CUSTOMIZAÇÃO

TRIUMPH BONNEVILLE BOBBER BLACK

ON THE ROAD
RODANDO PELO MÉXICO

MUNDO DE MOTO
KTM 890R 2022

YAMAHA TRACER 900GT

POR FERNANDO NIENKÖTTER

AVALIAÇÃO
DUCATI STREETFIGHTER V4S 2022

BIG TRIP – SERRAS E CIDADES VIAGEM DO LEITOR – SÃO PAULO (SP) – LAGUNA (SC) POR ELAS – LADIES OF THE ROAD
EDITORIAL

Texto: André Ramos

Seja o (bom) Crazy Turkey Editora

Diretores
Vera Miranda
Miguel Ricardo Puerta

EXEMPLO
Editor-Chefe
André Ramos

Edição de textos
Eduardo Torelli

E
Direção de criação/ Projeto Gráfico
xiste uma frase que diz mais ou menos o seguinte: “as palavras convencem, Danilo Almeida
danilo@cteditora.com.br
mas o exemplo, arrasta” e isso é um fato, afinal, são as ações que Scaner,Tratamento de
confirmam o discurso ou mostram a hipocrisia que se buscava ocultar por Imagem e Produção
trás dele. Danilo Almeida

Interagindo socialmente, estamos constantemente emitindo sinais claros a Colaboradores

respeito de quem somos por meio de nossas ações e dos valores que nutrimos, os Laertes Torrens Filho, Celso Renato

quais estão intimamente ligados ao nosso nível de maturidade e responsabilidade, Foto/Capa

Edgar Klein/Heitor Pergher/Marcio
e isso, obviamente, aplica-se à maneira como nos comportamos no trânsito. Silveira/Cezar Augusto de S. Oliveira

Por mais que a motocicleta seja um veículo que atraia a simpatia das pessoas Fotografia
Edgar Klein
(quantas vezes você já não deve ter retribuído com um tchau os olhares curiosos
de uma criança que te admirava pela janela do carro enquanto você estava Diretor Administrativo
Miguel Ricardo Puerta
parado[a] no farol, ou quantas vezes já foi abordado[a] por um desconhecido em
Publicidade
algum posto de gasolina no meio da estrada querendo saber para onde você estava
Diretora Comercial
indo e quais as suas histórias?), o fato é que nossa imagem não é das melhores Vera Miranda
vera@cteditora.com.br
e cientes disso, nós, que fazemos parte dos Melhores Motociclistas, precisamos
Executivos de Conta
ser o contraponto a este cenário. Laertes Torrens Filho
laertes@cteditora.com.br
Que atire a primeira pedra quem nunca fez uma bobagem no trânsito, mas
Geovania Alves
comprometer-se com o bom comportamento antes mesmo de sair de casa, certamente geovania@cteditora.com.br

poderá fazer você pensar duas vezes antes de revidar uma provocação, ou de Mídias sociais
Andre Ramos
cometer uma insensatez. andreramos@cteditora.com.br
Motos são veículos altamente passionais; nenhum outro possibilita o mesmo
Departamento de Assinaturas, números
prazer em uma estrada cheia de curvas, nenhum outro promove a sensação de atrasados e atendimento ao Leitor

liberdade que sobre elas desfrutamos, mas justamente estas características são Whatsapp: +55 (11)2068-7485
assinatura@cteditora.com.br
as que exigem de nós uma alta dose de atenção, prudência e responsabilidade,
De segunda a sexta
uma vez que não contamos com o anteparo de uma carroceria. das 9:00 às 18:00 horas
Ainda que respeitemos as leis de trânsito, é, sim, possível aproveitar a
adrenalina que nossas motos nos proporcionam. Não precisamos rodar acima dos Contabilidade
RC Controladoria e Finanças
limites de velocidade para experimentarmos isso e muito menos buscar fazer parte 55 11 3853-1662
Responsável: Ricardo Calheiros
da patota dos 299. O que vai determinar isso é como interpretamos a experiência
RAC Mídia
da pilotagem em si. Distribuição em todo o Brasil:
(11) 98145-7822
A Moto Adventure sempre defendeu o bom uso da motocicleta e a pilotagem segura, contato@racmidia.com.br
tanto que temos colunistas que em toda edição, trazem informações e orientações Impressão
Grafica Grafilar
voltadas a orientá-lo(a) e prepará-lo(a) para conduzir sua motoca com segurança. www.grafilar.com.br
E pensando nisso, estamos iniciando uma série de Lives em nosso canal no
Moto Adventure
Instagram onde, toda quarta-feira, Ângelo Viana debaterá com nosso seguidores A Moto Adventure é uma publicação mensal
da Crazy Turkey Editora e Comércio Ltda. •
as boas práticas no uso da motocicleta. Fique ligado(a). Redação, Administração e Publicidade: Rua
Crisólita, 238, Jardim da Glória CEP
Sobre a tua moto – e onde mais que esteja – seja o bom exemplo. Prove que 01547-090 São Paulo SP Fones/fax: 55 11
2068-7485/ 9287.• A Moto Adventure não
você faz parte dos Melhores Motociclistas; ainda que sejamos apenas alguns, admite publicidade redacional • É proibida
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certamente, produziremos bom impacto naqueles com quem cruzarmos e com isso, nesta edição sem prévia autorizacão • As
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Moto
Adventure
5
 SUMÁRIO
AVALIAÇÃO DUCATI STREETFIGHTER V4S 2022

12 Andamos nesta hyper naked invocada e cheia de tecnologia embarcada

ON THE ROAD – MÉXICO AVALIAÇÃO BMW G 310GS 2022

06 Viajando pela terra dos Maias

24 A porta de entrada para o universo
trail da marca alemã

VIAGEM DO LEITOR MUNDO DE MOTO – AVALIAÇÃO KTM 890R

18 Pai, filho e um amigo cruzam três serras
para marcar o fim de mais um ano 38 Marcio Silveira dá um rolê na novidade
austríaca e nos conta tudo sobre ela

POR ELAS – 13.000 KM PARA FECHAR 2021 BIG TRIP – CIDADES E SERRAS
30 Elas foram até o Paraguai e, de quebra,
deram uma esticadinha até o Sul da
Argentina
44 Um roteiro charmoso que cruza o
Vale do Paraíba e o Sul de Minas Gerais

YAMAHA TRACER 900GT, POR FERNANDO NIENKÖTTER

34 O aventureiro traz as suas inmpressões
sobre sua companheira de viagem
ON THE ROAD
Texto e Fotos: Cezar Augusto de S. Oliveira

Moto
Adventure
7
Arriba México
Viajar de moto pelo México é ir muito além dos mariachis, da tequila e de praias
paradisíacas: é mergulhar na cultura de um país maravilhoso, acolhedor e muito
rico culturalmente.

Moto
Adventure
8
ON THE ROAD

Viajar pelo México é deparar-se com uma cultura extremamente rica e com experiências inesquecíveis

O
México vai muito além de mariachis com
violão e chapéu grande, caveiras, desertos e
o personagem Ligeirinho dos desenhos, mas
também não se resume a desertos, tequila ou
paraísos populares como Cancún. O México é um país
rico (senão milionário) em cultura, história e tradições, com
um povo carismático, gentil, educado e muito receptivo,
notadamente conosco, brasileiros.
Todos se lembram com orgulho da Copa de 70 e fazem
questão de citar os nomes de diversos jogadores brasileiros
que trouxeram o caneco para cá, mas no nosso caso, nosso
“esporte” é outro: as duas rodas.
E foi mesclando tudo isto que um grupo de brasileiros
rodou quase 2.000 km partindo e chegando da Cidade do
México, passando por desertos, praias, cidades históricas e
até pirâmides – sim, existem pirâmides no México!
O grupo formado por Cezar Augusto de S. Oliveira
(Cezinha, do canal You Tube “Rodando de Moto Por Aí”),
Dinno Benzatti (Momento Moto), Sergio Guerra (Rumos
Motorcycles), Berê (TGK Travel) e Leo, foi guiado por Oscar
Cerezo, que teve como staff Adalid Lópes, dois mexicanos

Moto
Adventure
9
que não pouparam esforços para orientar, explicar e mostrar
as belezas do seu país.
Do Brasil para o México diversas empresas aéreas
possuem vôos regulares; as motos escolhidas foram BMWs
R 1200GS e R 1250GS Adventure e o ponto de partida do
passeio foi no monumento “El Ángel de la Independência”,
um marco no coração da capital Mexicana.

IMERSÃO NA HISTÓRIA
A primeira parada foi em Teotihuacan, uma cidade com pirâ-
mides mesoamericanas construídas na América pré-colom-
biana e sua “Avenida dos Mortos” cercada por diversos
edifícios piramidais ondem habitaram centenas de milhares
de Maias e que – acredita-se – começou a ser construída
em torno de 100 a.C.
Caminhar por suas ruas e subir nas pirâmides (para quem
tem fôlego) é algo indescritível e valeu cada passo dado. É
um local para você passar dias explorando e, com certeza,
não conhecerá tudo. Após muita caminhada o grupo almoçou
num típico restaurante mexicano, com direito a cantores e
danças típicas.
O destino neste primeiro dia foi San Miguel de Alhende,
cidade considerada Patrimônio da Humanidade pela
Unesco, onde chegamos após cerca de 300 km.
Na manhã do segundo dia o grupo foi até o Santuário
de Atatonilco, localizado numa cidade com o mesmo
nome e que teve importante papel na revolução mexicana.
Nesta igreja existem diversos murais de índios locais, local
para apreciar, aprender e imaginar o momento histórico
daquele país.
Neste dia o grupo percorreu 400 km em ótimas estradas,
passando por Dolores Hidalgo para um sorvete na praça da
cidade e finalizar o dia na famosa (e gigante) Guadalajara.

TEQUILA!
No terceiro dia, nosso primeiro destino foi a cidade de
Tequila – sim, tequila não é só a famosa bebida –, ali-
ás, “tequila” é uma fruta que podemos dizer ser prima
do famoso abacaxi e dela deriva, após todo um trabalho
considerável, a bebida mais famosa do México.
Pode-se dizer que a tequila está para o México como a
cachaça está para o Brasil.
A cidade de Tequila vive em função da bebida e da
fábrica da José Cuervo, a mais antiga no ramo, e o Grupo
fez um tour por toda a linha de produção da empresa,
podendo conhecer desde o fruto recém-colhido, passando

Moto
Adventure
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ON THE ROAD

por todo o processo de destilação até o produto final e

uma inacreditável quantidade de rótulos dele derivados.
Também passeamos pelo museu de Tequila que, além
de diversas obras de arte a céu aberto, possui um acervo
histórico com veículos, gravuras, tour subterrâneo com
direito a uma verdadeira aula sobre aquele líquido que
deixa todos “lôcos”.
O destino do terceiro dia foi o litoral no Oceano Pacífico,
mais precisamente a cidade de Puerto Valharta, depois de
aproximadamente outros 400 km de estradas com as mais
diversas paisagens.
O almoço foi à beira-mar, sempre regado a comida local,
ou seja, pimenta, muita pimenta, contudo não se engane,
pimenta boa não nos faz sofrer, muito pelo contrário, dá
um sabor muito especial à comida.
No final do dia o grupo relaxou ao som do Pacífico num
hotel paradisíaco, podendo apreciar o “deus sol” que,
lentamente, descansava atrás das ondas.
No quarto dia o grupo saiu para conhecer a cidade
de outro ângulo, de barco, podendo apreciar toda a
grandiosidade e beleza daquele local.
O pescador/guia, Sr. Mariano, ao mesmo tempo que
explicava sobre a cidade, também preparava um ceviche
para o grupo degustar após o mergulho em alto-mar com
direito a nadar por dentro (literalmente) de diversas pequenas
ilhas onde, inclusive, foi gravado o filme Predador.
Após esta manhã maravilhosa o grupo se dirigiu para
Morélia, outra cidade histórica dada sua importância na
revolução mexicana, também reconhecida como Patrimônio
Cultural da Humanidade pela Unesco dado seu Centro
Histórico e sua Catedral gigantesca.
Após percorrermos 400 km, Guadajara foi o local de
pernoite deste dia, mas não sem antes o grupo se reunir
noutro restaurante típico com direito a muita música e
tequilas. A caminho do hotel o grupo percorreu a pé o
centro da cidade podendo apreciar toda a arquitetura e
alegria do povo mexicano.
Quinto e último dia de viagem o grupo se dirigiu até
a Cidade do México e após mais de 600 km rodados,
encerrávamos o nosso tour por este país incrível e
devolvíamos as moto. Mas a viagem ainda não havia
terminada e era hora de fazer um tour pela capital.
O prédio do Parlamento foi o ponto alto do passeio com
seus murais pintados por Juan O’Gorman e Diego Rivera,
este último, também reconhecido por ter sido marido da
famosa Frida Kahlo.

