indivíduos de suas terras,
favorecendo o roubo dos domínios rurais e sua transformação em mercadoria,
modificando a condição de camponeses em trabalhadores assalariados.
3. Legislação sanguinária contra os expropriados desde o final do século XV.
Leis para a compressão dos salários

3ª parte: As leis contra vadiagem e a estabilização do proletariado (§§ 36 – 52)

Neste trecho, o autor narra, inicialmente, as leis criadas na Inglaterra desde o


século XV que tinham como intuito impor o trabalho assalariado à população recém
transformada em proletariado. É também explicado que não é suficiente na produção
capitalista a simples imposição da venda da força de trabalho, sendo necessário a
gradativa conivência do trabalhador assalariado em tal processo. Sendo assim,
demonstra esse movimento a partir das diversas leis reguladoras de salários máximos
criadas ao longo dos séculos, de tal modo que no já século XIX elas puderam ser
abolidas, dada a total submissão do proletário ao modo de produção capitalista.

4. Gênese dos arrendatários capitalistas

4ª parte: O surgimento dos arrendatários (§§ 53 – 56)

Neste trecho, o autor discute a origem dos arrendatários capitalistas, apontando


sua forma primeira no bailiff, que se transforma em arrendatário a qual o landlord
destina sementes, gado e ferramentas, possibilitando a exploração do trabalho
assalariado e gerando capital a ser investido. Entretanto, a virada de fato é identificada
na revolução agrícola e na usurpação das pastagens comunais, que fornecem as
condições necessárias para enriquecer o arrendatário e ampliar a exploração da
população rural.

5. Efeito retroativo da revolução agrícola sobre a indústria. Criação do


mercado interno para o capital industrial

5ª parte: O duplo processo de criação de mão de obra e mercado consumidor (§§ 57 –


62)

Neste trecho, o autor apresenta as consequências do processo de expropriação


das terras rurais, que inseridas no processo produtivo capitalista continuam a gerar a
mesma ou maior produção apesar do esvaziamento da mão de obra. Nesse movimento
de esvaziamento é fornecida, ao mesmo tempo, mão de obra para os setores industriais e
mercado consumidor, concentrando esses dois aspectos na figura do recém
transformado trabalhador assalariado e possibilitando a perpetuação do modo de
produção capitalista.
6. Gênese do capitalista industrial

6ª parte: O surgimento do capitalista industrial (§§ 63 – 87)

Neste trecho, o autor percorre pelos diferentes fatores que impulsionaram a


gênese do capitalista industrial, localizando na expropriação rural, na expansão
marítima, na escravização de povos e no sistema de crédito público elementos que
permitiram o avanço do capital. Destaca-se que esses diferentes fatores se comunicam
no sentido de permitirem uns aos outros a expansão do capital e do monopólio, por
exemplo, na medida em que as colônias fornecem matéria prima, na metrópole se
encontra mão de obra dos recém transformados trabalhadores assalariados capazes de
gerar o mais-valor para os industriais, impulsionados pelo capital provindo dos títulos
da dívida pública.

7. Tendência histórica da acumulação capitalista

7ª parte: O processo histórico da acumulação (§§ 88 – 95)

Neste trecho, o autor defende como resultado e parte da acumulação primitiva a


expropriação da propriedade dos próprios produtores, de modo a favorecer a
concentração da propriedade nas mãos de poucos, que ocorre como consequência
natural da mercantilização dos meios de subsistência. Em suma, os trabalhadores são
privados de suas propriedades na medida em que são inseridos na lógica capitalista de
produção. Entretanto, também é identificado nesse movimento da lógica capitalista a
produção das condições materiais capazes de derruba-lo, dada a crescente concentração
imanente ao capitalismo.

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