Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Centro Multidisciplinar de Pau dos Ferros

Departamento de Ciências Exatas e Naturais

Matemática para Professor Bruno

Arquitetura (2022.2)

13/02/2023 Funções
Objetivos da aula
• Apresentar os seguintes conteúdos:
o Conceito de função.
o Função de primeiro grau
o Função modular
o Função de segundo grau
o Algumas funções elementares
o Operações entre funções
Conteúdos
• Definição de função • Função de segundo grau
o Domínio • Função raiz quadrada
o Contradomínio
o Imagem
• Função 𝑦 = 𝑥 3
• Gráfico • Função 𝑦 = 3 𝑥
1
• Função constante • Função 𝑦 =
𝑥
• Função de primeiro grau • Operações com funções
• Função identidade o Soma, subtração, multiplicação e
divisão
• Função modular o Funções compostas
Definição de função
• Sejam 𝐴 e 𝐵 subconjuntos de ℝ. Uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é uma lei
ou regra que associa a cada elemento de 𝐴 um único elemento de
𝐵.
• O conjunto A é chamado domínio de 𝑓 e é denotado por 𝐷(𝑓).
• 𝐵 é chamado de contra-domínio ou campo de valores de 𝑓.
• Notações:

4
Definição de função
Seja 𝑓: 𝐴 → B.
(i) Dado 𝑥 ∈ 𝐴, o elemento 𝑓 𝑥 ∈ 𝐵 é chamado de valor da função
𝒇 no ponto 𝒙 ou 𝐢𝐦𝐚𝐠𝐞𝐦 de 𝒙 por 𝒇.
(ii) O conjunto de todos os valores assumidos pela função é
chamado conjunto imagem de 𝑓 e é denotado por Im(𝑓).

5
Exemplos

(i) Sejam 𝐴 = 1, 2, 3,4 e 𝐵 = 2, 3, 4, 5 . A relação 𝑓: 𝐴 → 𝐵 dada

pelo diagrama abaixo é uma função de 𝐴 em 𝐵.

6
Exemplos

(iii) A relação de 𝐴 em 𝐵 apresentada no diagrama abaixo não é

uma função, pois o elemento 3 ∈ A não tem correspondente em 𝐵.

7
Exemplos

(iv) A relação de 𝐴 em 𝐵 apresentada no diagrama abaixo não é

uma função, pois o elemento 4 ∈ A tem mais de um correspondente
em 𝐵.

8
Gráfico

Seja 𝑓 uma função. O gráfico de 𝑓 é o conjunto de todos os pontos

(𝑥, 𝑓(𝑥)) de um plano coordenado, onde 𝑥 pertence ao domínio de
𝑓.

9
Diferença entre gráfico e curva no plano

Para uma curva plana ser

gráfico de uma função,
qualquer reta vertical só
pode intersectar a curva em
no máximo um ponto.
Na Figura ao lado, a curva
𝑐1 representa o gráfico de
uma função, enquanto a
curva 𝑐2 não.

10
Exemplos

X Y
-1 3
0 4
1 2
2 5
3 -1
4 0
5 6
6 1
11
Exemplos

12
Função constante

Uma função constante é uma função 𝑓 que associa para todos os

valores de seu domínio um mesmo valor constante 𝑘.

𝑓 𝑥 = 𝑘, para qualquer 𝑥 do domínio de 𝑓.

O seu gráfico é uma reta horizontal, passando pelo ponto (0, 𝑘) do

eixo 𝑦.

13
Exemplo

•𝑓 𝑥 =2

•𝑔 𝑥 =3

14
Função de primeiro grau

A função de primeiro grau ou função afim é a função definida

pela regra 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 + 𝑏, onde 𝑎 ≠ 0.

O gráfico da função de primeiro grau é uma reta inclinada. A sua

inclinação é dada pelo valor de 𝑎, sendo 𝑎 = tg 𝜃 , onde 𝜃 é o
ângulo que a reta faz com o semi-eixo positivo dos 𝑥.

A constante 𝑎 é chamada coeficiente angular da função de

primeiro grau.
15
Função de primeiro grau

Se 𝑎 > 0, o gráfico é uma reta crescente.

Se 𝑎 < 0, o gráfico é uma reta decrescente.