Moto
Adventure
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 Escaneie este QR
Code e acesse a
playlist com os seis
vídeos que mostram
cada capítulo desta
incrível viagem!

Trata-se de uma obra de arte gigante que conta a história
do México ao longo dos séculos com uma riqueza de
detalhes deslumbrante.
Após o almoço o grupo foi para o Museu Antropológico
conhecer mais da cultura deste povo apaixonante; peças
de tamanho incríveis e outras minúsculas, todas esculpidas
com muito cuidado e muito bem preservadas; a noção
de agricultura, tempo, temperatura, calendário, enfim,
conhecimentos que aquele povo foi acumulando ao longo
de séculos, tudo ali aos olhos dos boquiabertos mototuristas.
Uma observação para fechar este dia: você sabia
que a Cidade do México originalmente era uma “cidade
flutuante”? Sim, não se sabe exatamente como, mas ela
“flutuava” no período das chuvas que eram “guardadas”
para o período da seca quando então a cidade baixava.
Existem diversas teorias arquitetônicas sobre isso, mas
nenhuma conclusiva tampouco como, ou quem, ensinou
os Maias aquilo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta chamada “Rota da Independência do México”, o
visitante pode notar o patriotismo do povo mexicano, cidades
muito limpas e preservadas com um povo muito educado e
hospitaleiro; por onde se passa, você se sente seguro, aco-
lhido e recebido em todo lugar por um sorriso sempre largo.
México – um país que vale a pena conhecer.

Moto
Adventure
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AVALIAÇÃO

Texto: André Ramos | Fotos: Mario Villaescusa/Ducati Brasil

DUCATI
STREETFIGHTER
V4S 2022
O TORPEDO
Tivemos a oportunidade de acelerar
o foguete derivado da Panigale V4
em Interlagos e trazemos nossas
impressões a você.

Moto
Adventure
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 Moto
Adventure
14
AVALIAÇÃO

A
Streetfighter V4S é uma obra-prima da engenharia
motociclística. Ela é praticamente uma Panigale
V4 sem carenagem e traz o que há de mais
avançado no universo das duas rodas; ela
transpira agressividade por cada detalhe, a começar por
sua cara invocada e pelo seu porte musculoso, parecendo
um touro selvagem pronto para atacar.
Para chegar a este resultado, os engenheiros e designers
da marca foram buscar inspiração no personagem
“Coringa”, cuja face ofereceu as linhas que conduziram
ao desenvolvimento de seu farol. Posicionado um pouco
abaixo da linha do tanque, traz linhas curvas que se fundem
à uma bela assinatura proporcionada por uma DRL (Daytime
Running Light) em LED. Isso faz parecer que a frente da moto
é rebaixada e que ela está pronta para voar no teu pescoço.
Logo atrás das bengalas invertidas Öhlins NIX30 de
múltiplas regulagens está o amplo conjunto de radiadores
de água e óleo, emoldurados lateralmente pelas agressivas
asas. Estas são o resultado de pesquisas desenvolvidas
pela Ducati Corse em colaboração com especialistas da
Ducati Style Center. Desenvolvidas com simulações em CFD
(Computational Fluid Dynamics) fazem com que a moto –
especialmente sua frente – ganhe mais estabilidade em altas
velocidades. Segundo a marca, a 270 km/h, elas geram
força descendente de 28 kg, dos quais 20 kg na roda
dianteira e 8 kg na roda traseira, melhorando também a
refrigeração dos radiadores.

ASSUSTADO
Confesso que estava ansioso para acelerar esta moto em
Interlagos, afinal, eu pilotaria um rojão de 208 cv e mais de
12 kgf.m de torque, carregado de tecnologias oriundas da
MotoGP, que a fazem arrancar como um míssil e a cruzar a
barreira dos 200 km/h com a mesma naturalidade com a
qual você escova os dentes ao acordar. Era muita responsa.
Ao lado dela, ficava em dúvida se teria braço para segurar
aquele colosso de potência e tecnologia; o ronco grave e
compassado da marcha lenta, se transformava em um grito
grave e gutural ao girar o acelerador. Era muita adrenalina!
Conduzindo-me, teria ninguém menos que César Barros, o
experiente piloto e instrutor oficial da Ducati Riding Academy
no Brasil.
Antes de entrar na pista, tratei de selecionar o modo de
pilotagem Sport (há ainda o Street e o Race) para sentir como
ela se comportaria com os controles eletrônicos realizando
uma intervenção menos invasiva sobre parâmetros como

Moto
Adventure
15
AVALIAÇÃO
freios, entrega de potência e controle anti-whelling, mas
não tão permissiva como no modo Race.
Assim que saímos do pit lane e passamos a contornar a
alça que dá acesso ao final da Curva do Sol, já recebi a
primeira dose de satisfação oriunda da docilidade ciclística
já dando seus primeiros sinais de obediência.
A organização do evento colocara uma chicane de
cones antes do final da reta oposta, o que fez com que
não desse tempo de começar a abrir a terceira marcha.
Neste momento, já estava a 165 km/h e fungando na roda
traseira do Cezinha, que seguia de X-Diavel. Era o punch
do novíssimo Desmosedici Stradale de 1.103 cm3, de 4
cilindros em “V” a 90o, inclinado a 42o pulsando qual um
corcel jovem que acaba de ir para o pasto, enquanto que
meus batimentos subiam na mesma velocidade.
E o que freia esta moto??? O set fornecido pela Brembo,
com discos duplos de 330 mm na frente, mordidos por
pinças Stylema de fixação radial, que trabalham em
conjunto com um disco traseiro de 245 mm e pinça de dois
pistões é violento! Mas apesar disso, a sensação é de plena
segurança, tanto pela progressividade, como pela eficiência
do sistema Cornering ABS, que modula a intensidade da
frenagem entre as rodas.
O equilíbrio ciclístico proporciona pura diversão em curvas
Moto
Adventure
17
No miolo de Interlagos, você sente-se em uma valsa
conduzindo esta dama e colocando-a onde quer, tanto nas
curvas de maior velocidade (como na deliciosa mas cega
Laranjinha), como no fechado Bico de Pato, que pode ser
contornado em segunda marcha, dado o torcão da motoca.
INTIMIDADE
A moto tem tanta eletrônica embarcada que rapidamente você
vai se sentindo familiarizado a ela; a cada nova combinação
de frenagem, curva e aceleração, você vai se encontrando
mais e mais e quando chega ao Mergulho, quase já a está
chamando de “você”. Mas é na frenagem da Junção, que dá
acesso à subida para o temido Café e à Reta dos Boxes que
você entende ainda mais o poder da motocicleta, pois ali a
conjunção entre aceleração, frenagem, contorno e reacelera-
ção ganham mais evidência. Ao iniciar a subida, a facilidade
das trocas de marchas proporcionadas pelo quickshifter mostra
como é bom contar com este recurso – lembrando que ele
atua também nas reduções.
Devido ao modo de pilotagem escolhido, a intervenção do
freio-motor não é tão invasiva, o que obriga a uma utilização
mais intensa dos freios, mas graças ao suporte eletrônico das
suspensões semi-ativas, que adaptam o comportamento da
 Apesar de seus 208 cv e mais de 12 kgf.m de torque e do porte intimidador, a Streetfighter V4S é uma moto obediente e muito segura
moto em todas as situações, você sente-se muito confiante
em progressivamente ir aumentando o ritmo da tocada. Vale
destacar também que a roda traseira não trava nas reduções,
devido ao sistema eletrônico DSC (Ducati Skidding Control).
Com o controle de tração se encarregando de manter
a moto no trilho nas saídas de curva, começo a abrir o
acelerador e a entender como é bom contar com o anjo da
guarda chamado Controle Anti-Wheeling Ducati EVO, afinal,
mesmo quando a frente tende a querer sair do chão (o que
é natural nesta moto), a eletrônica entra em ação e trata de
deixar tudo sob controle, ainda que você tenda a não confiar
nisso logo de início. Qualquer semelhança com aquele slogan
“potência não é nada sem controle”, não é mera coincidência!
E por falar no citado slogan, é importante destacar o
comportamento dos bons pneus Pirelli Diablo Rosso Corsa
II, que tratam de contribuir de maneira exemplar com o
comportamento das suspensões, oferecendo bastante
estabilidade em altas velocidades e precisão e confiabilidade
no setor misto. Destaque para o amplo pneu traseiro de 200
mm de largura e para as rodas Marchesini de alumínio forjado,
que devido ao baixo peso do conjunto, deixam as trocas de
direção leves e intuitivas.
Aliás, uma salva de palmas ao milagre da engenharia em
duas rodas chamado IMU (Unidade de Medição Inercial) que
possibilita a adoção de todas estas tecnologias de controle, o
que faz com que a Streetfighter V4S seja assustadora somente
quando se está olhando para ela.
O único recurso não avaliado por não ter tido a oportunidade
foi o Ducati Power Launch, derivado da MotoGP e que nas
largadas, distribui a aceleração da melhor maneira possível
para proporcionar uma arrancada o mais eficiente possível,
sem que a frente saia do chão.
Terminei o meu passeio exultante, pois a moto é incrível,
dada a combinação entre potência, ciclística e eletrônica,
revelando a incrível obra de engenharia que estava sob os
meus comandos. Mas não vá pensando que a Streetfighter V4S
é uma moto que, por ser tão tecnológica, tolera desrespeito;
muito pelo contrário: estamos falando de um bólido derivado
de uma superbike, que ultrapassa dos 280 km/h e que, por
isso mesmo, merece ser respeitada e reverenciada. Se assim o
fizer, estará desenvolvendo um casamento e tanto, entretanto,
terá de ser paciente, pois além de precisar desembolsar os R$
146.990, vai ter de entrar na fila de espera, pois todas as
unidades trazidas no primeiro lote já têm donos.
Moto
Adventure
18
VIAGEM DO LEITOR

Texto e Fotos: Reinaldo Carvalho/Reinaldo Carvalho Jr.

3 SERRAS – DE SÃO PAULO

(SP) A LAGUNA (SC)
Nada como uma viagem de moto entre pai, filho e um amigo por regiões
maravilhosas para fechar um ano e renovar as energias para o próximo.

T
odos os anos, meu filho e
eu realizamos pelo menos
uma viagem pai e filho para
comemorar nossa união,
parceria e amizade inabalável e desta
vez, em parceria, escrevemos sobre a
viagem que fizemos ao encontro de
motocicletas de Laguna (SC).
Esta viagem aconteceu entre os dias
2 e 5 de dezembro. Nossa intenção
de que vários outros companheiros
também fossem acabou frustrada até
porque a experiência já nos mostrou
que em toda viagem um pouco mais
longa, sempre há desistências e assim
a turma que inicialmente era grande,
acabou reduzida para apenas três, ou
seja, eu, meu filho e seu amigo Felipe.

