Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Habeas Corpus Covid
Habeas Corpus Covid
HABEAS CORPUS
que está a sofrer constrangimento ilegal imposto pelo (Governador, Prefeito Municipal, Reitor, etc),
que editou o (Decreto Estadual, Municipal, Portaria, Resolução nº xxx) e ao fazê-lo restringiu
ilegalmente o direito de locomoção do paciente.
O presente Writ é interposto, também, em caráter COLETIVO a favor de todos os que são
igualmente alcançados pelo ato coator, (Decreto, Portaria, Resolução).
I - DOS FATOS:
1. O Paciente foi surpreendido pela edição do (Decreto, Portaria, Resolução Nº …), expedido no
último dia XXX pelo(a) (autoridade coatora) e, ainda, com a recente.
4. Quadra destacar, em primeira plana, que a exigência administrativa imposta pelo(a) (Decreto,
Resolução, Portaria) escapou por completo do mero exercício do poder de polícia, em razão de
ofensas à Constituição Federal e à legislação infraconstitucional que regula o direito à saúde e os
deveres do estado na sua promoção.
1 XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
2 LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
3 “Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
cirúrgica.
5. A título de registro e antecipando o mérito deste writ, em um só ato a autoridade coatora (i)
solapou o direito à liberdade de locomoção assegurado pelo inciso XV do artigo. 5º da Constituição
Federal, sobretudo daqueles que não podem ser vacinados em virtude comorbidades e dos que
adquiriram imunidade natural ao contraírem a covid-19 e que se encontram no exercício do direito
fundamental de não serem vacinados; (ii) amputou o dever estatal de garantir o direito à saúde
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação, na medida em que estabeleceu como alternativa à apresentação do cartão de
vacinação a exibição de teste negativo RT-PCR, sem contudo assegurar às condições para a sua
realização; (iii) fez tábula rasa do dever estatal de garantir a todos o pleno exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e de apoiar e incentivar valorização e a difusão
das manifestações culturais, conforme ordena o artigo 215 da Carta da República; (iv) impôs dever
impossível de ser atendido pelos cidadãos ao exigir esquema vacinal completo, quando sequer a
dose de reforço que o integra foi disponibilizada para a grande maioria da população.
6. Neste prado, como facilmente se descortina, o ato administrativo encontra-se viciado, isto
porque a determinação expedida pela autoridade coatora não se harmoniza com a dignidade
humana e os direitos fundamentais das pessoas.
imunizantes, providências essas que não foram adotadas em nenhum momento pelo(a)
(Governador, Prefeito, Reitor etc).
1. as vacinas são experimentais, seus testes não estão concluídos, portanto não desejo e não
consinto participar como voluntário destes estudos;
2. pessoa alguma pode ser forçada (mesmo que indiretamente) a receber uma intervenção
médica, muito mais de caráter preventivo e com efeitos adversos pouco conhecidos e
esclarecidos/informados;
3. que a vacinação como solução final para a pandemia é questionada por inúmeros médicos
e cientistas, tendo em vista evidências médico-científicas referentes à eficácia e à
segurança do tratamento com fármacos reposicionados;
4. que a autonomia do paciente está assegurada por um dos princípios bioéticos, que
corresponde à capacidade do indivíduo de decidir sobre ou buscar algo que seja melhor
para si segundo os seus próprios valores;
5. que o indivíduo deve ser livre para decidir, sem coerções (diretas ou indiretas) e
constrangimentos externos de controle que influenciam as suas decisões, o que envolve o
respeito aos direitos fundamentais do indivíduo, considerando-o um ser biopsicossocial e
espiritual, dotado de capacidade para tomar suas próprias decisões;
8. que pela falta de clareza e informação quanto ao conteúdo dessas vacinas (mesmo que
experimentais), com base no Código de Defesa do Consumidor em vigor no Brasil, por lei, o
consumidor tem o direito de recusar um produto que não informe claramente se é/contém
organismos geneticamente modificados ou transgênicos;
9. que as vacinas têm caráter experimental conforme fontes oficiais que provam que todas as
vacinas contra covid-19 estão em fase de testes, o que configura caráter experimental,
sendo que dados detalhados sobre esses experimentos estão registrados no