O zero da função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 é a solução da equação

𝑎𝑥 + 𝑏 = 0,

−𝑏
ou seja, é o número 𝑥 = . Este é o ponto onde o gráfico da função
𝑎

intersecta o eixo 𝑥.
16
Gráfico da função de primeiro grau
A função de primeiro grau 𝑓(𝑥) =
𝑎𝑥 + 𝑏 intersecta o eixo 𝑦 no ponto
(0, 𝑏) . A constante 𝑏 é chamada
coeficiente linear.
O gráfico da função de primeiro
grau é construído atribuindo valores
para 𝑥 e obtendo valores
correspondentes para 𝑦.
Exemplo: 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 3.

17
Gráfico da função de primeiro grau

𝑥 9
Exemplo: 𝑓 𝑥 = − +
2 2

18
Função identidade

A função identidade é a função

𝑓 𝑥 = 𝑥. Seu gráfico é a reta
que passa pela origem e forma
um ângulo de 45∘ com o
semieixo positivo dos 𝑥.

19
Sinal de uma função

O sinal de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) é o sinal da variável 𝑦. A

análise do sinal de uma função pode ser feito à partir de seu
gráfico.

• A função tem sinal positivo nos intervalos onde o gráfico

está acima do eixo 𝒙;

• E tem sinal negativo nos intervalos onde o gráfico está

abaixo do eixo 𝒙.
20
Sinal da função de primeiro grau

Sinal positivo Sinal positivo

−𝑏
Sinal negativo 𝑥 = −𝑏
Sinal negativo
𝑎 𝑥=
𝑎

21
Função modular

A função modular é a função

−𝑥, se 𝑥 < 0
𝑓 𝑥 = 𝑥 = ൜ 𝑥, .
se 𝑥 ≥ 0

O seu domínio é o conjunto dos

números reais.

A sua imagem é o intervalo

0, +∞ .

22
Função quadrática

A função 𝑓: ℝ → ℝ definida por

𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐,
onde 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são números reais e 𝑎 ≠ 0, é chamada função de
segundo grau ou função quadrática.

O seu domínio é o conjunto dos números reais.

O gráfico desta função é uma parábola cujo eixo de simetria é paralelo

ao eixo 𝑦.

23
Função quadrática

Se o coeficiente do termo 𝑥 2 for positivo (𝑎 > 0), a parábola tem

concavidade voltada para cima.

Se o coeficiente de 𝑥 2 for negativo ( 𝑎 < 0 ), a parábola tem

concavidade voltada para baixo.

O ponto de interseção do eixo de simetria com a parábola é chamado

vértice.

24
Função quadrática

Os zeros da função quadrática 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 é o conjunto-

solução da equação quadrática 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0.
Eles são calculados pela fórmula de Bháskara,
−𝑏 ± Δ
𝑥=
2𝑎
onde Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐. O símbolo Δ (delta) é denominado discriminante
do trinômio de segundo grau 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0.

25
Função quadrática

Considere a equação quadrática

𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0. (1)

• Se Δ > 0, a equação (1) tem duas soluções distintas em ℝ.

• Se Δ = 0, a equação (1) tem uma única solução em ℝ.
• Se Δ < 0, a equação (1) não possui solução em ℝ.

26
Função quadrática

27
Função quadrática

28
Função quadrática

É possível mostrar que as coordenadas do vértice da parábola gerada

pela função quadrática 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 são

−𝑏 −Δ
𝑥𝑣 = e 𝑦𝑣 = .
2𝑎 4𝑎

29
 Exemplos
Função quadrática: 𝒚 = 𝒙𝟐 − 𝟓𝒙 +

Eixo de simetria
𝟔.
• A concavidade é voltada para cima,
pois 𝑎 = 1 > 0.
• O discriminante é Δ = 1
• Os zeros da função são 𝑥1 = 2 e 𝑥1
𝑉
𝑥2
𝑥2 = 3.
5 −1
• O vértice da parábola é , .
2 4
• O eixo de simetria é a reta vertical
5
𝑥= .
2
30
 Exemplos
Função quadrática: 𝒚 = −𝒙𝟐 − 𝒙 +
𝟐. 𝑉
• A concavidade é voltada para baixo,
pois 𝑎 = −1 < 0.
• O discriminante é Δ = 9
• Os zeros da função são 𝑥1 = −2 e 𝑥1 𝑥2