Moto
Adventure
19
 Moto
Adventure
20
VIAGEM DO LEITOR
"Reinaldo Carvalho (à esq.), o amigo Felipe e Reinaldo Carvalho Jr.: muitas histórias para contar
O planejado era que a viagem tivesse três destinos
intermediários até chegar ao final. O primeiro era conhecer
a Serra do Rastro da Serpente, que possui 1.200 curvas
ao longo dos seus 350 km de extensão, ligando Capão
Bonito (SP) a Curitiba (PR). Depois, o destino seria a Serra
do Corvo Branco, com mais de 700 quilômetros de estrada
de Curitiba até lá. Em seguida, descer a Serra do Rio
do Rastro, com destino final a cidade de Laguna, onde
ocorreria o evento motociclístico.
Como pude sair antes, porque queria curtir com mais
calma as paisagens, deixei São Paulo na quinta-feira, dia
2 de dezembro bem cedo, e meu filho e seu parceiro de
viagem, Felipe, na sexta.
Eu pilotava uma BMW R1200RT e eles, motos esportivas
– o Felipe uma Honda CBR 650R e o Júnior, uma BMW
S1000RR.
PERCORRENDO A SERPENTE
De São Paulo até Capão Bonito foi uma viagem normal
mas quando ingressei no início da Serra do Rastro da
Serpente, as coisas começaram a ficar interessantes….
É uma curva atrás da outra. Não dá tempo de colocar
a moto em pé, tudo sem acostamento. É uma sequência
Moto
Adventure
21
de emoções, fora o ambiente, os cheiros das árvores e o
prazer de estar sobre uma moto. Boa parte do caminho
fiquei atrás de um treminhão, que tinha o comprimento da
distância entre uma curva e outra; um baita exercício para
quem quer treinar curvas (risos).
Este lugar todo motociclista viajante deveria conhecer. Com
a estrada praticamente vazia foi um prazer enorme trafegar,
apesar das muitas marcas de óleo derramado nas curvas
e alguns sustos que não resultaram em grande problema
porque não chovia. A visão das paisagens, principalmente
nos locais mais altos, era um diferencial que estou tentando
compartilhar com você!
Cheguei à Curitiba no início da noite, com baita trânsito,
mas pude aproveitar as luzes do Bairro de Santa Felicidade,
que estava muito bem iluminado para o Natal e com muita
gente curtindo.
No dia seguinte ao “pouso” em Curitiba segui para o sul
pela BR-116, devagar para esperar o R. Junior e o Felipe
para seguirmos em direção a Laguna.
REINALDO JÚNIOR
Eu, Reinaldo Júnior, saí no dia 3, sexta-feira, antes do
amanhecer, sem chuva. Encontrei com o Felipe e tocamos
VIAGEM DO LEITOR

as máquinas direto para a cidade de Capão Bonito, onde existe um primeiro

portal da Serra do Rastro da Serpente.
Diferentemente do meu pai, encaramos o trajeto, quase inteiro, sob chuva e
o pior, com óleo. Andar pela Serra do Rastro da Serpente, com chuva e óleo é
muito louco. Por mais cuidado que a gente tenha, é muito escorregadio. Tenho
certeza absoluta que por mais de uma vez escapei de um tombo. Acho que a
proteção divina ajudou muito, mas também a tecnologia embarcada na BMW
foi fundamental para melhorar minha segurança. Por várias vezes tive medo! Senti
a moto sair de traseira e às vezes sentia a dianteira flutuar. O controle de tração
ajudou nestes momentos a consertar o deslizamento e evitar que o pior ocorresse.
Aliás é como meu pai diz nos seus cursos: o medo mantém a gente vivo, não
a coragem!
Mesmo mais devagar, com tanto óleo e água, a sensação é que a gente estava

andando num “grande sabão”.... O asfalto brilhava como se fosse de ouro e prata.
Muita tensão no caminho, até a cidade de Apiaí. Na parada que fizemos,
no outro portal da Serra do Rastro da Serpente, encontramos outro motociclista
que estava fazendo o caminho contrário, que nos avisou que até Curitiba a pista
estava em melhores condições.
Dali para frente foi só alegria! Com grande parte do asfalto seco, pudemos
curtir as extensas curvas que a serra tem; as paisagens a cada trecho ficavam
vez mais bonitas, com visuais magníficos.
Tivemos melhor sorte quando chegamos à Curitiba, às 11h da manhã da sexta-
feira. Com chão seco mas, com muito movimento de veículos, logo ingressamos
na Rodovia BR-116, sentido sul, com muitos caminhões.
Rodamos vários quilômetros e logo depois da divisa dos Estados do Paraná
e Santa Catarina, estava lá meu pai, esperando a gente com alegria, num
restaurante de beira da estrada onde almoçamos e trocamos nossas experiências
da viagem e rimos muito dos nossos sustos....
Dali, seguimos todos juntos até a cidade de Bom Jardim da Serra, passando

Moto
Adventure
23
por São Joaquim, já próximos da Serra do Rio do Rastro.
É incrível como o entardecer naquela região é bonito.
Um dos mais surpreendentes já vistos. A sensação era de
estar no lugar certo, na hora certa, ainda mais fazendo o
que gostamos. Numa das paradas, o sentimento de nós três
foi o de gratidão pelos momentos incríveis e inesquecíveis
vividos. A estrada com moto, mesmo com chuva, sol, frio e
noite foi uma combinação perfeita!
Na cidade de Bom Jardim da Serra, nos hospedamos
pelo Airbnb em uma fazenda incrível, muito aconchegante,
com porteira na beira da estrada, plantação de maçãs e
diversos animais (cavalo, jegues, cães dóceis) e lareira acesa
nos aguardando. O casal de donos nos recebeu com muito
carinho, nos fazendo sentir como se estivéssemos em casa.
Depois de rodar mais de 900 quilômetros com todas as
intempéries, bastante cansados, o descanso neste lugar foi
um merecido presente!!!!
Estávamos finalmente na Serra Catarinense e após uma boa
noite de sono e um café da manhã farto, precisamos voltar um
pouco na estrada para chegarmos à Serra do Corvo Branco,
localizada na cidade de Urubici. Com cinco quilômetros finais
de estrada de terra batida, valeu muito a pena. A grande
fenda na rocha impressiona e faz a gente se sentir minúsculo
diante da grandiosidade do lugar. Vá conhecer!
Ficamos pouco tempo por lá, primeiro porque o tempo
estava meio suspeito e queríamos descer a do Rio do Rastro
sem nebulosidade, depois com motos esportivas descer a
do Corvo Branco não é uma boa, porque não tem asfalto....
Então retornamos pela estrada da cidade de Urubici e
após uma parada para almoço, seguimos para a outra serra,
a do Rio do Rio do Rastro, famosa por suas belezas. Uma
maravilha vista de cima ou de qualquer lugar ao longo de
suas 284 curvas acentuadas, em 12 km de extensão.
É bom lembrar que ela não está aberta todos os dias e
se quiser ir, aconselho ver no site antes.
A descida foi tranquila depois esperar que as nuvens
subissem (lá a gente fica acima das nuvens) e seguimos para
o destino final de Laguna!
LAGUNA, POR REINALDO CARVALHO
Nunca vi tanta gente querendo estourar motor de moto!
Ensurdecedor o barulho, até para quem fica do outro lado
da travessia da balsa como eu.
Eu desisti de ir ao evento porque não me encanto por
ver motocicletas sendo destruídas por motivo fútil. O Júnior
e o Felipe foram lá ver o tal encontro de Laguna, mas
voltaram logo.
A conclusão foi de que para quem gosta de pagar para
entrar e voltar com os ouvidos zunindo e sem poder conversar
com ninguém, é um bom passeio.
Pela manhã, tempo nublado, rodovia debaixo da moto,
cabo enrolado, seguimos de volta para Sampa e, onde
chegamos em paz e ainda de dia em nossa querida sampa!
Só alegria e história para contar.
Moto
Adventure
24
AVALIAÇÃO

Texto: André Ramos | Fotos: Edgar Klein

BMW G 310GS 2022

A porta de entrada ao
mundo da aventura
Em sua segunda geração, a G 310GS ganha três novidades visando deixá-la ainda
mais atraente, confortável e eficiente.

A
BMW foi a marca responsável pelo surgimento do
segmento big trail no mundo quando, em 1980,
apresentou a criação do engenheiro de aviação
Max Fritz. Batizada de R 80 G/S (Gelände –
terra) / Straße – estrada), a motocicleta trazia características
que a tornavam capaz de encarar as condições difíceis das
rodovias dos Alpes da região da Bavária, e seus êxitos no
então Rally Paris-Dakar comprovaram na prática o que Fritz
planejara para ela.
Nascia ali não apenas uma motocicleta, mas um novo
segmento global que mudaria para sempre o mundo das
grandes viagens de moto e consolidaria a BMW como a
mais prestigiada marca no mundo adventure.
Desde então, somente motos de alta cilindrada eram
fabricadas pela BMW, mas essa história começou a mudar
em 2015, quando foi apresentada a G 310R aqui no Salão
Duas Rodas, a primeira motocicleta de baixa cilindrada da
história da marca. Menos de um ano depois, surgia sua
versão trail, batizada de G 310GS.
A segunda geração da motocicleta foi lançada no final
do ano passado e nós tivemos a oportunidade de rodar nela
para conhecer as novidades e, claro, desfrutar um pouco da
sensação de pilotar uma BMW.

MUDANÇAS
A primeira modificação recebida pela motocicleta foi a ado-
ção do acelerador eletrônico ride-by-wire, visando deixar as
respostas do sistema de injeção eletrônico ainda mais fluidas
e melhorar o consumo de combustível.
A segunda foi a iluminação full led: agora a motocicleta

Moto
Adventure
25
 Moto
Adventure
26
AVALIAÇÃO

Escaneie este QR
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ao vídeo desta
reportagem

conta com farol com lâmpadas que usam esta tecnologia, o

que permitiu com que ganhasse a sua própria assinatura no
farol. Piscas e lanterna traseira também passaram a contar
com estas lâmpadas.
A terceira foi a implantação da embreagem assistida e
deslizante, que além de tornar o acionamento mais suave –
exigindo menos força na mão – também evita o travamento
da roda traseira em reduções bruscas de marcha. Novos
manetes com quatro regulagens de altura, que permitem
avanço ou recuo de até 6 mm, também entraram no pacote.

PARECE MAIOR
Embora a G 310GS seja a menor moto da gama adventure
da BMW, ela surpreende pelo porte: principalmente quem
não manja muito de moto ou que esteja desatento, pode
pensar tratar-se de uma motocicleta de maior cilindrada.
Suas aletas laterais, associadas a sua carenagem, aos tubos
amarelos da suspensão invertida dianteira e até mesmo ao
bagageiro e à altura do assento em relação ao solo (835
mm), conferem a ela um porte singular e destacado.

Moto
Adventure
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 Moto
Adventure
28
AVALIAÇÃO

Porta de entrada para o linha Adventure da BMW, a G 310GS vai bem no asfalto e não faz feio na terra

A G 310GS foi desenvolvida em parceria com a taiwanesa

TVS e traz alojado em seu quadro de aço treliçado um motor
monocilíndrico de 313 cm3, arrefecido a líquido, com duplo
comando de válvulas no cabeçote e alimentado por injeção
eletrônica que o faz entregar 34 cv de potência a 9.500
rpm e 2,9 kgf.m a 7.500 rpm de torque. O ponto curioso
deste motor é sua concepção invertida, com a admissão
voltada para a frente e a saída de escape, para trás, à
frente do monoamortecedor. Segundo a marca, isso ajuda
na centralização de massas, mas por outro lado, compromete
um pouco o espaço destinado ao tanque.
Ele proporciona arrancadas gostosas e fluidez nas
acelerações, mas os mais sensíveis vão se incomodar com
o índice de vibração a partir dos 7 mil rpm, mas nada que
formigue as mãos.
Como citado, ela conta com suspensão dianteira invertida,
com tubos internos de 41 mm e curso de 180 mm; atrás, o
monoamortecedor também traz o mesmo curso e regulagem
de pré-carga da mola. Seu funcionamento é macio para o
uso urbano, mas se for encarar uma viagem ou o off-road,
um aperto na pré-carga da mola é necessário.
As rodas são de liga-leve (19” na frente e 17” atrás), calçadas
com os ótimos Metzeler Tourance, nas medidas 110/80-R19
na frente e 150/70-R17 atrás. O ABS está presente nas duas
rodas e não permite desconexão para pilotagem na terra. O

Moto
Adventure
29
disco dianteiro é de 300 mm e trabalha
em conjunto com uma pinça de fixação
radial fornecida pela Bybre; atrás, mede
240 mm e é mordido por pinça flutuante
de pistão único.
Estes trabalham bem no ambiente
urbano, com o dianteiro sendo bem
potente (com um dedo já é possível
obter frenagens fortes), mas o traseiro,
senti que o ABS entra em funcionamento
talvez um pouco cedo demais, mas falta
– e muito – a opção do desligamento
traseiro para andar na terra.
Seu tanque oferece capacidade
para 11,5 litros de gasolina (a moto
não é flex), sendo que destes, um litro
é destinado à reserva, o que confere à
ela uma autonomia em torno de 350
km, dependendo muito da mão e das
condições de onde irá rodar.
O painel é em LCD, oferece boa
ESPECIFICAÇÕES reg. pré-carga, curso 180 mm
visibilidade durante o dia e conta
Freio diant.: disco 300
com computador de bordo onde são Motor: monocilíndrico, DOHC, mm, pinça fixação radial 4
encontradas informações de consumo 4V, arrefec. líquido pistões, com ABS
médio e instantâneo, trip de reserva, Cilindrada: 313 cm3 Freio Tras.: disco 240 mm,
autonomia, odômetros de troca de Alimentação: injeção pinça pistão único, com ABS
óleo e revisão, odômetros total e dois eletrônica (não desconectável)
parciais. Além disso ele traz relógio, Diâmetro x Curso: 80 mm x Pneu Diant.: 110/80-R19
marcador de combustível, indicador 62,1 mm tubeless
de marcha, conta-giros e, claro, Potência: 34 cv a 9.250 rpm
velocímetro, além das luzes-espia. Torque: 2,9 kgf.m a 7.500 rpm Pneu Tras.: 150/70-R17
Câmbio: 6 velocidades tubeless
A BMW G 310GS 2022 encontra-
Chassi: tubos de aço em
se à venda com preço sugerido de R$
treliça Peso: 175 kg (a seco)
36.900 (mais frete – valor para São
Susp. Diant.: invertida, tubos Tanque: 11,5 l
Paulo-SP) e em três cores: branca com 41 mm, 180 mm curso Preço: R$ 36.900 + frete (São
cinza; azul, vermelha e preta e a amarela Susp. Tras.: monoamortecedor, Paulo)
com preta, alusiva à série 40 anos.