ClinicalTrials.gov (U.S. Library of Medicine), que é um banco de dados de estudos clínicos
privados e públicos conduzidos em todo o mundo fornecido pela Biblioteca Nacional de
Medicina dos EUA;
10. que por esta razão aludida, dever-se-ia aplicar regras bioéticas de pesquisa com seres
humanos para aplicação do fármaco, o que exige de forma muito clara o consentimento
informado e a opção voluntária da pessoa que assume o risco de receber a intervenção
farmacológica;
11. que os fármacos disponíveis contra covid-19, todos, estão com seu uso aprovado de forma
emergencial, em caráter experimental e provisório, conforme RDC 475/2021 da Anvisa 4, e
este é o mesmo tratamento dado pelo FDA dos EUA e diversos outros centros de referência
no mundo;
12. que em relação à vacina da Pfizer5, apesar de obter o registro experimental e emergencial
da ANVISA (tal status ocorreu sob dados preliminares, pois o estudo segue em andamento
conforme registros no clinicaltrials.gov), estima-se que a conclusão dos estudos com os
resultados finais de segurança e eficácia só estará disponível em 2023 - mesmo com
registro definitivo ela segue em caráter experimental, pois a pesquisa segue na fase 3;
13. que o estudo da vacina Oxford AstraZeneca 6 atesta que os resultados finais de segurança e
eficácia só estarão disponíveis em 2023;
14. que os estudos da vacina Janssen7, na mesma linha, comprovam que o estudo de
segurança e eficácia de fase 3 só finaliza em 2038;
15. que a fase III do estudo da vacina Corona Vac8 também só será finalizada em 2022,
conforme estudo do Butantan;
16. que a vacinação como solução definitiva para a pandemia da covid-19 é questionada por
diversos médicos e cientistas renomados, tornando absurdo o uso desse argumento como
forma de forçar, coagir ou pressionar cidadãos a assumirem sozinhos os riscos e ônus de
terem de se vacinar, já que as farmacêuticas e os governos contrataram que não terão
responsabilidade alguma sobre lesões (graves ou não), morte ou quaisquer reações
adversas (permanentes ou temporários) em quem se vacinar, o que vem ocorrendo em
várias situações;
4 Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-475-de-10-de-marco-de-2021-307999666>. Acesso em
22/01/2022.
5 Disponível em:
<https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04368728?term=vaccine&cond=covid-19&draw=3>. Acesso em 22/01/2022.
6 Disponível em:
<https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04516746?term=astrazeneca&cond=covid-19&draw=2>. Acesso em
22/01/2022.
7 Disponível em:
<https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04505722?term=NCT04505722&draw=2&rank=1>. Acesso em 22/01/2022.
8 Disponível em: <https://www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04456595>. Acesso em 22/01/2022.
9 Disponível em: <https://www.nature.com/articles/d41586-021-01442-9>. Acesso em 22/01/2022.
Isto posto, está comprovado e documentado por meio desta, que as vacinas são
experimentais, significando que estão em fase de pesquisa e, nos termos da Constituição
Federal e do Art. 15 do Código Civil Brasileiro, ora em vigor, do Código de Nuremberg, da
Declaração de Helsinki, da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração
Universal de Bioética e Direitos Humanos da UNESCO e da grande maioria dos códigos de
ética médica, inclusive no art. 2º do Código de Ética Médica10 do CFM, ninguém pode ser
submetido a experimento científico de maneira forçada, por razões óbvias.
Como se sabe, o habeas corpus, não obstante encontre previsão e disciplina no Código de
Processo Penal, é ação constitucional, do maior alcance e amplitude, que visa a tutelar,
jurisdicional e concretamente, direitos e garantias fundamentais do indivíduo, com expressa
anúncio no artigo 5º,inciso LXVIII, da Constituição Federal.
“O habeas corpus é uma garantia individual, ou seja, um remédio jurídico destinado a tutelar
a liberdade física do indivíduo, a liberdade de ir, ficar e vir. Pode ser conceituado, pois, como o
remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade
de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder” (Processo Penal, 2006, p. 739).[g.n.]
Por sua natureza garantista e imediata, o Código de Processo Penal, em seu art. 654,
dispõe que qualquer pessoa, seja em seu favor ou de outrem, poderá impetrar habeas-corpus,
razão pela qual o impetrante deste possui total legitimidade para instrumentalizá-lo.