Eixo de simetria
𝑥2 = −1.
−1 9
• O vértice da parábola é , .
2 4
• O eixo de simetria é a reta vertical
−1
𝑥= .
2
31
 Exemplos

Função quadrática: 𝒚 = 𝒙𝟐 − 𝟐𝒙 +
𝟏.
• A concavidade é voltada para
cima, pois 𝑎 = 1 > 0.
• O discriminante é Δ = 0
𝑉
• A função possui um único zero:

Eixo de simetria
𝑥1 = 𝑥2 = 1.
• O vértice da parábola é 1,0 .
• O eixo de simetria é a reta vertical
𝑥 = 1.
32
 Exemplos
−𝒙𝟐
Função quadrática: 𝒚 = − 𝟐𝒙 −
𝟐
𝟐.
• A concavidade é voltada para
1
cima, pois 𝑎 = − < 0.
2 𝑉
• O discriminante é Δ = 0

Eixo de simetria
• A função possui um único zero:
𝑥1 = 𝑥2 = −2.
• O vértice da parábola é −2,0 .
• O eixo de simetria é a reta vertical
𝑥 = −2.
33
 Exemplos

Função quadrática: 𝒚 = 𝒙𝟐 + 𝟐𝒙 +
𝟐.
• A concavidade é voltada para
cima, pois 𝑎 = 1 > 0.
• O discriminante é Δ = −4 𝑉

Eixo de simetria
• A função não possui zero.
• O vértice da parábola é −1,1 .
• O eixo de simetria é a reta vertical
𝑥 = −1.

34
 Exemplos

Eixo de simetria
−𝒙𝟐 𝟓
Função quadrática: 𝒚 = + 𝟐𝒙 − .
𝟐 𝟐
• A concavidade é voltada para cima,
1
pois 𝑎 = − .
2
• O discriminante é Δ = −1
𝑉
• A função não possui zero.
• O vértice da parábola é 2, −5 .
• O eixo de simetria é a reta vertical
𝑥 = 2.

35
Observação

Quando trabalhamos com subconjuntos de ℝ, é usual caracterizar a

função apenas pela fórmula ou regra que a define.
𝑦 = 𝑓(𝑥)

Neste caso, entende-se que o domínio de 𝑓 é o conjunto de todos os

números reais para os quais a função esta definida.

36
Função raiz quadrada
A função raiz quadrada, 𝑓 𝑥 = 𝑥 ,
é definida pela regra

𝑦 = 𝑥 ⇔ 𝑥 = 𝑦2.

Seu gráfico é apresentado na figura ao

lado.

• 𝐷 𝑓 = 0, +∞ ;

• 𝐼𝑚 𝑓 = 0, +∞ .
37
Função recíproca
A função recíproca é definida pela regra

1
𝑓 𝑥 = .
𝑥

Seu gráfico é apresentado na figura ao

lado.

• 𝐷 𝑓 =ℝ− 0 ;

• 𝐼𝑚 𝑓 = ℝ − 0 .

38
Função 𝒚 = 𝒙𝟑
O gráfico da função 𝑦 = 𝑥 3 é
apresentado na figura ao lado.

• 𝐷 𝑓 = ℝ;

• 𝐼𝑚 𝑓 = ℝ.

39
Função raiz cúbica
A função raiz cúbica é definida
pela regra
𝑦= 3
𝑥 ⇔ 𝑥 = 𝑦3.

Seu gráfico é apresentado na

figura ao lado.

• 𝐷 𝑓 = ℝ;

• 𝐼𝑚 𝑓 = ℝ.

40
Operações entre funções

Dadas as funções 𝑓 e 𝑔, define-se:

i. Soma: 𝑓 + 𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑥 + 𝑔 𝑥

ii. Diferença: 𝑓 − 𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑥 − 𝑔 𝑥

iii. Produto: 𝑓 ⋅ 𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑥 ⋅ 𝑔 𝑥

𝑓 𝑓 𝑥
iv. Quociente: 𝑥 =
𝑔 𝑔 𝑥

41
Operações entre funções

O domínio das funções 𝑓 + 𝑔, 𝑓 − 𝑔 e 𝑓 ⋅ 𝑔 é a interseção dos

domínios de 𝑓 e 𝑔.
𝑓
O domínio da função é a interseção dos domínios de 𝑓 e 𝑔, excluindo-
𝑔
se os pontos 𝑥 onde 𝑔 𝑥 = 0.

42
Exemplo

Sejam as funções 𝑓 𝑥 = 5 − 𝑥 e 𝑔 𝑥 = 𝑥 − 3, então

a) 𝑓 + 𝑔 𝑥 = 5 − 𝑥 + 𝑥 − 3

b) 𝑓 − 𝑔 𝑥 = 5 − 𝑥 − 𝑥 − 3

c) 𝑓 ⋅ 𝑔 𝑥 = 5 − 𝑥 ⋅ 𝑥 − 3

𝑓 5−𝑥
d) 𝑔
𝑥 =
𝑥−3

43
Exemplo
Ainda em relação às funções 𝑓 𝑥 = 5 − 𝑥 e 𝑔 𝑥 = 𝑥 − 3, os
𝑓
domínios das funções 𝑓 + 𝑔, 𝑓 − 𝑔, 𝑓 ⋅ 𝑔 e são:
𝑔

a) 𝐷 𝑓 + 𝑔 = 𝐷 𝑓 ∩ 𝐷 𝑔 = −∞, 5 ∩ 3, +∞ = 3,5 .
b) 𝐷 𝑓 − 𝑔 = 𝐷 𝑓 ∩ 𝐷 𝑔 = 3,5 .
c) 𝐷 𝑓 ⋅ 𝑔 = 𝐷 𝑓 ∩ 𝐷 𝑔 = 3,5 .
𝑓
d) 𝐷 𝑔
= 𝐷 𝑓 ∩ 𝐷 𝑔 − 𝑥 ∈ ℝ | 𝑔 𝑥 = 0 = 3,5 − 3 = 3,5 .

44
Multiplicação de número real por uma função

Se 𝑘 é um número real e 𝑓 é uma função, define-se a função 𝒌𝒇 por

𝑘𝑓 𝑥 = 𝑘 ⋅ 𝑓 𝑥 ,
ou, simplesmente,
𝑘𝑓 𝑥 = 𝑘𝑓 𝑥 .

O domínio da função 𝑘𝑓 é o mesmo domínio da função 𝑓.

Exemplo. Se 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 4 e 𝑘 = 3, então 3𝑓 𝑥 = 3 𝑥 2 − 4.

45
Composição de funções

Dadas duas funções 𝑓 e 𝑔, a função composta de 𝒈 com 𝒇, denotada

por 𝑔 ∘ 𝑓, é definida por
𝑔∘𝑓 𝑥 =𝑔 𝑓 𝑥 .

O domínio da função 𝑔 ∘ 𝑓 é o conjunto de todos os valores 𝑥 do

domínio de 𝑓 tais que 𝑓(𝑥) está no domínio de 𝑔.
𝐷 𝑔 ∘ 𝑓 = 𝑥 ∈ 𝐷 𝑓 | 𝑓 𝑥 ∈ 𝐷(𝑔) .

46
Composição de funções

47
Exemplo

Sejam 𝑓 𝑥 = 𝑥 e 𝑔(𝑥) = 𝑥 − 1. Então:

𝑔 ∘ 𝑓 𝑥 = 𝑔 𝑓(𝑥)
=𝑓 𝑥 −1
= 𝑥−1

48
Exemplo

Como 𝐼𝑚 𝑓 = 0, +∞ e 𝐷 𝑔 = ℝ, então

𝐼𝑚 𝑓 ⊂ 𝐷 𝑔 .

Portanto,
𝐷 𝑔 ∘ 𝑓 = 𝐷 𝑓 = 0, +∞

49
Referências
• FLEMMING, Diva Marília; GONÇALVES, Mirian Buss. Cálculo A:
funções, limite, derivação e integração. 6. ed. rev. ampl. São Paulo:
Pearson, 2006. 449p. ISBN: 9788576051152. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/748/pdf/0

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