Moto
Adventure
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REPORTAGEM
Texto e Fotos: Sandra Beccaro/Divulgação

Réveillon 2022
Moto, estradas, amigos e aventuras
Há 11 anos, nossas amigas das Ladies of the Road celebram a chegada
de um novo ano de uma maneira muito especial e você acompanha
agora como foi a festa que recebeu a chegada de 2022.

P
ara as Ladies tudo é motivo de comemoração. A
regra é a seguinte: “junte um grupo de amigas e
bora partir para a estrada”. E com esse espírito
sempre aventureiro, um grupo de Ladies of the
Road se uniu ao grupo “Mão na Bomba” há 11 anos para
celebrarem desde então o Réveillon. Este grupo de amigos,
que comemora o Réveillon juntos dede então, começou com
apenas dois casais de harleyros (JC Simões e Sandra e
Renata e Luiz Caseiro) e hoje somos mais de 80 amigos,
entre Ladies, turma do "Mão na Bomba" e familiares.
O bacana é que desde então, procuramos não repetir o
local. Já organizamos festas no litoral e interior de São Paulo
e em Canoa Quebrada, no Ceará. Porém, com o intuito de
rodarmos ainda mais, nos últimos cinco anos temos atravessado
a fronteira do Brasil e buscado hotéis na Argentina e Paraguai,
que ofereçam uma hospedagem confortável com espaços e

Moto
Adventure
31
atrações que permitam a integração de todo o grupo, como
piscina, restaurantes, turismo, etc., e lógico, a grande festa
com comemorações especiais na virada do ano.
A organização e seleção do destino ocorre antecipadamente
sempre levando-se em conta o tempo disponível, a localização
estratégica para acesso fácil ao maior número de Ladies
e a relação custo/benefício, além da possibilidade de
continuidade da viagem para outras atrações, uma vez que
neste período muitas estão em seus períodos de férias.

2022
Este ano a proposta foi Ciudad del Este, no Paraguai,
por também estar próxima à fronteira com o Brasil, há
cerca de 1.000 km de São Paulo e oferecer atrações
como cassino e boas compras, além de vários pontos
de visitação como as Cataratas do Iguaçu, a região da
Tríplice Fronteira, etc.
Neste Réveillon pudemos comemorar a participação de Ladies
de São Paulo (capital), Itapira (interior de SP) e Vila Velha (ES).

Moto
Adventure
32
REPORTAGEM

Ano a ano a participação das Ladies vem aumentando

neste evento de Réveillon dos amigos. Já tivemos Ladies de
várias regiões do Brasil, Paraguai e Argentina. As Ladies
formam seus grupos de acordo com a proximidade, definem
suas agendas e determinam suas rotas, de preferência por
caminhos onde certamente encontrarão outras Ladies. Isso
nos diverte, nos motiva e inspira!
Aliás, não é por acaso que o local escolhido nos últimos
anos para o Réveillon dos amigos está estrategicamente
localizado próximo às fronteiras. Uma viagem até o Paraguai,
onde poderíamos rodar 2.000 km ida e volta, de repente
pode virar 13.000 km. É isso mesmo!
No Réveillon dos amigos de 2020 por exemplo, após as
comemorações da virada do ano, que na ocasião aconteceu
em Corrientes, na Argentina, três Ladies (Sandra Beccaro-
SP, Maristela Gorayb-SP e Angela Muller -PR) continuaram
a viagem e seguiram até o Ushuaia com seus parceiros.
Este roteiro de 13.000 km incluiu temperaturas de 40

Moto
Adventure
33
Depois da celebração no Paraguai, 2022
começou com uma "esticadinha"
até Ushuaia

graus positivos até 5 graus negativos, com direito a passagens por Bariloche e
a região dos Lagos, El Calafate com visita ao Glaciar Perito Moreno nas suas
magníficas geleiras e Puerto Madryn, onde pudemos passear lado a lado com
os pinguins em suas colônias. Carimbamos nosso passaporte no “Correo Del Fin
Del Mundo”, na Tierra Del Fogo, além de tantas outras atrações neste percurso.
A Patagônia é um dos lugares mais incríveis da América do Sul, por isso valeu
cada quilômetro rodado nesse nosso desafio. Suas paisagens abrigam cenários
fascinantes; é tanta beleza que sem dúvida precisa ser visitada e por isso nós
recomendamos.
Os planos não param por aqui. Na verdade, após as comemorações do
Réveillon deste ano, seguiríamos viagem até a Colômbia, via Chile, Peru e
Equador, porém apenas adiamos estes planos até que as fronteiras estejam todas
reabertas e a vida tenha voltado ao normal.

Feliz 2022!
Bora rodar com as Ladies!

Moto
Adventure
34
ESTRADAS DO MUNDO

Texto: Fernando Nienkötter (*) | Fotos: Heitor Pergher

Yamaha Tracer 900 GT

A companheira de viagem
Encerrando um ciclo de experiências e viagens ao longo das gravações da terceira
temporada de seu programa televisivo, Fernando Nienkötter nos traz a avaliação
que fez de sua parceira de aventuras.

Moto
Adventure
35
Q
uando acordo, minha primeira reação é correr
para garagem para encontrar a minha Rainha
do Asfalto, a Yamaha Tracer 900 GT. Com
a experiência adquirida ao longo dos anos
ao andar de moto, ainda sinto o desejo intenso de sair
rodando com o sentimento de liberdade e o vento no rosto,
sem falar das paisagens ao redor.
A Tracer 900 GT é uma moto muito dócil, fácil de
pilotar e com um grande atrativo por ser uma crossover.
A primeira vez que andei, me senti em um brinquedinho,
pois a leveza, estabilidade e precisão da suspensão me
deixou muito confortável.
É uma moto para pessoas exigentes e que querem começar
a viajar. Há muitas opções de acessórios para equipá-la e
ela proporciona muita diversão com os ajustes de potência,
através dos módulos de condução, o que a transforma em
uma verdadeira esportiva disfarçada. Equipada com um
motor tricilíndrico, a Tracer 900 GT tem muita potência e
elasticidade na aceleração, entregando muita confiança ao
piloto. A suspensão permite várias configurações de ajustes,
dando ao motociclista a possibilidade de pilotar de maneira
mais esportiva ou de forma confortável, para uma viagem mais
longa, por exemplo. Os bancos têm um desenho anatômico
e são produzidos em um material extremamente confortável.
Os instrumentos dos painéis são de fácil leitura e os faróis
garantem uma boa visualização noturna. Além disso, os
Moto
Adventure
36
ESTRADAS DO MUNDO

piscas são bem visíveis, tornando uma

motocicleta extremamente segura.
Nos parágrafos a seguir, darei
exemplos práticos da performance da
Tracer 900 GT, durante algumas das
minhas viagens mais recentes.

SERRA CATARINENSE E GAÚCHA,

ON E OFF-ROAD
Durante as gravações da terceira
temporada do programa “Estradas
do Mundo”, que é exibido no canal
Travel Box Brazil, tive mais de 20
dias intensos ao lado da minha Tracer
900 GT, enfrentando diversos tipos
de terreno e pavimento. Nossa base
foi a cidade de Urubici, na Serra
Catarinense, que está se tornando
um dos – talvez o maior – ponto de
encontro de motociclistas de big trail
do Brasil. A região oferece muitas
atrações e desafios para todos os
níveis de motociclistas.
As estradas asfaltadas da região
têm como característica suas curvas.
Nessa situação, a Tracer 900 GT
se mostra muito bem equilibrada,
fazendo com que a pilotagem seja
excelente e segura. Com isso, ‘sobra
tempo’ para admirar as paisagens
que cercam a estrada. Um dos
destinos mais procurados é a Serra
do Rio do Rastro, com suas famosas Apesar do escapamento baixo, a Tracer 900GT encara travessias de rios devido ao
curvas fechadas, que fazem a Tracer filtro de ar elevado
mostrar sua agilidade.
Ainda na Serra Catarinense, dentro para saber o grau de dificuldade da subida, já que, muitas vezes, formam-se
de Urubici, o caminho até o Cânion canaletas no meio das curvas, por conta da água da chuva. Já subi até o topo
Espraiado é um desafio e tanto. O com diversas motocicletas big trail e a Tracer 900 GT não deixou a desejar
motociclista encontra uma subida para nenhuma delas.
com pedras soltas e até uma travessia Ainda nas gravações, nosso próximo destino foi a Serra Gaúcha, com
pequena de rio. Tanto o caminho, destino a São José dos Ausentes. O caminho escolhido é pouco conhecido
quanto a vista do Canion é linda, dos motociclistas, constando apenas em mapas militares. Com isso, claro,
rendendo boas fotos, vídeos e uma o caminho não era pavimentado. Em todo o percurso, enfrentamos trilhas
sintonia sem igual com a natureza. estreitas e aproveitamos para visualizar a nova Serra da Rocinha, que se
Dependendo do dia, é importante tornará mais um destino procurado por motociclistas, quando for inaugurada.
consultar motociclistas mais experientes Na região, aproveitamos para atravessar alguns rios com lajes de até

Moto
Adventure
37
300 metros de extensão, como o famoso Passo do S,
elevando o nível de pilotagem e de desafio. Mesmo a
Tracer tendo um escapamento mais baixo do que as big
trail tradicionais, a água não entra no sistema. O filtro
de ar dela é estrategicamente posicionado embaixo do
tanque de combustível, tornando possível travessias em
rios de forma segura.

NAS RUAS DE SÃO PAULO

Fui estimulado pela Yamaha a conhecer São Paulo por um
outro ponto de vista. Na maior cidade do Brasil, o grande
desafio para mim foi andar pelos 'corredores'. Nessas situ-
ações, pude ver a praticidade da Tracer 900 GT no dia a
dia de uma grande metrópole. Confesso que fiquei surpreso
com a leveza e fácil condução que ela proporciona, em
espaços apertados pelo trânsito intenso da cidade. Mesmo
no dia a dia, o prazer de pilotá-la é indescritível. Outro
ponto importante de se ressaltar é que, apesar de ser uma
motocicleta de 900 cilindradas, ela é muito confortável de
pilotar. Não é uma motocicleta que exige condicionamento
físico aprimorado para o dia a dia. Toda sua ergonomia é
pensada para dar conforto ao condutor e pude comprovar
isso também nas ruas da capital paulista.

MINAS GERAIS E A ESTRADA REAL

Apesar de ter colocado a minha Tracer 900 GT em estradas
off-road, nunca tinha passado por situações como as que
enfrentei na Estrada Real. Havia chovido muito e o barro
vermelho tornou-se um sabão. Por conta desse motivo,
equipei a Tracer com pneus mistos. Foram horas e horas
de pilotagem para percorrer poucos quilômetros, exigindo
bastante do físico e também da moto. Depois de “comprar
um terreninho", baixei a pressão dos pneus para aumentar
a área de contato com o chão e melhorar a estabilidade
naquela condição de estrada. Foi uma experiência única,
tanto pelo desafio, quanto por ter chegado ao final da
Estrada Real, em Paraty, no Rio de Janeiro, percorrendo
o velho Caminho do Ouro. Durante todo o trajeto, cruzei
com irmãos de estrada que estavam a bordo de big trails
tradicionais. Apesar de ser, até então, um tipo de piso nunca
explorado por mim a bordo da Tracer, seu desempenho me
chamou a atenção. Seu DNA esportivo não atrapalhou
(*) Fernando Nienkotter é empresário,
em nada a sensibilidade de aceleração, muito necessária
motociclista profissional, aventureiro e
nessas ocasiões. Pelo contrário: sua agilidade facilitou
apresentador do programa Estradas do Mundo – não
minha vida em muitos momentos onde era necessário ter
necessariamente nesta ordem.
uma motocicleta mais maleável.
MUNDO DE MOTO

Texto e Fotos: Marcio Silveira

Moto
Adventure
39
 AVALIAÇÃO
KTM 890 R
Nosso colunista teve a felicidade de pilotar a novidade
da marca laranja e traz em primeira mão as impressões
que teve deste bólido Ready to Race.

S
im, ali é o tanque de combustível! Sua posição, entre os joelhos e os pés do piloto, rebaixa
o centro de gravidade da moto ao ser carregado, um dos fatores que torna o manuseio da
moto impecável. Não é usual que o início de um texto tratando de motocicletas seja sobre o
tanque de combustível. Talvez o comum fosse destacar o visual anguloso da KTM 890R, mas
é o questionamento que mais nos foi feito durante os testes e uma característica única, que não me
recordo de ter visto em nenhuma outra motocicleta de linha. Sua capacidade máxima é de 20 litros.
A máquina austríaca mostra a que se propõe quando giramos a chave e a mensagem “Ready
to Race” surge no painel, mas também quando observamos que vem equipada com rodas raiadas
de 21 polegadas na dianteira, 18 polegadas na traseira e pneus Metzeler Karoo3, configuração
voltada para o uso em estradas de terra, capaz de transpor obstáculos sem transmitir fortes impactos
ao piloto e manter o equilíbrio da moto. As suspensões WP Xplor, totalmente ajustáveis, com 238 mm
de curso tanto na dianteira, que é invertida, como na traseira, acrescentam ainda mais capacidade
a este conjunto e trabalham em perfeita sintonia com rodas e pneus.
Continuando nos dados técnicos, ela pesa aproximados 210 kg com o tanque de combustível cheio
e seu peso máximo com carga é de 450 kg, mostrando que pode levar 240 kg extras, mais do que
seu próprio peso. O quadro é de treliça de aço; seu assento plano e sem regulagens está a 88 cm
de distância do solo. A distância entre eixos é de 1,53m e a mínima que a separa do solo são 26,3
cm. A KTM 890R vem equipada com amortecedor de direção e a transmissão final é por corrente.
O câmbio tem seis velocidades e a embreagem é assistida e deslizante com acionamento por cabo.
O refinamento desta máquina está na sua parte mecânica e no esmero de sua construção voltada a
um uso exigente no desempenho. Os botões nos comandos e os espelhos retrovisores são extremamente
simples, mas funcionais; o painel alterna automaticamente a luz de fundo para se adaptar a luminosidade
externa e vem preparado para funcionar com indicadores de pressão de pneus que podem ser
posteriormente instalados.
O coração de 88 9cm³ pulsa forte com seus dois cilindros paralelos, podendo atingir até 100
cavalos em 8.000 rpm e 10,2 kgf.m de torque em 6.500 rpm. Os pistões com 90,7 mm de diâmetro
e 68,8 mm de curso, mostram que seu funcionamento prioriza o ganho de potência nas altas das
rotações, mas ainda assim entregando um elevado torque em rotação média. Observando propulsores
semelhantes disponíveis no Brasil, vemos os seguintes números:

Moto
Adventure
40
MUNDO DE MOTO

BMW F 850GS
853cm³ - 80 cv a 6.250 rpm e 9 kgf.m a 6.250 rpm –
84 mm x 77 mm;
Triumph Tiger 900
900cm³ - 93,9 cv a 8.750 rpm e 8,7 kgf.m a 7.250 rpm
– 78 mm x 61,9 mm;
Honda CRF1100L
1.084 cm³ - 99,3 cv a 7.500 rpm e 10,5 a 6.000 rpm –
92 mm x 81,5mm;

ELETRÔNICA EMBARCADA Os freios merecem aplausos. Seus componentes são

Na parte eletrônica ela vem equipada com acelerador ride
by wire, controle de tração e ABS sensível ao ângulo de
inclinação. Dentre os modos de pilotagem, o street mantém
a potência total e otimiza ABS e controle de tração para uso
na estrada pavimentada. No modo rain, a resposta ao giro
do acelerador é mais suave, a potência máxima do motor
é limitada em 80 cv e o ABS e controle de tração são mais
atuantes, intervindo de forma mais precoce ao menor sinal de
travamento ou derrapagem dos pneus. No modo off-road a
potência volta a estar totalmente disponível, o ABS da roda
traseira é desativado e o da dianteira atua permitindo uma
ligeira travagem. Tanto o assistente de troca de marchas
como o controle de velocidade de cruzeiro estão presentes
na moto, mas precisam de uma ativação eletrônica que deve
ser comprada na concessionária autorizada KTM.
fabricados pela espanhola J. Juan, uma fornecedora de
sistemas de freios para as motos da MotoGP e que agora é
de propriedade da Brembo. Nas pinças está estampado o
nome KTM. Os discos dianteiros de 320 mm são mordidos
por pinças de quatro pistões montadas radialmente e o
disco traseiro de 260 mm é espremido por pinça de duplo
pistão. A potência de frenagem é incrível, permitindo que
o dianteiro seja acionado usando apenas um dedo e o
traseiro leva a roda a travagem com um simples toque no
pedal, seja no asfalto ou na terra, logicamente que somente
com o ABS desligado.
A KTM 890 R é realmente uma moto de aventura que
ainda se encontra sem concorrentes diretos no Brasil. A moto
que mais se aproxima em termos de configurações e objetivo
de uso é a Honda CRF 1100 L Africa Twin, mas ao pilotar

Moto
Adventure
41
MUNDO DE MOTO

elas revelam suas personalidades divergentes. A japonesa é

mansa, carinhosa, o equilíbrio em forma de moto, enquanto
Com 100 cv, 10,2 kgf.m de torque e muita eletrônica embarcada,
a austríaca pede para ser domada, sangue quente, convida a nova 890R é um convite à aventura
para acelerar e não gosta de mãozinha leve. Nem melhor,
nem pior, apenas personalidades distintas. Seu comparativo
direto deve ser com a Husqvarna Norden 901, Yamaha
Ténéré 700 e Aprilia Tuareg 660, todas com vocação para
o uso em estradas não pavimentadas e que nos levam a
paisagens maravilhosas. Estas motocicletas fazem parte de
um segmento em crescimento, com entrada até mesmo de
MV Agusta e Ducati na briga.
A marca KTM divulga que suas máquinas são providas de
alma de Master of Extremes e a 890R mostrou não se tratar
apenas de uma jogada de marketing, realmente sentimos
estar pilotando uma motocicleta de competição. Antes de
partir em busca de fortes emoções, ao girar a chave o painel,
ela nem dá bom dia, simplesmente avisa: “READY TO RACE”
– e é aí que a felicidade começa.
A Box Motocicletas, concessionária KTM em Florianópolis,
disponibilizou o bólido para testes. Obrigado pela confiança
em nosso motociclismo.
PERFIL

Texto: André Ramos | Fotos: 2 Soul Foto e Vídeo

Dezeró Racing
Ele começou a participar do mundo da motovelocidade aos 18 anos e hoje, aos 29,
comanda uma das mais bem-sucedidas equipes da modalidade no país.

L
ucas Dezeró sempre foi apaixonado por motos
e em 2011, aos 18 anos, começou a correr de
Honda CBX 250 Twister nas etapas do Super
Bike Brasil. Foi quando teve contato com a equipe
Alemão Pneus e seu chefe de equipe, que lhe pavimentaram
o caminho para que a partir daquele momento, nunca mais
se afastasse das pistas e da adrenalina que o ambiente de
competição proporciona.
Em 2015, foi campeão da categoria, alçou para a
Super Sport 600 onde conquistou bons resultados que
o credenciaram para subir para a classe das motos de
1000 cilindradas, até que em 2018, decidiu que era
hora de alçar voo e montou sua própria equipe. Nascia
ali a Dezeró Racing.
Um de seus primeiros pilotos foi Raphael Santos, atual
bicampeão da categoria 1000 Light (2020/2021) e que
começou na categoria Escola, vindo dos Track Days. A
partir daí, o sucesso de seu trabalho começou a despertar

Moto
Adventure
45
o interesse de outros pilotos que gravitavam em torno das
pistas, até que, rapidamente, chegou o momento que
precisou decidir parar de correr para dedicar-se somente
à sua empresa.
Em pouco mais de três anos, Lucas viu seu negócio
multiplicar-se e hoje, a Dezeró Racing é uma referência no
motociclismo esportivo nacional. A empresa é dividida em
três segmentos: a Escola de Pilotagem, que realiza Track
Days e cursos – ao todo, são mais de 33 eventos ao ano,
que movimentam em torno de 2 mil alunos –, a equipe
de motovelocidade, que comporta de 10 a 12 pilotos em
diversas categorias, e a oficina, que se encarrega de fazer
toda a parte de preparação das motos e de prestar serviços
de box nas corridas. “Nosso piloto chega com a roupa do
corpo e não precisa se preocupar com nada: a gente faz
o transporte da moto dele, a deixa preparada para entrar
na pista e durante o final de semana, prestamos toda a
assistência que ele precisar”, detalha.
O profissionalismo dentro e fora das pistas, fez com que os
bons resultados passassem a ser uma consequência da união
entre o trabalho bem feito com o talento sendo lapidado. Um
destes foi o bicampeonato (2020/2021) conquistado por
Gustavo Manso nas categorias 600 Super Sport e Yamalube
bLU cRU R3 Cup, sendo que este último, o credenciou a
conquistar uma vaga para participar do Europeu de R3 em
2022, graças ao suporte da AD78, equipe do renomado
chefe de equipe da Yamaha Racing Brasil, Allan Douglas – e
Dezeró irá acompanhá-lo nesta aventura.
“Só dele (Manso) ter a oportunidade de correr lá fora e
estar junto a ele já vai ser uma experiência muito boa que
irá alavancar o meu negócio”, comemora.
Mas além deste destaque, a Dezeró Racing terá pela
primeira vez em sua história um piloto competindo na
principal categoria do Super Bike Brasil, a 1000Pró e o
responsável por isso será o piloto Guilherme Brito.
Aos 29 anos, atualmente, Lucas Dezeró, além de exercer o
papel de chefe de equipe, também trata de levantar patrocínios
para seu time e seus pilotos e da gestão administrativa de
seu negócio. Sua empresa ocupa um galpão de 700 metros
quadrados na região da Vila Anastácio, na Lapa de Baixo,
bairro da Zona Oeste da capital paulista. É ali que fica
todo o QG de sua operação, abrigando escritório, oficina e
depósito de peças, além, claro, da guarda das motocicletas.
“Hoje meu papel é fazer a motovelocidade crescer através
de exemplos que trazemos de fora e trazer essa molecada
para o esporte, oferecendo a melhor estrutura possível a
eles”, encerra.
Moto
Adventure
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BIG TRIP
Texto e Fotos: Celso Renato A. da Silva | Fotos: Alexandre Rio

Serras e Cidades
Partindo de São Paulo e atravessando algumas cidades do Vale do Paraíba e do Sul
de Minas Gerais, este roteiro contempla cidades charmosas e paisagens bucólicas.

C
ombinação perfeita para o mototurismo, belas
estradas serranas e belas cidades turísticas. Para
esta edição, montamos para você um roteiro com
uma química perfeita, pois possui estradas que
permitem uma pilotagem prazerosa, paisagens deslumbrantes,
cidades históricas, muitos atrativos turísticos, muitas opções
de hospedagem e culinária serrana e caipira. Um cardápio
perfeito a ser explorado, com aproximadamente 400 km a
partir de São Paulo, passando por São José dos Campos,
Monteiro Lobato, São Francisco Xavier e finalizando em
Monte Verde, no Sul de Minas Gerais.
CIDADES SERRANAS
São três as cidades que compõem este roteiro, todas elas

Moto
Adventure
47
 localizadas na Serra da Mantiqueira, entre o Vale do Paraíba
em São Paulo e o Sul de Minas Gerais, as quais possuem
características comuns entre si: pequenas, mas charmosas
zonas centrais, com prédios históricos preservados, comércio
focado nos turistas, uma boa oferta de hospedagem, bons
restaurantes e várias atrações turísticas naturais.
Monteiro Lobato é a primeira que exploramos. Ela está
localizada próxima a Taubaté e possui esse nome em
homenagem ao escritor José Bento Monteiro Lobato, que
viveu na Fazenda do Visconde (depois Sítio do Pica-Pau-
Amarelo), que fica na estrada que vai para Caçapava e
Taubaté. Mesmo não programando uma parada maior, vale
a pena um city tour, que é bem rápido devido ao pequeno
tamanho da zona central.
São Francisco Xavier, segunda cidade do roteiro, é na
verdade um distrito de São José dos Campos com muitos
atrativos para o ecoturismo e muita tranquilidade. Inicialmente
Escaneie este QR servindo como parada para tropeiros, tornou-se distrito de
Code para assistir São José dos Campos em 1892.
ao vídeo desta Monte Verde ponto final do roteiro, também não e um
reportagem município, e sim, um distrito de Camanducaia, cidade do
Sul de Minas. Sua história está vinculada à Familia Grinberg
(“grin”, verde, e “berg”, monte), imigrantes da Letônia. O
distrito a princípio era a fazenda da família, que aos poucos
foi cedendo terrenos a amigos e familiares para a construção
de casas, e hoje Monte Verde é conhecida também por suas
características tipicamente europeias, que se associam com
a beleza natural das montanhas, picos e cachoeiras que a
cercam, além da fauna e da flora silvestres.

PRINCIPAIS ATRAÇÕES
Monteiro Lobato
Igreja Matriz Nossa Senhora do Bonsucesso
O Verdadeiro Sítio do Picapau Amarelo
Mirante Pedra de São Francisco - Monteiro Lobato

São Francisco Xavier

Mirante da Pedra de São Francisco

Moto
Adventure
48
BIG TRIP

Escaneie este
QR Code para
navegar pelo
roteiro desta
viagem

Pico do Selado Este roteiro tem início na Rodovia Ayrton Senna. em

Pico Queixo d’Anta Guarulhos (SP). Siga até a Rodovia dos Tamoios e pegue
Pico Pedra da Onça para São Josá dos Campos; cruze a cidade até a Rodovia
Trilhas da Pousada Pouso do Rochedo Monteiro Lobato. Ao chegar a Monteiro, cruze a cidade até a
Cachoeira Pedro David Estrada Vereador Pedro David, sentido São Francisco Xavier.
Paróquia São Francisco Xavier A partir desta cidade o roteiro passa a ser por terra, se
você não curtir trechos aventureiros, finalize aqui e já terá tido
Monte Verde muita diversão. Para os aventureiros, cruze a cidade seguindo
Trilha da Pedra Redonda até a Estrada São Francisco Xavier/Joanópolis/Monte Verde
Escola de Falcoaria por terra; ao final, você chegará no asfalto na Rodovia Dep.
Pico Selado Agostinho Patrus e aí, é só seguir à direita até Monte Verde.
Pedra Partida
Trilha do Platô A MOTO
Trilha Chapéu do Bispo Utilizei uma Honda CB 500X emprestada pela fábrica; este
Cachaçaria Adega das Gerais segmento de moto trail com características de big trail, vem
se ampliando e angariando muitos adeptos, inclusive entre
O ROTEIRO os proprietários de big trails, pois são motos mais leves e
Tem tudo para agradar o piloto e o garupa, pois montamos acessíveis, que entregam um comportamento bem impressio-
um trajeto com belas estradas vicinais, com paisagens des- nante nas rodovias, permitindo andar em grupos de motos
lumbrantes, atravessando algumas pequenas cidades, pas- maiores, enquanto que no uso aventureiro, seu menor peso
sando pela Serra da Mantiqueira, alquimia esta que garante facilita a vida.
o prazer de pilotagem e satisfação do garupa, finalizando As mudanças ocorridas em 2020, que lhe conferiram
numa região muito charmosa. aro dianteiro de 19 polegadas e aumento do curso de

Moto
Adventure
49
suspensão, garantiram à CB 500X o melhor comportamento em trechos de terra,
inclusive em pequenas trilhas.

DETALHES
Utilizei conjunto ASW Adventure, Capacete Bell e Botas Alpinestar; sempre ande
de moto equipado.
Este roteiro passa por uma região com muitos atrativos; caso você tenha
disponibilidade, aproveite para explorar, pois não vai se arrepender.
Indicamos somente algumas atrações, mas pesquise, pois existem muitas.
Devido à pandemia, pesquise com antecedência a programação e protocolos
das atrações.

ONDE COMER E SE HOSPEDAR

O roteiro possui muitas opções de restaurantes e hotéis, para todos os gostos e
bolsos, faça a sua pesquisa.
Serviços
Aventur (11) 9.9296 4677 – Fale com Celsinho, que organiza trips on e off-road
Brasil afora (www.aventur.tur.br)
REPORTAGEM
Texto: André Ramos Fotos: Divulgação

Uma relação
descomplicadaRelações secundárias via correia conferem maior intervalo entre as
trocas, menos manutenção e, quem usa, afirma não querer mais voltar
para a corrente.

D
urante 25 anos, Luís Otávio Dias trabalhou em empresas do
setor automotivo, mas desde cedo seus olhos brilhavam mesmo
era para o mundo das duas rodas. Quando jovem, foi um ávido
colecionador de revistas de moto “comprei a última Motocross,
depois a Motosport”, relembra. Depois de formar-se como técnico em mecânica,
passou a lecionar Matemática e em seguida, ingressou no curso de Engenharia
Mecatrônica na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).
Competindo no ciclismo, teve alguns insights para criar uma bicicross movida a
correia, mas acabou desistindo temporariamente do projeto, até que em 2007,
vislumbrou a possibilidade de levar a ideia de criar um sistema de transmissão
a correia para uma motocicleta. Passou o ano de 2008 inteiro mergulhado no
desenvolvimento do projeto e no ano seguinte, uniu-se a um sócio. Juntos, com-
praram uma recém-lançada Honda CG 150 Titan para adaptar nela a ideia,
até que no final de 2009 começaram a sair as encomendas dos primeiros kits.
A notícia despertou o interesse de alguns proprietários de big trails e o
primeiro foi um amigo, dono de uma Honda NXR 750 Africa Twin, que
instalou o kit e fez três viagens onde nenhum problema foi relatado. A partir
daí surgiu uma Honda XL 1000 Varadero e foi então que Luís abandonou
o projeto para motos pequenas – e o sócio também – e focou-se somente
nas motos aventureiras.
Apesar dos poucos recursos, Luís Otávio seguiu acreditando em seu projeto e

Moto
Adventure
51
hoje a M3 Moto tem seis colaboradores e comercializa entre 100
e 150 kits de transmissão por correia por mês. “Em menos de três
anos comprei três máquinas de usinagem, duas CNC, entre outros
equipamentos”, orgulha-se.
Ao longo do tempo, os kits para outros modelos de motos big trail
foram sendo desenvolvidos, ampliando cada vez mais o leque de
produtos da empresa, mas sem deixar de lado o segmento das
customs, que também passou a demandar por kits capazes de
substituir a relação tradicional. “Com isso, descobrimos um defeito
de fabricação na Yamaha XVS 950 Midnight Star que só pode ser
resolvido com o nosso kit”, revela Dias.
Atualmente, a empresa conta com kits de transmissão por correia
para 138 modelos de motocicletas comercializados comercializa-
dos no país e além do mercado nacional, a M3 Moto já exporta
seus produtos para os Estados Unidos, França, Colômbia, Inglater-
ra, Uruguai, Argentina e, pasme, Casaquistão!
E até mesmo no off-road, as relações via correia se dão bem. Se
você roda por estradas de terra, se pega lama, barro, tais condi-
ções não danificam ou trazem prejuízos ao sistema. Luís Otávio
afirma que as únicas condições que podem gerar danos é caso
alguma pedra entre na polia, algo que também danifica a engre-
nagem em caso de relações tradicionais, mas o empresário afirma
que para aumentar ainda mais a segurança do kit, ele desenvolveu
um protetor de correia.
HISTÓRIAS
Ao longo de sua trajetória à frente da M3, Dias coleciona algumas
boas histórias de sucesso de seus produtos, mas destaca duas:
— Eu conheci um motoboy de São José do Rio Preto (SP) que vinha
para Campinas (SP) de duas a três vezes na semana para trazer
remédios para um hospital. Fizemos amizade e ele quis colocar um
kit na (Honda) NC 750X dele. No primeiro ano ele rodou 205 mil
km com uma correia — garante.
A outra foi de um casal de argentinos que conheceu em uma edi-
ção do Brasília Moto Capital – não sabe exatamente se em 2018
ou 2019 – que instalou o kit na moto no próprio evento e, de lá,
saíram para darem uma volta ao mundo.
Mais informações
www.m3moto.com.br
@m3moto_oficial
(19) 3703-0106 / 9.8132-4496
Moto
Adventure
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REPORTAGEM
Texto: Texto Aldo Tizzani | Fotos: Laertes Torrens Filho

A mobilidade urbana
é elétrica
Empresários brasileiros que visitaram o EICMA falam da parceria com
os italianos, tendências de mercado e o crescimentos dos veículos
que podem ser carregados na tomada

O
maior salão de motos do mundo – o EICMA – que
em 2021 aconteceu entre 25 e 28 de novembro,
em Milão, a capital econômica da Itália, não é só
feito apenas de grandiosos lançamentos. A "Fiera"
também dita tendências e os novos rumos do segmento de
duas rodas como, por exemplo, a mobilidade urbana, que
passa pela eletrificação. Porém, para toda essa engrenagem
funcionar, o Salão de Motos de Milão é também um irradiador
de novas tecnologias, um espaço global para a troca de
informações, experiências e um grande balcão de negócios,
que atrai empresários de todos os cantos do mundo, inclusive
do Brasil.
À convite do ICE-SP (Agência para a Internacionalização das
Empresas Italianas), que está ligado diretamente ao Departa-
mento Para a Promoção de Intercâmbio da Embaixada da Itália
no Brasil, uma comitiva de empresários brasileiros participou da
78a edição do EICMA, que reuniu mais de 800 expositores e
contou com uma área dedicada a startups ligadas à inovações,
além de belos exemplos de veículos elétricos, mercado que
está em franco crescimento ao redor do mundo.
Confira o que disseram os brasileiros sobre o evento, visão
de futuro e parcerias com empresas italianas.

Raul Fernandes (2W Motors) Márcio Ribeira (Caloi)

Moto
Adventure
53
RAUL FERNANDES (2W MOTORS)
"O convite do ICE veio em um momento especial, de retomada
global do setor. É como abrir uma porta para o futuro em termos
de tendência e novas oportunidades de negócios. A Itália é o
berço da cultura de duas rodas e, mais recentemente, dá exemplo
na questão da micro mobilidade urbana, que passa pelos veí-
culos elétricos. Fazer negócios com as empresas italianas é uma
oportunidade ímpar de pensar no que poderá acontecer no Brasil
nos próximos anos. Estarmos aqui no Salão de Milão é estar um
passo na frente, isso sem falar em competições, saúde e lazer."

MÁRCIO RIBEIRA (CALOI)

"Conhecer as novidades em termos de mobilidade urbana, com
foco nos veículos elétricos é a oportunidade de vivenciar 'in loco'
as novas tendências. Trocar informações e ter a possiblidade con- Alexandre Gaspar (P21 Motoparts)
creta de gerar negócios e parcerias estratégias com as empresas
italianas é uma experiência única para nós, brasileiros. Foi um
privilégio participar desta comitiva e conhecer todo o potencial de
negócios, principalmente o da micro mobilidade urbana elétrica!"

ALEXANDRE GASPAR (P21 MOTOPARTS)

"O EICMA oferece a oportunidade de falar com o mundo, com os
fornecedores italianos e também com os vindos de várias partes
do mundo para participar da maior feira de motos do mundo. Aqui
é possível gerar negócios envolvendo produtores de peças para
modelos urbanos e de alta performance. Mas é aqui que as trocas
de experiências acontecem o tempo todo; é aqui também que as
tendências surgem, como o uso dos veículos elétricos (motos, bikes,
patinetes) para deslocamento, entregas ou ligando os modais de
mobilidade urbana."

SÉRGIO FICARELLI (SPM) Sérgio Ficarelli (SPM)

"É um privilégio participar desta comitiva e ver, de perto, tec-
nologias inovadoras. Ou seja, estar à frente do tempo, quando
pensamos no mercado brasileiro. Estar no EICMA é, de certa
forma, fazer a ponte entre Brasil e Itália em termos de tecnolo-
gia e tendências. A Itália é o celeiro da cultura de duas rodas
e tem muito a nos ensinar em relação ao desenvolvimento de
novos produtos e legislação. Hoje me sinto um privilegiado
em fazer negócio com empresas italianas. A feira é realmente
espetacular!"

ALEXANDRE LEONARD (ZAKEN)

"Frequento o Salão de Motos de Milão desde 2003. Apesar da
pandemia, tudo acontece aqui no EICMA, a maior feira do segmen-
to do mundo. O trabalho na Itália não parou. É sempre intenso quan-
do falamos em termos de tecnologia, desenvolvimento e design.
As empresas italianas estão na vanguarda e, hoje, com foco na
mobilidade urbana elétrica. Por isso ainda há boas oportunidades Alexandre Leonard (Zaken)
de negócios entre os dois países!

Moto
Adventure
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REPORTAGEM
Texto: André Ramos | Fotos: Edgar Klein

Curtindo Sorocaba
de Dafra Cruisym 150
Fomos conhecer alguns dos pontos turísticos desta simpática cidade do interior
paulista e para rodarmos por lá, contamos com a novidade da marca.

A
s scooters de baixa cilindrada sempre foram uma
mão na roda para dar conta das demandas de
deslocamentos urbanos, mas o que as pessoas estão
descobrindo é que elas também são excelentes para
passear nos finais de semana – e não apenas nas cidades. Hoje,
devido à performance de seus motores, ao conforto que propiciam
e à sua economia de combustível, elas encaram de boa pequenas
viagens, algo que, inclusive, tivemos o prazer de fazer a bordo de
duas Dafra Cruisym 150, quando realizamos sua avaliação, entre
São Paulo e Santos (Moto Adventure #251).
Desta vez, novamente tivemos a oportunidade de voltar a pilotar
esta scooter, mas desta vez, à convite da concessionária Dafra

Moto
Adventure
55
Motos CRC, de Sorocaba (SP). Inaugurada em junho de 2021,
a loja de propriedade de Silvio Mello Jr. é a primeira em toda a
região da Alta Sorocabana e atende a mais de 50 municípios,
oferecendo toda a gama de produtos Dafra.
O objetivo era conhecermos alguns dos pontos turísticos desta
cidade e, de quebra, ampliarmos nossas impressões a respeito da
novidade da marca.
Após um café da manhã oferecido na loja, nosso primeiro destino
foi conhecer o Shopping Pátio Cianê, que foi construído utilizando
as instalações da antiga Tecelagem Cianê, preservando e restau-
rando as características de sua fachada original. Antiga Fiação e
Tecelagem Nossa Senhora da Ponte, hoje o prédio é, mais que um
centro de compras, um ponto turístico da cidade, uma vez que a
construção histórica foi tombada pelo CONDEPHAAT (Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
Após a parada para fotos e filmagens e para um breve passeio pelo
local, o próximo ponto de parada foi a antiga Estação de Trem de
Sorocaba. Inaugurada em 10 de julho de 1875 pela Estrada de
Ferro Sorocabana, o local também servia como sede da empresa
e até 1878 era o ponto inicial da linha tronco entre São Paulo
e Sorocaba. Infelizmente, o prédio está fechado e com cara de

Moto
Adventure
56
REPORTAGEM

abandonado, uma pena, dado seu valor

histórico, artístico e turístico, uma vez que,
se estivesse aberto e funcionando, poderia
ser um local incrível para se conhecer, mas
Escaneie este QR
mesmo assim vale muito a visita, principal-
Code para assistir
mente se você, como eu, se liga em história. ao vídeo desta
Após a contemplação do prédio e das refle- reportagem
xões que seu estado suscita, era hora de
conhecer um outro ponto turístico da cidade
e para isso, atravessamos a cidade. Soro-
caba é uma cidade que desenvolveu-se
muito nos últimos 20 anos e suas avenidas
principais, além de largas e arborizadas,
trazem ciclo faixas que são um convite ao
cidadão aproveitar a cidade de uma outra
maneira e também, para deixar o carro em
casa e sair pedalando.E foi através destas
vias que chegamos ao Parque Maria Bar-
bosa Silva, mais conhecido como Parque
das Águas. Localizado no Jardim Abaeté em
uma área de 160 mil metros quadrados, o
parque reúne três lagos, fonte, ilha natural,
deque de madeira, anfiteatro, ciclovia, play-
ground, pista de skate, bicicleta, além de um
espaço poliesportivo, quadras de futebol,
espaço para shows, lanchonete, sanitários
e bebedouros.
É um local que além de servir de fonte de
lazer para as famílias da cidade, é também
um lugar que recebe shows e eventos. Nele
também destaca-se uma escultura do artista
Chico Nieldzieski. Com 12 metros de altura
e pintada em vermelho, a obra batizada
de “Criador e Criação” levou quatro meses
para ser feita, consumiu 79 toneladas de
aço, custou cerca de R$ 1 milhão e foi
doada ao parque em 2012.Em um dia de
muito calor, ter tido a oportunidade de ficar
debaixo de uma árvore apreciando a pai-
sagem, sentindo a leve brisa que vinha do
lago foi revigorante.Econômica, leve e fácil
de conduzir, a Dafra Cruisym 150 foi per-
feita para a realização deste passeio. Seu
motor de funcionamento suave e responsivo,
associado a suspensões bem calibradas e a
freios eficientes, deixaram o rolê pela cida-
de ainda mais agradável.
Fica aqui a nossa dica!

Agradecimentos:
CRC Motos Concessionária Dafra
Rua Comendador Oetterer, 1731 – Vila
Carvalho
Tel.: (15) 3211-4216
www.dafrasorocaba.com.br
SCOOTERS & CUBS

Texto: André Ramos | Fotos: Edgar Klein

Uma aliada e tanto!

Ela pilota moto de alta cilindrada, já fez viagens internacionais,
mas para encarar as demandas do dia a dia, ela não abre mão de
sua scooter – e até já vendeu seu carro!

A
s scooters são veículos que em sua concepção,
foram desenvolvidos para serem a melhor
resposta para as demandas de deslocamentos
urbanos. Criados no Pós-II Guerra, elas traziam
desde o início a proposta de serem leves, confortáveis,
práticas – e até mesmo estepe traziam.
Com o passar das décadas, elas foram evoluindo e
tornando-se sempre melhores e hoje, reúnem uma série de
atributos que as colocaram definitivamente como a solução
mais inteligente para quem precisa rodar pra cima e pra
baixo no dia a dia das grandes cidades.
Atualmente, a maioria das scooters vendidas no Brasil
trazem apelos estéticos, tecnológicos e de praticidade que
atraem um número cada vez maior de pessoas que buscam
por economia de tempo e de combustível, associados a
estilo e modernidade. Sistemas Start-Stop, iluminação em
LED, painéis digitais, freios a disco e em alguns casos,
com ABS, tomadas 12V/USB, combinam-se a designs
contemporâneos, a espaços para alocar pequenos volumes,
à proteção para os pés e a transmissões automáticas,
resultando em um conjunto de atributos que fazem com que
estes pequenos veículos estejam em número cada vez maior
nas ruas de nossas cidades.
Com 53 anos de idade e pilotando motos desde 2006,
Roberta Pierro é uma destas que foi fisgada por este mix de
bons atributos.
Sua paixão pelas motocicletas surgiu ainda na infância,
alimentada pelo fato de o pai ser motociclista, mas foram
necessários muitos anos até que ela desse vazão a seu
sonho. Isso porque ela esbarrava nas resistências impostas
por parte de seu marido, entretanto, influenciada pelas
amigas motociclistas, decidiu que se daria a oportunidade
de experimentar a sensação de conduzir uma moto. E
comprou a sua moto.

Moto
Adventure
61
Escaneie este QR
Code para assistir
ao vídeo desta
reportagem

Moto
Adventure
62
SCOOTERS & CUBS
No começo, rodava somente pelas tranquilas ruas
do bairro onde mora, na capital paulista. O marido,
a acompanhava, atrás e de carro (!) e quando sentiu-se
confiante, fez o exame de habilitação e tirou sua CNH.
Com o tempo, foi fazendo upgrades em suas motocicletas,
convenceu o marido a comprar sua moto também, até chegar
em sua Harley-Davidson. “Depois de ter chegado na Harley,
fiz Rota 66 e mais uma série de outras viagens, até que decidi
comprar uma scooter para o dia a dia”, explica.
Embora já fosse motociclista, o marido, mais uma vez,
refutou a ideia, mas ela, novamente, foi em frente e comprou.
“Eu trabalhava um pouco distante de casa, pegava muito
trânsito, não tinha estacionamento próximo, tudo de carro
era mais caro, então, decidi comprar a scooter”, recorda-se.
“Meu marido achou que fosse perigoso, mas resolvi testar
para ver se valeria a pena e desde então, não consigo
largá-la. E isso até gera brigas com ele (risos). Hoje, vendi
meu carro – estamos só com o carro dele – e a scooter é
Moto
Adventure
63
meu meio de locomoção diário”, empolga-se.
Empreendendo atualmente com uma loja virtual na internet,
Roberta afirma que a scooter é sua grande aliada também
neste novo momento de sua vida, afinal, ela lhe confere a
agilidade que seu negócio exige.
“Eu a uso para fazer compras, ir atrás de fornecedores,
fazer entregas, tudo faço com ela; chega a ser raro andar
de carro, nem gosto”, afirma.
Além disso, Roberta acrescenta que na época que
trabalhava na área administrativa, a scooter também lhe
oferecia benefícios. “Eu usava treje social no trabalho, mas
saía de casa com a jaqueta de couro, um tênis mais reforçado
ou bota. Chegava no trabalho, colocava o salto e o blazer que
levava no baú e entrava na empresa. No final do dia, trocava
e retornava para casa ou ia para a academia”, relembra.
“Scooter pra mim é tudo. É prática, rápida, tranquila,
econômica, não tenho o que falar de ruim sobre ela; muito
pelo contrário”, encerra.

Teoria sem prática Parte I
Uma meia verdade que demanda
muita atenção no motociclismo
Dominar a parte teórica da pilotagem é fundamental para que
possamos pilotar nossas motocicletas com consciência e livres de vícios.
R
ecentemente pude constatar posts em grupos de
motociclismo com aquela frase muito conhecida do
senso comum: “tentar adquirir experiência apenas
com teoria, é como tentar matar a fome apenas
lendo o cardápio!”. O sentido e a interpretação fornecida nos
posts era de que o motociclista deve “experimentar” a pilotagem
e não se ater ao fato de uma preparação teórica minuciosa,
também dando a entender que o motociclista não deveria esperar
adquirir uma carga teórica intensa para só então experimentar o
prazer do motociclismo. Pois bem, há uma lógica muito perversa
neste axioma da teoria sem prática, mas essa lógica não está –
em absoluto – coberta de razão.
Há um grau de verdade em afirmar que a teoria sem a prática
não traz a universalidade e fixação do conhecimento, posto que
não há experiência vivida e adquirida, mas daí taxar a teoria
como vilã e prática como mocinha é o que torna essa propagação
de verdade relativa tão perigosa no meio do motociclismo.
M.O.T.O. TRAINING
Texto: Angelo Viana (*) | Foto: Divulgação
Desde 2013, já tendo ministrado aulas para mais de 8 mil
alunos (civis e militares), tenho observado que muitos alunos –
quando de sua formação para pilotagem de motos – deram
preferência à prática, seja pela falta de um processo teórico
efetivo, seja pela ínfima transmissão nas moto escolas de uma
base ciclístico-teórica aceitável, seja ainda por esse tipo de
“verdade” difundida de que pra “andar de moto basta praticar”.
O resultado do processo de aprendizado onde só se dá
atenção à etapa prática é claro e simplório: vícios de pilotagem.
Os vícios de pilotagem advêm do uso contínuo e repetido de
ações diárias que suspostamente causam conforto e transmitem
uma ilusória sensação de segurança.
O vício de pilotagem se consolida e se torna ainda mais
arraigado quando repetido constantemente, sem qualquer tipo de
análise técnica ou correção; ele passa a disparar o processo de
memória fina muscular, ou seja, aquela memória de movimento
que é automatizada e independe de ação consciente. Resumindo,
os vícios vêm à tona como uma ação automática do cérebro, que
por conta da memória muscular automatizada, provocam uma
reação inconsciente de movimento, mas que segue o padrão de
repetição (boa ou ruim).
Ângelo Viana vai continuar a debater o tema na segunda
parte desta coluna, que será publicada em nossa edição 256.
(*) Angelo Silva Viana, advogado, jornalista,
instrutor e examinador de trânsito, instrutor
policial e fundador da empresa M.O.T.O. do
Brasil, especializada em programas de condução e
segurança para formação de motociclistas.
Moto
Adventure
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CUSTOMIZAÇÃO

Texto: André Ramos | Fotos: Leandro Cotes

Moto
Adventure
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 Triumph
Bonneville
Bobber Black
By Sunset Garage
Produzida totalmente com peças fabricadas na própria oficina e em estilo
minimalista, esta criação revela muito da essência do trabalho de Fred Fernandes.
T
er uma motocicleta única é um desejo que muitos
de nós, motociclistas, alimentamos. Para alguns, um
singelo adesivo, rodas pintadas de uma cor diferente
ou mesmo alguns acessórios já são o bastante,
mas há quem queira algo mais radical, marcante, que exale
originalidade por todos os lados.
Este é um universo que tem ganhado um número cada vez
maior de adeptos, que não medem esforços nem investimentos
para conseguirem ter na garagem um exemplar sem igual em
todo o planeta. Isso tem feito pipocar nos grandes centros
urbanos – em especial, em São Paulo – oficinas que dedicam-
se somente a transformar motos comuns em veículos que se
aproximam de obras de arte.
Uma dessas é a Sunset Garage. Inaugurada em maio de 2019,
o local, além de ser uma oficina mecânica e de customização,
apresenta também box para lavagem, estúdio de tatuagem e
um bar. E quem comanda a batuta das transformações é Fred
Fernandes, um carioca radicado em São Paulo, que começou
no mundo da customização, “por brincadeira”, segundo ele.
“Eu trabalhava na empresa de terraplanagem de meu avô
e tomava conta da oficina e como tinha bastante tempo, um
dia, resolvi fazer uma moto, mesmo sem nem saber andar
em uma”, recorda-se.
O desejo de desenvolver-se o fez ir atrás de formações
Moto
Adventure
66
CUSTOMIZAÇÃO

que o capacitassem a lidar com projetos cada vez mais

complexos. Enquanto estudava no Senai, passou a frequentar
eventos e encontros cariocas com sua moto artesanal.
Quando percebeu que seu horizonte era curto por lá, deixou
a Cidade Maravilhosa para trás e veio a São Paulo para estudar
tecnologias em sistemas automotivos no Senai do Ipiranga, um
núcleo de excelência no ensino de mecânica automotiva e que
conta com parcerias com diversas marcas de carros e motos.
Com o currículo debaixo do braço, saiu distribuindo-o pelas
oficinas de São Paulo: foi chamado e depois de um tempo na
praça, seu talento e resultados lhe renderam o convite para ser
o capo da Sunset.
Suas referências atualmente vêm de oficinas como a britânica
Thornton Hundred Motorcycles e dos russos da Box 39. “São
caras que trabalham com linhas de projetos em computador,
usinagem CNC, Print 3D”, explica Fred, que nos últimos tempos,
vem se especializando em customizar motocicletas da britânica
Triumph Motorcycles.
“Tento fazer com que as pessoas ao olharem para a moto,
fiquem na dúvida se é uma moto customizada ou uma edição
especial da marca. Prezo pelo minimalismo, onde nada se
destaca, e sem tirar as características originais”, define.

A MOTO
A motocicleta que apresentamos nesta edição é uma Trium-
ph Bonneville Bobber Black. Nela, vários itens empregados
foram projetados em computador (Solid Works) e fabrica-
dos na própria empresa, entre eles, o escape, a mesa, o
suporte de placas, o protetor de corrente e as rodas.
“A gente queria adotar nela um par de pneus Pirelli SuperCorsa
180 na frente e atrás, mas não havia aros com a medida de
tala destes pneus, então, decidimos também construir as rodas
para mantê-las raiadas”, revela.
A corrente original foi substituída, enquanto que o para-
lama dianteiro foi fabricado manualmente – as lanternas foram
compradas na Triumph. A pintura também foi toda trabalhada
artesanalmente, assim como os detalhes em dourado presentes
em diversas partes da moto, como no painel, no protetor de
corrente e sobre as lanternas – a inscrição “Bonneville” na lateral
do motor também foi pintada de dourado. “O desafio dessa
motocicleta foi trabalhar o dourado para ficar elegante”, explica.
“Por mais que tenhamos mudado o tamanho das rodas, o
ABS e o controle de tração, tudo continua funcionando”, revela
Fred. “Com esta moto, a proposta foi mostrar que aqui no Brasil
a gente consegue fazer coisas tão legais como a galera lá de
fora”, finaliza.

Moto
Adventure
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 Moto
Adventure
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TEIGADVENTURE
Texto: Teiga Júnior | Foto: Shutterstock
Planejamento de viagem
Tempo e Temperatura
Dar atenção à previsão do tempo, saber interpretar eventuais mudanças ao
longo da viagem e estar preparado para eventualidades é fundamental para
qualquer motociclista viajante.
N
esses meses de verão onde estamos assistindo com
muita tristeza cenas sobre calamidades ocorridas
por acontecimentos climáticos preocupantes,
grandes transtornos podem ser evitados quando
no seu planejamento, as variáveis climáticas são levadas em
conta mas, infelizmente, buscar essas informações nem sempre é
uma prioridade em um planejamento – o que é um grande erro.
O passo inicial é prestar muita atenção à previsão
meteorológica do período que irá viajar e à previsão diária,
pois isso irá permitir saber qual a vestimenta usará no dia a
dia. Uma dica importante aqui é sempre ter a mão – e que
seja de fácil e rápido acesso – as roupas que poderá usar
durante o dia, como a capa de chuva e luvas, ou as peles
para um frio mais rigoroso.
Além de buscar as informações em noticiários locais,
aplicativos e internet para saber quais são as melhores épocas
para ir a determinado lugar, saber ler mapas meteorológicos
que mostrem imagens de satélites, ventos, pressão atmosférica,
nuvens, chuvas e trovoadas é muito importante, principalmente
na verificação diária.
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Quer outra dica? Observe o céu em um lugar que possa ser
amplo e veja as ações dos ventos nas nuvens. Isso ajudará a
entender eventuais mudanças no clima que podem ser súbitas
e pegar você desprevenido.
Se você já planejou a sua viagem justamente para uma
cidade que apresenta problemas para chegar e mesmo
assim ela precisa ser realizada, então, ficam aqui algumas
preciosas dicas:
• Esteja preparado para encarar as adversidades, mas
seja sempre prudente;
• Pesquise locais de paradas caso haja um grande
contratempo. Um abrigo para parar e ficar ali mesmo poderá
ser a sua única solução;
• Leve equipamento para parar na estrada e dormir ali
mesmo. Não esqueça de água e alimentos;
• Procure atividades para passar o seu tempo. Ficar ocioso
atrapalha e muito a viagem;
• Se estiver em local ermo, onde a natureza é a sua única
opção, cuidado para não parar em zonas de risco, como
encostas, perto de rios, árvores ou pontes. Caminhadas,
gastronomia ou ler um livro, pode ser muito interessante;
• Se tiver que parar, pare. Se tiver que voltar, volte. Não
seja teimoso. Humildade em voltar é muito importante e muitas
vezes salva a sua vida;
• Siga a sua intuição.
Tenha a serenidade para aceitar a situação, já que nem
sempre a coragem será a única forma de superar os obstáculos.
Foque na vida sempre.
Forte Abraço.
Teiga Júnior foi o primeiro motociclista
brasileiro a pilotar pelo Tibete (2013) e é
autor do livro “Motociclismo: planejamento e
execução em viagens de aventura”.
REPORTAGEM
Texto: Laertes Torrens | Fotos: Divulgação

Buena Vista
Moto Clube
Nascido como uma dissidência de outro moto clube, o Buena Vista Moto Clube completa
15 anos de trajetória, companheirismo e estradas.

E
m novembro, realizou-se a comemoração do
décimo quinto aniversário da Associação Buena
Vista Moto Clube em duas etapas: inicialmente
o LADO A foi comemorado no sábado, 6/11,
na Sede Nacional do Clube em São Paulo, onde foi
recepcionada, com muita harmonia, toda a comunidade
moto clubista, ritmada ao som da Banda BLueSeNFiM do
baterista Fábio, filho no nosso querido vice-presidente Kiko, e
da Banda Memory do nosso querido Cesinha; oportunidade
em que foi feita a arrecadação de alimentos doados, e
posteriormente entregues para obra social desenvolvida pelo
Curupira Moto Clube, de São Paulo.
A comemoração do LADO B da festa foi realizada na
cidade de Sorocaba (SP), nas dependências dos hotéis
Golden Park e Nacional Inn, onde seus associados e amigos
aproveitaram o final de semana de 19, 20 e 21 de novembro
com muita alegria, ao som da banda New Max Band no
sábado à tarde, na piscina, e da banda Punch Classic Rock
no tradicional jantar dançante com homenagens a todos os
associados, aos Nômades, aos sócios Beneméritos e a todos
os amigos presentes.
Este ano a Diretoria de Eventos optou pelo tema “Cinema”,
com toda a decoração voltada a contar a história da
Associação Buena Vista Moto Clube. Reviveu-se literalmente,
no coração de todos os presentes, o filme da grande trajetória
do Clube, composto por 400 motociclistas e garupas, 19
nômades, 7 diretores e 5 conselheiros, todos apaixonados
pelos prazeres que a motocicleta proporciona.

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HISTÓRIA
O Buena Vista Moto Clube foi fundado em novembro
de 2006, inicialmente com sede no Shopping Moto
e Aventura, no coração da região das motocicletas,
em São Paulo, onde, à época, cerca de 100 moto-
ciclistas, oriundos do glorioso e coirmão Carpe Dien
Moto Turismo, optaram por escrever uma nova história,
mantendo sempre acesas as chamas da amizade,
fraternidade, igualdade e liberdade que norteiam até
hoje os ideais do BVMC.
Hoje, após 15 anos de muitas estradas, com a atual
presidência do moto clubista Atie Cury, o BVMC conta
com sedes em Curitiba (PR), Americana (SP), São Roque de
Minas (MG), San Salvador de Jujuy (Argentina) e a Sede
Nacional em São Paulo, localizada à Rua dos Carijós,
260, , no Bairro da Água Branca, aberta todas as quartas
e sábados para receber os associados e amigos.
A associação BVMC tem como um dos seus objetivos
estatutários promover e participar de atividades recreativas
e culturais associadas ao moto clubismo e, com isso, vem
realizando eventos e viagens de motocicleta em todo o
Brasil, Américas e algumas a outros continentes, levando
o Brasão do Clube e o nosso Pavilhão Nacional.
Vida longa ao Buena Vista Moto Clube, nascido
em São Paulo e criado no mundo!
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VIAJANDO COM ERIK CARNEVALLI
Texto e Foto: Erik Carnevalli

Três Vezes Alaska!

Depois de encarar dificuldades, as distâncias absurdas, mas também desfrutar dos prazeres
e aprendizados que estas viagens proporcionaram ao nosso colunista, agora, ele já começa
a preparar-se para um novo desafio.

D
e todas as viagens que tive o prazer
de fazer nesta vida até o momento,
a que mais chama atenção é a
viagem pelas três Américas com
destino ao extremo norte do Alaska. As pessoas
se espantam, e não é para menos: são 16 países,
aproximadamente 40.000 km de viagem turística
com desvios necessários e desnecessários e um
prazo de 80 a 90 dias somente de ida.
Quando elas digerem um pouco esses fatos,
eu sempre solto uma informação em cima
dizendo: “e eu fiz isso três vezes”. Risadas de
espanto e desespero surgem. Como assim? Por
quê? Para quê? A resposta é outra pergunta
simples. Por que não? A admiração inicial se
transforma em uma preocupação com alguma
patologia ou desvio psiquiátrico que possa estar
intrinsecamente ligado ao meu ser (o que é obvio
que deve haver). Mas, o fato é que de todo
modo, isso ainda é bem estranho...
Até onde minhas profundas pesquisas
alcançaram, eu fui o único motociclista do mundo e dignidade as fronteiras da América Central. Aprendi que a liberdade,
a fazer essa viagem três vezes. E hoje ela é parte diversão e imprevisibilidade das estradas do Terceiro Mundo tem um
da minha vida, da minha história, tanto que sou “sabor” muito diferente dos previsíveis e impecáveis deslocamentos no
conhecido vulgarmente como o Erik, “aquele cara Primeiro Mundo. Aprendi que excelentes serviços, inusitadas estradas e
que foi umas vezes para o Alaska”. amizades improváveis estão escondidos nos lugares mais inesperados.
A rota da viagem me fez conhecer minha Aprendi que os ursos podem ser bons companheiros. Aprendi que a moto
esposa e companheira há 14 anos, me fez é o melhor veículo de viagem intercontinental. E aprendi o mais obvio e
capaz de tornar possível oferecer esse “pacote cristalino: que três vezes não é o suficiente.
turístico” para felizardos clientes, e fez a ALIVE ser Portanto, segue em primeira mão a confirmação da 4° edição da viagem
a única empresa do mundo a oferecer e realizar entre as três Américas pela ALIVE, pois a edição do Tour Ushuaia ao Alaska
tal viagem. Que improvável... uma pequena 2023 já está confirmada, sacramentada e com data certa de partida.
empresa do interior do estado de São Paulo. Agora, a vida se torna uma eufórica contagem regressiva.
Eu aprendi demais! Aprendi que por mais que Desejo um feliz 2022, porque a felicidade em 2023 já está garantida!
você se prepare, estude e tenha experiência, E de todos os aprendizados, o que mais me valeu foi: “viver é muito mais
nada te faz pronto para enfrentar com facilidade que sonhar”.

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