Cabe temperar, que a imputação contida no presente remédio constitucional não diz
respeito a infração penal e sim a conduta de natureza constitucional-administrativa, razão pela qual
10 2º: "É assegurado ao paciente maior de idade, capaz, lúcido, orientado e consciente, no momento da decisão, o
direito de recusa à terapêutica proposta em tratamento eletivo, de acordo com a legislação vigente".
torna-se competente para processar e julgar o habeas corpus, o juiz de primeiro grau, sob pena,
inclusive, de supressão de instância.
III – DO MÉRITO
Assim, qualquer violação ilegal desta liberdade é uma violação ao próprio espírito
democrático e à própria democracia e cidadania.
Tal ocasião não pode significar nada diferente de um abuso de poder, fato que legitima a
impetração deste.
Para evitar que tal arbitrariedade venha a cercear o direito à liberdade é que o presente writ
se torna meio adequado e eficaz para evitar lesão a tão caro direito fundamental.
No entanto, este constrangimento ilegal não pode persistir, (i) seja porque impede que o
Paciente e todos que se encontram em idêntica situação exerçam o direito à não vacinação, uma
vez que este se encontra naturalmente imunizado, conforme comprovam vários exames
laboratoriais que acompanham este writ; (ii) seja porque ao estabelecer, como uma das condições
para acesso aos vários estabelecimentos e locais elencados pelo decreto municipal, a exigência de
exibição de teste negativo RT-PCR, é dever do município assegurar o correspondente acesso
universal e gratuito à realização dos testes laboratorias. (iii) seja, ainda, porque retira da população
impossibilitada por razões de comorbidades de se vacinar, bem como daqueles que não ostentam
condições financeiras para arcar com o pagamento do teste RT-PCR, o direito ao acesso aos
serviços de educação, saúde, às atividades culturais.
11 Disponível em <https://www.google.com/url?q=https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP%3DTP
%26docID%3D755517337&sa=D&source=editors&ust=1644314521233651&usg=AOvVaw2GrANp0K05wu_sAh1cVZ3e>.
Acesso em 08/02/2022.
12 Disponível em https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755517337>. Acesso em
08/02/2022.
direitos fundamentais das pessoas; atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade; e
sejam as vacinas, exames, tratamentos e medicamentos assegurados universal e gratuitamente.
Ocorre que a situação em apreço nem de longe se harmoniza com as balizas sedimentadas
pelo E. STF, haja vista que não se está diante da fixação de exigência com a correspondente
garantia de que a vacinação já esteja disponível para todos, notadamente a dose de reforço
(necessária para a completude do ciclo vacinal), bem como a garantia do pleno e gratuito acesso
aos exames de RT-PCR, exigidos como uma das condições para acesso aos estabelecimentos
alcançados pelos decretos municipais, com nítido abuso do poder regulamentar.
O Código Civil Brasileiro, Lei 10.406/2002, andou no mesmo sentido que a Constituição
Federal:
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco
de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
(destacamos)
A omissão nos Decretos municipais que não indicaram o caminho a ser tomado por aqueles
que não podem se vacinar, revela grave constrangimento ilegal, sobretudo porque a medida
alternativa, exibição de teste negativo RTPCR, não veio acompanhada da disponibilização na rede
de saúde pública do acesso à realização deste exame.
Por sua vez, o periculum in mora emerge límpido a partir do fato de que a autoridade
coatora já determinou que a partir do dia xxxx, somente poderão ter acesso e permanecer nos
espaços indicados pela norma coatora, aqueles que exibirem cartão de vacinação que comprove o
ciclo completo, quando sequer se encontra disponível a dose de reforço, ou quem apresentar teste
negativo RT-PCR, exame esse ainda não disponibilizado.
No que tange ao fundado receio de dano irreparável, faz-se mister ressaltar que este se
radica na iminência de violação à liberdade de consciência 13 (art. 5º, VI e VIII, CRFB/88) e
liberdade de ir e vir14 (art. 5º, XV, CF), do impetrante, com a adoção de normativas contrárias.
13 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
14 XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Desta feita, em uma breve análise de cognição sumária, no caso em exame, é imperiosa a
concessão da medida liminar, haja vista que, em consequência do ato manifestamente
inconstitucional, o impetrante está ameaçado de sofrer graves violações em seus direitos
fundamentais, notadamente a incontornável restrição à sua liberdade.
VI – DOS PEDIDOS
Ex positis, com fulcro no art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, bem como nos demais
normativos legais e regimentais de regência, requer-se seja conhecida e concedida a ordem da
presente impetração para: